Passagem de Ano voltou a fazer-se sem bares e discotecas

PUB.

Ter, 04/01/2022 - 11:29


Foi com desagrado que os empresários da noite viram os bares e as discotecas fechados na passagem de ano

Se os tempos fossem outros, várias teriam sido as festas por estes espaços fora mas, como o Governo os mandou fechar, do dia 25 de Dezembro a 9 de Janeiro, evitando a propagação da pandemia, tiveram que voltar a ficar à espera de melhores dias. A determinação do Governo, para Alberto Cabral, vice-presidente da Associação de Discotecas Nacional, foi “um pouco surreal” pois deixou uma “porta aberta” para a concretização de festas ilegais, nos casinos, nos hotéis e em quintas. “Aquilo que o Governo fez foi tirar os nossos clientes de uma panela e pô-los no fogo”, vincou, assumindo que um mês antes destas determinações, em reunião, lhes havia sido garantido que não existiriam mais restrições até ao final do ano. “Eu disse que se fosse para fechar na passagem de ano que precisamos de ser avisados com alguma antecedência. Não iríamos fechar em cima do acontecimento com as despesas já feitas”, esclareceu ainda, sublinhando que “mais uma vez o Governo foi infantil”, já que foram avisados quatro dias antes do Natal para fechar logo no dia 25. Com tudo preparado para as festas que se avizinhavam, segundo explicou Alberto Cabral, os apoios também já começam a ser “chacota” porque “servem simplesmente para pagar alguns impostos e manter as empresas à tona”. “Ao bolso do empresário não chega dinheiro nenhum. No ano passado, 11 meses depois chegou-nos um apoio, através do programa APOIAR, mas nem deu para pagar as rendas de estabelecimentos”, lamentou. A nível local os empresários parecem ter, há muito, a corda ao pescoço. Carole Baptista, gerente de uma danceteria em Macedo de Cavaleiros, considera que as medidas “não fazem sentido” e lamenta o fecho do espaço numa das melhores alturas do ano. “A passagem de ano serve para fazermos algum dinheiro. Assim, acho que podíamos ter continuado a trabalhar da maneira que estávamos a trabalhar, ou seja, com a apresentação de teste negativo. Penso que não havia perigo nenhum, mas acharam que estávamos a trabalhar errado e fecharam-nos”, esclareceu, afirmando que nestes últimos tempos que esteve de porta aberta não houve nenhum caso positivo no espaço. Carole Baptista, que diz que “está a ser muito complicado”, porque “as despesas continuam e as ajudas não são nenhumas”, terá que manter o espaço fechado até ao dia 9, altura em que termina o período de contenção, determinado pelo Governo.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro