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Editorial

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Muitos se lembrarão de viver, nas aldeias mas também nas cidades, nomeadamente no interior rural, até há menos de 50 anos, paredes meias com galinheiros, pombais ou lojas de porcos, importantes para a economia familiar, quando ainda não havia aviários nem pocilgas industriais.

Pessoas de boa fé podem questionar-se se não estaremos a assistir a uma ofensiva contra a humanidade, perpetrada por todos os demónios imagináveis, vindos de um obscuro reino do mal, que racionalmente recusamos, apesar de irromperem no nosso quotidiano fenómenos que gostaríamos de relegar para me

Fundamental na política é a dignidade, indissociável da inteireza de carácter, da clarividência, da coragem e da humildade, que reconhece, com franqueza e frontalidade, os erros e omissões, mostrando-se capaz de fazer esforços para os corrigir.

Fevereiro chegou molhado como manda a experiência milenar, mas agora refrescou e temos tido noites geladas, a lembrar Janeiro, com sol generoso pelas tardes, conforto breve para gente entrada na idade, com saudades do vigor que não cedia a um friasco qualquer.

Qualquer dicionário básico nos informa que paradoxo significa coisa incrível, desconchavo, afirmação ao arrepio do bom senso, extravagância.

A política pode ser expressão de grandeza da condição humana, mas fica-se muitas vezes pelos níveis míseros do imediatismo vicioso, sem objectivos que não a manutenção no poder, numa vertigem de ilusões que fintam a lucidez, mesmo dos mais experientes, ou assim reconhecidos pelas comunidades.

Sou um entre muitos transmontanos vindos ao mundo no princípio da segunda metade do século XX, quando os carros de bois chiavam nos caminhos, as mulheres desenferrujavam a língua junto à fonte, os ritmos continuavam a ser marcados pelo sino da igreja matriz e a senhora professora, virtuosa, beata

Há uma semana escreveu-se neste espaço que o Plano de Investimentos até 2030 poderia trazer-nos notícias demolidoras, apesar dos panos quentes em que o poder tem sido pródigo, autênticos emplastros para aliviar a dor, mas avaro em acções necessárias para reverter uma situação que se agrava todos

Chegado Janeiro, geadas à moda antiga, dias de céu límpido na Terra Fria e de nevoeiros gelados nos vales da Terra Quente, que multiplicam postais fascinantes nas redes sociais, quase nos sentimos de volta ao nordeste autêntico, como se ainda houvesse uma força telúrica a irromper, seminal, das f

Acordar a 1 de Janeiro traz sempre um não sei quê de fantasia, mesmo quando chove ou o nevoeiro nos limita o horizonte. Mas, se o sol brilhar no céu azul, depois de uma noite límpida com o tal luar que não tem parceiro, até se sente a alma a vibrar como se nada fosse impossível.

Calha este ano que a edição próxima do solstício de Dezembro sai no próprio dia de Natal, adaptação cristã de celebrações que, pelo menos desde o Paleolítico Superior, são observáveis entre os humanos, na sua relação com o pulsar da natureza, resultante da percepção que lhes era possível dos ritm

O acaso, esse imponderável monstro da obscuridade, continua a encher-nos de medo, apesar de toda a ciência e das tecnologias que nos levam a esquecer a fragilidade da nossa condição perante os caprichos de uma natureza cruel, dada a festins mortíferos.