Portugal está em guerra
O Estado Português continua a saque e a economia nacional em roda livre, a mover-se perigosamente sem que o Governo dê aos pedais. A dívida pública que o diga, que não pára de aumentar. Portugal sofre, em surdina, os efeitos duma guerra civil generalizada, subversiva e insidiosa. Não declarada.
Os inimigos da Pátria, chamemos os bois pelos nomes, não lhe dão tréguas. São políticos, de esquerda ou de direita, banqueiros, grandes empresários ou simples sucateiros. Cuja arma principal é a corrupção embora também façam uso do compadrio, do tráfico de influências e de outros expedientes ilícitos.
Cedo tomaram de assalto os principais bastiões do Estado democrático, os partidos políticos, as grandes agremiações desportivas, as empresas públicas e a própria Assembleia da República, valendo-se das fragilidades do Regime
É uma modalidade de guerra que não coloca forças militares em terra, no mar ou no ar, mas se trava nos gabinetes, em combates ininterruptos conhecidos pelos códigos que lhes são atribuídos, como operação Marquês, operação Face oculta, ou operação Fizz.
Uma guerra de guerrilha que força populações inteiras a abandonar os campos e o interior e a procurar refúgio no litoral e mesmo no estrangeiro.
Uma guerra camuflada de paz social, de estabilidade política, de democracia do faz de conta, em que os soldados da pátria, que é como quem diz da Lei, estão em desvantagem porque manifestamente mal armados, mal equipados e em número insuficiente.
Uma guerra em que invariavelmente são apanhados políticos agachados atrás da moita, a fazer o que facilmente se adivinha e que a comunicação social seraficamente trata como escândalos.
Já lá vai o tempo em que as portuguesas e os portugueses se escandalizavam quando viam um casal de namorados beijarem-se em público. Presentemente só a democracia que todos os dias é prostituída os parece ofender muito embora, e justamente, a não repudiem, o mesmo não se dizendo dessa guerra traiçoeira de que são as grandes vítimas.
Os portugueses repudiam, sim, quem assalta paióis militares mas também os responsáveis que permitem que os paióis sejam assaltados.
Repudiam os incendiários e igualmente os governantes que durante décadas desleixaram as florestas originando a morte de centenas de infelizes. Repudiam os grandes agiotas que desfalcam bancos e também os governantes que se apressam a salvá-los com o dinheiro dos contribuintes.
Repudiam a Justiça que não ata nem desata, que é como quem diz não prende nem solta ninguém, e repudiam por igual todos os políticos que a enredam em novelos de insuficiências e contradições.
Os portugueses, cima de tudo, repudiam os governantes que, como diria o imortal Eça de Queiroz, persistem em cobrir com o manto diáfano da democracia do faz de conta a nudez crua e dura da corrupção.
Que importa que o senhor Presidente da República venha agora, a propósito do acto terrorista ocorrido em Alcochete, dizer que não “podemos continuar a fazer de conta, temos de parar para refletir e pôr as instituições a funcionar”, se as suas palavras entram por um ouvido do governo da Geringonça e saem pelo outro?
Governo que no que toca a reformas fundamentais é completamente cego, surdo, mudo e deficiente. Limita-se ao óbvio, ao mais fácil e que dá votos: esmolar os pobres e presentear os ricos. É por isto tudo que os portugueses de bom senso e boa vontade se devem mobilizar para o combate.
A guerra continua. A vitória não é certa!
Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.