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Vendavais- Sem brilho

São desconcertantes algumas das notícias que nos são veiculadas e que põem em causa o nome de Portugal e dos portugueses, pela simples razão, de nos vermos envolvidos em esquemas extraordinários e até inimagináveis. A verdade é que os esquemas são apanágio dos portugueses, embora uns sejam envoltos em boas intenções e outros nem por isso, mas esquemas é mesmo coisa dos portugueses. Se não fosse estar a corrupção ligada a estes esquemas, ainda poderíamos apreciar a capacidade de invenção que temos para organizar a diversidade com que eles se apresentam. Infelizmente, acabam por ser organizados por quem tem instintos menos lícitos e objetivos mais ambiciosos, não se importando com os que lhes estão mais próximos, arrastando-os para um lamaçal terrível. Sem culpa aparente, Portugal vê-se igualmente envolto pela polémica e acaba por ser conotado como um país corrupto afastando possíveis interessados em investimentos mais dignos e promissores. É um sobe e desce que descarateriza o nosso lindo cantinho à beira mar plantado. O brilho que a ancestral cultural habitualmente nos dá, acaba por se ofuscar e perder toda a fulgência que sempre nos serviu de emblema. A ganância de uns não pode servir para denegrir a clarividência dos outros e arrastar tudo e todos para um poço sem fundo onde a dignidade desaparece e se confunde com aldrabice, mentira e desrespeito. Os Comandos sempre foram uma referência de elite no plantel das forças armadas portuguesas. A infiltração de alguns elementos que nada mais são do que empreendedores do crime, acabam por arrastar esta organização para o pátio lamacento do crime, da corrupção e da aldrabice, desrespeitando tudo e todos. A operação Miríade acabou por desvendar toda a rede e trazer a lume os interesses abjectos destes indivíduos. Colocados em terreno fértil a tais atos e perante o brilho do carbono puro, tão antigo como a própria Terra, depressa se alquilaram a comandantes do negócio brilhante que os poderia levar a um brulho fora do comum. Enganaram-se. No entanto, puseram em causa, além da organização a que pertenciam, o próprio governo e o Presidente da República que andaram completamente à deriva durante toda a investigação, desconhecendo toda a trama. Felizmente, perderam o brilho os traficantes de diamantes que, percebendo pouco do assunto, até andaram a tentar comercializar diamantes que nada valiam. Infelicidades de amadores. Contudo, não se pense que o brilho se apaga somente nestes criminosos. Outros há, que não sendo criminosos, perdem o seu brilho com as ações que praticam e o interesse que demonstram. O brilho de antigas eleições quer nos partidos, quer das legislativas, estão a perder o seu brilho em cada dia que passa. Estamos a par certamente do interesse que tanto Rio como Rangel têm nas próximas eleições legislativas, mas mais do que isso, na importância que cada um tem de se afirmar como o próximo primeiro-ministro. Para isso um deles tem de ganhar as eleições partidárias que estão envoltas em polémica devido aos prazos que o Congresso impõe e à data em que se pode realizar. E se um promete fazer isto e aquilo, o outro não promete menos, nem que seja o seu contrário. E por vezes parecem estar em sintonia. Como decidir? Mas nada disto tinha um interesse maior se não fosse o facto de o PS poder ganhar novamente as eleições legislativas. Só uma maioria de Centro-direita poderia evitar este cenário e uma nova espécie de geringonça do PS. Tudo voltaria a ficar na mesma e de nada teria servido a dissolução da Assembleia. Alianças sim, mas com quem? Catarina não quer ser excluída e tudo fará para que o PS não lhe diga que não. O PC está atento e aberto, certamente. E Costa nada diz. Quase sem brilho, nesta fase, vai esperando pela decisão dos portugueses. Não arrisca, mas a medo, vai pedindo uma votação em massa que lhe permita ganhar com maioria. Não é certo e não irá tê-la porque os portugueses já não vão em cantigas. Deste modo, o cenário não tem qualquer brilho. Por outro lado, Ventura levado sem querer a eleições internas, vê-se novamente envolto na ilegalidade da sua eleição. A falta de democracia interna, vai levá-lo a nova votação e ao adiamento do Congresso. O brilho que pensava ter, está-se a perder e um nevoeiro terrível baixa sobre si neste conturbado dilema. Mas há um brilho que pode servir de exemplo: a Arábia Saudita vai ter futebol feminino no final deste mês de novembro. No meio de tanto obscurantismo, eis que surge um brilho imenso na possibilidade de as mulheres aqui, brilharem com uma bola nos pés e uma ponta de democracia no coração. Finalmente.

Voto em Rui Rio. Porquê?

Porque o enquadro no palco dos políticos firmes, resolutos, profissionalmente competentes e acima de tudo capazes de governarem de forma a não deixarem rabos-de-palha. Para lá das considerações acima expendidas, a teimosia de - antes quebrar do que torcer – descansa os cidadãos no que tange a pactuar com políticas arrogantes vinda de Bruxelas e/ou nomeações rasteiras ao exemplo da nomeação do procurador José Guerra apadrinhado pela inefável ministra da justiça. Sim, eu sei, ao exemplo de outros cidadãos que adventícios carreirista se acolhem debaixo do seu guarda-chuva, não sendo discípulo de Torquemada não os envia para a fogueira, prefere mantê-los a cumprir os manuais do recolhimento político de forma a não se enredarem em processos ínvios atreitos ao escárnio das gentes sempre a revelarem enorme glutonaria nas apressadas condenações especialmente dos políticos de todo o talante. O candidato Rui Rio não é de modismos, prefere a praia do Cabedelo às chiques do Algarve, ou seja, mantém-se fiel ao cânone antes de das luzes da ribalta o iluminarem, por isso o seu desarmante apego à simplicidade encontra eco nos cérebros e corações de mulheres e homens adeptos do fazer/ fazendo na real/realidade de vidas marcadas pela honradez de princípios e práticas, denodado trabalho e porfia sacrificial no desembaraço de tremendas dificuldades, agruras e sacrifícios. Um livro sempre ao alcance da minha mão é Consolação pela Filosofia do filósofo medieval Boécio. Este insigne pensador martirizado pela sua coerência respeitadora da religião que defendia – o cristianismo – conheceu às glórias do poder, de mandar, porém caiu em desgraça ao resistir a todo o tipo de torpezas a colocar em causa essa mesma coerência, pois bem, em certa medida, tudo quanto conheço de Rui Rio leva-me a Boécio, leva-me a reler os comentários e ensinamentos do insigne pensador do século VI. O País atravessa uma fase de graves dificuldades seja no campo da protecção social tendo como base matricial o envelhecimento das populações, seja no âmbito da segurança de pessoas e bens, seja no campo económico, seja ainda no respeitante à administração da justiça, quiçá a maior de todas as negatividades o lento e corrosivo esmigalhar dos fundamentos éticos e morais do povo português. A bem urdida tapeçaria moral desse mesmo povo acabou esfarrapada, substituída por uma manta de retalhos de tecidos delidos, defeituosos a desfiarem, não se distinguindo as cores de origem nem mesmo nas costuras. Sendo assim, e é, na rigorosa observação das comunidades portuguesas desde as do badalado bairro da Jamaica, até aos andares de luxo adquiridos através dos vistos Gold, passando pelas aldeias do interior incrustada nas encostas das serra ou nos vales acidentados do interior, não conheço melhor candidato à liderança do PSD, o actual Presidente, ou seja Rui Rio. Uma coisa é pensar com o coração, outra e reflectirmos e pensar com a Razão. Em a Astúcia da Razão, Hegel explica as razões da Razão!