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Autarca de Bragança teme “tentativa de encerramento” da maternidade por falta de obstetras

Ter, 25/01/2022 - 11:51


Em 2021, nasceram 385 bebés na maternidade de Bragança, menos 52 que no ano anterior, no entanto foram registados no distrito 513 testes do pezinho, o que significa que os bebés da região estão a nascer noutras maternidades fora distrito, nomeadamente em Vila Real.

Rodoviariamente Falando

O meu professor de português, latim e grego, o insigne e proficiente Dr. Mário da Conceição (um verdadeiro anjo na terra), um certo dia, na informalidade de uma conversa entre amigos, confessou-me que, muitas vezes, aquando da correcção dos testes, ficava na dúvida - modéstia sua, ele era demasiado competente para as ter - acerca do correcto escrever de certas palavras na língua de Camões, dado o número elevado de alunos que as grafavam erradamente. Ao contrário do que possa parecer, a metáfora do soldado que marcha com o passo trocado, em relação aos seus “camaradas” de Companhia, está longe de provar que a maioria, mesmo que absoluta, tem sempre razão, porquanto, na “parada rodoviária”, à qual pertenço há 40 anos, sinto que não estou a marchar na mesma direcção que os demais – o que me leva à pergunta retórica: Afinal, o que se ensina nas escolas de condução?! Sendo por demais sabido que a generalidade dos portugueses tem uma certa propensão para subverter as regras, sejam elas quais forem ( “está- lhes no sangue”, como diz a minha querida mãe), vou referir apenas aquelas que dizem respeito ao exercício da condução, nomeadamente o comportamento nas rotundas, deixando para uma outra ocasião condutas que revelam o caráter dos seus autores, como, por exemplo, a ocupação de dois ou três lugares de estacionamento por uma viatura ( tenho o registo fotográfico dum sujeito que, no parque de estacionamento do Modelo, estacionou o carro, ocupando 4 lugares, sendo que um deles era destinado a deficientes) ou o estacionamento em contramão. Para os mais desatentos, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) promoveu, em 2014, a última actualização ao Código da Estrada, sendo aqui contemplada a regra de circulação nas rotundas. Com o seu quê de polémica e controvérsia, por gerar uma certa confusão, esta regra, com mais ou menos dificuldade, lá foi sendo assimilada pelos condutores, até que hoje, com alguns acidentes pelo meio, e salvo raras excepções, já não constitui obstáculo para ninguém. O mais grave é que, grosso modo, mais de 90% da “Companhia” não conhece o preceito mais básica do Código da Estrada, a Regra da Direita. Pois, para aqueles que ignoram a dita, por, estou convencido, terem estudado a matéria, recorrendo a um livro com algumas páginas rasgadas, vou relembrar, suportando-me apenas na memória: tem sempre prioridade, não havendo sinalização em contrário, os veículos que se apresentem pela direita. Esta regra é também quebrada, segundo os manuais, aquando da presença de veículos prioritários, ou quando a autoridade policial, por razões atendíveis, dá ordem de paragem. Pelo que tenho constatado, esses tais 90% dos condutores fazem confusão entre “circular na rotunda” (um pleonasmo inevitável) com “entrar na rotunda”. E a diferença não pode ser mais clara: quem circula na rotunda tem, sem quaisquer excepções, sempre prioridade em relação a quem nela quer entrar. Quem entra na rotunda, pela mão esquerda, é obrigado a ceder passagem àqueles que, acedendo à mesma, se apresenta pela direita. Vou só citar dois casos paradigmáticos na nossa cidade: 1 – Querendo tomar a direcção do Liceu, da Escola Industrial ou dos Bombeiros, no sentido ascendente, temos duas hipóteses, ambas a confluir na rotunda do Centro Comercial: quem vem do Bairro da Estação, passando pela antiga escola primária que lhe dá o nome; e quem vem, desde a Avenida João da Cruz, passando junto à Casa dos Juízes. O que acontece, mas sempre: os segundos, que se apresentam, à entrada da rotunda, pela esquerda, nunca param para deixar passar os primeiros, que estão pela direita – sendo que o único sinal existente, para os dois, é o de aproximação de rotunda. 2 – No acesso à rotunda junto ao ISLA, designada de “penso higiénico” (nunca percebi a razão pela qual os entendidos acham que aquela configuração geométrica é uma rotunda!), quem se dirige para o centro da cidade, fá-lo através das seguintes vias: a que, desde a Avenida Sá Carneiro, passa pelo Eixo Atlântico; e a que, vindo da Rotunda do Emigrante, passa ao lado da vivenda do Senhor Ribeiro, ex funcionário da Câmara Municipal. Aqui passa-se o mesmo que no exemplo anterior. Ou seja, o primeiro, que, à entrada da “rotunda”, se apresenta pela esquerda, passa, sem se dignar olhar para quem vem da direita. Como adepto da linguagem da pedagogia, lanço aqui o desafio ao Senhor Comandante Distrital da Polícia de Segurança Pública de Bragança, Superintentente José Neto, pessoa de trato fácil e moralmente bem formada, de promover uma accão de sensibilização junto dos condutores que não sabem a regra elementar do Código da Estrada. Estou certo que o fará. Se assim for, muitos impropérios, gestos obscenos e confrontos físicos se evitarão no futuro, porque não há nada pior do que um ignorante sem humildade.

António Pires

Tempo de mata-porco

Fábula fascinante, o livro de 1945 do inglês george orwell “animal farm”, título por cá curiosamente traduzido por “o triunfo dos porcos”. Na sequência de um motim em que o malvado senhor jones, o dono e explorador de uma quinta, levou um pontapé no traseiro, os animais que lá havia começaram a idealizar um futuro de prosperidade e satisfação onde ninguém mais viveria à custa de ninguém e a amizade geral reinaria forever sob o lema “os animais são todos iguais”. Claro está, mesmo um espaço rearrumado e alumiado por nova filosofia precisa de comando, de forma que alguém teria que gerir aquilo. Podiam perfeitamente ter sido os matchos, os tchibos, qualquer outra classe irracional a assumi- -la, mas em última análise, por se acreditar tratar- -se dos mais finos, vingou a ideia de que caberia aos porcos a grande responsabilidade. E assim foi. “Animal farm” relata, numa alegoria irónica e pessimista, aquilo em que no fundo têm dado as revoluções políticas dos últimos duzentos e trinta anos. Não vou contar a história, é mais interessante lê-la. Avanço apenas para aguçar o apetite do leitor uns pozinhos da parte final, anos após o tumulto, numa altura em que os suínos, tendo açambarcado os poderes que antes cabiam à família jones, prosperavam já em número, regalias, isenções, privilégios e adiposidade. Quanto às restantes alimárias, bom, manipuladas, exploradas e subjugadas como sempre. E como sempre imoladas por último no açougue, só que agora em prol da ceva dos laregos. Mormente nos dias em que se comemorava a insurreição, nunca estes deixavam de entoar hossanas agora quase vazios de sentido à liberdade e à fraternidade, ao mesmo tempo que instavam a outra bicheza a vociferar palavras de ordem onde abundavam os “morte aos jones”, “não à exploração”, ”jonismo nunca mais” que os tinham embrutecido desde o início. Aliás, juravam a pés juntos estar ali já instaurada a igualdade, embora esta fosse bastante mais óbvia pela loja dos cerdos adentro, que já com essa ferrada tinham mudado o lema inicial para “alguns animais são mais iguais do que outros”. A frase ficou no ouvido do público porque o erro gramatical que contém mostra outro mais grave: achar que um dia será possível a humanos não viverem à custa de humanos. Atente-se neste quadrilátero com vista sobre o atlântico e reveja-se a história do último meio século. Quem não for capaz de encontrar semelhanças entre ele e a herdade do orwell, e não entender que também aqui os grunhos se assenhorearam de praticamente tudo, é porque se inclui no número dos narcotizados, talvez por efeito do gás nauseabundo que as pocilgas exalam, se bem que o esterco que foram produzindo se acumule hoje por todos os recantos cá do sítio. Com o que arrebanharam pelas manjedouras da fazenda, exibem fartas queixadas pendentes, arrastam toucinhos de palmo, rebentam com tanto unto, não se aguentam de cevados. E nós também não os aguentarmos, anda tudo pelos cabelos de recos. Calha bem que estamos em tempo de matanças. O que há de mais por aí são bichos ávidos de lhes ocupar o lugar à borda das pias. Não serão melhores que eles e mal cheirem as biandas o seu primeiro pensamento será a autoengorda. Se há alguma coisa em que os animais se possam considerar iguais é na inclinação para meter a unha no que não é deles. Mas enquanto o pau vai e vem folgam as costas. Morte aos javardos! Animem-se os perus, apoiem-se os bois, encorajem-se os gansos, dê-se uma mão aos carneiros, acreditem-se os galos, consinta-se até na fraqueza de uma oportunidade aos burros! O banco tosco de freixo foi lavado das aranheiras ganhas desde a última função, refulgem as navalhas aguçadas na pedra ali ao lado. Aprontem-se os caçoulos onde recolher o sangue que vai jorrar. Tenham-se à mão os caldeiros onde as tripas irão ser lavadas ao ribeiro. Arregacem-se as mangas, prenda-se firme a corda ao focinho dos cotchinos, puxe-se quanto se possa fazendo orelhas moucas aos seus grunhidos estridentes, estendam-se bem ao comprido, amarrem-se-lhes firmemente os volumosos presuntos e enterre-se o ferro bem fundo mesmo junto à base interna de uma das patas dianteiras, o trajeto mais curto até ao coração. Aproveitem-se as fressuras para um apetitoso refogado à moda antiga, empurre-se o lauto almoço com pinga da boa e brinde-se ao fim da era desta raça. Não haja pena deles.

A escolha

Há razões que a razão desconhece é frase finalização de conjecturas elaboradas em torno de decisões que nos parecem despropositadas, abstrusas, torpes ou inclassificáveis, as quais mais tarde mesmo os seus autores as classificam de veemente asneira embebida em algodão em rama, a consciência do ensinamento contido no provérbio nem tudo o que reluz é ouro, responde a razão dizendo: agora torce a orelha, mas ela não sangra, fica entregue ao remordimento impotente do que não tem remédio remediado está. Podemos apontar vários exemplos das razões desconhecidas pela razão, seja no domínio do amor, seja na área profissional e académica, seja ainda no tocante às afinidades electivas (tão bem descritas e vincadas polo poeta, filósofo, anotador de costumes e paixões de mulheres e homens), no entanto, as asperezas da vida, as desilusões porque nos iludimos muito, o progressivo conhecimento da fiabilidade do prometido, obriga-nos a adoptarmos os cuidados dos gatos (felinos que escaldados pela água quente da fria têm medo) agora feitos personagens da campanha eleitoral em curso dando azo a um tropel de inanidades de vários comentadores da CNN Portugal, com excepção de Maria João Avilez e Carlos Magno, a fim de não cairmos na esparrela de votar com o coração esquecendo os registos ponderados e reflectidos do cérebro que também toca os instrumentos das emoções categoricamente definidos pelo professor António Damásio. Ora, o nosso voto não pode (não deve) ser desperdiçado ao sabor das razões desconhecidas pela referida razão, não sendo necessário recorrermos a um qualquer gestor de momentâneo entusiasmo em função da propaganda seja da banha da cobra, seja da cantata de estar a surgir a cornucópia dos milhões, seja ainda da distribuição dos votos ao modo do bondoso e exímio mestre da língua portuguesa (de leitura obrigatória) que foi o Padre Manuel Bernardes autor de Pão Partido em Pequeninos, no caso em apreço em votos. Sim, eu sei, o pluralismo partidário deve existir, de qualquer modo desperdiçar o voto num partido sem qualquer possibilidade de eleger deputados ou de ganhar arreganho de forma a alterar a governação no meu entendimento só favorece quem exerce o poder na justa medida da dispersão o favorecer. Obviamente, inúmeros pensadores defendem a referida dispersão, longe da bondade e da doutrina do ínclito Padre Manuel Bernardes, alimentam utopias tão utópicas como as do Senhor Pangloss quando visitou Lisboa após o terramoto. As sondagens dizem não estar previsto nenhum terramoto eleitoral, nesse campo apenas Ventura pode esperar uma maior migalha, daí não votarei desvalido da intenção de contribuir para a alternância do poder, por nás e nefas, com duas máscaras, cautela e distanciamento exercerei o direito de votar desprovido da fátua ilusão (a grande e obra-prima filmou-a em 1937 Jean Renoir) , sim atento ao desenrolar e desvendar dos resultados de um prélio de enorme importância para o futuro deste Portugal ainda a vender resquícios dos fumos da Índia, sempre interessado no gastar acima das nossas posses, exibindo um perecer sem ter, ao contrário das voltas do cordão de ouro daquela senhora de falas francas enquanto ajudava o marido na vetusta praça do mercado de Bragança. Alguém se lembra da saltitante Senhora?

As voltas do vira

Ora viras tu, ora viro eu, ora viras tu mais eu. É assim que costumamos dizer quando nos referimos ao Vira, dança caraterística do Minho, mas conhecida em todo o Portugal. Mas também há as voltas da vida e para isso dizemos as voltas que a vida dá, para justificarmos o que não é muito justificável, mas inesperado. Leva-nos isto a concluir que nem sempre acontece o que se espera e que também nem sempre o que parece é. Previsões, todos as podemos fazer e como dizem os aficionados do futebol, prognósticos só depois do jogo. A este propósito, ou talvez nem por isso, temos vindo a assistir a debates televisivos entre os vários partidos e os seus líderes que se vão alinhando para as eleições de 30 de Janeiro. E o que não temos visto efetivamente, são as voltas que se adivinhavam tornando as refregas mais interessantes. Na verdade, se estivessem todos em palco preparados para dançar um Vira, nada aconteceria, pois ficavam estáticos sem dar um passo sequer em direção ao par seguinte, nem que fosse uma pequena volta rodopiada dando colorido à dança. Não. Nada tem acontecido além da monotonia dos bailados. Não houve introdução de temas novos. De facto, é pena que assim seja pois o monocromático e monolítico discurso com que temos saudado o PCP, a famosa cassete, parece ter-se agora instalado nos outros argumentistas partidários, nomeadamente em António Costa que, brandindo o seu Orçamento reprovado, mas que quer aprovar, continua na senda de mais do mesmo, sem nada alterar como se o Orçamento reprovado tivesse forçosamente de ser aprovado na próxima legislatura. Isto é dramático, já que nada indica que possa ser aprovado e a ser assim, deveria ter alterado o que o levou ao chumbo na Assembleia. Se as premissas são as mesmas, a conclusão dificilmente será diferente da anterior. Inteligente e astuto como é, Costa deveria esgrimir outras armas e objetivos diferenciados em todos os debates sem se tornar repetitivo, cansativo e desmotivador. Já está a ser acusado de ter engolido uma cassete. É óbvio. Agora, em plena rua, pouco mudou. Mas não é o único, infelizmente. Todos os outros acabam por defender as suas ideias primitivas sem lhes introduzir nuances que levem a acreditar ser possível discutir, aprovar e melhorar a economia, educação e saúde deste país. Mas insistem no mesmo. Todos sabemos que há linhas essenciais no programa de todos os partidos e que eles as defendem com toda a força e galhardia, mas há modos diferentes de as apresentar e de as discutir sem cair no ridículo da repetição, mas há quem já peça maioria absoluta. Na verdade, os debates acabaram por não ser interessantes e serem redundantes. Para mudar isto era preciso termos outros políticos. Realmente se queremos mudar os paradigmas políticos, teremos de mudar também e rapidamente, os seus líderes partidários. Renovar será a palavra-chave a ter em conta na cabeça dos portugueses. E se mudarmos, damos a volta necessária na dança do vira. E neste folclore político só haverá uma dança bem executada se todos os pares dançarem bem, certos e com as voltas completas. As caravanas dos partidos arrancaram e espalham-se pelos quatro cantos deste palco num vira fantástico, mais vivo certamente que os discursos apresentados pelos seus presidentes nos debates a que assistimos. Serão quinze dias de euforia partidária em que a deslocação se fará por todos os meios possíveis e mais rápidos, seja por combóio, por estrada ou por avião. Sabemos que as arruadas serão poucas devido à pandemia o que parece salutar. Há que evitar mais problemas de saúde a quem já tem tanto a temer. O Chega é de outra opinião e faz arruadas sem conta e medida. Os parceiros deste Vira são bastantes, mas só um deles poderá no fim, exibir o estandarte da vitória. Vitória que não será absoluta certamente, mas que permitirá conjugar os esforços necessários para arranjar par para acabar de dançar o vira. É que só se dança se houver par, caso contrário não há dança nenhuma. Não quer isto dizer que outros pares não se perfilem, mas nem todos servem para este vira. Antigamente, nos bailes da aldeia as raparigas esperavam que os rapazes as chamassem para dançar e muitos levavam uma tampa pois não lhes agradavam as aparências e o contrário também se verificava. É tudo uma questão de namoro. Sem par não se dança e quem ganhar terá de arranjar par que sirva, Agora, em palco, todos estão perfilados e a dança já começou, no entanto, todos sabem que só PS ou o PSD poderão aguentar até ao fim. O Vira é cansativo, mas quem melhor dançar é que vai conseguir erguer o estandarte do partido, muito embora isso não signifique que vai poder governar. Vai ter de dar mais umas voltas e não levar tampas. São as voltas do vira!

Alimentação e Nutrição nos primeiros mil dias

É cada vez mais claro o papel fundamental de uma nutrição adequada ao longo do ciclo da vida, bem como as consequências prejudiciais de uma alimentação desadequada. Quanto mais cedo, mais as escolhas alimentares corretas vão indicar o caminho que a saúde do indivíduo vai seguir. 
Nesse sentido, há alguns anos que começou a fazer-se referência ao papel da nutrição nos primeiros mil dias de vida – período que vai desde o início da gravidez, a conceção, até ao final do segundo ano de vida da criança.

Vamos lá?

Ter, 25/01/2022 - 09:09


Nesta edição iniciámos uma nova secção no jornal Nordeste. Depois de termos alterado um pouco o grafismo, inserimos também um novo conteúdo que lhe chamámos “concelho em destaque”.