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Pioneiros com teste positivo a uma semana do início do nacional

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Ter, 17/09/2019 - 10:08


Os Pioneiros de Bragança realizaram, no sábado, o último teste da pré-temporada com uma vitória por 5-1 frente ao Académico de Mogadouro

Riquinho (12', 33'), Diogo (13'), André Meneses (23') e Valdo (36') marcaram para os Pioneiros. Pin (39') apontou o único tento dos mogadourenses.

Cronicando... Livre-nos Deus

É apanágio de algumas terapias que têm invadido o ocidente referir que nada do que se deseja falar deve ser retido; caso contrário, o paciente sujeita-se aos transtornos da garganta. Já a raiva contida reflete-se no fígado e causará transtornos hepáticos. Como não tenho vontade de apanhar um resfriado nesta época do ano e dispenso a azia, não poderia demorar por muito mais tempo a apreciação ao programa eleitoral do CDS. Se motivos não faltassem, assistem pelo menos dois: a participação que tive na iniciativa Ouvir Portugal (ao que se dizia base deste programa) e as propostas apresentadas para a educação (no momento em que se inicia mais um ano letivo), com os problemas de sempre.

Se ao primeiro motivo não aportam razões por aí além, quando ouvi as medidas para a educação, achei, em primeiro lugar, que fossem fake news ou algo projetado a partir de uma das crónicas do Ricardo Araújo Pereira. É que de tudo o que há para fazer na educação, os pontos mais relevantes a apresentar, têm a ver com o aumento do número de vagas no privado e a avaliação dos professores. Uma garantia posso dar: não foi das terras transmontanas que levaram tal ideia; pode, por isso, aventar-se a hipótese que foi na metrópole que tal alinhamento foi cozinhado. Por aqui não há tantas crianças quanto isso, nem tantas creches particulares que se necessite desta linha. Já o segundo, não só assenta num duvidoso critério meritocrático, como apresenta as instituições de ensino superior (a serem escolhidas) como referenciais da avaliação dos professores. Em resumo, a par da revisão da carreira que faria sentido desde que todos os interlocutores estivessem representados, a proposta inclui ainda que a progressão decorra da prestação de provas públicas a realizar em instituições do ensino superior. Não me restam dúvidas de que a medida colhe junto dos professores que aspiram a ser doutores e acham “chique” a deambulação pelos corredores universitários. Todavia, os professores que valorizam ser professores, que manifestam verdadeiro interesse em estar na sala de aula e junto dos seus alunos irão entender tudo isto como desperdício de tempo e, mais uma vez, um processo burocrático que não só não irá testar a capacidade científica, como nem sequer permitirá aferir das competências pedagógicas e didáticas que estão presentes na sala de aula e, essencialmente, na relação direta estabelecida entre o professor e o aluno de acordo com o contexto real em que ambos se inserem.

Também não é necessário proceder a uma análise muito aprofundada para concluir que os planos de estudo apresentado pelo ensino superior, inclusivamente para os cursos via ensino, são, de tal modo, desfasados do que é ministrado nos outros níveis de ensino que, a um professor em início de carreira resta apenas a esperança de que os programas sejam iguais aos que ele frequentou e que, num assomo de liberdade, não tenha mandado os apontamentos para a reciclagem, Na verdade, uma vez em que um professor universitário foi questionado sobre esta discrepância limitou-se a dizer que a universidade não existia para preparar ninguém para ser profissional mas competia-lhe dar as ferramentas que capacitassem, neste caso o professor, a refletir e a ser capaz de procurar os saberes de que iria necessitar junto dos seus alunos. Assim, quando se refere que, no âmbito do pacto para a educação se irá propor o perfil do professor para cada área disciplinar, não serão necessários quatro anos, mas dez ou doze, dado que tal implica a reformulação de todo o sistema e encontrar o ponto por onde se lhe quer pegar.

Na década de oitenta, o boom das novas pedagogias estava no auge e a investigação aproximou os investigadores das escolas, ainda que de modo pontual. Porém, esta tendência foi-se esbatendo e, passadas quase três décadas, deixou de se fazer reflexão sistematizada aumentando o fosso existente entre universidades e escolas do ensino básico e secundário. Por isso, eleger um avaliador que não conhece o contexto do avaliado é ideia que não colhe em nenhuma corrente pedagógica, mas admissível num pensamento retrógrado ancorado na saudade dos exames nacionais de quarta classe, que trazia as crianças das aldeias até às capitais de distrito onde, sob olhar ameaçador, resolviam exercícios e esperavam resultados.       

Em abono da verdade, há países onde a avaliação dos professores segue esse modelo. Porém, esses já há muito que arrumaram a casa e cedo entenderam o que é a coerência, a coesão e a visão processual na educação. Por cá… e com propostas destas, resta-nos fazer o sinal da cruz e repetir o que nossos avós nos ensinaram: “Livre-nos Deus, (…) dos nossos inimigos.” Sobretudo dos que se querem fazer passar por amigos.

O Novo Politicamente Correcto (Ou não...)

O período eleitoral que se avizinha traz, este ano, duas grandes novidades a que nenhum partido escapou e, no afã, de querer obter do cidadão a confiança para os próximos quatro anos, culminou numa corrida para ver quem é mais verde e mais amigo dos animais que, inevitavelmente, acaba por escorregar para o exagero e raiar o ridículo. Mas, ditas com o ar sério e convencido como aparecem os seus autores na televisão só pode significar, paradoxalmente, um enormíssimo afastamento da realidade, precisamente por quem se quer mostrar tão próximo dela. Nisso andou bem António Costa ao reconhecer a importância dos temas mas ao rejeitar os exageros dos extremismos.

Dizer que há barragens a mais pode ser aceite como uma possível bandeira eleitoral (que une Bloco e PAN, para falar apenas dos que têm representação parlamentar) nos grandes centros urbanos. No interior é uma patetice que quase raia a provocação se atentarmos no dramático nível que atingiram as albufeiras no ano passado e dos transtornos que tal situação provocou. Descontando já a infeliz “justificação” do pretenso excesso de evaporação!

Mas igualmente é perfeitamente urbano e sem qualquer adesão à realidade a deliberação sobre a proibição de abate dos animais vadios e nisto o PS, bem como todos os outros partidos deixaram-se levar pelo facilitismo radical. Não estão em causa os direitos dos animais e é bom que haja normas e leis que os protejam e que os poupem a todo o sofrimento desnecessário. Mas a lei, tal qual foi elaborada e sem que nada tenha sido feito para lhe mitigar os efeitos nefastos, em vez de proteger, pelo contrário, expõe e condena. Não é possível permitir que uma qualquer espécie cresça de forma desordenada e sem controlo. Nos grandes centros não parece haver grandes problemas com estas normas pois os animais de companhia estão em ambientes fechados (muitas vezes, anti-naturais, mas isso é outra conversa) e é relativamente fácil controlar os ciclos reprodutivos. No interior onde, naturalmente, lhes são concedidas condições mais próximas dos seus parentes selvagens, a suposta proteção vai encher os canis, para lá do razoável e atirar os restantes para uma existência dramática e sofrida de abandono e retorno a um ambiente que já não é o deles e a que, portanto, não estão adaptados.

Porque, na selva, não há lei nenhuma que proteja a gazela de ser apanhada e esquartejada pelo leão nem o poderoso gnu de ser abocanhado e afogado por um qualquer crocodilo que o espere emboscado quando vem dessedentar-se. E isso acaba por ser benéfico para os herbívoros em questão pois se não fossem caçados, morreriam de fome depois de, em número exagerado terem devorado toda a vegetação existente no seu habitat (Malthus dixit!)

Se queriam efetivamente proteger os animais e se o objetivo é evitar a morte provocada, mesmo que de forma indolor e digna, então deveriam ter tido o cuidado de iniciar, previamente, uma grande campanha de esterilização seletiva que balizasse o número de animais a um nível, também ele, digno e, sobretudo, sustentável. 

Uma maioria absoluta que mete medo

Não há memória de haver uma ameaça de maioria absoluta tão assustadora.

Maioria absoluta que deve ser tida e respeitada como democrática, independentemente das vantagens ou dos inconvenientes que dela poderão, ou não, advir.

 Maioria absoluta que, lamentavelmente, ganhou, entre nós, por razões fundadas, um labéu profundamente negativo.

Tudo porque no permissivo regime político português instituições fundamentais como sejam os Tribunais, a Assembleia da República, a própria Presidência da República e os organismos reguladores, são ainda mais despudoradamente menorizadas e manipuladas pelos Governos, em função de interesse pessoais e partidários, quando dispõem de maioria absoluta.

Sobretudo agora que se diz que António Costa está à beira de a alcançar, quando a esquerda radical foi enxotada do poder em que aboborou à sombra da Geringonça e a direita se arrasta, sem tino, pelas ruas da amargura, os perigos que a maioria absoluta traz no ventre são, aos olhos da generalidade dos eleitores, mais assustadores do que em nenhuma outra circunstância.

Disso está ciente o próprio primeiro-ministro que procura ganhar votos de todas a formas e feitios, dando-se mesmo ao desfrute de arriar no governo que José Sócrates chefiou e do qual ele foi o ministro mais poderoso, numa hábil tentativa de despistar tal receio e disfarçar tal desejo.

Gesto que vários analistas consideraram uma encenação circunstancial, tacitamente concertada com o próprio José Sócrates que poderá ser um dos principais beneficiários da maioria absoluta, se ela se vier a concretizar.

A maioria dos portugueses tem, por estas e por outras, fundadas razões para temer a maioria absoluta tão desejada por António Costa quando, paradoxalmente, o próprio se ufana do sucesso do seu governo minoritário.

Temem os portugueses que a posse e aproveitamento abusivo de cargos governamentais e da administração pública e autárquica por famílias e correligionários socialistas se intensifique sem regra nem decoro.

 Temem que o combate à corrupção continue cinicamente iludido e que os crimes de traição à Nação cometidos por políticos e banqueiros fiquem definitivamente sem punição.

Temem que um governo socialista de maioria absoluta aumente perigosamente a dívida pública e a ineficácia dos serviços, como é seu timbre, contrariamente ao que apregoa.

Temem que a tenebrosa ideologia do género ganhe força nas escolas e acabe por dominar toda a sociedade portuguesa.

Temem que o islamismo intolerante saia de Lisboa com o apoio governamental e alastre a todo o país, acabando por, a prazo, liquidar a cosmopolita cultura portuguesa historicamente prevalecente e que desde sempre assentou no mais genuíno multiculturalismo.

Temem o cinismo político de António Costa que, porque não tem oposição à altura, ele mesmo encena a oposição ao seu próprio governo, invocando habilmente tudo o que até hoje não fez mas que agora mais uma vez cinicamente promete fazer, sendo certo que, uma vez senhor de maioria absoluta é absolutamente certo que o não fará. É o caso do investimento no Interior em geral e em Trás-os-Montes em particular.

Uma maioria absoluta que mete medo, portanto. Por tudo isto e por muito mais que fica por dizer.

 

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.