O desânimo está quase a tomar conta de nós, que não suspeitávamos do ronco das bestas do apocalipse e até enchemos o peito dos ares do Verão, depois da Primavera passada, fértil em dores e ansiedades, mas com porta aberta para a esperança, rainha de todas as ilusões que nos sorriem, matreiras, en
Editorial
Bem nos parecia que os protestos de renovada atenção às potencialidades do país em geral e do dito interior, em particular, não passavam de fingidos remorsos, lágrimas de crocodilo pronto a fechar as mandíbulas sobre a desgraça dos que não têm outro remédio senão chegar-se, trémulos e sedentos, à
Já cansam as manifestações da sanha assassina dos ditos extremistas islâmicos, sem que se conheçam medidas implacáveis de controle e de repressão eficaz por parte dos estados democráticos deste planeta.
Apesar da estranha evocação do tratado de Tordesilhas, num passe de retórica retumbante do Primeiro-Ministro português, a Cimeira Ibérica da Guarda ficou marcada mais pelo nevoeiro, que retardou a chegada de Sanchez, do que pelos horizontes radiosos que dali se pretenderiam vislumbrar.
O que se tem passado, desde Março, nos lares de idosos, um pouco por todo o país, não contribuiu para consolidar a confiança nas instituições, entendidas como esteios fundamentais da sociedade organizada e democrática.
Ainda não chegou o frio mas já nos sentimos rodeados de Inverno, esse tempo de precipitação involuntária na prostração, antes da retoma de todas as esperanças, que é a pulsão trazida por cada nova primavera.
Foi uma semana farta em anúncios de candidaturas às presidenciais, depois de um Verão a recocar no caldo morno, gorduroso e insosso da política nacional, prestes a dar ao azedo, por vias da peste que nos tranca a goela, secando corpos, abafando entusiasmos, matando esperanças, roendo as poucas fo
A vida como a conhecemos é uma aventura, sempre arriscada, neste planeta azul e provavelmente no universo de que temos notícia com os meios de observação disponíveis.
Não faltam no nosso território marcas de relação vital com o sagrado, esse espaço/tempo de pulsões, intuições, angústias e desesperos, mas também da esperança, da alegria, da festa que nos mantém cheios de vontade de viver.
Os números são cruéis. Apesar de muitos de nós não alimentarmos ilusões há décadas, sempre fomos sentindo que não seria destino fatal, que bastava vontade política e coragem para encontrar outros caminhos e garantir que, pelo menos, os núcleos urbanos fossem poupados à razia que a praga demográfica estava a provocar nos espaços rurais deste território.
Não há nada de novo, inesperado ou insólito nos afloramentos de radicalismo que foram objecto de notícias recentes, agravando a prostração a que nos condenou um Verão de abafar, num ano de vírus saltitantes, anunciando tragédias a cada momento.
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