Manhã de sexta, ao balcão de pagamentos da repartição de finanças de Bragança, uma mulher para lá dos setenta, aura de menina de toda a vida, esbelta, suave, de um fulgor discreto e voz serena, pergunta à funcionária se ainda terá tempo de se deslocar a outros serviços para deixar resolvida a que
Editorial
A política é uma expressão notável da condição humana, a par da inteligência, das emoções e dos sentimentos, que rasgaram os horizontes da cultura e nos libertaram do determinismo puro e duro da natureza.
A cada novo dia parece estarmos destinados a acordar para o sobressalto, para a angústia que rói o ânimo e segreda a resignação, para a canseira de teimar que o país poderia encontrar outro rumo de ocupação equilibrada do território, com vantagem para os cidadãos do presente e do futuro.
Estranhamente o país de Abril, prometendo Maios encantados, tem conhecido governos que elegeram como alvo de medidas orçamentais de contenção da despesa do Estado um grupo profissional que já foi bandeira de progresso, depois utilizado como trunfo eleitoral e agora aparentemente destinado a ser o
Queixamo-nos, com razão, do centralismo das direcções políticas instaladas na república, que todos os dias nos vai esvaziando os territórios, sem que encontremos ponto de apoio para acreditar no futuro.
A educação é um dos fundamentos da construção de sociedades verdadeiramente democráticas.
Por enquanto não se encontrou recurso mais eficaz do que a racionalidade, suportada no conhecimento, para atingir a elevação da condição humana.
Ser de Trás-os-Montes e ter optado por ficar, resistir às voragens que a infeliz história política deste país nos destinou e continuar a acalentar certezas de que haveria outros caminhos está a tornar-se condição de insanidade irremediável, a roçar a paranóia, que nos remete para o ridículo.
Quase no fim da segunda década do século XXI estamos a viver uma semana que poderia constituir um ponto de viragem no destino do país, se fosse aberto realmente o caminho de ruptura com as políticas que condenaram três quartos do território ao abandono.
É difícil encontrar alguém que não reconheça mérito às associações de bombeiros voluntários, instituições que têm dado contributos inegáveis para a segurança e a tranquilidade das comunidades todos os dias de cada ano.
Começara o século quando um António, quase tão santo quanto o proclamado padroeiro da capital, também com dotes oratórios afamados, mas igualmente destinado a sermonar aos peixes, comunicou ao país, entre pesaroso e desiludido, que já não suportava o fedor do pântano em que se tornara a política
A nossa relação com o trabalho não anda longe da que mantemos com o pecado original que o primeiro livro da Bíblia carregou com tons de tragédia irremediável, renovada a cada geração chegada a este mundo para se confrontar com um horizonte de má sorte de que só se libertará para além da dor, depo
Completam-se amanhã quarenta e quatro anos sobre o dia em que floriram cravos nas mãos e nos canos das espingardas neste Portugal, país do poente, sempre promessa de madrugadas empolgantes e manhãs radiosas, enquanto não chegam tardes entediantes e vésperas de desânimo.
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