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Associação de Ciclismo de Bragança homenageou Hélder Magno, Município de Bragança e César Quitério

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Ter, 15/01/2019 - 18:24


O Auditório Paulo Quintela, em Bragança, lotou para a Gala de Entrega de Prémios da ACB, relativos às competições de 2018.

Hélder Magno, vice-presidente da Vinhais Extreme, e o Município de Bragança foram homenageados.

Vendavais - Mais um tiro no pé

É costume dizer-se Ano Novo, vida nova, mas nem sempre assim sucedem às ambições que legitimamente se têm. Contudo, há sempre a tentação de mudar algumas premissas de silogismos pouco lógicos.

Quando há alguns meses houve eleições no PSD e se perfilaram Rio e Santana, eu disse que era errado o risco que Rio corria e que melhor seria deixar Santana assumir uma vitória momentânea, deixando sempre o partido em situação de recuperar com mais certezas, um resultado favorável. Tal não aconteceu, como se sabe e, as consequências foram as que sabemos. Santana com quase 46% de votação achou-se no direito de fazer valer o seu valor e saiu do PSD para fazer a Aliança. Perdeu o PSD. Perdeu e continua a perder. Um tiro no pé.

Rui Rio ao ser eleito neste confronto amigável, levou os seus apoiantes a esperar dele muito mais do que tem mostrado, arrastando o partido para um lamaçal tremendo onde, aos poucos, todos se estão a enterrar.

As sondagens dão uma baixa considerável ao PSD o que leva a outras movimentações dentro do partido. O medo do afundanço é assustador e, antes que seja tarde, logo se estão a perfilar candidatos para a liderança numa tentativa de salvação rápida. É verdade que Rui Rio gorou as espectativas dos apoiantes e até dos que não o são. Parece-me que ele mesmo falhou consigo próprio. A verdade é que não conseguiu afirmar-se nem como líder nem como oposição ao governo. Não se vislumbram soluções. Mas também é verdade que não teve muito tempo para marcar um ritmo e descompassar o governo. De qualquer modo, até parece, em determinadas ocasiões, querer aliar-se ao PS, levando algumas soluções a afastarem-se da geringonça, encostando-se deste modo a um PS que está cada vez mais forte e afirmativo.

Estamos a meses de umas eleições e a sensatez diz que não se pode brincar nem com os eleitores, nem com os objetivos pessoais que aparecem só em tempos conturbados. Montenegro, que não quis assumir ser candidato para enfrentar Rio e Santana, vem agora desafiar Rui Rio, numa investida despropositada e sem assumir riscos, arrastando o partido para um desgoverno e desorientação interna assustadora, correndo sérios riscos de descer para níveis nunca antes atingidos. Neste momento o PSD já desceu 50% em relação ao que já conseguiu quando foi governo, mas esses tempos servem só para satisfazer a memória.

Perante este descalabro interno, resta a Rui Rio afirmar-se através do Conselho Nacional e deixar Montenegro a queixar-se com dores de mais um tiro que deu no pé. É que não há possibilidades de levar o partido para eleições internas neste momento quando há eleições nacionais a alguns meses de distância. Seria a maior irresponsabilidade jamais praticada pelo partido social democrata! Deste modo não se auguram tempos fáceis para o PSD e seus supostos líderes. Mas a Rui Rio falta-lhe o poder da liderança. Demasiado mole, diria o povo.

No meio do que se diz e não diz, lá estão os velhinhos do Restelo de quem o partido nunca se conseguiu desprender e que estão sempre a dar palpites. Os antigos barões não se desmarcam nem se desligam do partido. Vão dando opiniões e até são ouvidos, mas não seguidos. Isto leva-nos a concluir que o PSD não conseguiu ainda arranjar personalidades de nomeada que se afirmassem partidariamente de modo a conduzir o partido a praias serenas e seguras. Cavaco só houve um e com ele alguns foram formados e foram vistos num rodopio fantástico na governação, durante dez anos. Acabaram. Passos tentou, mas as condições não lhe foram favoráveis. Acabou. Santana, tentou, mas também falhou e foi embora. E agora?

Face a este cenário, quem se pode rir um pouco é realmente Santana Lopes que já chamou a terreiro os partidos da direita para se unirem após eleições para formar governo. Claro que ele está a contar com os votos divisionistas que a Aliança irá obter e que poderão equivaler aos que o PSD irá perder com toda esta balbúrdia interna. Mas para que isto aconteça serão necessários mais cerca de 700 mil votos. Onde estão eles?

Com eleições à porta e com este desacerto do PSD, Costa e o PS respiram um pouco de alívio. As sondagens são-lhe favoráveis e o mais certo é ganharem as eleições. Resta saber se Costa terá de aguentar com o PCP e com BE ou se seguir a batuta de Rio se coligar ao PSD ou ainda, se a direita coligada com a Aliança conseguirá formar governo em mais uma geringonça à direita. Tudo são possibilidades já que não vislumbro uma maioria absoluta para o Partido Socialista.

Seja como for, Montenegro acabou de dar mais um tiro no pé e arrastar o PSD para um buraco demasiado profundo. Resta saber se vai conseguir sair de lá rapidamente.

 

Nós trasmontanos, sefarditas e marranos - Pedro de Mesquita (n. Vila Flor, c.1600)

Pedro Mesquita nasceu em Vila Flor, pelo ano de 1600. Foram seus pais o Dr. Francisco Vaz, médico, e sua mulher Inês Vaz. Andaria pelos 10/11anos, quando ele e seus dois irmãos foram levados para Castela(1) onde tinha vários parentes, nomeadamente os primos coirmãos Pedro Henriques de Mesquita e Manuel de Mesquita, que o terão iniciado no judaísmo.

Possivelmente foi também com aqueles primos, cujos pais e outros familiares moravam em Pastrana, onde eram fabricantes e mercadores de seda, que se meteu a negociar, a partir de Madrid. As rotas comerciais de Pedro Mesquita estender-se-iam também para o lado de cá da fronteira, trabalhando em rede com seus familiares de Vila Flor onde ficaram seus pais e duas irmãs que ali casaram.(2) Teria até negócios conjuntos com um seu cunhado morador em Vila Flor. A propósito, diria ele mais tarde:

— Que lhe vinham umas sedas e as trazia seu cunhado, marido de sua irmã, ao qual queria mais que às mesmas irmãs, e estava temeroso de lhas tomarem, e dele ser preso, e mais estremecia na prisão deste cunhado de que sua mãe.(3)

E porque as rotas comerciais o traziam para cá da fronteira, quando chegou à idade adulta, regressou a Portugal e a Lisboa para casar com a filha de um cristão-novo, “proprietário” em Montemor-o-Velho chamado Rui Lopes Pinto.(4)

Por 1622, encontrava-se Pedro a morar em Lisboa, na rua do Mata Porcos, com sua mulher, Maria Rodrigues Pinto e, no ano seguinte apresentava-se como um “rico” mercador, com loja de sedas aberta na Rua Nova.

Muito interessante a respeito deste ramo de mercado, é o processo de Pedro de Mesquita que nos fala de uma dezena de lojas de seda da Rua Nova, com identificação de seus proprietários, todos eles da nação hebreia, o que não exclui a existência de outras.

Em 1630, Pedro de Mesquita “quebrou”, ficando embargado pelos “acredores” em 16 000 cruzados (6 contos e 400 mil réis), destacando-se entre estes, Francisco Botelho Chacon e seus parentes Silveira. Os ativos e passivos da loja de Pedro Mesquita foram assumidos por seu sogro e seu cunhado, negociando um plano de pagamento das dívidas aos acredores.(5)

Certamente para acerto da negociação, Mesquita refugiou-se na casa do senhor arcebispo, dali transitando para a “prisão” do Castelo e depois para o Hospital, que funcionava como cadeia. Conheceu ali José Pedroso, cristão-velho, alferes de uma companhia, que estava “retirado no hospital por um homizio de uma morte”. Dias depois, Pedroso apresentou-se na Inquisição de Lisboa, contando que, estando os dois a olhar por uma janela, ele disse: — Como está formosa esta praça e aquela porta da inquisição como está alva! A isto, respondeu Pedro Mesquita: - Sim, sim, arada que seja (a praça) e abrasada (a casa da inquisição)… E ele declarante ficou com o conceito que Pedro de Mesquita era um grande judeu.

Entretanto, na mesma casa da inquisição foi preso um mercador de sedas, com loja na Rua Nova, chamado João Duarte que denunciou Pedro Mesquita por declarações de judaísmo. E estas duas denúncias levaram à prisão do nosso biografado, em 14.5.1630. Depois de preso… surgiram denúncias em série, uma torrente de denúncias, impossíveis de relatar.

Desde logo, em função da linguagem usada por Mesquita, muito desbragada, sendo o seu processo verdadeiramente extraordinário, revelador de um caráter muito irascível. Imagine-se: foi mudado 4 vezes de cárcere, tendo por companheiros mais de uma dúzia de presos de categoria muito diversa e todos eles contaram episódios incríveis, colocando na boca do Mesquita palavras tão insultuosas que eles próprios se recusavam a pronunciar. Exemplo: Pedro da Mesquita dizia que os cristãos tinham santos para tudo e que até deviam ter um santo para o “olho da parte imunda” e se o não tinham que fizessem santo para isso o Conde Redondo!

Particularmente agressiva era a linguagem usada ao falar do papa, dos cardeais e dos inquisidores e quando falava de Cristo e dos santos, apontando para as imagens… A propósito, também este processo é extraordinário pois nos mostra que nos cárceres da inquisição havia quantidade de imagens pintadas nas paredes: Cristo no horto, Cristo na Cruz, Verónica, Senhora do Rosário, milagre da Senhora da Nazaré…

Difícil explicar como é que um homem de 30 anos, preso por crimes contra a religião, continuava dizendo tantas blasfémias e barbaridades, alto e bom som, para os diversos companheiros de cela, incluindo um frade cristão-velho e um ex-carcereiro da inquisição. Era o mesmo que estar a pedir que o queimassem…

Seria um louco) Faltava-lhe uma aduela? Ou, antes, era “soberbo” e amigo de “contradizer”, como os outros o retrataram? E porque se gabava de ter enviado 5 mil cruzados para Livorno e se preparava para fugir e tornar-se ali judeu, como os seus irmãos? Aparentemente era esperto e instruído, a ponto de elogiar a parte do Catecismo de Frei Bartolomeu dos Mártires que falava de Moisés e o resto “estercos, sujidades e mentiras”. E sobre os inquisidores questionava: — Querem ser juízes de nossas consciências, dando-nos Deus livre arbítrio?

Manuel Mesquita, cristão-novo, rendeiro, de Leiria e João Esteves, guarda da inquisição, foram seus companheiros de cárcere e, face à torrente de blasfémias e comportamentos judaicos de Pedro, resolveram-se a escrever uma espécie de diário dos mesmos, para contar aos inquisidores. Veja-se a referência feita pelo ex-guarda, no dia 18.7.1630:

— Rezando o dito Manuel Mesquita e oferecendo a reza a uma imagem de nª sª do Rosário, que na parede estava pintada em papel, o dito Pedro Mesquita se foi por detrás e o empurrou para que desse com os focinhos na imagem, com escárnio e desprezo dela evidente.

 E esta, referida ao dia 24 seguinte:

— O dito Pedro Mesquita disse (…) que fora uma vez a S. Gião, pela quaresma pedir um escrito de confissão a um clérigo por 50 réis,; e que o achara sempre escrito por um tostão de confissão, sem se confessar, por se desobrigar da quaresma…

Pedro e outros prisioneiros de cárceres diferentes comunicavam por código e abecedário feito de pancadas na parede. Assim, ele era conhecido como o Farol da Barra e grave crime cometido por ele cometido no cárcere foi o de tentar induzir outros presos a “dar” no Chacon e outros seus acredores, aconselhando a que as denúncias deviam ser feitas perante o inquisidor Pedro da Silva Faria “que folgava muito dessem em homens ricos”. Em uma das mensagens comunicadas por pancadas na parede, um Fulano Farto que estava noutra cela pediu-lhe: — Dá no Baeça do hábito de Cristo e nos Passarinhos, que já cá estão. A isto respondeu Pedro “pelo ABC, que assim o faria, se eles quisessem dar nos Chacon e que muitas vezes dissera falsamente de muitas pessoas para contentar o senhor inquisidor Pedro da Silva, que folgava muito de darem em muita gente rica e que a gente que nomeara tinha de fazenda mais de 500 mil cruzados”.

Obviamente que a sentença, lida no auto da fé de 2.4.1634, teria de ser exemplar: — Cárcere e hábito perpétuo, sem remissão e em confiscação dos bens e leve mordaça e carocha de falsário e seja açoitado pelas ruas públicas da capital e degredado para as galés por tempo de 10 anos, onde servirá sem soldo.

Notas:

1 - Inq. Coimbra, pº 7067, de Diogo Mesquita Muñoz: — O tio Francisco Vaz, já defunto, foi casado com Inês Vaz, cristã-nova de Vila Flor e depois de viúva foi para Madrid, de que tiveram 3 filhos e 2 filhas.

2 - Breve faleceu o pai e, anos depois, o cunhado Manuel Fernandes e, ficando viúvas, a mãe e a irmã de Pedro, foram também para Madrid, ao início da década de 1630.

3 - Inq. Lisboa, pº 9949, de Pedro de Mesquita.

4 - Inq. Évora, pº 6132, de Rui Lopes Pinto. A propósito confessará mais tarde Pedro Mesquita: — Vindo ele de Madrid a esta cidade, de assento, vinham também António d´el-Rei (…) Diogo de Pena, mercador de S. João da Pesqueira ou Chacim (…) e António de Leão, mercador do Mogadouro…

5 - Pº 9949: — Disse que havia quebrado de pouco, com débito de 16 mil cruzados a diversas pessoas as quais se encontram em um rol que lhe foi achado, que começa em Diogo Álvares Pessoa e acaba com Henrique de Sola, em que está a dita quantia, e os que tinham um x na lista tinham já assinado um compromisso que se fez com os ditos acredores para lhe esperarem cada um pelo seu débito 3 anos em cada seu pagamento, ficando por fiadores dele declarante Rui Lopes Pinto, seu sogro e Jorge Gomes Pinto seu cunhado…

Fumeiro: ventos e fumos

Estamos em pleno apogeu da degustação do fumeiro, sejam os enchidos de massa, sejam os integralmente de carnes, sejam ainda os «misturados» de sangue agres e doces, tabafeias e por aí fora até aos menos conhecidos para o vulgo caso dos chavianos e das larocas, sem esquecer os reizinhos tão do agrado dos meninos das aldeias num tempo corroído pela máquina do progresso tecnológico triturador de usanças artesanais na arte de conceber produtos impregnados de fumos e ventos.

Fumos de lenha seca de boa estirpe, ventos a fanfarem entre as frinchas das telhas produzindo ardores nos olhos dos arrimados em torno da lareira, do lar.

Os fumos desinquietados perturbavam a denomina lida da casa confinada à lareira e adjacências, faúlhas enriqueciam os caldos grossos invernais, até as chouriças a assar no borralho sofriam inclemências obrigando a maiores desvelos na boa preparação das mesmas.

Acaba de pousar nas estantes das livrarias o livro Entre Fumos e Ventos, Editorial Bertrand, da autoria de um competente, logo esclarecido chefe de cozinha, mesmo chefe, o Chefe Nuno Diniz, o qual é dono de vivaz currículo repartido entre os fogões, as caçarolas, as prensas de onde saem patos a pedirem meças aos do famoso restaurante parisiense Tour d’Argent, e do estudo das causas decorrentes da criação e inovação culinária. O livro é documento a ler e consultar no tocante a chouriços do terrrunho português, peca pela falta da bibliografia consultada, isso não apouca o mérito do trabalho. É um pecadilho!

O Chefe Nuno Diniz é um apaixonado e defensor da Serra do Larouco, do termo de Montalegre, eis a sedução convertida em livro falando de ventos ásperos provindos dos cabelos misteriosos da divindade serrana, das fumaças a afagarem os famosos enchidos ora conhecidos em todo o território português e pelo menos na Galiza.

A Feira do Fumeiro de Montalegre iniciou-se num espaço apertado debaixo da batuta do então Vereador da Cultura Orlando Fernandes, presentemente o primeiro timoneiro da Edilidade barrosã. A festa incluía um concurso destinado a premiar a melhor chouriça de carne e a mais bem conseguida alheira. Nenhuma alheira foi distinguida originando a decisão desenvolta e atrevida levando em linha de conta o ambiente, tendo originado um intenso ruído polvilhado de verrinosas e vernáculas palavras. O Presidente do Júri, o sabedor Padre João sossegava-me, o outro jurado natural de Padronelo, proprietário de talhos em Fafe, conseguia superar o vozear explicando os critérios de apreciação para lá de exibir alheiras defeituosas na sua confecção. Durante alguns anos frequentei a Feira do Fumeiro e posso testemunhar quão importante foi e é no desenvolvimento económico, social e turístico do concelho de Montalegre. A vetusta vila pese a sua importância estratégica no passado e assinalável história foi fenecendo ao ritmo do progresso científico e técnico da arte da guerra, foi porto seco, na maior parte do século XX as pessoas daquela região viviam mal, notabilizando-se devido à boa qualidade da batata de semente. Até chegar a Feira/Festa do Fumeiro. Sem tirar, nem pôr o generoso porco, porcos, trouxeram e trazem muitos milhões à generalidade das pessoas. Fico feliz por tudo quanto a marca maior – o reco – nas suas múltiplas designações consegue trazendo multidões ao Barroso, levando de volta o estômago saciado de pitanças porcinas, as bagageiras dos meios de transporte toda a casta de produtos propiciadores de chorudos lucros às farmácias pois não há bela sem senão.

A Feira de Fumeiro coeva mais antiga é a de Vinhais, bem organizada, é outro grande acontecimento nesta área alimentar e de júbilo palatal, a estrutura integra um Centro de Interpretação alusivo ao – leitão, larego, farrôpo, marrancho –, eis algumas designações do estimado amigo das donas de casa transmontanas, cuja acção visa perpetuar a memória unitária da paisagem e o animal, cujo traço de união é o castanheiro nobre árvore geradora de frutos imprescindíveis na dieta dos suínos geradores de carnes gostosas expressas no fumeiro.

Nos dias de hoje as feiras do fumeiro proliferam, miméticas, sem a vivência das acima enunciadas e ainda a de Boticas, as populações locais aderem, sempre vão amealhando umas receitas, o povo, essa entidade abstracta frequenta-as alegremente, pudera, a satisfação auferida é grande, como longo é o ano de muitos dias de combate ao colesterol. Dias não são dias, aquelas feiras possibilitam tirar a barriga de desejos, felizmente, de misérias já não.

Graça minhota em Trás-os-Montes

Ter, 15/01/2019 - 10:07


Olá ilustre familiazinha! “FAI CÁ UM FRIO!!!”

Em muitas das nossas terras, como nos confirma a tia Palmira, de Grijó (Bragança), “se a nossa terra fosse visitada por dois teimosos, engarravam-se, porque um ia dizer que era neve e o outro dizia que é geada!”. Mas é uma senhora geada, que já fez com que o contador da água e os canos da tia Julieta, de Suçães (Mirandela) e de muitos mais tios e tias, tivessem rebentado.

O rio deme Gimonde (Bragança) já congelou e tornou-se numa pista natural de patinagem artística. Claro que dias assim também servem para os órgãos de comunicação social nacionais noticiarem o frio que nós suportamos por cá. Mas nós já estamos ‘vacinados’ contra o frio do Inverno e o calor extremo do Verão. O nosso povo sabe bem que tem que andar muito agasalhado e ter as casas sempre quentinhas, com a lareira sempre acesa à custa da lenha que ainda é o combustível mais gasto na nossa região.

Nestas madrugadas gélidas, o nosso programa tem tido o calor humano da nossa família que nos tem mimado com os cantares de Reis. Hoje a nossa edição é abençoada por Santo Amaro, porque o dia 15 de Janeiro é dia de ‘Santo Amaro buteleiro’ e em muitas terras é tradição comer-se neste dia o butelo (salpicão de ossos).

No passado fim-de-semana também se festejou o

S. Gonçalo, em Outeiro (Bragança), onde ainda se mantém a tradição da dança da rosca (a dança dos bate-cus), segundo nos informou a nossa tia Ludovina.

Na última semana estiveram de parabéns a avó Libânia, de Vila Nova de Monforte (Chaves), que festejou dois anos, depois do século de vida (102); José Luís (72), de Vale de Gouvinhas (Mirandela); Amélia (72) e Cláudia Topete (39), ambas de Souto da Velha (Torre de Moncorvo); Eugénio Cantoneiro (75), de Nuzedo de Baixo (Vinhais); João Eduardo (44), de Regodeiro (Mirandela); Jorge Manuel (54), de Carrazedo de Montenegro (Valpaços); Irene Farruquinha (47), de Coelhoso (Bragança), que vive em França; Zita (79), de Cabeça Boa (Bragança); António Bragança (46), pai dos gémeos Henrique e Maria, de Bragança; Regina (60), de Nuzedo de Cima (Vinhais) e Bernardete (80), de Celas (Vinhais). Que estes nomes voltem a ser escritos para o ano nesta página e que Deus os abençoe com muita saúde.

Agora vamos conhecer melhor a nossa tia Gracinha, a nossa minhota do cavaquinho.

A década fatal

Ter, 15/01/2019 - 10:02


Há uma semana escreveu-se neste espaço que o Plano de Investimentos até 2030 poderia trazer-nos notícias demolidoras, apesar dos panos quentes em que o poder tem sido pródigo, autênticos emplastros para aliviar a dor, mas avaro em acções necessárias para reverter uma situação que se agrava todos