Arrancaram o Menino do regaço da Virgem Maria, Sua mãe
subtraíram-No ao abraço de São José, Seu pai
e puseram a criança nua
a dormir ao relento
numa noite fria
no meio da rua
Quem?
Os donos do mundo, quem haveria de ser?
e todos nós também que estamos a promover
tão desalmado acontecimento
embora sem o saber
Arregimentaram depois um machucho velho
barbudo, imundo, anafado
que apelidaram de Pai Natal à margem do Evangelho
converteram-no em mito comercial
e deitaram-no na manjedoura vazia
para vender a palha do berço sagrado
e o esterco do curral da apostasia
Que Deus nos valha!
O vento da guerra perpassa agora por toda a Terra
e a Paz jaz sepultada em túmulos de dor
lado a lado com o Amor
Na Europa governada por pilatos devassos
relapsos, cobardes, coniventes
já livremente acometem os ogres de Herodes
e demais facínoras dementes
que escarnecem da Virgem Maria
tratam São José com aleivosia
vilipendiam Cristo e a Cruz
e assassinam santos inocentes
tentando matar à nascença a Divina Criança
o pequenino Jesus
É tempo de choro e de ranger de dentes
de clamor e indignação
para quantos em cujo coração
ainda pulsam o Amor e a Liberdade
Já esmorece a luz da Esperança
já enfraquece a força da Verdade
já a democracia dá sinais de derrota
impera a corrupção
De novo chora a Nação
tarda a revolta da Razão
Ó povo! É a hora!
Boas Festas
Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.