Henrique Pedro

PUB.

O Mystic Tua

Já se perdeu a conta aos anos a que a mítica linha do Tua foi desactivada. O que não é de admirar, porquanto tal aconteceu em 1992. Já no século passado, portanto. Todavia, muitas esperanças continuaram a correr rio abaixo mas que invariavelmente desaguaram no mar das promessas eleitorais, eufemismos de mentiras. Sobretudo a partir do momento em que alguém, com poder para tanto, ousou erguer a controversa barragem da foz do Tua, (um espinho cravado na garganta dos ambientalistas que, impotentes, viram as suas justas reclamações inexoravelmente afogadas no vale sacrificado), mandatando autarcas subservientes para porem a correr novas ilusões, agora rio acima, contra corrente. A verdade é que o vale do Tua, na sua pureza virginal, reunia potencialidades geomorfológicas, biológicas, agrícolas, ambientais e turísticas tão ou mais valiosas do que aquelas que alicerçaram o desnaturado paredão e que era forçoso afogar. Talvez isso também explique que não tenha demorado a encher-se a albufeira que submergiu 17 km de ferrovia, na qual continuam a esbracejar tais sonhos e ilusões votados ao abandono. De palpável resta um emblemático edifício arruinado, bem no coração de Mirandela, à espera dos turistas que, ao que tudo leva a crer, só eles o poderão salvar do colapso ou da banal inutilidade em que definham muitos projectos apodados de culturais. Todas a esperanças continuam a recair na Mystic Tua, a novíssima empresa do conhecido empresário Mário Ferreira que se propôs trazer turistas qualificados, algumas centenas que sejam já será muito bom, e dar corpo e alma a tão peregrino projecto, que se prefigura, mesmo assim, de importância decisiva para o progresso de Mirandela e da própria região envolvente, em várias vertentes. Mystic Tua! Nome mais apropriado não poderiam ter encontrado, porque, até ver, tudo o que existe não passa de uma miragem, de um mistério, de uma devoção a Nossa Senhora do Amparo, para aqueles que acreditam. Para surpresa e desgosto de muitos, porém, Mário Ferreira veio recentemente a público ameaçar que se retirará do projecto se quem de direito continuar a não fazer o que deve ou a não decidir o que deve ser urgentemente decidido. Isto é, se a balofa Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua não decidir, ou não ousar que quem de direito decida o que deve, o projecto, que não tem alternativas, morre. Fica-se assim sem saber se a etérea Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua, um monstro acéfalo que se tem mostrado incapaz de levar a bom porto tão decisivo empreendimento, é a causadora de tamanho imbróglio ou ela própria o próprio imbróglio. Talvez esteja à espera da “bazuca” PRR, para caçar tordos! Foi com muito agrado, contudo, que os mirandelenses tomaram conhecimento público de que as obras de requalificação da emblemática Estação irão arrancar, finalmente, o que os leva a induzir que também o projecto Mystic Tua deixará, por fim, o domínio místico para se tronar realidade. É uma esperança que renasce. Esperemos que os tapumes que foram prometidos para os “próximos dias”, aguentem firmes para lá das eleições autárquicas que se avizinham, sinal de que a obras da estação arrancaram de verdade e que os prazos estabelecidos serão cumpridos. Pintar um depósito de água, ainda que simbólico, é poucochinho. Vale de Salgueiro, 15 de Fevereiro de 2021

Penitência, penitência, penitência!

Mais do que sentir vergonha, (hoje em dia já ninguém sente vergonha de coisa nenhuma), todos temos, isso sim, que nos penitenciar, o que implica arrependimento e reparação.

Uns mais do que outros, claro está. Os políticos mais do que os cidadãos comuns. Os ministros e os deputados mais do que os presidentes de junta de freguesia, a quem apenas compete zelar pela limpeza das ruas, do arranjo de cemitérios e pouco mais. Muito mais que os demais devem penitenciar-se os demagogo-populistas Marcelo de Sousa e António Costa que, na hora da verdade, não tiveram generosidade suficiente e coragem bastante para refrear as suas ambições políticas em favor de um Penitência, penitência, penitência! combate à pandemia mais instante e eficaz. Deixaram correr o marfim, a desgraça melhor dizendo, acautelando as suas imagens e a reeleição, pró- -forma, de Marcelo de Sousa, condenando, sabe-se lá quantos mais concidadãos, a uma morte que poderia ter sido evitada. Devem à Nação, por isso, penitência política e criminal. Dúplice cumplicidade de que não está isento de culpa Rui Rio, o principal líder da oposição, que continua à espera que Belém e São Bento peguem fogo para vestir a farda de bombeiro. O mesmo se dirá de Catarina Martins e de Jerónimo de Sousa, náufragos no mar da democracia, que viram na “geringonça” a nau Catrineta que os poderia salvar. Mas todos temos que nos penitenciar de quê, afinal? Genericamente, do estado calamitoso em que Portugal se encontra. Na oportunidade, da trágica vergonha de Portugal ser o pior país do mundo no número de infectados e mortos, por milhão de habitantes, pela Covid-19. Também da série interminável de escândalos, o mais recente dos quais é a apropriação criminosa de vacinas contra o Covid-19 por titulares de cargos públicos. Ainda que uma espécie (racional ou nem tanto) sempre lute pela sobrevivência, não é admissível, porém, que pequenos títeres instalados nos diferentes patamares do poder se dêem ao topete de furar a fila da vacinação, quebrando todas a regras éticas, políticas e cívicas. Também porque o sector público português acaba de receber a pontuação mais baixa de sempre na tabela de combate à corrupção. E ainda todos temos que nos penitenciar da triste realidade do futuro de Portugal depender, uma vez mais, de volumosas remessas financeira da EU, que poderão não ser o arco-íris que anuncia bom tempo, como se espera, mas o sortilégio que nos condena a males ainda piores. Claro que, no que ao combate à Covid-19 diz respeito, o cidadão comum só é verdadeiramente culpado quando não cumpre as regras sanitárias. A culpa maior, porém, sempre recai em quem de direito não pune os prevaricadores ou não propicia condições para que todos as possam cumprir. O cidadão comum deve, isso sim, penitenciar-se quando se abstém de votar e não elege quem deve. Sendo que a abstenção generalizada apenas confere mais alargado espaço de manobra a todos que se auto perpetuam no poder e a quantos se aproveitam de uma qualquer forma de corrupção. Portugal atravessa um dos momentos mais difíceis da sua História devendo os portugueses, mais do que nunca, ser realistas e preparar-se para cenários de fome e miséria. Uma coisa é certa, portanto: não deve a dupla demagogo-populista Marcelo de Sousa/António Costa continuar a sacudir culpas do capote e a manter os portugueses adormecidos com falinhas mansas. Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.Uns mais do que outros, claro está. Os políticos mais do que os cidadãos comuns. Os ministros e os deputados mais do que os presidentes de junta de freguesia, a quem apenas compete zelar pela limpeza das ruas, do arranjo de cemitérios e pouco mais. Muito mais que os demais devem penitenciar-se os demagogo-populistas Marcelo de Sousa e António Costa que, na hora da verdade, não tiveram generosidade suficiente e coragem bastante para refrear as suas ambições políticas em favor de um Penitência, penitência, penitência! combate à pandemia mais instante e eficaz. Deixaram correr o marfim, a desgraça melhor dizendo, acautelando as suas imagens e a reeleição, pró- -forma, de Marcelo de Sousa, condenando, sabe-se lá quantos mais concidadãos, a uma morte que poderia ter sido evitada. Devem à Nação, por isso, penitência política e criminal. Dúplice cumplicidade de que não está isento de culpa Rui Rio, o principal líder da oposição, que continua à espera que Belém e São Bento peguem fogo para vestir a farda de bombeiro. O mesmo se dirá de Catarina Martins e de Jerónimo de Sousa, náufragos no mar da democracia, que viram na “geringonça” a nau Catrineta que os poderia salvar. Mas todos temos que nos penitenciar de quê, afinal? Genericamente, do estado calamitoso em que Portugal se encontra. Na oportunidade, da trágica vergonha de Portugal ser o pior país do mundo no número de infectados e mortos, por milhão de habitantes, pela Covid-19. Também da série interminável de escândalos, o mais recente dos quais é a apropriação criminosa de vacinas contra o Covid-19 por titulares de cargos públicos. Ainda que uma espécie (racional ou nem tanto) sempre lute pela sobrevivência, não é admissível, porém, que pequenos títeres instalados nos diferentes patamares do poder se dêem ao topete de furar a fila da vacinação, quebrando todas a regras éticas, políticas e cívicas. Também porque o sector público português acaba de receber a pontuação mais baixa de sempre na tabela de combate à corrupção. E ainda todos temos que nos penitenciar da triste realidade do futuro de Portugal depender, uma vez mais, de volumosas remessas financeira da EU, que poderão não ser o arco-íris que anuncia bom tempo, como se espera, mas o sortilégio que nos condena a males ainda piores. Claro que, no que ao combate à Covid-19 diz respeito, o cidadão comum só é verdadeiramente culpado quando não cumpre as regras sanitárias. A culpa maior, porém, sempre recai em quem de direito não pune os prevaricadores ou não propicia condições para que todos as possam cumprir. O cidadão comum deve, isso sim, penitenciar-se quando se abstém de votar e não elege quem deve. Sendo que a abstenção generalizada apenas confere mais alargado espaço de manobra a todos que se auto perpetuam no poder e a quantos se aproveitam de uma qualquer forma de corrupção. Portugal atravessa um dos momentos mais difíceis da sua História devendo os portugueses, mais do que nunca, ser realistas e preparar-se para cenários de fome e miséria. Uma coisa é certa, portanto: não deve a dupla demagogo-populista Marcelo de Sousa/António Costa continuar a sacudir culpas do capote e a manter os portugueses adormecidos com falinhas mansas.

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

Uma desgraça nunca vem só

A pandemia Covid 19 constitui uma imensa desgraça para a Humanidade ainda que haja quem assevere que traz benefícios vitais para o Planeta, considerando a diminuição das emissões de carbono e a mitigação das correlativas alterações climáticas. Melhor seria, ainda sim, que todos os povos da Terra aprendessem a viver de forma mais equilibrada, de uma vez por todas. Infelizmente as nações são maioritariamente governadas por gente de má vontade que não se move pelos melhores propósitos. Os regimes totalitários, todos de inspiração comunista ou islamita, regem-se por leis desumanas e os democráticos chafurdam no vício e na corrupção. O pequeno Portugal não foge à regra, com a agravante de que outras desgraças de natureza política e administrativa interagem negativamente com a desgraça sanitária e as nefastas consequências económicas e sociais. Uma desgraça, porém, nunca vem só, como sói dizer-se. É o caso da desgraçada governança de António Costa que mais uma vez evidencia não ter vocação para coordenar eficazmente governos em tempo de crise. A ministra da Justiça, como se não bastassem as pérfidas substituições da Procuradora Geral da República e do Presidente do Tribunal de Contas, protagonizou o mais aviltante acto político de que há memória com a tortuosa nomeação do procurador português para a Procuradoria Europeia. Outros méritos, por certo, valeram a Francisca Van Dunem ser arregimentada para uma pasta governamental de tão elevada exigência ética. Já o ministro da Administração Interna cada cavadela que dá sai gorda minhoca, como se diz na gíria, o que nos induz a admitir que embora Eduardo Cabrita seja um governante medíocre, não quer dizer que não possa ser um excelente jardineiro. Mais exemplos de desgraças poderão ser encontrados nos ministérios dos Transportes, da Educação ou do Ambiente. Quanto à Saúde melhor será nem falar enquanto os portugueses estiverem a sofrer esta terrível tragédia, muito por culpa da frouxa liderança dos demagogo-populistas Marcelo de Sousa /António Costa. Uma outra desgraça de mais alto nível, figurada na pessoa de Marcelo de Rebelo Sousa, cidadão exemplar, popular artista político, senhor de palavra dócil e acção suave, garante ao Sistema (Regime) o indispensável alento político. O lastro de todas estas desgraças é o desgraçado Sistema (Regime) com que a democracia se mascarou, por detrás do qual se acoitam a incompetência, o nepotismo e a corrupção que desgraçam o Estado e desvirtuam a democracia. A maioria dos eleitores que votaram, expressou o desejo de voltar a ver Marcelo de Sousa a distribuir beijos e abraços, a tirar as emblemáticas selfies e a fazer de salvador nadador nas praias algarvias, já no próximo Verão, sinal de que a pandemia finalmente despareceu. Isto se a Nação sobreviver a tanta desgraça. Resta saber se este Presidente da República reeleito automaticamente pelo Sistema (Regime), oportunamente resistirá à pressão de demitir o Governo e promover eleições legislativas antecipadas. Talvez ele mesmo, desta vez, não se demita do papel fundamental de promover reformas inadiáveis, da Constituição se necessário for, o que, isso sim, seria altamente louvável. A verdade é que a catastrófica abstenção eleitoral só acontece porque os demiurgos do Sistema (Regime) continuam a inibir os eleitores de votar ou não criam condições para tanto.

Que salve a Democracia quem pode!

Não é de agora: a democracia corre perigo em Portugal! Correu perigo durante a vigência da chamada I República, que sucedeu à Monarquia, entre a Revolução Republicana de 5 de Outubro de 1910 e o golpe estado de 28 de Maio de 1926, a que se seguiram a Ditadura Militar, a Ditadura Nacional e o Estado Novo por fim. Voltou a correr perigo logo após ter sido refundada em 25 de Abril em 1974, quando o PCP tudo fez para implantar em Portugal um regime soviético, irmão de sangue do que reinava na URSS e outras forças da mesma igualha lançaram a Nação na mais insana anarquia. Foi o famigerado PREC de má memória, que só terminou em 25 de Novembro com a reposição (pela força das armas, note-se bem!) de um regime que se pretendia genuinamente democrático, justamente liberal e representativo. Regime que, embora liberal (eventualmente em excesso), vem demonstrando à saciedade não ser representativo nem estar formatado para impedir que forças espúrias, obscuras umas, expostas outras, paulatinamente desvirtuem a democracia e desgracem o Estado. Justo foi pensar que Portugal, com a abertura ao mundo que a democracia facultava, o fim das guerras ultramarinas e a forte alavanca política e económica da Comunidade Europeia, se converteria num país modelar. Debalde! A corrupção, o nepotismo e a incompetência, valendo-se dos partidos como trampolins, infestaram todas as instâncias do Estado, a dívida pública disparou, as bancas rotas sucederam-se e as desigualdades acentuaram-se. Situação que não melhorou, antes pelo contrário, com o estabelecimento da denominada ´“geringonça” liderada por António Costa, sob a égide de Marcelo de Sousa. Os escândalos banalizaram-se, a autoridade democrática passou a ser enxovalhada, o controle governamental do Ministério público acentuou-se e a dívida pública acercou-se do ponto sem retorno, mesmo antes da crise pandémica ter eclodido. A democracia desfalece e Portugal definha. As ameaças à democracia não partem, porém, de tropas amotinadas, de melícias de esquerda ou de direita que planeiem tomar de assalto São Bento ou Belém, muito menos de um qualquer André Ventura mais patriota. Vêm, isso sim, da governança incompetente, do domínio do Estado pela alta finança, da corrupção impune e das mentiras governamentais. Estão implícitas nos discursos de Marisa Matias e Ana Gomes que não escondem os seus tiques maoistas e estalinistas, paradigmáticos da esquerda totalitária, quando declaram não respeitar a vontade do povo expressa democraticamente, se não for do seu agrado. Felizmente os chavões fascistas, xenófobo ou racista com que pretendem obstar à mudança, parecem não atemorizar os portugueses. Paradoxalmente, o Regime, embora se reclame de representativo, só sobrevive porque os portugueses são constrangidos a abster-se de votar. Convém lembrar que o actual PR foi eleito, em 2016, com menos de 25% dos eleitores inscritos. O mesmo é dizer que apenas mereceu a confiança expressa de 1 em cada 4 portugueses e que mais de metade não votou. Resultado que, tudo leva a crer, se agravará nas eleições presidenciais em curso. A abstenção traduz, acima de tudo, o desencanto popular, constituindo a mais grave doença da democracia. Mais baixo não poderá descer porque a democracia o não suportará. Que salve a Democracia quem pode! Certo é que só o povo a pode salvar.

O que nos dizem os astros?

Sempre que um novo ano se aproxima há quem se dê ao desfrute de consultar os astros. Na verdade são os astros do céu que comandam a vida dos homens, dos animais e das plantas enquanto os da terra governam com ilusões e falsidades. A rotação do planeta em torno de si mesmo determina os dias e as noites e o seu movimento em torno do Sol marca os anos, influenciando os ciclos climáticos e vegetativos. Os astros do céu orbitam a distâncias inimagináveis e luzem no Universo por uma eternidade, enquanto os astros da terra, artistas fugazes, brilham acima de tudo e de todos no céu da política, que é o maior espectáculo. Mudar de ano, portanto, não é um mero rasgar de uma folha de calendário. Porém, se os astrónomos conseguem prever com precisão a posição dos astros do céu, não há bruxo, astrólogo ou sondagem que consiga determinar com igual rigor o posicionamento imediato dos astros que brilham no céu da política. Todavia, qualquer mortal poderá intuir que os próximos tempos não serão felizes, apesar das múltiplas vacinas contra o Covid e os milhões da Europa que já começaram ser distribuídos, à socapa. Mesmo assim muitos portugueses persistem em favorecer os astros que têm defraudado a Nação desde o nascimento da democracia, muito embora a maioria cedo se tenha remetido à mais céptica abstenção eleitoral. Frustração enorme foi a recente emanação da esquerda seráfica conhecida por “geringonça”, que António Costa liderou e a que Marcelo de Sousa, o astro guardião mor do pantanoso status quo, aderiu de alma e coração. Não é de espantar, por isso, que Portugal continue a afundar-se. Os dados mais recentes do Eurostat, o Gabinete de Estatísticas da União Europeia e o próprio  Instituto Nacional de Estatística reforçam a ideia de que o mítico jardim da Europa à beira mar plantado se converteu no subúrbio mais pobre da União. Não só no que que à economia diz respeito. Também a justiça social se degrada constantemente e os tribunais se mostram incapazes de fazer valer a democracia plena. A própria autoridade do Estado é diariamente rebaixada com escândalos recentes e preocupantes, como é o caso da GNR, que deserta e se entrincheira nos quartéis com medo de gangues tribais. Não por cobardia dos agentes mas de quem os comanda e administra politicamente. Este clamoroso fracasso governamental não é culpa da Democracia, não! É do Regime e dos políticos desonestos e medíocres que à sua sombra vegetam. Sobretudo daqueles que veneram a Constituição como se de uma vaca sagrada se trate, esquecendo que, em democracia, as leis são para cumprir e para reformar quando tal se impõe. Novo episódio eleitoral terá lugar já em Janeiro e outros se seguirão, abrindo novas e boas oportunidades para que os portugueses, sobretudo aqueles que se remeteram para a abstenção eleitoral crónica, possam provocar um mais justo reposicionamento dos astros no céu da democracia, criando conjunções astrais mais favoráveis a um Portugal mais justo e digno. Os astros do céu poderão nada nos dizer mas os artistas da política falam de mais e muito raramente cumprem o que prometem. Em nenhuma circunstância devem ser tidos, por isso mesmo, como seres celestiais. PS.: Curvo-me perante a memória do notável transmontano e estimado amigo Teófilo Vaz, dispensando à família enlutada o meu humilde conforto.

Estes são os espelhos da Nação

Há espelhos de todas as formas e feitios que dão imagens distorcidas da realidade. Quase sempre espelham a soberba e a vaidade de quem deles se serve como é o caso da bruxa má da história da Branca de Neve. O Governo português reflecte-se monstruosamente nos espelhos parabólicos que ele próprio fabrica e que deformam profundamente a Democracia. Tome-se o exemplo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) agora debaixo de fogo por causa da tortura e morte de um infeliz cidadão ucraniano. Imagem trágica, aviltante, repugnante é, de facto, a que o SEF espelha de um Governo que deixa torturar e matar imigrantes qualificados e pacíficos, portadores de cultura afim à do povo português e sinistramente privilegia falsos refugiados e potenciais terroristas manifestos inimigos dos usos e costumes nacionais. Não fora a vítima um caucasiano e o tratamento dado pelas instâncias governamentais intervenientes teria sido, por certo, mais célere e …simpático. Havemos de concluir que discriminação, xenofobia e racismo existem sim, no Governo mas não no povo português, como alguns pretendem fazer crer. Governo que está igualmente espelhado na TAP, verdadeiro sorvedouro do erário público a juntar a tantos outros que parecem apostados em levar Portugal a nova banca rota. TAP que reflecte a incompetência e a vaidade das bruxas más do Regime que pretendem justificar tão grave fracasso com o conceito, ultrapassado, de que se trata de uma companhia aérea de bandeira, que os próprios embandeiraram em desgraça, note-se. A verdade, porém, é que a missão nacional da TAP terminou com o derradeiro e dramático episódio do fim do Império: a ponte aérea que, in extremis, resgatou centenas de milhares de portugueses das ex-colónias. Para lá de que os portugueses, optam, naturalmente, por viajar na companhia que melhores condições de preço, conforto e segurança lhes oferece e ninguém os poderá acusar de falta de patriotismo por isso. A TAP, que a “geringonça” criminosamente renacionalizou, tem sido, isso sim, um luxo vicioso do Regime, de que os partidos no poder sistematicamente se serviram para, entre outras coisas, empregar principescamente milhares de apaniguados. E que dizer da Justiça, o espelho líquido pantanoso em que se reflectem os crimes maiores do Regime? Melhor será nem falar. Ainda assim o espelho parabólico que mais desfigurou a imagem da Democracia foi a “geringonça” que acabou por se partir, embora haja quem se esforce por juntar os cacos. Geringonça que se saldou num fracasso monumental dado que nada criou, construiu ou reformou e ainda mais afundou o país. Com a penúria do erário público o mor desafio da governação será repartir, com justiça utilidade e humanidade, o pouco dinheiro que há. Todavia, o PCP e o BE concorrem na distribuição demagógica de recursos financeiros que o Estado não têm, mais agravando a desgraça, enquanto o Governo insiste em esbanjar e mal repartir o pouco que resta. Tudo isto com a bênção seráfica do Presidente da República, como é óbvio. Espelhos em que se espelham o Regime e o Governo, não a Nação! Urge mudar de políticos, de políticas e reformar o Regime para salvar Portugal! O que só os portugueses poderão fazer com o bom uso do seu voto. A Constituição não é uma vaca sagrada! A todos os leitores desejo um Santo e Feliz Natal.

A novel aliança- Rui Rio – André Ventura.

Nem Rui Rio é santo nem André Ventura é diabo, ou vice- -versa. A aliança que acabam de protagonizar e que viabilizou um governo do PSD na Região Autónoma dos Açores, também não é santa e muito menos diabólica. É democrática, tão-só. Teve o topete, isso sim, de pôr termo ao consulado que governou os Açores durante 24 anos à luz de uma prática ideológica sui generis - o nepotismo socialista, prevalecente em toda a República. Destacados militantes do PSD e do CDS associaram-se a altos dignatários do PS para vituperar essa excêntrica aliança com palavras injuriosas, impróprias de gente civilizada. De que fizeram eco afamados analistas e comentadores políticos, todos afinados pelo mesmo diapasão e obedecendo à mesma batuta. Pesporrência intelectual de uns tantos, condicionados pelo status quo, que receiam que tal aliança se estenda a um futuro governo da República, o que não é de todo improvável. Argumentaram, imagine-se, que com a citada aliança falia nos Açores a mesmíssima democracia que sobreviveu, embora muito mal maltratada, à “geringonça” continental que incorporou adeptos confessos dos mais cruéis regimes totalitários da actualidade. Tudo aponta, de facto, para que o partido de André Ventura venha a crescer muito mais, ainda que, felizmente, não tanto que alcance a maioria absoluta que o habilitaria a impor à Nação, por si só, leis controversas como a pena de morte ou a castração química de pedófilos (há, por certo, outros métodos para castigar os violadores e reparar as vítimas), que requereriam, para lá do mais, o inevitável juízo constitucional. Normas que muito menos poderiam ser impostas sub- -repticiamente, como o actual Governo, em conluio com o BE, vem fazendo com a Ideologia de Género nas escolas. Assustador, para muitos, isso sim, é perceberem que o Chega, chamam-lhe o que quiserem, é o partido que no presente melhor lê, interpreta e cativa o sentir profundo do povo anónimo, não racista, não xenófobo e muito menos fascista, que anda justamente revoltado por ser constantemente desrespeitado, enganado e espoliado. Chega que poderá crescer o suficiente para se constituir no parceiro inevitável do PSD, (a seu tempo se verá), cumprindo a Rui Rio e a André Ventura a patriótica missão de resgatar a dignidade da Democracia, concertando reformas políticas e sociais que a “geringonça” postergou, designadamente: - A revisão da Constituição e leis correlativas moralizando e democratizando o Regime; - A reforma do Estado, reduzindo luxos e inutilidades e tornando-o menos oneroso e mais eficiente; - A reforma do Sistema de Justiça conferindo-lhe maior independência, credibilidade e eficácia no combate à corrupção; - A igualdade de direitos e deveres independentemente da raça, credo, status social ou filiação partidária; - O combate bem sucedido à pobreza, à dependência e ao vício; - A distinção entre refugiados, imigrantes e potenciais terroristas, salvaguardando os Direitos do Homem e a Segurança Nacional. Trata-se, em última análise, de reparar malformações do Regime que desacreditam a Democracia, que estão na base da falência do Estado e da efervescente revolta popular. Assim sendo lícito é perguntar: a quem mete medo, afinal, a aliança Rui Rio-André Ventura?! Uma coisa é certa: democracia não é capa e amparo de vigaristas e traidores

Quarta vaga. O baile das máscaras.

Muitos se lembrarão, certamente, do livro A Terceira Vaga, da autoria do nova-iorquino Alvin Toffler, publicado em 1980 e que mereceu a atenção de meio mundo. Justamente porque Alvin Toffler antecipou inúmeras inovações, hoje em dia triviais, delimitando com objectividade a dilatada Civilização Agrária e a mais incisiva e fugaz Revolução Industrial. Os primeiros efeitos de uma quarta vaga já se fazem sentir na economia, na sociedade e na ética, sendo difícil prever quanto tempo durará e como terminará, muito embora esteja a ganhar forma de catástrofe niilista. Desejável seria que redundasse num mundo mais saudável, sereno, livre e justo, epílogo feliz da sofrida civilização greco/latina/judaica/ cristã, que continua a iluminar a Humanidade com a luz da Esperança. As também designadas vagas da pandemia Covid constituem um dramático pronúncio dessa quarta vaga que inexoravelmente varrerá toda a Terra, porque todas as nações estão irremediavelmente amarradas pelos laços da mundialização e da globalização, ainda que os primeiros efeitos se sintam mais intensamente no chamado mundo livre. Desçamos à terra, porém, que é como quem diz ao pequeno Portugal, por agora. Mais do que nunca é hoje verdadeiro o rifão “quem vê um povo vê o mundo todo”, muito embora nas modestas aldeias transmontanas ainda se não se sinta, felizmente, a miséria e o descalabro moral que grassa um pouco por todo o mundo. Oportuno, embora altamente simbólico e paradoxal, é o uso de máscaras em Portugal: os cidadãos são compelidos a andar mascarados enquanto os políticos e os partidos se veem forçados a desmascararem-se. Foi o que aconteceu na discussão do Orçamento de Estado para 2021,por exemplo. Digo discussão porque não se tratou de um digno debate democrático. Foi mais um baile de máscaras em que os dançarinos principais se foram desmascarando, à vez. Ao primeiro-ministro caiu, desde logo, a máscara de grande timoneiro da “gerigonça”, hipotético veículo de paz e progresso. Ao de cima veio, como aconteceu noutras trágicas situações, a sua incapacidade para coordenar eficazmente o Governo. O BE deixou cair a máscara da social-democracia com que se vinha fantasiando, para mostrar o que na verdade é: um partido de extrema-esquerda que tem como bandeira a ideologia de género e destino a Venezuela ou Cuba, na melhor hipótese. O PCP aliviou, circunstancialmente, a máscara de paladino da democracia e da liberdade confirmando ser um espectro vivo do anacrónico sovietismo. O PSD e o CDS apresentaram-se como realmente são: duas matronas, sem máscaras, alapadas no salão de baile da manjedoura pública, à espera de vez e par para dançar. O próprio Presidente da República viu-se forçado a reciclar a máscara de santinho bonacheirão para afivelar a de pessoa grave e sofrida, mais adequada ao momento e à campanha eleitoral que se avizinha. Resumindo: a crise, se por um lado obriga os cidadãos a andar mascarados, por outro arranca as máscaras aos políticos, pondo-lhes a descoberto os verdadeiros rostos e propósitos. Compete aos portugueses fazer uso escrupuloso da máscara sanitária, lavar bem as mãos e manter as distâncias, no dia-a-dia e, sobretudo, quando chamados a votar. Para evitarem ser contagiados pelo Covid e conspurcados com os dejectos da porca política portuguesa.

Quo vadis Francisco?!

Enquanto cidadão e crente tenho o actual Papa em alta estima. Aprecio, sobretudo, a humildade e bonomia que lhe conferem a imagem de homem bom. Dificilmente o consigo imaginar como herege, muito menos como o anticristo que certos ficcionistas sugerem. Vejo, contudo, Jorge Bergoglio como o Papa dos equívocos doutrinários. Senão vejamos. A Humanidade vive tempos de mudança global dramáticos, particularmente visíveis nos domínios da ética e dos usos e costumes, e a Igreja Católica Romana, a maior organização que alguma vez operou sobre a Terra e por tempo tão dilatado, está no centro do furacão. O seu chefe supremo não tem, portanto, uma tarefa fácil. Bem pelo contrário: gestos, palavras e silêncios são inexoravelmente avaliados, contados, pesados e medidos, sempre havendo quem os aplauda e quem os condene. Cristo que é Cristo não agrada a toda gente! No coração da Igreja Católica que é a Santa Sé, instalada no Vaticano, a pequena cidade-estado a que Bergoglio preside, moram todos os vícios do mundo, ao que se diz. Não é de admirar que, se por um lado, Francisco cativa meio mundo com sua bondade, por outro lance a desunião e a animosidade entre as hostes católicas. Para gáudio dos inimigos da Igreja, já se vê. Ainda que na maior parte dos casos o discurso de Jorge Bergoglio, por regra circunstancial e pouco cuidado, seja mal interpretado ou mesmo maliciosamente deformado. Assim foi quando, numa celebre homilia proferida em Nova Iorque, afirmou, referindo-se a Jesus Cristo: “a sua vida, humanamente falando, acabou com um fracasso: o fracasso da cruz”. Mais pacífico e convincente teria sido, quanto a mim, se tivesse falado em sucesso. Ou quando promove o diálogo inter-religioso com os muçulmanos inimigos declarados de todas a religiões que não a deles. Ou quando estabelece acordos controversos com a China totalitária que, como é do domínio público, continua a perseguir e a martirizar os cristãos chineses. Ou quando discorre sobre a propriedade privada e não distingue o lar e a pequena horta do humilde cidadão dos empórios capitalistas que lançam tenebrosos sistemas de exploração sobre a Humanidade. Ou quando silencia as trágicas perseguições de comunidades cristãs em várias partes do planeta. Ou ainda quando, mais recentemente, promoveu as uniões homossexuais o que, para a maioria dos crentes e doutores da Igreja, indicia um claríssimo desvio doutrinal e promove o descrédito da castidade, a virtude maior de santos e mártires. Grande é a controvérsia que reina nos órgãos de comunicação social e nas redes sociais sobre o que o Papa disse, não disse ou queria dizer. A verdade é que as organizações homossexuais exultaram de alegria enquanto muitos católicos se manifestaram escandalizados. Órgãos oficiais da Igreja, porém, apressaram-se a garantir não haver mudança da doutrina, nenhuma confusão com casamento entre homem e mulher e que, lamentavelmente, a imprensa não foi nada caridosa com o Papa mais uma vez. Saberá o Papa por onde anda, para onde vai e leva a Igreja? Será que Jorge Bergoglio privilegia o papel político de presidente do Estado Vaticano em detrimento do múnus espiritual? Quando menos espera, Jesus Cristo vai sair-lhe ao caminho como o fez com São Pedro, quando este abandonava Roma por via das perseguições e interpelá-lo: Quo vadis Francisco?! Qual será a resposta de Bergoglio? A seu tempo se verá.

O Cristo Maconde

Nangololo é uma localidade situada no Planalto dos Macondes, bem no coração de Cabo Delgado, a província mais a norte de Moçambique. Ali, em 1924, padres holandeses fundaram uma importante Missão Católica a partir da qual cristianizaram o aguerrido povo maconde, animista, especialmente notado porque os homens desfiguravam o rosto com golpes profundos e as mulheres usavam brincos aguçados no lábio superior, à laia dos modernos piercings e tatuagens, tão na moda hoje em dia. Enfeites que, dizem os antropólogos, se destinavam, nos primórdios, a dissuadir os esclavagistas árabes de os escravizar, acabando por se constituir em emblemas tribais. O Cristo Maconde Sublime de amor e sofrimento era o Crucifixo que se erguia por cima do altar-mor da enorme igreja da mítica Missão. Talhado em pau-preto, dizia- -se que o artista maconde que o esculpiu se representara a si próprio, em tamanho real, negro e luminoso como o mais puro ébano, não faltando no sagrado rosto do Crucificado tatuagens iguais às que o seu humilde criador exibia na sua própria face. Muito perto de Nangololo teve lugar o primeiro episódio funesto da guerra da independência com o assassinato por guerrilheiros da Frelimo, no dia 24 de Agosto de 1964, de Daniel Boormans, um jovem padre holandês que contava 33 anos à hora da morte, a idade do próprio Cristo. De salientar que o povo maconde, de moto-próprio, acalentou o sonho de se constituir numa pátria autónoma, razão pela qual os nacionalistas principais, de entre os quais destaco Lázaro Kavandame, foram fuzilados pela guerrilha marxista-leninista que na sua sanha totalitária reivindicou a herança colonial íntegra, um tanto à semelhança do que hoje acontece entre Angola e Cabinda. Surgem agora, decorridos quase 50 anos, notícias dramáticas da eclosão de violentos conflitos armados por todo o Cabo Delgado sendo que a mais amarga de todas refere a destruição daquela notável Missão Católica, apontando-se o dedo a islamitas radicais, motivados pelo mais cruel fanatismo religioso. Também se noticia que Cabo Delgado possui riquíssimos recursos energéticos de que o colonialismo português não ousou tirar partido e que igualmente poderão explicar a guerra, a par do remanescente nacionalismo maconde. Reconhecendo a sua incapacidade para controlar a situação o governo de Maputo terá pedido o auxílio da União Europeia e o Governo português ter-se-á declarado disponível para colaborar, designadamente no campo militar. Em Cabo Delgado a História fala por si, a defesa da língua portuguesa conta, a solidariedade com o martirizado povo maconde é um imperativo moral e a possibilidade de uma mais alargada cooperação com o Estado moçambicano não deve ser descurada. Acresce que forças militares portuguesas estão empenhadas, com assinalável sucesso, noutras regiões africanas que nada dizem a Portugal e que a defesa da Europa, ameaçada pelo terrorismo islâmico, se trava igualmente no planalto maconde. Sem esquecer que a memória dos muitos militares portugueses, combatentes da I Grande Guerra e da dita Guerra Colonial, que por lá permanecem sepultados, deve ser honrada, da mesma forma que os mártires nacionalistas macondes não podem continuar esquecidos. É por tudo isto que a disponibilidade declarada pelo Governo português para prestar auxílio militar a Moçambique deve ser encorajada. Sobrepensando, claro está, eventuais baixas em combate.