Ter, 17/09/2019 - 10:11
Olá gente boa e amiga!
Nos primeiros dias de Setembro estive de férias familiares, a refrescar as ideias, nas funções de pai e marido a tempo inteiro. Há já alguns anos que me refugio no Minho litoral e desta vez fui para Ofir (Esposende – Braga). Embora sejam praias com “ar condicionado”, mas muito ricas em iodo, tivemos sorte porque as temperaturas estiveram altas e sem o nevoeiro habitual nesta região. Além do Minho, também visitei a cidade de León (Espanha), onde tive como cicerone o Pedro, filho do tio António Rodriguez, de Asturianos da Sanabria.
No último fim-de-semana realizaram-se as últimas romarias de Verão na nossa região. No sábado, dia 14, festejou-se o Divino Senhor da Agonia, nos Chãos (Vale de Nogueira – Bragança), com as suas novenas muito participadas. No Domingo, dia 15, e por ser o terceiro do mês, realizou-se a festa da Santa Rita de Cássia, em Terroso (Bragança), onde por mais um ano fui a pé, juntando-me a centenas de pessoas nesta caminhada de fé, com cerca de 15 quilómetros, durante a qual tenho de tirar o chapéu à organização, pois durante o percurso nunca faltou o abastecimento de água, sumos, chá e café, mas também apoio médico.
Também no último fim-de-semana a localidade de Agrochão (Vinhais) realizou a festa do Divino Senhor Jesus da Piedade e Divino Senhor dos Passos, no santuário do cabeço, onde cada um tem a sua capela própria. Também a localidade de Candedo (Vinhais), teve a festa de Nossa Senhora das Dores, que este ano coincidiu com o seu próprio dia. No concelho de Bragança, a aldeia de Gimonde festejou a Santa Columbina, também com casa própria.
Na próxima segunda-feira, dia 23 de Setembro, às 8:50, é a hora oficial do início do equinócio do Outono boreal. Quem já anda nas vindimas, segundo nos contou o nosso tio José Carlos Pinto, são as pessoas das localidades do concelho de Tabuaço (Viseu). Por cá, como diz o adágio “para vindimar, deixa o Setembro acabar”, ou “em Setembro, ramo curto, vindima longa”, ou ainda “em Setembro, a comer e a colher”.
Fiquei muito contente ao saber do interesse da RTP em convidar, para o seu programa “Praça da Alegria”, a tia Ester da motoquatro, depois de terem lido a página que lhe dedicámos neste jornal, na edição de 13 de Agosto.
Quem esteve de parabéns nos últimos dias foi o senhor meu pai, Manuel Luís Sernadela (81); João Paulo Afonso (49), meu grande amigo e colega de trabalho; Domingos Castro (57), de Seara Velha (Chaves); Duarte Alves (38), de Prado Gatão (Miranda do Douro) e Leonor (75), de Souto da Velha (Torre de Moncorvo). Para todos muita saúde e paz, que o resto a gente faz.
Vamos agora ao tema desta semana, que tem a ver com a cultura da amêndoa.
Nos últimos dias temos tratado na nossa universidade da vida o tema da apanha da amêndoa, especialmente nos concelhos do sul do distrito de Bragança. O tio Ernesto Vieira, de Seixo de Ansiães (Carrazeda de Ansiães), lá anda na sua labuta da apanha da amêndoa, por vezes só, com a vara na mão, outras vezes com a ajuda de amigos. O seu amendoal tem cerca de 250 amendoeiras e, segundo nos contou, este vai ser um bom ano de produção de amêndoa. Também nos confidenciou que antigamente era mais difícil escoar a amêndoa e por isso tinha-a muito tempo em casa.
Quem se dedica exclusivamente à produção de amêndoa e azeitona é o tio Humberto Rodrigues, de Sampaio (Mogadouro), marido da nossa prima Helena, que foi o primeiro elemento da nossa família. O tio Humberto trabalha na Casa Agrícola Vale de Covo, Lda. e disse-nos que o maior amendoal desta empresa, com 46 hectares e uma média de 270 amendoeiras por hectare, está situado na localidade de Viduedo (Mogadouro). Como é um amendoal recente, só 10 hectares é que já produzem. São todos amendoais de secadeiro sem rega. No próprio dia da apanha as amêndoas são levadas à máquina que as descasca e seguem para um armazém onde ficam três ou quatro dias a secar, sendo viradas duas a três vezes por dia. Actualmente a maior parte do trabalho da apanha da amêndoa é feito mecanicamente e só uma pequena parte é que se vareja à moda antiga. Toda a produção de amêndoa desta empresa é comprada pela Amendouro, em Alfândega da Fé, onde é partida (britada) e calibrada. De há uns anos a esta parte a casca de amêndoa também tem sido comercializada e usada como combustível em caldeiras e salamandras para o aquecimento.
Uma parte da produção de amêndoa da nossa região é destinada à exportação e a outra é usada para confeccionar várias receitas tradicionais, como por exemplo a “Amêndoa Coberta de Moncorvo”, recentemente eleita uma das “7 Maravilhas Doces de Portugal”, a par do “Mel Biológico do Parque Natural de Montesinho”.
Também nos têm dito que o consumo diário de uma mão-cheia de miolo de amêndoa (cerca de 25), contribui para uma boa saúde do coração, previne ganhos de peso e pode ajudar na prevenção de doenças como a diabetes e o Alzheimer. Os nossos tios também nos falaram numa mezinha muito antiga, para combater o ácido úrico, que consiste em cozer nove amêndoas inteiras, ou seja com a casca exterior, num litro de água e beber durante nove dias.