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Editorial

Em Trás-os-Montes, há sinais claros de transformação. A região, durante muito tempo afastada das principais rotas turísticas, começa a ganhar espaço e atenção. Este crescimento não surge do acaso.

Bragança voltou a ser palco de um dos maiores espetáculos de aviação do país, o Careto Air Show, que atraiu milhares de visitantes e pôs a região no mapa da aviação nacional e internacional.

Num território onde a paisagem e a economia se entrelaçam com o ritmo da natureza, é reconfortante saber que há ciência de excelência a brotar no coração de Trás- -os-Montes.

A oliveira é mais do que uma árvore em Trás-os-Montes. Representa um símbolo de resiliência, de história e de economia. A paisagem ondulada da nossa região está pintada por olivais que, geração após geração, sustentam famílias, enchem lagares e dão ao mundo o sabor único do azeite transmontano.

A paisagem natural de Bragança é, sem dúvida, um dos seus maiores patrimónios. Mas, nas últimas semanas, essa paisagem tem sido manchada, literalmente, por alegadas descargas de esgoto no rio Sabor, nas imediações da Capela de São Lázaro.

O Nordeste Transmontano tem, ao longo da sua história, firmado a sua identidade na relação íntima com a terra. A agricultura é mais do que uma atividade económica: é cultura, é tradição, é sustento.

As eleições legislativas marcam uma viragem decisiva na política nacional e deixam vários sinais claros, quer para os líderes partidários, quer para o povo português e, mais concretamente, para os cidadãos deste interior que, como Bragança, continua a escrever páginas distintas na história democr

Se há coisa que as últimas semanas têm revelado é que o Interior, apesar da sua resiliência, continua exposto às incertezas do clima e à falta de reconhecimento institucional.

Num país que se diz democrático e onde a representatividade territorial deveria ser uma prioridade, continuamos a assistir a uma preocupante marginalização dos meios de comunicação regional.

A edição desta semana do Jornal Nordeste chega às bancas com um dia de atraso. O motivo é conhecido por todos: o grande apagão que, esta segunda-feira, paralisou não só a região, mas também vastas áreas de Portugal e da Europa.

Finalmente registou-se a inclusão da ligação ferroviária Porto-Vila Real-Bragança no Plano Ferroviário Nacional. Mais do que uma promessa, trata-se de um reconhecimento oficial de uma das mais justas e antigas reivindicações de Trás-os-Montes.

A notícia que publicamos nesta edição revela uma realidade preocupante, mas infelizmente não surpreendente: no distrito de Bragança, o socorro de emergência médica continua a depender mais da resiliência dos bombeiros do que da responsabilidade do Estado.