Editorial

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Nos últimos dias voltámos aos noticiários nacionais com algum destaque, como noutras vezes, por razões atípicas, que fazem abrir a boca de espanto à maralha que se acotovela, feliz e contente, pela capital e arredores.

O mundo ainda tentava refazer-se da tragédia que fora a II Guerra Mundial quando Artur cá chegou, para uma vida que terminou, inesperadamente, quase 74 anos depois, numa cama dos serviços de urgência do hospital de Bragança.

Diversas são as designações, mas desde tempos primordiais que as comunidades humanas, culturas e civilizações, integraram, na sua relação com o mundo, a suspeita da existência de entidades promotoras do mal, da dissensão e da desordem, sempre dispostas para a gargalhada tenebrosa sobre os despojo

Esperou-se por Abril de Janeiro a Dezembro, anos e anos, como se a Primavera viesse sempre em tons de Inverno, sem flores de todas as cores nem sol prometedor de dias claros, apesar de vivermos num país de céu azul como poucos.

Quando respiramos o ar da área metropolitana, que vai ficar muito mais puro, pelo que se diz, depois da redução dos passes sociais e do investimento massivo na mobilidade eléctrica, ficamos a saber que estamos a chegar ao último ponto final do capítulo da história em que a nossa região não foi al

Belíssima ao ponto de deixar siderado o deus dos deuses, senhor do Olimpo, que decidiu arrebatá-la para um dos seus paraísos privados, Europa, a figura mitológica, princesa, ninfa, quase deusa, veio a dar nome à península ocidental do grande continente que é a Eurásia.

Há quarenta anos andávamos por cá a festejar a chegada da electricidade à maior parte dos aglomerados rurais, que não conheciam as comodidades que a energia proporcionara por esse mundo no que já se vivera do séc. XX.

Já ganhámos calo relativamente ao que vamos ouvindo aos protagonistas da política, o que nos permite descontar a demagogia, a dissimulação, mesmo a aldrabice, tosca ou descarada.

Sempre foram abundantes os sinais de que a vida é um sopro, inefável ilusão, desejo mais que conquista.

Estamos fartos de chover no molhado e pouco mais haverá a fazer, pelo menos no tempo útil das vidas de cada um, provavelmente da própria existência do país, no que respeita à condição de quem ainda permanece nos três quintos do território a caminho do matagal. 

Muitos se lembrarão de viver, nas aldeias mas também nas cidades, nomeadamente no interior rural, até há menos de 50 anos, paredes meias com galinheiros, pombais ou lojas de porcos, importantes para a economia familiar, quando ainda não havia aviários nem pocilgas industriais.

Pessoas de boa fé podem questionar-se se não estaremos a assistir a uma ofensiva contra a humanidade, perpetrada por todos os demónios imagináveis, vindos de um obscuro reino do mal, que racionalmente recusamos, apesar de irromperem no nosso quotidiano fenómenos que gostaríamos de relegar para me