PUB.

Encontro de Gerações leva brigantinos à Senhora da Ribeira para se reverem e conviverem

Ter, 18/07/2023 - 10:21


Sair da rotina e da aldeia, onde, habitualmente, se passam a maioria dos dias, conviver, rever amigos e conhecer ainda mais gente, foi com este propósito que mais de 2500 pessoas rumaram, no domingo, ao Santuário de Nossa Senhora da Ribeira, em Quintanilha, no concelho de Bragança.

A geringonça, o calhambeque e o que a seguir virá

O conceito “geringonça” está definitivamente consagrado no léxico político português ainda que com uma característica importante modificada, a saber. Nos dicionários clássicos “geringonça” é sinónimo de caranguejola, de engenhoca, de algo de construção improvisada e de curta durabilidade. A geringonça que António Costa apadrinhou, porém, muito embora também tenha sido feita à pressa, de improviso e de mostrar pouca solidez, acabou por durar mais tempo do que muitos supunham. Apesar de não ter sido mantida por maioria absoluta de um só partido, o que é ainda mais surpreendente, mas por uma maioria tripartida e pouco coesa, constituída pelo PS, BE e PCP. O primeiro governo de António Costa, portanto, não passou de um protótipo, de um ovni político, de um aborto democrático, duma desengonçada geringonça. Ao governo actual, porém, não se aplica a ideia de geringonça atrás mencionada. Melhor se lhe ajusta a imagem de calhambeque que os dicionários definem como algo de pouco valor, um automóvel velho, uma carripana, um chaço. Isto porque apesar de se tratar de uma máquina novinha em folha e ser suportada por uma maioria absoluta coesa, já bate válvulas, vielas e chapas por todos os lados e tem expelido o espesso óleo da incompetência e da corrupção por todos os poros. Tanto assim é que no curtíssimo ano e três meses que tem de vida já largou na estrada treze peças importantes, que é como quem diz, ministros e secretários de estado, já só se move aos solavancos, com falhas de motor e ruídos assustadores, sobressaltando o povo e os pássaros. Claro que se acaso este calhambeque fosse à vistoria o mais certo seria ficar proibido de circular nas estradas nacionais e muito menos nas autoestradas europeias. Mesmo assim, o chauffeur António Costa, depois que a geringonça foi para a sucata, anda encantado a buzinar este seu novo calhambeque. Tanto que até planeará, ao que consta, entrar triunfalmente em Bruxelas ao volante do calhambeque e ao som da conhecida música de Roberto Carlos: o calhambeque, bi, bi, quero buzinar o calhambeque… A menos que, quando menos se espera, o motor do calhambeque expluda ou se despiste numa curva mais apertada. Ou que o cívico Marcelo de Sousa que também muito se tem divertido a buzinar o calhambeque de António Costa, se veja constrangido a mandá-lo encostar definitivamente à box. Claro que o combustível que faz mover, não só este calhambeque, mas igualmente muitos outros “rolls royces “partidários, é uma mistura explosiva de peculato, abuso de poder, utilização indevida de dinheiros públicos, compadrio e nepotismo. É a gasolina do regime político que incendeia a democracia. É a corrupção, numa palavra, que suga o sangue, o suor e os impostos dos portugueses e empurra Portugal para fora da Europa, para a América latina ou mesmo para África. Mistura branqueada e enriquecida, claro está, por uma lei eleitoral viciosa que abastarda o verdadeiro sentir e querer da Nação. Corrupção que António Costa pretendeu tacitamente institucionalizar (não terá sido o primeiro atentar faze-lo ainda que doutra forma), quando declarou publicamente, a propósito de mais um abandono ruidoso de um tripulante do calhambeque, que os portugueses se estão nas tintas para a corrupção, quando as sondagens de opinião dizem clamorosamente o contrário. É por esta e por muitas outras mais que os portugueses não se mostram nada satisfeitos com a cantilena, a poeira e o fumo que o calhambeque de Costa larga por onde passa, apesar das intensas lavagens da sujidade a que é submetido na lavandaria do governo em que o PS transformou a Assembleia da República. Certo é que o calhambeque lá se vai movendo com os empurrões vindos Bruxelas e de alguns indicadores macroeconómicos circunstanciais. Disso tem António Costa consciência pelo que já não ousa meter o calhambeque em grandes corridas. Quanto ao que virá a seguir já ninguém se atreve a augurar. Mas poderá mesmo ser, longe vá o agoiro, a carreta funerária da Democracia e do Estado, puxada pelo povo, claro está, sob o chicote de um qualquer salvador da pátria. E a quem, sobretudo, mas não só, José Sócrates, António Costa e outros compinchas e afins de diferentes cores e feitios e que seria exaustivo aqui enumerar, têm vindo paulatinamente a franquear as portas. Gente que não presta, que é o rosto do Regime, mas que os portugueses não merecem. É o que é!

CULTURA, ARTE E CIÊNCIA

No passado dia 3 a entrevistada de Fátima Campos Ferreira, no programa televisivo “Primeira Pessoa” foi a pintora nordestina Graça Morais, sobejamente conhecida no país e no estran- geiro e cuja obra, o filósofo e pensador Eduardo Lourenço, diz estar ligada ao berço da civilização ocidental com raízes na filosofia grega, expressando o mais profundo da nossa existên- cia, atenta ao espetáculo da comédia humana. Nos seus famosos e impressionantes retratos, Vasco Graça Moura viu o mimetismo do meio rural e a idade do granito modelada pelo tempo. Muitos outros, desde a poetisa Sofia até ao Nobel Saramago, passando pelo nosso Torga, teceram rasgados e fundados elogios à artista do Vieiro. Com base nisto, a jornalista da RTP apelidou-a de símbolo ao que Graça Morais contrapôs, de imediato que não era um símbolo mas sim uma referência e, sobretudo uma identificação. Curiosamente, na sequência desta afirmação, tratou de alertar para as pessoas que tendo feito as suas carreiras só na política eram, humanamente, incompletas e, para bom entendedor... No meu entender, a fra- se da vilaflorense que sintetiza o seu pensamento e, ao mesmo tempo, apela para a necessária reflexão que urge fazer e que condicionará os tempos que se aproximam veio, em jeito de conclusão: “É pela arte e pela ciência que nós vamos criar uma nova humanidade. Não é pela economia!” Os decisores de hoje a quem os eleitores confiaram a missão de prepararem o futuro, têm de estar alinhados com esta verdade que, mesmo que nos queiram fazer crer o contrário, se afirma e se impõe como o verdadeiro paradigma para o desenvolvimento regional, o combate à desertificação e ao empobrecimento progressivo do interior. Mesmo que, aparentemente, possa, ainda, parecer o contrário. Basta uma reflexão, a que Graça Morais nos convida com a sua afirmação convicta e fundada, para constatar que as atividades económicas tradicionais estão em queda contínua, mesmo que lenta. A agricultura é, cada vez mais, de sobrevivência (e ás vezes já nem isso); a floresta vai ardendo ao mesmo ritmo da sua destruição ígnea; as indústrias pesadas, extrativas e poluidoras pertencem, definitivamente ao passado – só mentes limitadas e tacanhas o podem ignorar. O turismo, apesar da pujança atual, tem um risco associado ligado à sua génese e substância intrínseca: só é sustentável e resiliente o que se baseia na cultura autóctone e na tradição. Apesar das supostas roupagens modernas os “enlatados”, comprados no mercado na modalidade “chave na mão”, só se aguentam enquanto se mantiverem os dinheiros públicos que os suportam e alimentam. Se deles nascerem programas que, mesmo com alguma dose de imitação, integrem a cultura regional (é preciso colocar os pelouros municipais a fazerem um trabalho sério e competente, em vez de se limitarem a fazer uma pesquisa de mercado) poderão, ter algum futuro. De outra forma, estarão condenados à vulgaridade da cópia, à banalidade do “take away” pseudocultu- ral. É bom refletir sobre os golpes na base económica regional desferidos pela diminuição dos serviços públicos de pequeno valor acrescentado. Está aí, e é imparável, queiramos ou não, a Inteligência Artifi- cial com os seus algoritmos. Que não haja dúvidas: o que for algoritmável... sê-lo-á. Queiramos ou não, doa a quem doer! À cultura, verdadeira, tradicional, sem perder a modernidade que, mesmo sem o apoio devido dos poderes locais, existe, mantém-se e persiste, há que juntar a arte e a ciência. Felizmente, temos a Gra- ça Morais. Felizmente, temos o IPB. Temas para tratar em próximos textos.