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Obras para construção da nova Escola de Saúde do IPB adjudicadas ainda este ano

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Ter, 09/07/2024 - 15:07


Está já em fase de conclusão a elaboração do projecto da nova Escola de Saúde do Instituto Politécnico de Bragança. O IPB espera ainda este ano adjudicar as obras.

A Europa a braços com a democracia

Parece que o tempo passa demasiado de- pressa para muitas pessoas e para outras muito devagar. Demasiado lento e sem soluções. Assistimos hoje a uma azáfama europeia inimaginável há algum tempo atrás. As crises que já se viveram na Europa foram demasiado graves e quase todas levaram a alterações drásticas e fora do comum ou pelo menos, do que seria normal. As consequências foram terríveis. Quando a Europa vivia o tempo das democracias liberais, pensava-se que tinha chegado a um patamar democrático de que não se sairia mais e que isso agradaria a todos os que deseja- vam estar em paz. Mas não foi bem assim. A crise que se instalou na Europa nos anos trinta e que se arrastou ao mundo inteiro, veio acabar com as democracias liberais para dar lugar às ditaduras e ao fascismo. Isto teve consequências desastrosas, pois como sabemos, levou o mundo a uma Segunda Guerra Mundial. Como os governos das democracias liberais não resolveram a crise económica e social de então, o povo foi atrás de quem lhe prometia tudo e mais alguma coisa, como melhores salários, emprego para todos e governos fortes e seguros. O que se passou foi surgirem líderes como Mussolini na Itália que guiou o povo até à vitória que lhe valeu ser o governante fascista que se iria aliar a outro que, de igual modo, apareceu na Alemanha e que se afirmou rapidamente como o Führer nazi que guiaria a Alemanha à ideia de construir um Império, o Espaço Vital, onde a raça ariana se afirmaria acima de todas as outras raças. A consequência foi envolver os países europeus e mundiais na Segunda Guerra mergulhando o mundo numa tremenda depressão económica e social embrulhada numa confusão jamais imaginada. Durante cinco longos anos o mundo tremeu. As bombas atómicas fizeram a mortandade e destruição que sabemos. Os povos assustaram-se e os governos acabaram por soçobrar dando lugar, novamente, às democracias desta vez com retoques mais democráticos. Hoje a Europa vive uma crise política, económica e social idêntica. As eleições que estão a acontecer em alguns países onde vigorava a democracia, levam a governos de direita e de extrema direita. Os partidos que os governos e alguns partidos democráticos procuravam afastar, são os que agora ganham as eleições. O susto surgiu rapidamente no meio das populações francesas, italianas, em países nórdicos e até na Alemanha, onde o nazismo quer voltar a vingar. Em Portugal aconteceu o mesmo. A extrema direita está a afirmar-se e a associar-se às direitas europeias. Tudo prometem a todos e têm seguidores. Porquê? Porque como os governos atuais não lhes dão o que pretendem, e eles prometem dar tudo e como quem nada tem, nada tem a perder, procuram a mudança. Fiam-se no voto como arma que agora arremessam, mas que amanhã podem deixar de arremessar. Contudo, pode ser demasiado tarde. A crise não se resolve com promessas loucas nem com partidos antidemocráticos. A seriedade da política não pode deixar-se ludibriar nem chantagear. Desconfiamos da seriedade das pessoas que se deixam guiar pelas ideias fascistas, nazis, racistas e xenófobas. A loucura tem limites. A democracia parece uma miragem. Nos anos trinta esses limites foram ultrapassados e todos caímos numa guerra sem sentido, promovida por loucos com sede de poder que nada resolveram. Mataram milhões de pessoas, destruíram cidades, fábricas, populações, enfim, aquilo que outros construíram para o bem de todos. Todos juraram que não voltaria a acontecer. Hoje a crise que se está a instalar na Europa e no Médio Oriente com as guerras que por cá e por lá se vivem, está a alastrar-se de tal modo que os governos democráticos não tardarão a cair e a dar lugar a governos de extrema direita que vão acabar com a união que existe na Europa e que tanto custou a construir. Foi assim que começou a derrocada das democracias liberais no século passado. Esperemos que não aconteça o mesmo no século XXI, mas o exemplo que vem de França, não é nada animador. A democracia perde força. Exceção feita à Inglaterra. Pior que isto, é que o próprio Parlamento Europeu vive momentos históricos e vê a sua composição alterar-se grandemente, de tal forma que leva à união de partidos para se poder manter a democracia mais íntegra e funcional, não se deixando vergar à força que a extrema direita e a direita não democrática está a ocupar. A Presidente Ursula viu a sua candidatura tremer e procurou apoios onde pôde, para segurar a democracia e a ela mesma. Costa conseguiu os apoios necessários para Presidente do Conselho. Portugal marca pontos. Em França a extrema direita ganha cada vez mais força e tem um pé no governo. A União Republicana que se desenha, poderá não chegar. Será que a França quer mesmo a extre- ma direita no poder? Vai ser difícil parar esta onde extremista. Na Itália a direita conservadora ou quase extrema direita se quisermos, já conseguiu o poder. Perante isto, como não há de tremer esta Europa cada vez mais frágil? A culpa, que ninguém quer ter, terá de ser atribuída a alguém. Vamos esperar que se saiba ter tino suficiente para segurar a débil democracia que ainda existe. Caso contrário, que palavras teremos nós para justificar o injustificável? Não há tempo a perder e deixemo-nos de palavras vãs que o tempo leva e não trás.

Oferta formativa na região fez ficar jovens e impulsionou abertura de negócios

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Ter, 02/07/2024 - 11:09


Contrariamente à maioria dos jovens do país, que saem de casa para estudar, há quem queira continuar os estudos na região. Permanecem na cidade onde cresceram e aqui fazem a sua formação.

Aeroporto Regional de Bragança pode estar de pé em 2036

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Ter, 02/07/2024 - 10:57


Pode começar em 2026 a reconversão do aeródromo municipal de Bragança em aeroporto regional de Trás-os-Montes. O Plano Director do Aeroporto foi apresentado, na semana passada, na Assembleia Municipal de Bragança, depois de ter sido aprovado em reunião de câmara.

CIÊNCIA, CULTURA E DEMAGOGIA NA ARTE DE BEM GOVERNAR

Na mesma semana em que a Maria Mota fez publicar no Jornal Expresso um texto proclamando as virtudes da aplicação do método científico nas decisões políticas, a propósito da eleição de Claudia Sheinbaum Pardo para a Presidência do México, Ernesto Rodrigues edita mais um livro, com um título suges- tivo “o Bom Governo” e Rui Tavares desafia os partidos de esquerda para a constituição de uma plataforma política de combate à deriva direitista dos tempos correntes. Para além da coincidência temporal e da temática comum há uma referência espacial associada, nomeadamente a cercania da Estação Agronómica de Oeiras. É aí que tem morada o escritor nordestino e, igualmente, estão as instalações do antigo Instituto Gulbenkian de Ciência onde Maria Mota desenvolveu o seu primeiro pós-doutoramento em Portugal, na primeira década deste século e de onde veio Francisco Paupério, o candidato do Livre às eleições europeias. Rui Tavares é um político de verbo fácil, simpático, com um discurso bem fundamentado e com grande dose de razoabilidade, pouco habitual na área política onde se insere. Apesar de ter sido eurodeputado integrado no Bloco, de que, programaticamente, pouco se diferencia, fundou um partido, o Livre, com o objetivo primeiro de ser diferente, original e trazer para a política novas metodologias apregoadas como mais democráticas, mais acessíveis ao comum dos cidadãos, em concreto dos militantes e simpa- tizantes, afastando-o da tradicional estrutura partidária conhecida como o “aparelho”. Promoveu as diretas como método de escolha dos lugares de representação partidária, nomeadamente na elaboração das disputadas e desejadas listas de candidatos, porque, segundo o próprio, essa é a escolha correta… enquanto produzir os resultados esperados pela direção partidária! Porque o acerto no processo que levou Joacine a São Bento, foi assumido como um erro pela liderança do Livre, pouco tempo depois de eleita porque esta decidiu recusar ser correia de transmissão da Mesa do partido… razão invocada, precisamente, para a sua escolha. Para as europeias, Rui Tavares e companhia, quiseram impugnar a escolha de Francisco Paupério porque, pasme-se, teve um número “anormalmente” elevado de votos, nas diretas. Tal foi o inconcebível desconforto por este resultado, dentro das regras estabelecidas, que o líder partidário só apareceu em campanha quando as sondagens davam conta de um possível resultado histórico da formação. Resultado assinalável pois foi o único partido de esquerda a melhorar os resultados de 2019 em que, curiosamente, o cabeça de lista era o próprio Rui, que, ausente na rua, foi lesto a chamar a si tal feito, na noite eleitoral. E, enquanto Paupério regressa à bancada laboratorial de Oeiras, Tavares usa o seu trabalho para se arrogar em putativo federador da esquerda. Maria Mota, esperando que a formação científica da nova presidente mexicana a capacite para melhor formular as ações políticas para que sejam racionais e eficazes, para benefício das populações, vai alertando que tal não é, só por si, sinónimo de sucesso, lembrando o presidente norte-americano Herbert Hoover que apesar do seu desempenho, na observância desses pressupostos, não conseguiu a reeleição, pela sua inabilidade na comunicação. Mais radical parece ser Ernesto Rodrigues que, a avaliar pela sinopse disponível, “garante” que o bom governo precisa de cem mi- nistros a trabalhar à noite com cem funcionários em cada gabinete ministerial… ou o seu sucedâneo que, citando, Goethe, como sendo o melhor de todos, será “O que nos ensina a governar- -nos a nós próprios”.

Partidos políticos ou associações de malfeitores? (II)

Glosei este tema há já seis anos, neste mesmo espaço. Volto a fazê-lo agora porque, em meu entender, a situação se agravou. Começo por transcrever, para que não haja lugar a más interpretações, o que então escrevi: “conheço muitos distintos cidadãos e cidadãs que militam em partidos políticos e desempenham cargos públicos com irrepreensível dignidade. E muitos mais haverá do que aqueles que eu conheço. Esta não é a questão, portanto.” Certo é que a democracia continua a degradar-se. Os ecos que nos chegam lá de fora, dos países em que a democracia existe, levam-nos a pensar que assim é. Mas são, sobretudo, os muitos escândalos que ininterruptamente afectam a democracia portuguesa que enformam esta ideia. Em causa está o sistema político de Democracia Liberal ou Representativa, o principal emblema do chamado Mundo Livre que, como se sabe, assenta em três princípios fundamentais: - Um homem (ou uma mulher) um voto; a separação de poderes; e a representação proporcional de todos os cidadãos, sem distinção, nas instâncias do poder. O que pressupõe, como é óbvio, um Estado de Direito justo e forte e a garantia das mais genuínas e alargadas liberdades. Escusado será dizer que o actual regime político português lidera esta negativa evolução, o que se tornou mais evidente com o desastroso consulado de António Costa, conjugado com a surrealista magistratura de Marcelo de Sousa. Assim é que a abstenção eleitoral continua impará- vel, a separação de poderes se converteu num folclore, a promiscuidade entre políticos e financeiros é indecorosa, a situação da Justiça é trágico-cómica, o funcionamento dos serviços públicos lamentável e o clientelismo e o videirismo continuam a ser o motor da vida partidária. Tudo coroado pela mais desenfreada corrupção e por inaceitáveis injustiças sociais. Numa coisa, porém, a democracia portuguesa é exemplar: na produção e exportação de incompetências políticas de alto coturno, embora Portugal nada ganhe com isso. Novo espécime é António Costa que agora abandona o caos que criou, rumo a Bruxelas, secundando Durão Barroso e sobretudo António Guterres que fugiu do pântano nacional para se acoitar na ONU. É por estas e por outras que o mundo está como está. Não se pode afirmar, ainda assim, que a essência do mal resida nas pessoas. Políticos, banqueiros, empresários ou cidadãos comuns dançam conforme a música que o Regime lhes dá, independentemente da sua formação moral ou cívica. Acontece, todavia, que a crise dos actuais regimes políticos democráticos, começou cedo, com a hegemonia dos partidos políticos que, de uma forma ou de outra, marginalizaram as associações corporativas, culturais, regionais, desportivas e mesmo religiosas e que era suposto terem papel determinante na nobilíssima vida política, da mesma forma que o têm na vida cívica. Associações que, hoje em dia, melhor representam e corporizam o real sentir e os interesses dos cidadãos e das regiões do que os partidos, que se converteram em ninhos, quando não em verdadeiras associações de malfeitores. Cabe aqui lembrar que as primeiras Constituições, ou Leis Fundamentais, das democracias representativas, como é o caso da Constituição americana, de 1788, da francesa, de 1972 ou mesmo da portuguesa, de 1822, não faziam referência a partidos políticos, talvez porque se entendia serem dispensáveis. É caso para se dizer, portanto, que primeiro apareceu a democracia e que os partidos vieram depois para a perverter. Trate-se de partidos únicos dos regimes totalitários ou de partidos dos regimes ditos liberais que igualmente a subvertem por diversas formas, ainda que a democracia não lhes negue o direito de existirem em pé de igualdade com as demais associações. Grave, muito grave, isso sim, é que os políticos que, até hoje, tiveram poder para tanto, não quiseram ou não foram capazes de realizar as indispensáveis reformas regimentais e se limitaram a discursos de boas intensões, para eleitor iludir. De boas intensões está o inferno cheio, como soe dizer-se. É certo que Passos Coelho, logo no início do seu exercício governativo, teve o atrevimento de se mostrar determinado a rever a Constituição e a reformar o Estado. Mais recentemente também Rui Rio agitou a bandeira da reforma do Sistema de Justiça. Tudo se esboroou, porém, na muralha que a esquerda continua a erguer. Luís Montenegro acaba de colocar em cima da mesa um pacote de novas medidas anticorrupção que, lamentavelmente, Pedro Nuno Santos, o líder da oposição, se apressou desvalorizar. Esperemos que uns e outros, não se estejam a preparar para dar a machadada final na democracia, submetendo a Justiça, definitivamente, aos seus desígnios espúrios. Mas não é apenas o Siste- ma de Justiça que urge reformar. É o regime político, ele próprio, que carece de ser revisto de alto a abaixo. Só a democracia, pura e dura, é revolucionária.