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Os atletas não são pastilhas elásticas!

Mais uma época findada. Uma nova época se prepara. Podíamos dizer que este é um tempo de reflexão sobre a forma como nos comportámos e estivemos no desporto, em particular na formação. Mas não o fazemos.

A verdade é que continuaram a proliferar os conflitos entre familiares de atletas, as agressões e insultos a árbitros jovens e casos de atletas menores a seguirem o mau exemplo que trazem de casa e/ou que apreendem no desporto sénior.

Alguns agentes desportivos e clubes continuaram a vangloriar campeonatos e “campeões” de sub‑10 ou sub‑11. Estamos todos errados, à exceção destes “catedráticos” da prática desportiva de crianças e jovens?!

No processo de formação desportiva, um jovem bem-sucedido é aquele que consegue desenvolver a sua capacidade física, cognitiva e social, mesmo que nunca se torne um atleta profissional.

Iniciar desportivamente uma criança no futebol não significa apenas ensiná-la a rematar, a fazer golos e a correr. Significa incentivá-la a saber trabalhar em equipa, ter disciplina, conhecer as regras do jogo e respeitá-las. Além de ensinar conceitos sobre o jogo, a prática do futebol prepara-a para a vida.

Por outro lado, comportamentos inadequados por parte de adultos podem dificultar o desenvolvimento do jovem. A ambição de estar sempre entre os melhores é um desejo que se apresenta precocemente para muitos destes jovens e este sentimento pode criar uma expectativa irreal e transformar-se futuramente numa fonte de pressão.

Continuam as abordagens agressivas e a manipulação sobre os jovens e os seus pais para mudarem de clube. Os pais, aqui sim, têm um papel importantíssimo. Cumpre-lhes avaliar as situações e ajudar os filhos na escolha a fazer. Não se devem deixar iludir ou buscar o sucesso imediato em troca da felicidade dos filhos. Os atletas não são pastilhas elásticas!

O futebol não é apenas competição, é um desporto que possibilita o crescimento psicossocial da criança e, por consequência, de todos os que a rodeiam.

Ganhar implica um bom resultado desportivo. Não tem mal nisto. Não saber ganhar, desrespeitar o adversário e valorizar a competição só quando se vence não é sério. Infelizmente, o futebol profissional continua a dar-nos estes péssimos exemplos.

A hegemonia de que tanto se fala é o poder. E o que se faz com o poder em Portugal não tem sido nada que nos orgulhe.  Quando estão em causa os “3 grandes”, todos os argumentos servem para os adeptos defenderem o indefensável. Quando é o clube da sua terra… são tão exigentes a pedir explicações e entendidos em todas as matérias. Não faz é sentido os clubes de Lisboa e Porto serem vistos como bons exemplos de gestão desportiva e financeira!

As competições têm de ser atrativas e o mais equilibradas possível. A clubite nas modalidades “amadoras”, que antes era pontual, está a contagiar o desporto em geral. Os atletas e treinadores destas modalidades têm uma responsabilidade acrescida em não permitir que esta “praga” se propague.

Boas férias.

 

Opinião de Vítor Santos (Embaixador do PNED) 

Vestígios em Castro de Avelãs revelam paróquia Brigantia que terá dado nome à cidade de Bragança

Ter, 25/07/2023 - 11:13


Acredita-se que a capital dos Zoelas, há dois mil anos, estava em Bragança, mais concretamente em Castro de Avelãs. Esta é uma das conclusões de escavações que foram feitas entre 2012 e 2015, pela Universidade de Coimbra, com o financiamento da Câmara Municipal de Bragança.

Tendências políticas

Na sempre tendenciosa luta política, perfilam- -se os diferentes partidos com os argumentos que consideram mais válidos e que lhes podem trazer mais dividendos, ainda que esses argumentos sejam, a maioria deles, simples promessas eleitorais. A cada ato eleitoral, seja em Portugal ou em qualquer país mais ou menos democrático, verifica-se sempre o mesmo burburinho político. Nada é substancialmente diferente a não ser as caras de alguns dos políticos que, sendo novos no palco, enfrentam espectadores mais seletivos ou tendenciosos. Mas as promessas, essas todos as fazem, como se fossem a garantia de um casamento abençoado, mesmo em dia de tempestade. Na vizinha Espanha assistimos novamente a eleições, desta feita, antecipadas. Não sei se terá valido a pena. Pedro Sanchez não tendo as sondagens a seu favor, acreditava na vitória e apelou a uma grande participação para que isso pudesse acontecer. Era difícil, mas os votos só são contados no final e parece que uma nova coligação terá de resolver o impasse. Feijóo agarrou-se igualmente às sondagens e como lhe davam alguma vantagem, estava a contar que isso lhe permitiria formar governo. Como a maioria nenhum deles a tem, ambos contavam com uma coligação que viabilizasse um governo. De esquerda ou de direita? A extrema direita parece estar arredada do novo governo e ainda bem. Santiago Abascal contava com um resultado heroico, mas só isso não chega. Ele sabia disso. A “coligação” é o terceiro partido e o mais importante para resolver contendas deste género. Mas resta saber que tipo de coligação a Espanha vai ter. Assim, contam-se os votos, um a um, pois por um se ganha e por um se perde. Apesar dos desentendimentos existentes entre o PP e o Vox, certo é que não se têm de entender pois o Vox está afastado dessa possibilidade. Enquanto se contam os votos finais e os últimos resultados serem totalmente conhecidos, a viragem à direita que estava ao virar da esquina em Espanha, parece agora ser uma possibilidade remota. Sanchez voltará a governar se conseguir fazer uma coligação credível. A Espanha apanhou um susto. Em Portugal e apesar das eleições estarem longe, as sondagens saem como patos bravos de um pantanal. Há uns dias o PSD estava à frente do PS, depois outras sondagens davam empate técnico e agora as últimas conhecidas davam um ponto de vantagem ao PS. Nada que seja muito diferente do que a manutenção de um empate técnico. E assim sendo, as tendências políticas, tanto em Espanha como em Portugal vão manter-se. Em Espanha tudo está resolvido e as tendências já estamos a par delas e os espanhóis também. Em Portugal vamos ter de esperar mais uns tempos até às eleições. As sondagens que forem divulgadas só marcam mais as tendências que também nós já conhecemos e como um país não se governa com tendências e sondagens, só no dia das eleições saberemos que formará governo. Seja como for, as sondagens não são para desprezar já que embora errem por pontos, não costumam errar nos partidos ganhadores e as surpresas são mínimas. Mas existem! Mas voltando às sondagens em Portugal, quem está a subir é Mariana Mortágua e o BE. É a novidade dentro da antiguidade! O discurso é diferente do da sua antecessora. Pessoalmente preferia o discurso da Catarina, mas Mortágua vai ter de mostrar outra tendência, quer discursiva, quer assertiva. Sem ter precisado puxar dos galões, que ainda não lhe assentam bem, já fez subir o BE nas sondagens e, só por isso pode ficar satisfeita. É uma pequena vitória, mas que pode marcar uma tendência. Outra subida verificou-se no Chega. Já Rui Rio tinha alertado para essa possibilidade na semana passada quando o MP mandou fazer investigações mais ou menos despropositadas. Isto é igualmente uma tendência e não das melhores. Tal como se verificou em Itália e quase em Espanha, uma viragem à direita pode acontecer em Portugal dentro de algum tempo. Culpa dos políticos e dos partidos que esgrimem soluções para os problemas que criam sem resolver seja o que for. Conseguem é que os portugueses fiquem fartos de políticos e das suas promessas e da falta de assertividade governativa. E quando isto acontece, as viragens políticas estão de acordo com as tendências. A História repete-se ciclicamente. Já vimos o que aconteceu quando na Europa, os governos das democracias liberais não conseguiram resolver a crise económica e política que desestabilizava tudo e todos. O desemprego, a fome, a discórdia e a inépcia política levaram a que os partidos extremistas de direita assumissem os governos na Itália e na Alemanha. Pois se já temos exemplos por esta Europa fora, o melhor é guardar o nosso quintal de modo a que o furão e as raposas não nos comam as galinhas que ainda por cá andam. Deixemo-nos de tendências e toca a governar em consenso o pouco que ainda nos resta.