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Clara Morais

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Sustentabilidade, moda consciente e eco friendly

A moda é uma expressão do estilo pessoal e a demonstração da individualidade, criatividade e do senso estético de um individuo. Ao usar uma marca, não se compra apenas a beleza da peça, está igualmente a concordar-se com todo o seu processo produtivo e a “incorporar” o valor moral da marca. Assim, em algumas situações, os consumidores têm o poder de apoiar ou punir marcas pelas suas atitudes sociais e ambientais, comprando ou não comprando em determinada loja. O número de consumidores “ecofriendly” tem aumentado nos últimos anos, associado á enorme preocupação global para a sustentabilidade do planeta. Muitos preveem que esta preocupação sobre sustentabilidade e moda consciente, intensificada com a actual pandemia do COVID19, que alertou a humanidade para valores mais humanos e amigos do ambiente, aumente significativamente a consciência dos consumidores, que irão exigir responsabilidades e atitudes sustentáveis ás empresas e marcas de moda, no sentido de investirem no paradigma do desenvolvimento sustentável. Uma marca de roupa pode, por exemplo, aumentar a vida útil de uma peça de roupa através do acabamento, pode usar tecidos que causem menor impacto ambiental, verificar a procedência das matérias-primas, assegurar condições dignas de trabalho, realizar o “upcycling”, etc. Diante destas preocupações, surgiram correntes adeptas do consumo consciente, como o movimento de “moda ética”, “slow fashion”, “eco moda”, “zero-waste fashion” e “eco chic”. Moda ética leva em consideração o impacto da dimensão sócio cultural e ambiental inserida na concepção de um produto. O movimento questiona a exploração de trabalho de funcionários de confecções, que muitas vezes são submetidos a condições análogas ao trabalho escravo : “ Quem fez as minhas roupas? Em que condições? A eco moda pretende que se reduza o consumo de recursos e o uso de tecidos de fibras orgânicas e métodos de produção que minimizem a contaminação de rios e mares, evitando ao máximo produtos químicos altamente poluentes. Algumas alternativas são o algodão orgânico, e fibras de ananás, de bambu, de cânhamo e outras. O eco produto é projectado de acordo com um balanço energético e material, quantifica as perdas e possíveis desperdícios, além de pensar em refrear a geração de resíduos sólidos. O conceito “slow fashion” contraria a produção de roupas massivas e de baixa qualidade, propondo um consumo mais lento e roupas com maior vida útil. O movimento questiona o conceito e a velocidade da moda, e visa um design intemporal com qualidade que proporcione uma durabilidade á peça. Resumidamente defende: - A qualidade das roupas em detrimento á quantidade de peças; - Mudança de consciência do consumidor para que se questione sobre a necessidade de consumir mais e mais, pensando no ciclo de vida de cada peça e na sua durabilidade; - A sustentabilidade em todas as etapas do processo de produção e uso consciente de recursos; - Remuneração justa e garantia de condições dignas e éticas de trabalho; - Incentivo a negócios locais Não podemos mais pensar isoladamente nas nossas roupas, sem tomarmos consciência de tudo o que está detrás da sua fabricação. É, pois, imprescindível que cada consumidor reconheça que faz parte dessa cadeia, em que as questões ambientais se cruzam com as questões sociais. É impossível ignorar nos dias de hoje que comprar uma roupa é também um “acto político”

Lições de estilo de Jaqueline Kennedy Onassis

Nestes dias difíceis e incertos que vivemos devido á pandemia COVID-19 uma das medidas obrigatórias é ficar (isolado) em casa.

É tempo de recolhimento, em que podemos aproveitar para fazer muitas coisas para as quais geralmente não temos tempo, na correria do dia a dia. Uma das tarefas pode ser a leitura. Quando escolhia um livro para encontrei um livro, que comprei já há alguns anos, sobre Jaqueline Kennedy Onassis, uma mulher fascinante que sempre me inspirou.

Jackie Kennedy Onassis é um dos ícones de estilo, elegância e cultura mais copiados da História. Aquela que foi primeira dama dos Estados Unidos e, posteriormente, mulher do milionário Onassis inspirou (e continua a inspirar) mulheres de todo o mundo, pela sua graciosidade e elegância a vestir.

Reuni as melhores lições de estilo da Jackie Kennedy Onassis para aqui hoje trazer.

 

Fatos

Os fatos de casaco e saia, especialmente os de tweed, eram os favoritos de Jackie para eventos oficiais. Ela vestia um, em rosa, quando o marido e presidente dos Estados Unidos John Kennedy foi assassinado, recusando-se a que alguém limpasse as manchas de sangue

 

Chapéu Pillbox

Imagem de marca indiscutível do estilo de Jackie Kennedy, o chapéu pillbox era sempre a sua escolha quando tinha que usar um em eventos oficiais. A grande vantagem deste chapéu é que deixa o rosto descoberto. Depois de eleito como favorito da primeira dama, passou a ser sinónimo de elegância.

 

Lenços de seda

Jackie adorava lenços de seda e fez deles um eterno símbolo de sofisticação que se perpetua até aos dias de hoje. Usava-os, maioritariamente, para prender o cabelo, quer em eventos oficiais quer em descontraídos passeios em família. Tinha uma vasta colecção deles, em seda.

 

Grandes óculos de sol

Conhecidos como óculos Jackie O’ os óculos de sol em massa, grandes, eram os favoritos daquela que foi a mais icónica primeira dama dos Estados Unidos da América. Os óculos escuros eram um “must” para Jackie, que arrematam o visual e adicionam mistério ao olhar.

 

Pérolas

Jackie era fã de pérolas e usava frequentemente um colar de pérolas de três voltas. Os diamantes poderão ser os melhores amigos das mulheres, mas ninguém nega o cariz elegante que só as pérolas possuem. E Jacqueline sabia disso!

 

Coordenados bem estruturados

Uma das principais lições de estilo de Jackie Onassis era, sem dúvida, uma elegância despretensiosa ao vestir. Ela apostava em peças bonitas e de bom corte, conjugava-as com harmonia, evitando demasiada informação nos coordenados. Ela era, sem dúvida, uma adepta da regra do “menos é mais”.

 

Luvas

O par de luvas brancas era um acessório recorrente, principalmente na época em que ainda era casada com Kennedy. Elas adicionam delicadeza ao look e representam um pequeno detalhe típico do estilo da monarquia britânica.

A aptidão de Jacqueline Onassis para a moda mantém-se lendária. O seu estilo icónico tem sido documentado e celebrado pelas maiores publicações de moda de todo o mundo e continua a inspirar colecções e tendências contemporâneas. A vida de Jackie teve altos e baixos. Todavia, a sua elegância, o seu estilo único e intemporal, a coragem e a determinação que a acompanharam durante essa vida tão extraordinária são, ainda hoje, verdadeiras lições de vida para muitos que a admiram.

“ Mais ninguém era como ela, falava como ela ou foi tão original na forma como fazia as coisas. Ninguém que conhecíamos tinha uma melhor noção de individualidade.” (Elegia do Senador Ted Kennedy no seu funeral, em 1994)

 

*Consultora de Imagem

Peças de roupa essenciais para o Inverno

Não há qualquer dúvida de que estamos na época de frio e chuva e precisamos estar preparadas para enfrentar as temperaturas mais baixas e os dias de vento e chuva. Vestir-se por camadas, ou seja com várias peças de roupa sobrepostas, é uma óptima solução, ideal para as variações de temperatura ao longo do dia. Além disso, há peças indispensáveis, essenciais, para ter durante o inverno.

Casaco comprido: Um casaco comprido bem quente é indispensável no Inverno. Deve apostar em tons neutros, se pretende investir num casaco único, pois permite maiores possibilidades de combinação com o seu guarda roupa.

Casaco de pelo: Hoje em dia, existem diversos tipos de pelo sintético e de várias cores, pelo que pode optar por um tom bordeaux, azul ou verde escuro. Os padrões animais também são uma boa escolha para quem gosta de dar um toque mais sensual.

Parka: Muito prático e confortável, a parka é óptima para os dias de chuva e vento. Por ser impermeável, vai manter a sua roupa seca e o corpo quente.

Camisola de gola alta: As golas altas são perfeitas para proteger e aquecer o pescoço. Opte por malhas mais finas, se pretender um look mais elegante para o trabalho, ou mais grossas se desejar um look mais desportivo e casual.

Cachecol: Existem imensos modelos de lenços e écharpes, que substituem o cachecol mais tradicional. Aproveite para o usar de modo personalizado, mostrando o seu estilo único, colocando-o de forma diferente, ou optando por uma cor que funcione como “ponto de cor” e de preferência uma cor da sua cartela de cores. Assim, vai chamar a atenção para esta peça no seu coordenado.

Luvas: Sejam de pele sintética ou de lã, as luvas são uma boa forma de proteger as mãos do frio. Adquira vários pares em cores diferentes o que poderá mudar completamente um look.

Botas: Podem ser usadas com umas calças, vestido ou saia e são perfeitas para proteger as pernas do frio, mas também para complementar o seu coordenado. Se pretender alongar as pernas, escolha uma cor no mesmo tom da saia ou do vestido.

Collants opacos: Estes collants opacos são uma boa solução para enfrentar as temperaturas mais baixas. Além disso, os collants pretos podem ser muito elegantes se gostar de usar botins com saia.

Cardigans: É uma peça muito versátil, podendo criar-se looks tanto clássicos como mais casuais. Modelos mais alongados facilmente migram por vários estilos e tipos físicos. Um maxi cardigan é óptimo para alongar a silhueta. Podem igualmente funcionar como ponto de cor num look mais neutro. São perfeitos para aconchegar por baixo do sobretudo ou do trench-coat.

O padrão xadrez é um clássico sempre na moda - Padrão tendência, origem e tipos de xadrez

Os principais desfiles das semanas de moda internacionais apostaram num dos padrões mais clássicas da moda, o xadrez. A designer britânica Victoria Beckham, por exemplo, explorou o “mix” de padrões diferentes de xadrez no mesmo look.

E se existe um clássico da temporada que nunca sai de moda, ele é o xadrez. O padrão, que dominou os desfiles anteriores no seu formato “Vichy”, agora reaparece nas “passerelles” do Inverno em diferentes versões.

Nas “passerelles” Outono//Inverno 2019, o xadrez está em alta em todas as peças de roupa. Depois do “Vichy”, padrões como o “tartan”, “príncipe de gales” e “ pied de coq” e “pied de poule” surgiram nos desfiles das marcas mais conceituadas de todo o mundo.

Um pouco de história sobre a origem do tecido xadrez:

Geralmente associa-se o tecido xadrez aos escoceses.

Contudo, segundo E. J. Barber, historiador têxtil, o padrão xadrez remonta aos antigos celtas. Pesquisas arqueológicas em pântanos da Alemanha e da Dinamarca encontraram vestimentas com padronagens têxteis feitos com fios de lã e pigmentos á base de vegetais desses pântanos.

Os donos de terras escoceses usavam o tecido xadrez “tartan” no séc. XIX. Contudo, o “tartan” não era adequado para o trabalho e vestuário do dia a dia. No inicio do século XX era usado apenas em fatos e casacos masculinos. Aos poucos foi sendo utilizado nas roupas femininas (saias, vestidos, xailes).

Na Escócia, foi muito utilizado para identificação dos clãs. Cada família, a partir de 1703, criava o seu próprio “tartan”, utilizado em diferentes ocasiões: caçar, trabalhar ou celebrar.

A Rainha Vitória, quando visitava a Escócia, incentivava o uso do “tartan”. Ainda hoje, em cerimoniais importantes o “tartan” está presente nos vestuários dos escoceses. e tornou-se o principal símbolo da Escócia e da cultura escocesa.

A partir da Segunda Guerra Mundial, Coco Chanel valorizou muito o tartan, e este padrão passou a fazer parte de roupas elegantes e confortáveis no guarda roupa feminino.

O tecido xadrez foi sendo gradualmente introduzido no mundo da moda, como um tecido eclético, usado em roupas masculinas, femininas e infantis, bem como utilizado como material importante na decoração de interioriores.

Nas últimas temporadas de moda, o icónico xadrez voltou em força e renovado, mais colorido e principalmente muito diverso!

Tipos de padrões de xadrez:

Príncipe de gales – É uma homenagem ao Príncipe Eduardo VII, que começou a usar esse tipo de xadrez, introduzindo-o na moda da época. Originalmente era obtido pela trama dos fios de lã nos teares, e foi por muito tempo usado exclusivamente como estamparia de moda masculina.

Pied-de-poule – Ou “pé-de-galinha”, é o xadrez muito miudinho. O nome tem a ver com o formato do padrão, que parece pegadas de galinha. Se os desenhos formados forem maiores o padrão é chamado  pied-de-coq (pé-de-galo).

Vichy – Ou o famoso xadrez “piquenique”. É composto de pequenos quadriculados que formam o xadrez combinado com a cor branca e uma segunda cor. O nome homenageia a cidade francesa de Vichy, famosa pela produção de tecidos com padrões de xadrez. A inspiração foi o belo vestido que  Brigitte Bardot usou nos anos 50, quando casou com Jacques Charrier!

Tartan – É o xadrez com padrão escocês, normalmente encontrado em tecido de lã ou algodão. Antes ser considerado um estilo de xadrez, tartan também era outro nome para o Kilt. Como este padrão tem muita história e tradição, algumas empresas registaram seus próprios desenhos de tartans. Um dos mais famosos é o belíssimo tartan da Burberry.

Madras – Está sempre na moda e geralmente aparece nas camisas desportivas masculinas. O nome vem da cidade de Madras, na Índia, onde foram confeccionadas primeiras versões deste padrão, que usa muitas cores e desenhos.

Seja qual for o padrão de xadrez escolhido para uma peça de roupa, estará sempre na moda.

Leques são a nova tendência do street style e os melhores amigos das fashionistas

O leque já não é apenas o “recuerdo” que trazemos de Espanha para a mãe, a tia ou a avozinha.

Efectivamente, o leque é o acessório “statement” e está a conquistar novas adeptas.

O leque é um acessório usado há séculos.

Segundo alguns autores o tipo de leque mais conhecido nos dias de hoje teve origem na China no século VII. Este mesmo leque inventado na China chegou ao Japão, e é lá que os europeus descobrem a novidade, trazendo-o para a Europa nos fins do século XV, pelas mãos dos portugueses quando começaram a estabelecer rotas comerciais com o Oriente. Há estudos que afirmam serem os padres jesuítas os responsáveis pela introdução do leque na Europa e não os comerciantes. Começou a ser muito utilizado por mulheres de classes sociais elevadas, mas rapidamente popularizou-se passando a ser utilizado por todas as classes sociais.

A rainha Isabel I de Inglaterra, no séc. VI, era sua adepta, e só aceitava um presente: o leque! Não surgia em público sem este acessório ao pescoço, preso por uma corrente de ouro.

Nos séculos seguintes, ele foi um símbolo da nobreza e alta burguesia. Sempre que havia uma festa, as mulheres abanavam o acessório com luxúria e, muitas vezes, tinham mesmo empregadas dedicadas a esse trabalho.

O mundo evoluiu e o leque tornou-se um acessório comum. As avós começaram a usá-lo nos dias de maior calor, enquanto tomavam o chá das cinco, e o leque passou a ser um dos melhores “recuerdos” que se traz de uma visita a Espanha , uma vez que está muito associado a este país, pois afinal, o leque faz parte do flamenco, dança culturalmente associada a este país.

Sempre foram muito usados por mulheres autoconfiantes, ícones de estilo, em dias de temperaturas elevadas.

Ao que parece, o leque promete ser um “must-have” deste verão. Nas ruas das principais capitais da moda, como Paris, as influencers têm adotado a tendência, normalmente conjugada com looks clássicos descomplicados, como um fato monocromático e sapatilhas.

Por isso, tudo o que temos a fazer é colocar um belo leque na carteira para nos refrescarmos quando o calor “aperta”! Nada mais chique e mais fashion!

Trench Coat: um clássico incontornável

O Trench Coat, imortalizado pela marca Burberry, é um modelo de casaco que foi criado durante a Primeira Guerra Mundial por Thomas Burberry, especificamente para os soldados da linha de frente.

Inicialmente, o Trench Coat era confeccionado em tecido de gabardine impermeabilizada, uma técnica criada e patenteada por Thomas Burberry em 1888. O modelo, desde o inicio, possui uma fenda traseira, ombreiras, uma pala larga nas costas, tiras com fivelas nos punhos, uma aba abotoada num ombro e bolsos fechados para melhor acomodar os pertences dos soldados.

Ainda segundo a Burberry, o uso da peça por civis começou em 1918, através de influência de personalidades como Winston Churchill.

Desde a aparição de Andrey Hepburn com um Trench Coat no filme “Breakfast at Tiffany´s” e Humphrey Bogart em Casablanca, o Trench Coat ganhou também um lugar na história da moda. O modelo tornou-se democrático, é usado actualmente por homens e mulheres, com vários estilos e idades, totalmente versátil; pode ser vestido tanto de dia, no trabalho, como á noite, para uma festa casual. A Burberry continua a comercializar o mesmo casaco, presente em todas as colecções. Contudo, o Trench Coat é uma peça sobre a qual se poderá afirmar que é transversal à maior parte das marcas de roupa.

Além disso, é também uma ótima opção para os dias de clima instável (chove/não chove; faz calor/ faz frio)!

O Trench Coat é um clássico intemporal e um básico que devemos ter no nosso guarda roupa.

Para escolher um Trench Coat invista numa peça de qualidade que possa usar por bastante tempo. Escolha uma cor que combine com o seu guarda-roupa. Considere cores neutras como o preto, azul marinho, bege, caqui e verde escuro, altamente versáteis e que combinam com tudo.

Para as mais ousadas opte por um trench coat em cores vibrantes.

O Trench Coat sobreviveu a todas as modas e pode substituir um casaco leve.

Pode usar-se tanto com saltos como com sapatilhas, dá sempre um ar elegante.

Pode ser perfeitamente combinado com um vestido, uma saia ou com calças.

Desde o modelo mais clássico ao mais chique, ao casual ou irreverente, a escolha só depende de si, do seu estilo, do look que pretende, do seu estado de espirito e da mensagem que deseja comunicar aos outros.

Seja qual for o seu estilo e se ainda não tem um Trench Coat, aconselho vivamente a adquirir esta peça para o seu guarda roupa.

Faça um detox do guarda roupa

Estamos ainda em época de definição das resoluções do ano novo, que quase todos acabamos por fazer, (novos hábitos, novas conquistas, melhores e mais saudáveis estilos de vida, são estes os mais comuns). Mas antes de pensarmos em colocá-los em prática, talvez o ideal seja fazer um “detox” (alimentar, digital, pessoas e relações que nos intoxicam, entre outros…) para eliminar todas as toxinas, tudo o que nos prejudica.

E eu acrescento a esta lista um “detox” do guarda roupa que no inicio do ano é também ideal (e até mesmo recomendável!...), uma vez que ao longo do ano vamos acumulando roupas, no Natal recebemos, com muita frequência mais roupas, agora estamos em época de saldos e a tendência é comprarmos mais roupas, muito mais do que precisamos, “atafulhando” completamente o guarda roupa!

A acrescentar a tudo isto, temos uma relação com a nossa roupa que é muitas vezes emocional. Guardamos tudo o que compramos por mil e um motivos. “Talvez possa voltar a usar, a moda é cíclica!” ou “vou perder os quilos que me separam daqueles jeans tamanho 34”, ou “quando for de carro para o trabalho posso usar aqueles sapatos de salto alto arrumados na caixa há imenso tempo”, são alguns dos argumentos que nos fazem “acumular” roupas, sapatos, carteiras…

Contudo, já deve ter passado pela situação desesperante de procurar um look no guarda roupa lotado, e não encontrar nada que goste, ou por vezes uma peça que procure (lembrou-se daquela saia verde que já não veste há tempos...) e não consegue encontrá-la! Isto pode ser o sinal evidente de que precisa de fazer um “detox” ao seu guarda roupa. Assim como o nosso organismo, os cabides e gavetas também funcionam mal quando estão cheios de toxinas, neste caso, de peças sem serem usadas.

A ideia do “detox” do guarda roupa é que reavalie toda a sua roupa e perceba o que pode ou não fazer sentido manter. Tudo que está no armário deve servir: se a peça não lhe serve no presente, quer seja por causa do tamanho ou por um “lifestyle” diferente, livre-se dela. Em geral, se a peça não foi usada há mais de dezoito meses, ela deverá ser descartada. De facto, deve sentir-se sempre fantástica com todas as peças que veste pela manhã. E ainda é essencial que o seu guarda-roupa seja adequado ao seu tipo de vida e corpo actual. Organize as peças por grupos: de tempos a tempos, preferivelmente nas mudanças de estação, tire todas as roupas do armário e organize-as em grupos e por cores: camisas com camisas, calças com calças e assim sucessivamente com todas as roupas, o que ajuda a ver o que está a mais e a organizar melhor. Com tudo separado, faça novas pilhas (uma para o que fica, outra para o que é eliminado, outra para doação ou venda). Aproveite para fazer uma mudança no guarda roupa, mais adequado à sua imagem e ao seu momento de vida.

No final sentir-se-á mais leve, com um guarda-roupa mais prático e versátil. Conseguirá facilmente escolher os looks diários, poupará dinheiro em compras desnecessárias e a auto estima ficará francamente melhorada.

 

* Consultora de Imagem

 

Fonte de Imagens:

Pinterest

Que mensagens transmite aos outros através da sua imagem

Quando se olha ao espelho já se perguntou sobre o que a sua imagem transmite às outras pessoas? Essa imagem que vê relaciona-se consigo, tem a ver com o que realmente é ou gostaria de ser?

Na realidade a imagem que cada individuo transmite é um conjunto de características e uma série de comportamentos que podemos visualizar numa pessoa. Não se trata apenas da sua aparência física ou da forma como se veste, mas também da postura, da maneira como anda, como se senta, das inflexões vocais, da linguagem corporal seja durante uma conversa social, seja numa uma entrevista formal, qual o estilo que adota (relacionado com acessórios, maquilhagem, penteado e cores).

Estudos efectuados (pelo

“Management Institute of Technology”/EUA) referem que são necessários apenas alguns segundos (dez a sessenta segundos), para caracterizarmos um indivíduo, e isto através da roupa, tom de voz, expressões faciais, gestos e atitudes. Do impacto que a imagem exerce perante os outros retém-se uma primeira impressão desse individuo, baseada 55% na sua aparência física e ações, 38% na entoação da voz e 7% no que se diz e nas capacidades intelectuais óbvias. E em poucos segundos (na primeira impressão) formulam-se opiniões sobre o indivíduo como idade, género, raça, religião, nível sócio económico, status, nível de sucesso, entre outros. E também se projectam sentimentos como simpatia, antipatia, desejo ou rejeição nesta primeira impressão.

Causar uma boa primeira impressão é quase um requisito para o sucesso nos dias de hoje. Aliás, frases já bastante populares como “a primeira impressão é a que fica” ou “nunca terá  uma segunda oportunidade de deixar uma primeira impressão” são quase “máximas” de vida que praticamente todos conhecem.

O primeiro olhar é aquele que ficará para sempre gravado no subconsciente de quem nos conhece. Assim, a imagem pessoal é um factor crucial para refletirmos aos outros a nossa personalidade, mas, mais do que isso, é essencial para demonstrar a nossa auto estima (boa). Essa, inevitavelmente, irá contribuir de forma positiva e decisiva para a “primeira impressão”.

Por certo não podemos alterar uma primeira impressão, mas ela pode ser sobreposta por uma segunda e terceira impressões. A questão é que em muitos casos não temos essa oportunidade. Daí a importância de termos a imagem que nos define.

Na sociedade actual, imagem e aparência têm uma importância vital. Tanto aparência (roupas, acessórios e cuidados pessoais), como comportamento (acções, atitudes e postura) e comunicação (verbal e não verbal) são de suma importância para a construção da imagem pessoal e profissional.

Platão, na Grécia Antiga, escreveu em “A República” que... “imagem é tudo aquilo de algum modo criado por alguém para representar algo…”

Quer se queira ou não, todos os indivíduos têm uma imagem pessoal. Através dela cada indivíduo é percebido pelos outros e é criada uma reputação fundamentada nessa imagem.

A imagem não é estática, é dinâmica e deve ter coerência com a verdade de cada um. Ela pode ser uma grande aliada para se atingir o sucesso pessoal e profissional, mas também pode destruir uma reputação em poucos segundos.

As roupas, um dos fatores determinantes da composição e construção da imagem, funcionam como símbolos. Posicionam-se também entre o individuo e o mundo externo.

Funcionam ainda como uma “interface” entre o ser interior e o ser exterior, de que emanam ideias, sentimentos e conceitos elaborados por cada um. São criadas representações a partir de perceções distintas de si ou de outros.

Já parou para pensar o que as suas roupas simbolizam? O que as suas roupas falam de si? Porque, inevitavelmente, as roupas que cada um veste, a forma como se combinam peças e cores, comunicam mensagens que, idealmente, deveriam transmitir a verdadeira essência de cada um.

A roupa que se veste é uma forma de apresentação ao mundo social, facto que é de grande relevância, mas nem sempre se lhe dá a devida atenção. Não se trata de “estar na moda”, mas sim transmitir mensagens que os elementos de design das roupas exprimem. Estes elementos de design referem-se às linhas, às formas, às texturas, às cores, aos padrões e estampados existentes nas peças de roupa. Esses elementos revelam significados sobre quem a veste. O desejável é dar significado à sua personalidade.

Quem não se confrontou já com profissionais rígidos a necessitarem de mostrar mais flexibilidade, mulheres demasiado “sensuais” ou “delicadas” a precisarem de ter mais autoridade sobre a sua equipa ou clientes, pessoas com elevado conteúdo humano e/ou intelectual parecerem superficiais, pessoas exigentes transmitirem desleixo?  Todos estes casos têm em comum a  incapacidade de comunicarem o que necessitam ou o que realmente são.

A escolha das roupas certas pode ajudar. De facto, existem roupas que transmitem autoridade, solidez, força, segurança, confiabilidade de acordo com os seus elementos de design. Algumas pessoas naturalmente comunicam essas características de personalidade, mas outras não as possuem ou não conseguem expressá-las. E se for importante e necessário para esse individuo (profissional ou socialmente) apresentar essas características, pode e deve usar a roupa a seu favor. 

Inversamente, quem possui essas características, se as reforçar ao vestir, pode apresentar uma imagem demasiado rígida e autoritária. Neste caso recomendar-se-ia o oposto, isto é, deveria usar peças de roupa que transmitam mais leveza, delicadeza, acessibilidade, cooperação.

As roupas funcionam através de um efeito psicológico na auto imagem e na auto estima de quem as veste, e, principalmente, na percepção que os outros têm sobre esse indivíduo. Podem mesmo construir-se várias identidades para se estar mais próximo do que se quer ser ou parecer ser.

A imagem pessoal que se mostra é vital para todas as áreas da nossa vida, é um forte meio comunicativo e, de certo modo, manipulador, fundamental para as relações pessoais e profissionais diárias. Ela antecipa-nos sempre para além de qualquer forma de comunicação, seja real ou direta. Nem sempre se conseguem traduzir as nossas intenções de forma positiva, mesmo que  incutindo-lhes algumas distorções e alterações. Este risco pode conduzir-nos ao sucesso (imagem de sucesso), ou, por outro lado, pode arruinar expectativas futuras relativamente a uma determinada situação, um encontro ou um qualquer evento.

Saber utilizar a imagem a nosso favor é um acto de inteligência e sabedoria, uma vez que uma imagem adequada, que transmita as mensagens pretendidas e sendo parte integrante de um percurso para alcançar os objetivos comunicativos que se estabelecem, pode ser decisiva para todo esse processo.

Através dos media criou-se no imaginário coletivo a ideia de imagem ideal correspondendo a padrões de certa forma impostos pela indústria da moda. Contudo a imagem ideal não é real, não existe.

Mas por outro lado, a imagem pode ser projetada e construída em conformidade com a realização dos projetos pessoais e profissionais que cada um pretende atingir e com o seu propósito de vida.

A imagem pessoal induz opiniões e pode direcionar comportamentos dos outros em termos de vontade, de atender aos nossos pedidos, de aceitar opiniões e propostas e garantir-nos mais acesso a informações e oportunidades, ou por outro lado, rejeição.

Sendo um veiculo de informação e comunicação poderoso, as vantagens em fazer uma gestão estratégica da imagem pessoal são infinitas.

Para uma Imagem de sucesso são requisitos essenciais a atitude, a credibilidade e a coerência na comunicação verbal e não verbal.

Melhorar a imagem controlando a impressão que transmitimos é um ativo que devemos analisar, desenvolver e rentabilizar de forma adequada, sensata e inteligente.

Não devemos jamais negligenciar a Imagem. Uma imagem coerente e diferenciada vai permitir, para além de aumentar a auto estima e a auto confiança, um reconhecimento de valorização pessoal por parte dos outros, quer seja na vida pessoal e social, quer seja na vida profissional. Através da imagem damo-nos a conhecer e somos também conhecidos. É a marca que deixamos e que diz realmente quem somos.

É vital na sociedade atual construir uma imagem alinhada com a personalidade de cada um, com a sua essência e com os seus propósitos de vida. Ela pode ser trabalhada e “manipulada”, com atitudes e ferramentas adequadas de modo a se alcançar uma imagem de sucesso, mas sendo sempre uma extensão do eu interior de cada um.

Já Epicteto dizia “Primeiro saiba quem é, depois vista-se conforme”.

Moda: uma realidade sócio-cultural - Um pouco de história

A história da função do vestuário mostra que existe uma forte ligação entre cultura e moda, que se verificou ao longo dos tempos.

A moda, como a conhecemos, não existiu em todas as épocas nem em todas as civilizações. É necessário um conjunto de ideais estéticos, de desejos funcionais e vaidade “encoberta” para que se perceba a sua influência na sociedade.

A moda está ligada ao desejo de mudança, ao seu caráter efémero e à sua volubilidade, que é uma das características essenciais da moda.

Durante séculos homens e mulheres usavam uma túnica, igual para ambos os sexos. Nessa época não havia tendências nem estilos diferentes, nem moda masculina e feminina.

A diferença dar-se-á por razões sociais, em que o traje servirá para marcar as diferenças hierárquicas: clero, reis e faraós vestiam de forma diferente do restante povo.

Apesar  de que nestes primeiros tempos não houvesse traços de fugacidade característicos da moda, verificava-se  já uma íntima relação com o ambiente cultural. Na Grécia, as roupas defendiam o mesmo ideal de beleza clássica que a arte, que era a proporção entre as diversas peças.

Na Idade Média o vestuário relaciona-se com a pertença a um grupo. Havia nessa época os grémios, que se diferenciavam, entre outras coisas, pelos seus atavios. Começou então, a variedade e o movimento dos modelos.

Contudo, o aparecimento da moda só está referenciada a partir dos meados do século XIV. Surge uma nova forma de vestir, as mulheres e os homens deixaram de vestir-se da mesma forma e o estilo dos trajes está ligado ao contexto histórico-politico.

No século XVI o vestuário reflete o luxo e ostentação de um mundo em expansão.

No século XVII inicia-se o Século de Ouro francês, e desde então a França assume a batuta da moda, convertendo-se no principal cenário da moda, onde depois da revolução de 1789, se proclama oficialmente uma lei que outorga a liberdade total de vestimenta.

De 1868 a 1968, é chamado o século de Ouro da elegância, e vai desde Christian Worth, um costureiro instalado em Paris que teve grande êxito e foi ele o pioneiro a fixar as bases do que se denominará Alta Costura. Os seus desfiles contaram desde logo com luzes e música, convertendo-os num verdadeiro espetáculo. Foi, de certa forma, o pai das atuais “passerelles”.

Coco Chanel foi outro nome incontornável neste século, provavelmente a mais emblemática no mundo da moda.

Até então a moda “espartilhava” a mulher. Chanel percebeu que a verdadeira elegância só é possível com simplicidade e liberdade de movimentos. Adaptando o seu próprio estilo, trouxe para a moda um estilo baseado na simplicidade e harmonia. Ela era a criadora e a modelo, pensando na mulher real que iria vestir a roupa. Tinha, além disso, uma estreita ligação com uma élite de artistas e gentes da cultura.

Coco Chanel foi a precursora do “prêt à porter”. Os seus famosos conjuntos de saia e casaco, o famoso “tailleur” atingiram enorme sucesso, com o seu estilo funcional e delicadamente elegantes, nunca passaram de moda.

Este século de Ouro termina com outro genial costureiro, Cristóbal Balenciaga, estilista espanhol radicado em Paris, a que alguns chamaram o “Picasso da moda” ou o “Mozart da costura”. De facto, Balenciaga fazia dos tecidos autenticas obras de arte. A inovação era uma constante nas suas criações.

No final da II Guerra Mundial, verificam-se algumas mudanças que farão com que a moda ganhasse um ritmo vertiginoso, e que durou até aos dias de hoje.

As transformações que se deram ao nível da indústria permitiram baixar os custos e embaratecer a moda.

Antes, procurava-se a qualidade nas roupas, hoje pretende-se funcionalidade e o vestuário começou, então, a ser um produto de consumo da sociedade de massas.

Estas mudanças na moda dão-se também a par de mudanças sociais. A entrada da mulher no mundo do trabalho e na vida social exigiram que adequasse a maneira com se vestia a este novo estilo de vida. Nos anos vinte assiste-se a um encurtamento do comprimento das saias e os vestidos tornam-se mais cómodos e fáceis de usar.

A moda masculina mantém-se mais estável, enquanto a moda feminina muda rapidamente. A mulher do século XX trabalha, faz desporto, transforma a sua imagem e, indo mais além, adota uma peça até então exclusivamente masculina: as calças. Com este elemento de vestuário procura não só o conforto, mas veste-as também para manifestar, externamente, o seu desejo de alcançar, tanto no âmbito do trabalho, como no âmbito social, os mesmos direitos dos homens.

Nas últimas décadas do século XX observaram-se, de certa forma, duas “linhas” na forma de vestir. Por um lado há um estilo que vai variando com as “tendências” e de outro lado, manifestando-se como rebeldia a esta moda de algum modo “ditatorial” e como manifestação dos ideais da juventude, aparecem estilos de contraste, desde a estética hippy nos anos sessenta, ao punky dos anos setenta, à roupa desportiva dos anos oitenta ou ao grunge dos anos noventa. Estas tendências conjugam-se ainda com o estilo yuppie. Os yuppies vestem roupas de marcas poderosas, num estilo mais clássico durante o dia e muito luxo e glamour para a noite.

Nos últimos anos respiram-se “ares de completa liberdade” e nos dias de hoje as “fashionvictims”(termo utilizado para designar aquelas pessoas que corriam vertiginosamente atrás da última novidade de moda, sem consultar sequer o espelho, apenas por ser a última moda) são praticamente “espécie” em via de extinção.

Na moda, como em muitas outras facetas da vida, impôs-se a filosofia do “vale tudo”.

E podemos, de facto, comprovar esta nova tendência nas passerelles, onde vemos desfilar todos os estilos, que convivem amigavelmente desde o traje de noite com o estilo grunge, a estética hippy com as ombreiras , o couro com a seda, e por aí. Ou seja, impõe-se uma moda muito mais aberta que permita à mulher adaptá-la a si e criar o seu próprio estilo.