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Mirandela mantém domínio caseiro e quebra invencibilidade gilista

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Ter, 25/09/2018 - 20:39


Os números do campeonato dizem que o S.C. Mirandela se dá bem em casa e essa tendência manteve-se, no domingo, na jornada 6 da série A do Campeonato de Portugal, com uma vitória frente ao Gil Vicente por 2-1.

Torneio de Voleibol trouxe a Bragança mais de duas centenas de atletas

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Ter, 25/09/2018 - 20:31


O voleibol foi a modalidade rainha, no passado fim-de-semana, na cidade de Bragança. Cerca de 200 atletas participaram na segunda edição do Torneio de Voleibol de Bragança, depois de em 2017 ter contado com pouco mais de meia centena.

Vendavais - A fraqueza dos ministros

Quando se quer fazer crer que alguma coisa vai ser feita em prol de uma qualquer reivindicação, surgem as promessas e de igual modo se faz se queremos atingir um objetivo imediato ou mesmo retardar um determinado processo.

Antes do governo fechar as portas e ausentar-se para férias “administrativas” ou outros se ausentarem em férias legislativas, foram feitas algumas negociações ou pelo menos tentativas, com diversos sindicatos, deixando para depois do período de férias, uma agenda bem preenchida de promessas de resoluções, com uns e com outros. Todos foram gozar os seus merecidos dias de lazer na firma convicção de que na devida altura tudo se iria resolver ou no mínimo, elencar soluções possíveis para levar a um termo justo e digno, quer para o governo, quer para os que reivindicavam, essas soluções.

Agora, no tempo em que se esperavam algumas resoluções, eis que o país está, na sua plenitude, em manifestações de greve, arrastando para o caos a maior parte dos serviços nacionais dos diversos ministérios. O governo parece ainda estar de férias! Nada se diz e nada se faz. Os taxistas esperam que António Costa regresse do estrangeiro para conseguir chegar a algum entendimento, já que com o ministro do ambiente nada se consegue e eles também não estão interessados em conversar depois das últimas afirmações face ao problema que querem resolver. A lei não justifica tudo, pelos vistos.

Os enfermeiros entraram em greve nacional e entravaram completamente os serviços mais essenciais como as urgências e os Centros de Saúde que se vêm completamente entupidos. As cirurgias deixaram de se fazer por falta de profissionais suficientes do setor e os tratamentos mais prementes ficaram adiados por mais dois dias. Ao que chegámos!

O novo ano letivo iniciou-se este mês de setembro com alguns contratempos e com algumas esperanças no que se refere ao diálogo com o ministério da tutela. O senhor ministro não quis conversar e o governo continua a dizer que tem razão e que o orçamento, sempre o orçamento!!, não comporta os ajustamentos exigidos pelos professores.

Depois da greve nacional dos professores no final do ano letivo anterior, que criou alguns constrangimentos nas avaliações finais e nas entradas nas universidades, ficou prometido que o governo se sentaria à mesa das conversações para nova ronda de negociações. Promessas. Só promessas. Valeram somente para que durante as férias todos estivessem calados e esperassem calmamente pelo início do presente ano letivo. Mas no ar pairou sempre uma ameaça de greve se as negociações não fossem efetivas. E não foram. Até agora tudo continua na mesma e o governo mantem-se firme à margem de todas as promessas. Diálogo de surdos.

Assim, não admira que a convicção dos sindicatos de levar a cabo uma greve no início do ano letivo, se vá confirmar em outubro. Era uma promessa dos sindicatos. Pelo menos alguém cumpre as promessas. Mas se o objeto da greve é a contagem do tempo de serviço e a sua reposição perfeitamente legal e em tempos negociada e aprovada, já o mesmo não se verifica por parte do governo que continua a esgrimir o orçamento como uma espada de Dâmocles a cair não se sabe bem em que pescoço.

Para fazer esquecer toda esta problemática das carreiras dos professores e dos quase dez anos roubados, o governo inventou um processo para entreter os professores e levá-los a perder horas numa análise de uma ou duas leis sem sentido algum e que em nada contribuem para a melhoria do sucesso escolar. Estamos a construir escolas para alunos que supostamente, deveriam ser óptimos, mas que acabam por não ser, perante as alcavalas que lhes são impostas e o tempo que lhes é roubado ao seu currículo e aos professores que com isso têm de lidar. Não tem nexo esta alteração, principalmente quando este sistema, copiado, falhou completamente no norte da Europa. Nós copiamos sempre o que não presta. Como haveríamos nós de encaixar num sistema feito para um povo de mentalidade completamente diferente da nossa e cujos padrões de vida não se coadunam com os do sul da Europa? Impraticável. Aliás, já é a segunda vez que o tentamos e parece que não se aprende. Queremos uma escola inclusiva. Pois bem, a nossa escola sempre o foi, mas tem sabido fazer as adequações necessárias. Não se pode ser inclusivo quando se levantam barreiras para todos os alunos. Sempre tivemos e teremos alunos bons, menos bons, normais e com deficiências e não foram excluídos quer uns, quer outros. Seguiram sempre um rumo com objetivos certos e corretos. Agora este ministro quer abrir uma auto-estradas onde todos circulem, independentemente de saber ou não o código da estrada. Claro que vai haver acidentes. Aqui reside a grande fraqueza deste ministro. As outras já são conhecidas.

Não é do A. D. N.

Desta vez os alarmes soaram na Grande Rússia: Putin prepara-se para alterar a idade da aposentação porque a população ativa não chega para cobrir as despesas com as reformas. Em resumo: o fosso demográfico está a aumentar. Face ao alarme, o presidente quer apresentar um pacote de medidas que, na opinião dos especialistas, poderão inverter a tendência verificada desde dois mil e oito. Segundo dados recentes, em 2016, houve uma queda de trinta e duas mil e duzentas pessoas no crescimento populacional o que, em termos globais, agrava o deficit para onze por cento em território russo.

Os especialistas apontam várias causas, que vão desde a insegurança ao alinhamento pró-ocidental, que se traduz em novos processos de socialização e em modelos diferentes das novas gerações se relacionarem. Outros factores contribuem para a baixa natalidade no país dos czares, sendo a pobreza e a crise económica que se instalou factores determinantes, não estando arredado o facto de 25% da população masculina morrer antes dos cinquenta e cinco anos – por consumo excessivo de bebidas alcoólicas, segundo estudos recentes.

Esta tendência, caraterística dos países ocidentais, alastra-se a outros de latitudes diversas e, os que eram considerados ‘nichos’ estão a viver o mesmo drama, sendo o paradigma desta evolução a França onde, são essencialmente, as camadas mais jovens da população (25 a 34 anos) a ter menos filhos. Segundo Laurent Chalard, numa entrevista ao Le Monde, se a crise de dois mil e oito teve influência nos anos subsequentes, não é menos relevante a decisão pessoal de cada um, associada a uma evolução das mentalidades.

Ora, se a questão fosse apenas de mentalidades, países como Portugal, Irlanda e Polónia – tradicionalmente conotados com a máxima do “Crescei e multiplicai-vos” deveriam inverter esta tendência, o que não se verifica. Logo, ou também aqui as mentalidades mudaram, alguém não se apercebeu, ou há variáveis que o mundo académico ainda não contemplou e, consequentemente, os políticos ainda não conhecem. Sem dúvida que os factores económicos são, em nosso entender, mais determinantes que tudo o resto.

Antes de mais, os índices da qualidade de vida são uma variável a considerar. Sendo um direito de qualquer cidadão ter condições de vida condignas, não se pode dissociar isso do direito à habitação, à educação e ao emprego. Ou seja, um longo caminho a percorrer no nosso país. Em termos de educação, ainda recentemente, ficou-se a saber que mais de 1500 crianças de quatro anos ficaram sem vaga no pré-escolar. Em agosto, foi notícia que 21 mil crianças, com seis anos, permanecem no pré-escolar por falta de condições no ciclo seguinte.

No que respeita ao parque habitacional, basta ouvir as notícias mais recentes sobre os custos do aluguer numa qualquer zona do país onde haja atratividade em termos de trabalho para qualquer casal se ver arredado.

Urge, por isso, mais do que multiplicar projetos, criar contratos-programa, onde o poder local se envolva e a sociedade civil participe com vista à assunção de respostas eficazes e localmente aceites. E já agora, tal como Putin, dar mais atenção às famílias jovens no apoio à aquisição da primeira habitação e no reforço das comparticipações familiares já que, hoje em dia, cada vez mais tarde, há condições para deixar a casa dos pais.

Considerando que se pode estar perante uma mudança de mentalidades, deve efetivamente estudar-se a questão da natalidade em Portugal e reforçar as políticas em função dos grupos sociais, sem carácter discriminatório, em vez de criar generalidades para o todo e, consequentemente, a ninguém aproveitam. Mais uma vez, as questões da imigração e das minorias se colocam, sobretudo, na forma como são acolhidas em território nacional. E, caso tudo falhe, que se promovam ou apagões ou se aumente a taxa do audiovisual já que, segundo as Tendências do Imaginário está provado que nos nove meses seguintes o número de nascimentos tende a aumentar. Também há quem reforce a ideia de que o mesmo se consegu após a vitória do clube do coração ou da seleção nacional, mas aqui as probabilidades poderão não ser tantas e, dadas as circunstâncias, é de todo conveniente jogar pelo seguro.

Alterações Climáticas e Eficiência Energética nos Edifícios

As alterações climáticas são uma realidade cada dia mais presente, bem acentuada pelos noticiários à escala global, associadas a estragos devastadores provocados por fenómenos climáticos extremos, como inundações e secas extremas, que provocam grandes fluxos migratórios de população, alteração de preço de matérias-primas e de alimentos essenciais, danos em infraestruturas e na economia em geral, para além da perda de biodiversidade no planeta e de vidas humanas.

A Europa vive um ano de temperaturas elevadas, os países do norte foram surpreendidos pelos efeitos do aumento da temperatura, já os países do sul, bastante mais vulneráveis, sujeitos às influências do deserto do norte de África, sofrem desde há anos efeitos negativos crescentes de degradação da natureza. Investigadores do clima referem que em Portugal no ano de 2050 podemos ter temperaturas máximas à volta dos 55 graus, o que nos dá uma ideia do muito que há a fazer.    

O 1.º dia de agosto foi referido pelo “Global Footprint Network”, como o dia do ano em que se caminha na super utilização dos recursos da Terra, tendo como medida a Pegada Ecológica, medida de sustentabilidade de utilização dos recursos do planeta, significando que até ao final do ano estaremos a viver consumindo recursos para lá da garantia de sustentabilidade de gerações futuras. No próximo ano este dia poderá chegar mais cedo. A obrigação de todos é garantir que esse dia ocorra progressivamente mais tarde, a meta ideal seria 31 de dezembro de cada ano, reestabelecendo o necessário equilíbrio. Estou confiante que as próximas gerações o alcançarão.

As alterações climáticas são uma preocupação dos cidadãos e dos governos das nações, uns mais do que outros, sendo também certo de que muitos consideram a descarbonização da economia como essencial para o futuro do planeta, para cumprir os objetivos do Acordo Climático de Paris 2015 e assim reduzir a pegada ecológica da humanidade, pretendendo a Europa assumir-se como ator importante e líder na transição para a economia verde e do conhecimento.

A Agenda Estratégica da União Europeia inclui no conjunto de dez prioridades de ação que vinculam os Estados-Membros, a agenda da “União da Energia e do Clima”. Também o presidente da EU no seu discurso sobre o estado da União (2018), para uma Europa mais forte, no conjunto das cinco prioridades referidas incluiu as alterações climáticas.

A União Europeia visa reduzir a dependência de importações de energia, atualmente de 53%, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e estimular o emprego e o crescimento, assentando a estratégia em cinco vertentes: a segurança, solidariedade e confiança; a integração do mercado europeu de energia; a eficiência energética; o combate às alterações climáticas; desenvolver a investigação, a inovação e a competitividade.

A União europeia consome 20% da energia mundial, é o maior importador do mundo, dispõe de reservas próprias relativamente limitadas e de menos de 10% de interligação das redes de energia. Na Europa 50% da energia final é utilizada para fins de aquecimento ou arrefecimento e desta 80% é utilizada em edifícios. Portugal importa 76% da energia que consome, os transportes são responsáveis por 37% da energia, a indústria por 31% e os edifícios consomem 29% da energia total, bastante menos do que a média da EU, situação favorecida pelo clima, ainda assim, corresponde a uma fatura muito pesada a evidenciar o impacto do consumo energético nos edifícios.

A EU fixou objetivos globais para o setor da energia e que obriga os Estados-Membros. Fixou para o curto prazo, ano de 2020, a redução de 20%, pelo menos, das emissões de gases com efeito de estufa, comparativamente ao ano de 1990, garantir que pelo menos 20% da energia é obtida a partir de fontes renováveis e 20% de redução no consumo, através da eficiência energética. Fixou para o médio prazo, ano de 2030, reduzir em 40% as emissões de gases com efeito de estufa, garantir que 27% da energia é obtida a partir de fontes renováveis, aumentar a eficiência energética entre 27% a 30% e assegurar que 15% da eletricidade produzida na EU pode ser transferida entre países através de redes interligadas. Para o longo prazo, ano de 2050, o objetivo é o de atingir uma forte descarbonização da economia, reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa para 80% a 95%.

A Europa é um continente desenvolvido, assumiu estar na vanguarda de construção da nova economia, ajudar a salvar o planeta, sabendo-se que outros países lhe seguirão o exemplo, que países em desenvolvimento assumirão mais lentamente os desafios das alterações climáticas, que o forte crescimento da população no planeta irá pressionar muito a extração de recursos naturais (a água potável, os minerais, os solos, as florestas, etc.), poluir o ambiente, extinguir parte da vida nos oceanos pela elevação da poluição, tornar o ar cada dia menos respirável, que guerras generalizadas podem ocorrer na disputa de bens essenciais para a sobrevivência dos povos, mesmo assim, e por isso, não podemos cruzar os braços. Trata-se de proteger o planeta azul, o único no universo com condições para continuar a acolher a vida humana e as muitas outras formas de vida existentes na Terra.  

É neste contexto que a redução do consumo energético nos edifícios, nomeadamente através de medidas de eficiência energética pode contribuir muito para a concretização de objetivos de combate às alterações climáticas. Na União Europeia, os edifícios são responsáveis pelo consumo de 40% da energia total, por 35% das emissões de CO2 e em média 35% dos edifícios tem mais de 50 anos e cerca de 75% são energeticamente ineficientes, por outro, a renovação média anual dos edifícios é de 0,4% a 1,2%, dependendo do país, enquanto o valor da média anual apontada pela EU como desejável é de 3%.

A situação em Portugal não é muito diferente. Os edifícios consomem 29% da energia total, estima-se que mais de 50% do consumo pudesse vir a ser resolvido através de medidas de eficiência energética. Dois terços dos edifícios em Portugal tem menos de 40 anos e cerca 29% do parque habitacional necessita ser reabilitado.

A União Europeia através de diretivas específicas (EU 2018/844) relativas ao desempenho energético dos edifícios promove uma estratégia para a renovação dos edifícios dos Estados-Membros, reforçando a ligação entre o financiamento público e os certificados de desempenho energético dos edifícios, visando melhorar o ambiente.

A investigação, o Setor da Construção Civil em geral e os cidadãos assumem que o incremento de renovação dos edifícios antigos tem um elevado potencial para a redução do consumo de energia e da redução das emissões de CO2.

Por outro a concretização dos objetivos da EU em matéria de clima e de energia está associada aos esforços de renovação do parque imobiliário dos Estados-Membros, sendo dada prioridade à eficiência energética e à introdução de energias renováveis nos edifícios. A Eficiência Energética promove: a economia, em particular a indústria da construção; a redução das importações de energia a países terceiros; a redução das emissões de gases com efeito de estufa; melhora a qualidade do ar interior, proporcionando níveis de conforto e bem-estar mais elevados para os seus ocupantes e melhora a saúde.  

O Programa Operacional da Região Norte financia a eficiência energética na habitação social, prevendo-se que pelo menos 5800 famílias tenham as suas habitações melhoradas, financia a eficiência energética nos equipamentos e infraestruturas da administração local, mobilizando apoio financeiro até 107 milhões de euros.

As intervenções elegíveis podem incluir a envolvente opaca dos edifícios, a envolvente envidraçada, a intervenção nos sistemas de produção de água quente sanitária e outros sistemas técnicos, a iluminação interior, a instalação de sistema e equipamentos que permitam a gestão de consumos de energia, a instalação de painéis solares térmicos para produção de água quente sanitária e de produção de energia, desde que, para autoconsumo, são ainda elegíveis os custos relativos a auditorias e diagnósticos.

Na habitação social o financiamento é feito sob a forma de subvenção não reembolsável à taxa de 85% sobre o investimento elegível, nos equipamentos da administração local podem coexistir subvenção reembolsável com taxa de apoio de 95% ou de subvenção não reembolsável com taxas de apoio que podem atingir os 45% ou 50%, conforme a classe de desempenho energético alcançado com o investimento, a dimensão do investimento e se o imóvel tem mais de 40 anos e é classificado ou em vias de classificação.

Fazem parte das exigências de elegibilidade, ter projeto aprovado, certificado energético, relatório energético e demonstrar que a redução do consumo de energia será pelo menos de 30% dos consumos de energia primária.  

As instituições sociais, após aprovação da reprogramação do Programa Operacional, apresentada à Comissão Europeia, poderão candidatar-se a apoios no âmbito de avisos a publicar, visando a eficiência energética nos equipamentos sociais. É uma oportunidade para melhorar a envolvente dos edifícios construídos há mais de 30 anos, de baixa eficiência energética, valorizar o património edificado, as condições de conforto para utentes e trabalhadores, reduzir a fatura de energia, aumentar a sustentabilidade financeira das instituições e contribuir para o combate às alterações climáticas, na defesa da sustentabilidade de vida na Terra.

(Imagens do texto, obtidas de fonte da CE)

Agosto de 2018

 

O cerco a Rui Rio

O filósofo Álvaro Ribeiro escreveu Razão Anima que desde há largos anos me auxilia a entender as indignidades humanas e as virtudes de O Homem Sem Qualidades (fundamental obra de Robert Musil), no paradoxo de o Homem é o homem e suas circunstâncias, explicou o filósofo madrileno Ortega y Gasset.

Inicio a crónica amparado na proficiência no esventramento da ânima humana de três grandes vultos da cultura, primeiro porque a todo o tempo me ensinam, a todo o transe me indicam caminhos e veredas no sentido de melhor levar a água ao meu moinho – o porquê de causas e efeitos – do nosso viver em sociedade dita civilizada, todavia recheada de vilezas, traições, vanidades e torções de carácter.

Sempre que entendo por azado recorro à benevolência de filósofos e ensaístas no intuito de serem traves sustentadoras das asserções que formulo, podia recorrer ao seu anonimato não o faço na convicção de um ou outro leitor levar a sua curiosidade ao ponto de ler algum livro de tais autores revalidando a certeza de os jornais serem educadores forma da escola funcional, sim da Escola Formal como a concebiam os pensadores do círculo do autor da acima referida Razão Animada. O Nordeste forma e informa para enlevo e prazer cultural dos seus leitores.

Todos sabemos quão monstruosa é a vivência dos grandes partidos quando arredados da arca do poder pois as manjedouras ficam sem erva e feno e as bornais desprovidos de buchas suculentas e as mesas de manjares substanciosos a obrigarem à utilização de colher, faca e garfo. As clientelas barafustam, intrigam, chega-se a atingir a fase de balbúrdia no Oeste. O PSD vive tais ciclos ao modo de irmãos desavindos, o provérbio ensina – são mais que inimigos, são irmãos – entusiasmando-se a ponto de as cicatrizes não sararem, de se atingir a pulsão do ódio velho não cansa.

Há anos Manuela Ferreira Leite tentou «endireitar» o Partido e dizer verdades sem adornos os luvas acetinadas. Tramou-se. Os rapazes glutões guiados pela mãozinha (entenda-se Miguel Relvas) colocaram-lhe armadilhas de toda a espécie escorados em mensageiros jornalistas treinados como as galinhas poedeiras causando-lhe graves prejuízos de afirmação política a culminar na derrota no prélio eleitoral. Na altura o rapaz Pedro Pinto muito se esforçou ou não fosse grande amigo da mãozinha seu companheiro de estúrdia na escola de quadros da Jota, volta a estar na crista da onda contestária a Rio. Pergunto: alguém conhece uma ideia para o governo do País ao Senhor Pedro? Ninguém conhece, conhecemos isso sim apartes, jogadas no aparelho partidário e mais não digo. Na meninice passava dias na casa do seu parente Alberto Rodrigues, conceituado comerciante brigantino, benfiquista assumido, proprietário da Sapataria da Moda e do Café Central. O Senhor Pinto principiou a sentar-se nos bancos do Parlamento no início da longínqua década de oitenta do século passado. Façam as contas.

O portuense Rio lutou e venceu o portismo clientelar de Pinto da Costa, recebeu votos, o grupo de inimigos aumentou, três mandatos na Câmara do Porto, contas equilibradas, as suas atitudes valeram-lhe esperança em variados sectores do PSD, o feitio teimoso granjeou-lhe animosidade na classe jornalística e dos elitistas bem pensantes do Porto. Não por acaso o amigo de facilidades refere os pacóvios suburbanos na carta de despedida do PSD (recordem-se da cunha a favor da filha), estou a referir-me a Martins da Cruz militante há sete anos sempre atento às vantagens do usufruto do poder.

O homem da mãozinha é o líder do cerco a Rio, dispõe de vários peões de brega em linguagem ribatejana, ouve muito Marques Mendes (no Comilão, Vela Latina e adjacências), consulta Dias Loureiro e está determinado em atirar borda fora o economista de contas escrutinadas. Os ruídos na imprensa são cuidadosamente planeados, os deslizes dos elementos aliados de Rio conseguem enorme projecção, a procissão está a sair do adro. A procissão só não será de defuntos – Rio e apoiantes – se os militantes de base, intermédios nas diversas estruturas do poder a começar pelo autárquico derem um safanão e consigam colocar os intriguistas do grupo parlamentar e afins a falarem para eles próprios destapando-lhe a cortina do fingimento levando os meninos a imitarem outro menino que disse: o rei vai nu.

Foi Telmo Moreno (não esqueço o seu desempenho na pacificação do PSD na época do consulado socialista na Câmara de Bragança a possibilitar a sua recuperação laranjinha) quem me apresentou Rui Rio numa noite bucólica numa casa de bebidas sita nas proximidades do Castelo. Agradou-me a sua franqueza e simplicidade, posteriormente falámos mais duas ou três vezes, o tom de aprumo e vontade de exercer o munús político sem demagogia reforçou a minha crença no ser possível «regenerar-se» o PSD libertando-o dos elementos postiços que no antecedente tanto trabalho custaram a Telmo Moreno.

Os dados estão lançados. Desejo a Rui Rio destreza na sua movimentação e golpe de vista apurado.

Viagem surpresa 2018 da Família do Tio João - Caldas da Rainha, Óbidos, “Buddha Eden” e Alcobaça

Ter, 25/09/2018 - 09:55


Então minha boa gente! Como vai a vida?

Já entrou o Outono, mas só no calendário. Recordo que no primeiro dia de Outono os termómetros foram aos 33 graus em Bragança. Quem já anda muito preocupado com o tempo quente e com a falta de chuva são os nossos tiozinhos da agricultura. Segundo o nosso tio António Cavalheiro, de Vilarandelo (Valpaços), “com este tempo estamos feitos ao bife, tio João!”.