O amor já não é o que era?

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Ter, 15/02/2022 - 09:16


Em dia de fecho desta edição celebra-se o Dia do Amor, também chamado de Dia de São Valentim ou dos Namorados. Não podíamos deixar de sair à rua para perceber o comportamento em relação ao consumo. 
Falámos com empresários do ramo da hotelaria, ourivesaria e flores. Estes depositam as suas expectativas nestes dias nomeados, mas é certo que os recentes impactos globais da pandemia de COVID-19 têm afetado criticamente as pessoas. Os empresários sentem que os clientes estão preocupados não só com a saúde, mas especialmente com situação financeira. 
Serão apenas essas as razões para que esta época não ter correspondido à de anos anterior? 
Estudos apontam que a restrição da prática social tem gerado amplamente limitações no dia-a-dia, especialmente para os familiares que foram obrigados a viver juntos durante o confinamento. Os que não foram “obrigados” a viver juntos, “digitalizaram” as suas relações, o que leva a que o melhor presente do Dia dos Namorados seja um post bem repimpado nas redes sociais. Quem não gostou nada destas novas “modas” foi o nosso comércio tradicional.
Se considerarmos os benefícios do confinamento, o tempo em família pôde ser obtido como um factor essencial que ajuda a criar laços fortes, amor, conexões e de relacionamento. No entanto, as evidências emergentes do aumento dramático nos problemas de relacionamento, incluindo violência e abuso, foram reveladas globalmente.
Os dados relativos à violência no namoro estabilizaram, significa que as denúncias não aumentaram. Aliás, a PSP revelou que número de queixas de violência no namoro desceram 5% em 2020 face a 2019. À partida seria uma boa notícia, no entanto, não só os números mostram a realidade das coisas. Um estudo da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) mostra que 26% dos jovens acham legítimo o controlo, 23% a perseguição, 19% a violência sexual, 15% a violência psicológica, 14% a violência através das redes sociais e 5% a violência física. Resumindo, quase sete em cada dez jovens que participaram nesse estudo acham legítimo o controlo ou a perseguição na relação e quase 60% admitiram já ter sido vítimas de comportamentos violentos. Este dia é sempre altura de comemorar, mas também de repensar de que forma está a evoluir a sociedade e não me parece que estes dados sejam muito “amorosos” nos dias de hoje.
Temos vindo a noticiar a abertura dos Balcões Únicos do Prédio por todo o distrito. Não estava muito clara a função deste serviço e muita gente mostrou dúvidas não entendendo para que serviam. Então nesta edição fomos tentar perceber qual é realmente a sua utilidade. Da forma como foi apresentado parecia que se podia registar um terreno sem custos, mas na verdade o que se pode fazer é georreferenciar um terreno, ou seja, podem ser identificados os limites dos terrenos, por meios digitais, assim como quem é o legitimo proprietário das matrizes e isso sim não tem custos. O resto é como sempre foi.
 

Cátia Barreira