Henrique Pedro

PUB.

A troica Marcelo, Ferro, Costa.

Em política, troica e triunvirato são a mesma coisa, muito embora na língua russa o termo “troica” também designe uma carroça puxada por três cavalos aparelhados lado a lado.

 Esta a metáfora que, em meu entender, melhor se ajusta à situação que Estado português vive, presentemente.

O correspondente termo latino “triunvirato”, por sua vez, é descrito nos melhores dicionários como a “associação de três cidadãos poderosos para açambarcar toda a autoridade”.

 Não pretendo ser tão radical. Prefiro designar “triunvirato” como uma associação de três personalidades, com similar autoridade política, conluiadas na governança de uma sociedade em circunstâncias excepcionais.

A História Universal dá-nos exemplos de várias troicas ou triunviratos.

Na Roma da antiguidade, desde logo, ficaram célebres dois:

O Primeiro Triunvirato (59 a.C. – 53 a.C.), constituído por Júlio César, Pompeu e Marco Licínio Crasso;

E o Segundo Triunvirato (43 a.C. – 33 a.C.) que integrou Otaviano, Marco Antônio e Lépido.

Na União Soviética de má memória, três troicas fizeram valer toda a sua maldade sendo que a mais mal-afamada de todas terá sido a formada por Malenkov,  Beria e  Molotov, que governou após a morte de Stalin em 1953.

No Portugal dos nossos dias a troica constituída em Abril de 2011 por Jürgen Kröger (Comissão Europeia), Poul Thomsen (Fundo Monetário International) e Rasmus Rüffer (Banco Central Europeu) assinou com o governo português da altura o Memorando de Políticas Económicas e Financeiras, que teve o mérito de salvar Portugal da banca rota, malgrado os erros e exageros cometidos.

Com a queda da Geringonça uma nova “troica”, ou “triunvirato”, como se queira, ganhou corpo, agora mais em evidência com a crise provocada pela pandemia Covid-19.

Trata-se da associação contranatura dos três políticos mais badalados, a saber: o Presidente da República, que é mau de tão bonzinho que é; o Presidente da Assembleia da República que é péssimo de tão mau que é, e o Primeiro-Ministro, que não é bom nem mau. É o que é: dá uma no cravo outra na ferradura, uma de democrata e outra de ditador, uma de socialista e outra de liberal. E por aí fora.

Troica esta que tem como principais bases de apoio a emblemática família socialista, que ocupa todos os níveis do Estado e os agentes que controlam os mais influentes programas dos principais órgãos da comunicação social, com a missão de dourar a imagem do governo, dentro e fora do país.

Troica que tem contado, até ver, com o silêncio conivente da oposição, que continua ligada a ventiladores, enquanto gravíssimos casos de corrupção, favorecimento e negócios escuros são despejados nas redes sociais, para serem partilhados à saciedade.

É esta troica espúria que tem nos braços a monumental crise sanitária, económica, financeira e social que já obrigou ao racionamento de bens, salários e serviços, com destaque para consultas e cirurgias. Mais do que austeridade é de racionamento que se trata, portanto.

Felizmente, os portugueses têm-se mostrado cordatos e colaborantes, embora pouco confiantes porque não acreditam que o Marcelo milagreiro, o Ferro domador de feras e o Costa ilusionista seja capazes de, por si sós, resolver a crise.

Terão que ser eles próprios a porfiar se querem que tudo acabe em beleza e a democracia não colapse.

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

25 de Abril: glória ou traição?

Participei no golpe militar de 25 de Abril de arma na mão, fui maltratado, eu e uns tantos mais, por esbirros do golpe comunista que se prolongou até ao afortunado contragolpe de 25 de Novembro, que salvou Portugal de um mais feroz regime totalitário e no qual também intervim de igual forma. 
Dispenso epítetos e vanglórias e não me eximo de responsabilidades. Tire o leitor as ilações que entender.
São três os golpes a que o chavão “25 de Abril” dá cobertura, não sendo claro qual deles a Assembleia da República comemora, iludindo a Democracia e indignando a Nação.
 Chavão que serve a todos os gostos, taras e manias: a raros puros de coração, a saudosistas do PREC de má memória e a políticos, intelectuais e empresários a quem o Regime vicioso favorece, protege e envaidece. 
 O golpe militar de Abril transfigurou-se, logo à nascença, num imbróglio revolucionário que atraiçoou os melhores propósitos dos militares patriotas que, pese embora as suas justas reivindicações, acreditaram numa paz honrosa, quiçá numa descolonização justa, seguramente numa democratização modelar.
 Acabaram como bodes expiatórios dos que viram as vidas desfeitas, e muitos foram se pensarmos na legião de retornados forçados a abandonar os lares e dos demais portugueses das ex-províncias de além-mar abandonados à sua sorte, quando não chacinados.
Golpe militar que em rigor não teve heróis, mas que já é um marco na História Universal: a laje do sepulcro em que foi sepultado, não o colonialismo mas o génio universalista e humanista português que durante séculos se afirmou no mundo. 
Heroísmo, patriotismo e humanismo houve sim e muito nas derradeiras batalhas do Império, na generosa entrega de milhares de jovens militares de diferentes raças e credos à ideia de uma pátria fraterna, multirracial e multicultural.
Também não abona Abril o facto de todos os que tombaram pela Pátria naqueles inglórios combates serem vergonhosamente esquecidos e denegridos, quando mais justo e digno seria evocar a sua memória, sobretudo nos festejos abrilinos.
 Responsabilidade maior dos assumidos “capitães de abril” que os comandaram e tiveram a fortuna de regressar vivos e escorreitos.
Indigna é, por isso, a ambiguidade das comemorações ditas do “25 de Abril” que inexoravelmente caminha para o lugar que a História lhe reserva e que não será de glória, como alguns pretendem.
 É certo que o golpe militar do dia 25 de Abril, redimido em 25 de Novembro, malgrado o que veio a seguir, teve o mérito de abrir a janela da liberdade e franquear a porta da democracia, de pôr termo à guerra evitando o colapso militar da Guiné, que não era previsível em Moçambique e muito menos em Angola.
Estultícia será, porém, pretender colocá-lo no plano histórico da Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia, do Achamento do Brasil ou mesmo da mítica Batalha de Ourique, que salvou Portugal de ser hoje um estado muçulmano. 
Para a generalidade dos portugueses desgostosos com o regime vigente o 25 de Abril é fautor de interesses obscuros que desvirtuam a democracia. É desilusão!
Para aqueles a quem escandaliza a degradação prevalecente nas ex-províncias ultramarinas, onde nasceram ou viveram, o 25 de Abril é, tão só, traição. 
Glória ou traição a História o dirá. 

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

É de uma guerra que se trata, senhor primeiro-ministro!

Os portugueses depressa se aperceberam de que sempre que um ministro abria a boca saíam asneiras e entravam vírus em Portugal, tal o chorrilho de disparates com que procuravam desvalorizar a pandemia em desenvolvimento.

Cito apenas alguns exemplos para não dramatizar ainda mais a questão.

Mal a crise rebentou lá na sinistra República Popular da China, a ministra da Agricultura esfregou as mãos de contente porque, no seu douto entendimento, trazia vantagens para as nossas exportações agrícolas.

A ministra da Saúde com a sua proverbial bazófia apressou-se a gritar aos sete ventos que o SNS estava preparado para enfrentar a crise e o inefável ministro do Interior bateu o pé dizendo que não havia razões para fechar as fronteiras.

Entretanto, o primeiro-ministro continua a sorrir seraficamente e a procurar iludir os cidadãos como é seu timbre e talento, como se de uma campanha eleitoral se tratasse. É de uma guerra que se trata, de uma calamidade, senhor primeiro-ministro!

Maior insensatez foi a do presidente da república que fechou a matraca e desertou do campo de batalha, embora tenha tido o engenho e a arte de impor o estado de emergência. Mesmo assim o Governo, confrontado com uma guerra declarada sabe-se lá por quem, com o inimigo a invadir o país por terra, mar e ar, limitou-se a fazer o que lhe deu na democrática gana, aproveitando o cheque em branco, sem cobertura por certo, que a oposição lhe passou, com o senhor Rui Rio à cabeça.

Não se trata de uma guerra convencional, é certo, com bombas a rebentar por todo o lado, mas de uma guerra biológica, igualmente mortífera e devastadora da economia nacional e que rapidamente ganhou cariz subversivo pela mão dos maus jornalistas, dos açambarcadores e dos especuladores.

A verdade é que o Governo não providenciou atempadamente o que deveria ter providenciado, não mobilizou o Estado para a guerra e deixou a Nação, ao deus-dará, indefesa. Melhor teria andado se logo ao primeiro tiro, avisado que estava, tivesse controlado devidamente as fronteiras impedindo o inimigo de entrar, embora deixando passar tudo que viesse por bem.

E se de pronto tivesse armado, equipado e treinado o povo distribuindo as armas mais adequadas para fazer frente à ameaça. Não espingardas ou coisas que tais, mas mascaras, luvas, vestimentas, granadas desinfetantes e instruído devidamente os cidadãos para que pudessem continuar a trabalhar e a economia nacional não fosse gravosamente afectada.

Isso de encerrar indiscriminadamente meio mundo em casa por tempo indeterminado terá que ser oportunamente repensado, sob pena do povo não morrer do mal mas da cura.

Salva-se, justiça lhes seja feita, o esforço abnegado de quantos, nos hospitais mas não só, dão o peito às balas para que a Nação sobreviva.

Tudo leva a crer que novos surtos se seguirão. Esperemos que, se tal acontecer, todos os cidadãos possam dispor de um adequado kit de defesa pessoal.

Entretanto, bruxos e adivinhos auguram já um Governo de Salvação Nacional para fazer face à crise económica, social e política que inevitavelmente advirá. Esperemos que, se tal acontecer, seja um Governo honesto, competente e patriota e livre de vírus partidários.

Que Deus nos livre de maus governantes que de vírus nos livramos nós! Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

Pandemia e pandemónio à portuguesa

Não sou dado a teorias da conspiração, à interpretação de fenómenos que me ultrapassam atribuindo-os a forças ocultas que manobram, às escâncaras ou na sombra, tendo em vista subverter o status quo.
Todavia, no caso do novíssimo coronavírus COVID-19, que acaba de se constituir em pandemia, admito todas as hipóteses e mais algumas.
Admito que tenha sido gerado espontaneamente na imundice que são os mercados alimentares da República Popular da China, um Estado desumano que herdou os piores males da cruel doutrina marxista-leninista-maoista a que adicionou todos os vícios do capitalismo egoísta e esclavagista.
Admito que tenha sido manipulado nalgum laboratório militar (americano ou chinês, que importa?), do qual poderá ter saído acidentalmente ou sido disseminado deliberadamente, obedecendo a um qualquer plano geopolítico.
Admito que possa ser mais um tenebroso episódio da guerra comercial global que opõe não só os Estados Unidos e a China mas também outros países igualmente poderosos.
Admito que possa ser o primeiro acto de uma guerra planetária que não será travada por armas convencionais ou nucleares mas com as mais penetrantes e sub-reptícias armas químicas e biológicas que regurgitam nos arsenais das potências militares mais poderosas.
E também não deixo de admitir que as mais terríveis profecias encontrem algum nexo nesta pandémica doença infecciosa.
Assustador é que a Humanidade, agora que o fenómeno da Globalização se aproxima do clímax está, na verdade, confrontada com uma ameaça universal que afecta mais gravosamente os países ricos e industrializados e que, por isso mesmo, poderá aniquilar nações, disformar a actual Civilização ou mesmo bani-la, impondo uma cultura única absolutista.  
A verdade é que a pandemia de um micróbio poderá potenciar um pandemónio apocalíptico de monstruosos demónios já à solta. A Humanidade corre agora o risco de ser dizimada pelo coronavírus COVID-19, mas há muito que se encontra estraçalhada por um desumano pandemónio planetário que é político, ecológico, social, espiritual e moral, materializado na fome e na doença, nos vícios mais degradantes, em guerras sem fim, nas desigualdades mais abjectas e na mentira e falsidade sem limites, que afectam milhões de seres humanos, sem olhar a raças ou a credos. 
No caso de Portugal, agora transfigurado numa Nação sem chama nem governantes à altura das circunstâncias, num Estado de direito marginal que privilegia corruptos e farsantes, a quem deixa em liberdade por tempo indeterminado, a gozar as benesses adquiridas ilicitamente e a reincidir nas suas práticas imorais, a presente pandemia apenas vem coroar o pandemónio protagonizado pelos inúmeros demónios que infecionam a democracia portuguesa.
Ironicamente, ou talvez não, esta crise, como as demais, só poderá ser vencida com civismo, autodisciplina e solidariedade. O que implica restabelecer os velhos princípios morais e culturais, haja coragem, fé, esperança e humanismo bastantes. E, sobretudo, políticas eficazes, sensatas e oportunas, que é o que não tem havido. Para se ser governante não basta colar cartazes partidários e a democracia portuguesa, lamentavelmente, não tem sido capaz de gerar estadistas competentes.
Queira Deus que a presente crise não se arraste e não provoque danos irrecuperáveis.

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

O Serviço Nacional da Morte

A Assembleia da República, traindo o múnus eminentemente político, acaba de impor à Nação a crença ateísta de que não existe vida além da morte, donde resulta que viver só tem sentido quando se vive com prazer e que, porque Deus não existe, nada impede ninguém de matar.

Esquecem-se os doutos deputados que um coisa é um Estado laico outra uma Nação sem alma. Só assim se compreende que tenham decretado que a eutanásia é, por si só, moral e lícita em situações de doença terminal e considerado a sua inexorável generalização coisa de somenos.

Eutanásia que está naturalmente associada a sentimentos de piedade e compaixão.

Não foram estes nobres propósitos, porém, que moveram os partidos e os deputados que votaram favoravelmente a sua despenalização porque, se assim fosse, teriam dado prioridade absoluta à dotação do Serviço Nacional de Saúde com os meios necessários para neutralizar o sofrimento intrínseco às enfermidades, garantindo a todos os enfermos o melhor apoio e conforto possíveis.

Bem pelo contrário, os partidos e os deputados que votaram favoravelmente a despenalização da eutanásia optaram por uma solução radical e sinistra: a institucionalização de um novo Serviço Nacional da Morte, dentro do Serviço Nacional de Saúde já de si mortificante, absolvendo, a priori, os profissionais que se prontificarem a servir de carrascos e transferindo toda a culpa para os supliciados.

Serviço Nacional da Morte que, para começar, se ocupará apenas de pacientes que declararem querer morrer mas que, a prazo, se estenderá a todos cuja morte a terceiros convier. De boas intenções está o inferno cheio.

É verdade que compete aos governos, partidos e deputados estabelecer as normas políticas, económicas e jurídicas que melhor sirvam à Nação.

Não é menos verdade, porém, que em questões de ética e dignidade os portugueses votam em função dos seus valores e sentimentos mais íntimos e não de acordo com programas políticos partidários que são, regra geral, omissos nestas matérias.

Lamentavelmente, porém, os partidos e os deputados que votaram favoravelmente a despenalização da eutanásia desprezaram a dignidade e a consciência íntima dos portugueses, para, abusivamente, lhes imporem preceitos contranatura.

Só assim se compreende que tais partidos políticos e deputados, porque não lhes convinha, tenham liminarmente posto de lado qualquer hipótese de consulta popular, ainda que os dois maiores partidos cinicamente tenham dado liberdade de voto, controlada, aos seus deputados.

Todavia, não devem os deputados ser desagregados dos partidos porque, por norma, não têm voto na matéria e se limitam a levantar o braço em obediência, sabe-se lá a que obscuros interesses. Partidos e deputados que não me-

receram a confiança de mais de metade dos eleitores.

São 230 os deputados, mas se fossem apenas meia dúzia o resultado seria o mesmo. O número é mero arranjo floral.

Patente ficou mais esta monumental falsidade democrática em que a maioria dos deputados, na generalidade paus mandados dos partidos, se comportaram como abafadores de pacientes terminais e da democracia.

Mais coerentes seriam se assumissem plenamente o ónus do crime, decretando que a eutanásia passaria a ser sancionada caso a caso, por votação na Assembleia da República.

Quer os pacientes a requeressem ou não.

 

O abraço racista de Joacine e Francisca

Colonização e colonialismo não são bem a mesma coisa.

A colonização portuguesa primou pelo humanismo, miscigenação e concórdia, deixando indeléveis marcas monumentais, linguísticas e civilizacionais por esse mundo fora, que muito sobrelevam os malefícios do colonialismo da mesma lavra.

Duas mulheres negras, ou pretas, como se queira, burguesas, cidadãs portuguesas de direito e que ocupam os mais altos cargos nos órgãos de soberania nacionais são dois produtos primorosos dessa mesma colonização.

Todavia, por puro oportunismo político ou mau carácter, tão distintas personalidades evocam as maldades do colonialismo mas ignoram as bondades da colonização.

Refiro-me à ministra Fran-

cisca Van Dunem e à deputada Joacine Moreira que, associadas a um tal Mamadou Ba, estão no olho do furacão racista que elas próprias sopram e que ameaça colocar Portugal a ferro e fogo.

Quanto a Mamadou Ba, porque é natural de um país que embora não tenha sido colónia portuguesa foi fundado pelo assumido lusófilo Léopold Senghor, é deixá-lo sorver tranquilamente a generosa malga do caldo que os portugueses lhe servem, desde que não atice motins ou bata na polícia.

A deputada Joacine possui, é público e notório, temperamento irrascível e sofre

de uma irritante deficiência de fala que gravosamente a limita para o múnus parlamentar, mas que de nenhuma forma pode atribuir ao colonialismo português. Era o que faltava!

Já a língua que fala, a cultura acima da média e a vida desafogada que leva, as deve, isso sim, à abençoada colonização portuguesa.

Também a ministra Francisca só vê racismo e xenofobia, antes e depois da descolonização, lançando diatribes bacocas aos que acusa de negacionistas das suas ridículas evidências pessoais, embora não indique em que lei do ordenamento jurídico português, como lhe compete, se baseia.

Limita-se a invocar, em defesa da sua tese, o exemplo caricato de que, por ser negra, a confundiram com a criada doméstica, quando se passeava nos jardins da bela moradia familiar, na Luanda colonial.

Será que a ministra Francisca se esqueceu das muitas famílias mistas que viviam felizes não só em Luanda mas um pouco por toda a Angola?

Ou dos muitos exemplos de tocante fraternidade entre portugueses brancos e negros, designadamente em acções heróicas de combate?

Mais desastrada é quando se dá ao topete de realçar o sentido pejorativo das palavras “mulato” e “cabrito” ignorando o carinho e apreço a que uns e outros eram votados na sociedade angolana, quando Angola ainda era Portugal. E será que a senhora ministra não tem mulatos na família?

Mas mais infeliz ainda é quando se esquece dos milhares de crianças, de mulheres e de homens, brancos e negros, martirizados às mãos da barbárie negra, antes da independência e a carnificina brutal que ocorreu já depois dos maus colonizadores terem sido forçados a abandonar Angola.

Portugal foi, e é, o vosso refúgio, o vosso lar, Francisca e Joacine e Angola e a Guiné são as vossas pátrias enjeitadas. Não se esqueçam!

Mais louvável seria que publicamente se empenhassem, com denodo, na promoção da mais justa concórdia entre negros e brancos, a exemplo do heróico Nelson Mandela e dos marcantes pensadores do agora utópico império místico português.

Falta-lhes grandeza de alma para tanto.

 

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

O fado Lisboa Luanda Leaks

A inevitável independência de Angola veio cedo demais.

Deveria ter acontecido alguns anos depois, somente, embora não muitos mais. Precipitada pelo golpe de estado militar de 25 de Abril de 1974, processou-se da pior forma.

Por ironia da História aconteceu numa altura em que as Forças Armadas da Portugalidade, que incorporavam soldados de todas as raças e credos, dominavam em absoluto todo o território angolano, garantindo a paz militar e a segurança civil em todos os centros urbanos, bem como assim a circulação livre e segura de pessoas e bens.

Para lá de que elas próprias rasgavam estradas, dispensavam alimentos, educação e cuidados de saúde às populações mais recônditas e carenciadas, e asseguravam a concórdia entres grupos étnicos rivais.

Infelizmente esse prometedor período de paz e progresso foi brutalmente interrompido mal a independência sob a bandeira marxista-leninista se consumou, dando lugar a uma medonha carnificina que descambou na desumana autocracia corporizada no déspota Eduardo dos Santos.

Eduardo dos Santos e cúmplices que, deslumbrados pelo poder totalitário e pelo dinheiro fácil do petróleo e dos diamantes, condenaram impunemente os angolanos à mais degradante miséria, com desprezo total pelos direitos do homem.

Portugal também esteve em rumo idêntico, diga-se em abono da verdade. Salvou-o a Europa, que continua a valer-lhe, muito embora prossiga com a corda na garganta.

Agora mesmo a agitação social está ao rubro, provocada por forças obscuras que procuram lançar Portugal no caos, favorecendo a criminalidade de toda a classe, fomentando o racismo, protegendo a imigração selvagem e incitando grupos marginais a sublevar-se contra a autoridade de direito democrático.

Tudo sob a égide da governança autodenominada socialista, com a conivência cínica do PCP e do BE, autointitulados de esquerda, e a titubeante oposição do PSD e do CDS, ditos de direita. Uma comédia grotesca encenada no palco do Regime da corrupção, agora esperançosamente abanado por novos protagonistas.

Angola, porém, talvez por se tratar de um país africano, não teve quem de boa-fé lhe deitasse a mão, pelo que os desonestos machuchos angolanos encontraram nas elites políticas e económicas de Lisboa com provas dadas no saque do Estado português, os comparsas ideais.

Tudo se ajustava: a democracia ainda não chegara em pleno a Portugal e a independência de Angola viera cedo demais.

Tivesse vindo uns anos depois e Angola seria seguramente um exemplo para África e para o Mundo. Seria, por certo, um país moderno e progressivo, livre de traidores, salvo da guerra civil e governado por cidadãos com o mais elevado sentido cívico e patriótico.

Com a intervenção em curso do chamado Luanda Leaks o consulado de Eduardo dos Santos parece estar finalmente a desmoronar-se e o Regime corrupto português a ser, por igual, denunciado internacionalmente.

É fatal como o destino!

É o fado Lisboa Luanda Leaks que, aparentemente, anuncia uma nova esperança para a democracia em Portugal e em Angola. Esperemos que não seja só fogo-de-vista e que tudo não passe de uma ruidosa rendição de quadrilhas.

Angola e Portugal merecem melhor sorte.

Que Nossa Senhora da Muxima proteja os angolanos.

E Nossa Senhora de Fátima os portugueses.

 

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

Assim se fabrica o ódio chamado racismo

A sociedade civil portuguesa foi abalada nos últimos dias por dois acontecimentos trágicos que vitimaram dois jovens, um branco e outro negro. Analisemos os factos com o realismo que se impõe, tendo em conta notícias recentes e credíveis.

Em Bragança, um grupo de rapazes aldeãos, terá morto à cacetada o jovem Luís Giovani.

Dias depois, bem no coração de Lisboa, “cidade de muitas e desvairadas gentes”, um grupo de negros assassinou à facada outro jovem chamado Pedro Fonseca.

Dois crimes hediondos que são faces da mesma moeda política.

Pedro Fonseca, branco, português, de 24 anos, era engenheiro informático. Os seus assassinos são negros, guineenses e marginais, embora não o sejam pela cor da pele ou pela nacionalidade.

Luís Giovani, mulato, cabo-verdiano, de 21 anos, era estudante do Instituto Politécnico. Os seus assassinos são brancos, portugueses e marginais, embora o não sejam pela cor da pele ou pela nacionalidade.

Perante estes crimes que lhe embaraçam a consciência, a sociedade política fechou-se em copas, ainda que, quer no caso de Bragança quer no de Lisboa, possa não ter havido motivações racistas.

De pronto vieram a terreiro duas conhecidas personalidades: Joacine Moreira, a problemática deputada negra do partido Livre e Mamadou Ba, igualmente negro, senegalês, ativista supostamente antirracismo e assessor do BE na Assembleia da República.

Ambos procuraram tirar partido do crime de Bragança considerando que a vítima seria negra (era mulato, o que não é bem a mesma coisa) e os seus assassinos supostamente portugueses e brancos. Sobre o crime de Lisboa, ocorrido posteriormente, dado que a vítima era branca e os assassinos negros, meteram a viola no saco.

O propósito de Joacine e de Mamadou, que vivem a expensas do Estado português, foi tirar partido do hipotético racismo que mais lhes convém. Que não se admirem se o feitiço se virar contra o feiticeiro.

Um e outro demonstraram ser instigantes descarados do ódio chamado racismo, que é muito mais que uma incontida antipatia e que tem, lamentavelmente, agentes institucionais de peso.

Desde logo todos os que defendem a imigração a granel, como se de gado se trate, sabendo à partida que o destino desses infelizes é engrossar a legião dos autóctones que vivem na miséria, acabando muitos deles por se enredar nas teias da marginalidade.

Também os governantes populistas, useiros e vezeiros desse populismo eleitoralista que é o pior de todos, já que se servem da desgraça para promoção pessoal, adulteram a justiça social e criminal, criam fossos entre os diferentes grupos étnicos e deliberadamente desqualificam os polícias e encorajam os bandidos.

Também todos quantos, na circunstância, porque não seria politicamente correcto, não tiveram a necessária sensibilidade e coragem para publicamente honrar a memória de Pedro Fonseca, como o fizeram com a de Luís Giovani, talvez por aquele ser branco e os seus assassinos serem negros. Que ao menos lhe rezem pela alma.

Os portugueses, reconhecidamente solidários e hospitaleiros, não são manifestamente racistas, embora haja quem tudo esteja a fazer para que o sejam.

Qualquer dia, por este andar, será crime ser português, branco, católico ou heterossexual.

E, já agora, não se ser de esquerda, ainda que não se seja de direita.

 

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

O colapso da Humanidade que se anuncia

Muito embora o terceiro milénio já conte 20 anos, só agora se evidenciam condições para uma mais instante reflexão, que não compete apenas a políticos, filósofos ou cientistas porquanto diz respeito a todos os cidadãos do mundo.

Durante milénios a Humanidade cresceu, guerreou e revolveu a terra livremente. Presentemente, porém, está confrontada com factos preocupantes nunca antes experimentados.

Receia-se, por isso, que esteja a caminho do colapso provocado por ela própria, também por causas que a ultrapassam ou por ambas em conjugação, ainda que o planeta que a hospeda não se desvie, um milímetro que seja, da sua órbita.

Até há relativamente pouco tempo temia-se que uma eventual guerra nuclear generalizada que, felizmente, até hoje não aconteceu, pudesse erradicar a vida da face da Terra.

Ainda que esta ameaça não haja sido esconjurada, as atenções voltam-se agora para as já perceptíveis alterações climáticas que poderão redundar numa desgraça planetária, o que explica que estejam a ser tratadas como se de um espectáculo global se tratasse pelos esconsos poderes mundiais que delas se aproveitam, mistificando causas e efeitos.

Os grandes ciclos climáticos que a história do planeta regista e que provocaram alterações radicais, deveram-se a fenómenos terrestres e astronómicos relevantes cujo controle não está ao alcance dos homens.

Em contrapartida, a Humanidade produziu ferramentas e desenvolveu práticas igualmente capazes de alterar drasticamente o habitat planetário, como sejam o crescimento populacional incontrolado, o envenenamento dos ares e das águas e a transfiguração irrecuperável da crusta terrestre, destabilizando equilíbrios estabelecidos durante milénios, para não falar nas angustiantes armas de destruição massiva e nas malignas mutações genéticas laboratoriais.

Acresce que os recursos vitais que a Mãe Terra faculta são finitos, pelo que o seu usufruto desregrado, embora passível de ser minorado, conduzirá, inevitavelmente, ao colapso do sistema.

Mas não é apenas no plano físico que este drama dantesco se desenrola. Acontece igualmente no domínio civilizacional e moral quando se projecta um novo homem, robotizado, sem sentimentos nem ética e passível de ser comandado sabe-se lá por quem e com que fins.

Assustadores são a globalização desumanizante, a mundialização escravizante, as ideologias degradantes da dignidade humana e a idealizada religião mundial única, que exclui a espiritualidade e a bondade originais.

Tudo supervisionado pelo projectado Governo Mundial autoritário, cúpula da denominada Nova Ordem apadrinhada por personalidades suspeitosas, que ameaça aniquilar estados, pátrias e nações e que não se coibirá de chacinar milhões de seres humanos para tornar viável a sua nova Humanidade sem humanismo.

É o totalitarismo dos totalitarismos, ainda pior que o marxismo-leninismo ou o nacional-socialismo de má memória.

Não nos iludamos, portanto: a mera redução das emissões de carbono e de metano, ou mesmo um novo sistema energético, já não nos poderão salvar.

Talvez só mesmo a profetizada nova vinda de Jesus Cristo, em que muitos acreditam piamente.

Isso é outra história, porém

A todos desejo um feliz Novo Ano.

 

Vale de Salgueiro, 31 de Dezembro de 2019

 

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

Se um deputado incomoda muita gente...

A democracia não é um sistema político vergonhoso contrariamente ao que os políticos portugueses induzem os seus concidadãos a pensar. Bem pelo contrário! É o único sistema que verdadeiramente dignifica e engrandece o ser humano. Vergonhosas, sim, são as autocracias, socialistas ou fascistas, que não respeitam a liberdade, não têm em conta a vontade dos cidadãos, usam a justiça como mero instrumento de poder e fazem tábua rasa dos direitos do homem. O regime político português, pese embora o facto de se enquadrar na matriz democrática é, em matérias fundamentais, vergonhoso por muito que custe admitir aos machuchos que o tutelam. A governação incompetente e facciosa, os vícios crónicos da Administração Pública, a corrupção endémica, o funcionamento obscuro da justiça, a dívida pública relapsa, a lei eleitoral enviesada e os persistentes índices de pobreza, citando apenas alguns dos males mais evidentes, criaram no cidadão comum sentimentos de profundo desagrado como o demonstra o uso recorrente da expressão popular “ Isto é uma vergonha!”, dirigida a actores e a actos políticos. Assim se explica que o deputado André Ventura incomode tanta gente, só porque se atreve a invectivar, alto e bom som, os vícios sistémicos da governança e faz uso, em sede de democracia, dessa mesma expressão consagrada popularmente, muito embora não tenha sido ele que a inventou. Mais honroso e sensato seria que, face a tantas vilezas do Regime e do Estado, todos os deputados sem excepção, gritassem em uníssono “isto é uma vergonha!” e se congraçassem para pôr termo a tamanho despautério. Até porque se trata de matérias que não colidem com os ideários que apregoam, embora não constem das suas boas práticas políticas. Mas não. Entendem escandalizar-se, quais virgens ofendidas, com as intervenções do deputado atrás citado que, até mais ver, se tem limitado a mostrar que o rei vai nu. Muito em especial os deputados do statu quo que, incapazes de lançar a reformas indispensáveis para colmatar tamanhas vergonhas públicas, continuam a varrer o lixo para debaixo do tapete e a iludir o povo com as migalhas e arganas que sobram do banquete político. A maior vergonha, porém, é não ter-se vergonha nenhuma e a Assembleia da República envergonha mais a democracia do que a dignifica. Só assim se compreende que o deputado André Ventura, que mais parece um solitário cavaleiro- -andante, incomode tanta gente. Notório é o nervoso miudinho que as suas intervenções causam no primeiro- -ministro e que os correligionários deste, sistematicamente procuram abafar com aplausos ruidosos e patéticos. Mais triste, ainda assim, foi a desastrada reação do Presidente da Assembleia da República que, porque enfiou a carapuça, só pode ser, censurou, em pleno plenário, o deputado em causa, com evidente propósito de o silenciar, quando em situações, essas sim graves e escandalosas, não levantou um dedo sequer. O que só vem confirmar que Ferro Rodrigues não possui suficiente estatura e competência democrática para o cargo para que foi cooptado. É por demais óbvio que o actual Regime, agora dominado por uma esquerda renegada, estava a precisar de abanões deste teor. Se um deputado incomoda muita gente, os demais incomodam muito mais. Boas Festas Vale de Salgueiro, 18 de Dezembro de 2019.