PUB.
PUB.

Turé bisou na goleada caseira

ESTA NOTÍCIA É EXCLUSIVA PARA ASSINANTES

 

Se já é Assinante, faça o seu Login

INFORMAÇÃO EXCLUSIVA, SEMPRE ACESSÍVEL

Ter, 23/08/2016 - 14:32


O Grupo Desportivo de Bragança entrou com o pé direito na nova temporada do Campeonato de Portugal Prio. Os canarinhos venceram de forma expressiva, 4-0, o Ponte da Barca com o guineense Turé a bisar.

NÓS TRASMONTANOS, SEFARDITAS E MARRANOS - Dr. Gabriel Rodrigues Ledesma (1684-11-28 – 1741-09-04)

Certamente que o sobrenome veio da terra de origem da família que se fixou em Bragança, fugida da inquisição espanhola. E em Bragança, a história da família Ledesma, acompanha as investidas da inquisição, ao longo dos tempos, desde o século de 500 até meados de 700.
António Ledesma foi um dos membros da família que a inquisição hospedou nas masmorras de Coimbra entre 1658 e 1660, saindo condenado em hábito penitencial perpétuo, diferenciado com insígnias de fogo e 4 anos de degredo para as galés onde serviria sem soldo. Não cumpriu o degredo pois que, com os tormentos que passou e os tratos que lhe deram, ficou “quebrado de uma virilha e aleijado de uma mão”, pelo que o degredo lhe foi comutado para uma terra da Beira, na fronteira de Espanha. (1)
Nascido em Bragança em 1604, António Ledesma foi mercador bem sucedido e cedo rumou para o Porto, fixando residência numa casa que comprou em hasta pública por 95 mil réis, no Postigo das Virtudes. E tinha “loja de baetas e outras mercadorias” aberta à Ponte de S. Domingos. Da leitura do inventário de seus bens depreende-se que, para além dos tecidos, ele tinha negócios muito diversificados que iam do bacalhau da Terra Nova ao tabaco do Brasil, às caixas de confeitos, aos painéis da Flandres. E também tinha dinheiros investidos na Companhia de Comércio do Brasil e muitos outros “ao ganho”, para além da atividade de prestamista, que também usava.
Percurso inverso ao do pai fez o seu filho Gaspar Rodrigues Ledesma que, nascido no Porto, veio casar e morar em Bragança, entregando-se ao fabrico e comércio de sedas. (2)
Casado com Clara Gonçalves, um dos seus filhos nasceu em 28 de Novembro de 1684 e foi batizado com o nome de Gabriel Rodrigues Ledesma. (3) Depois de fazer os estudos preparatórios no colégio dos Jesuítas, em Bragança, matriculou-se na universidade de Coimbra, onde se formou em medicina por 1710. Seria ainda estudante quando casou com Angélica da Silva, filha do rendeiro e também médico Miguel da Silva, de Macedo de Cavaleiros, (4) pois que, quando o prenderam, em 1 de Setembro de 1713, o casal tinha já 3 filhos, de tenra idade: Gaspar, Brites e Perpétua. (5)
Sobre o casamento do Dr. Gabriel diremos que ele era noivo bem pretendido, dizendo-se que Rafael Rodrigues, mercador de Bragança “lhe dava alguns tostões para continuar o estudo” com o objetivo de ele vir a casar com sua filha Isabel. Mais incisivo foi o mercador João António Monteiro, fixado no Porto e depois em Lisboa, que escreveu uma carta para os párocos de Bragança dizendo que Gabriel prometera casar com uma filha sua e por isso lhe abonara um dote de 400 mil réis, pelo que não deviam impedir o seu casamento com Angélica da Silva. Face a uma tal situação, parece que o Dr. Miguel da Silva meteu as mãos na bolsa e avançou com os ditos 400 mil réis “para se desimpedir o casamento e dar-lhe quitação”. Tempos depois, escandalizaram-se os seus sogros por constar que ele “andava divertido com uns amores freiráticos”.
Verdade ou não estas histórias, facto é que o Dr. Gabriel Ledesma era médico de sucesso em Bragança pois logo alcançou os lugares de médico do partido da câmara e do hospital militar.
Sinal da sua aceitação por parte dos militares era o facto de em sua casa, bem como na de seu pai e irmãos, as autoridades não mandarem aboletar soldados, o que causaria muita inveja e rancor entre as outras famílias hebreias, sujeitas ao mesmo vexame. (6)
No ano de 1710, as tropas espanholas invadiram Trás-os-Montes, tomando e saqueando várias localidades. Também a cidade de Bragança foi sitiada, o que causou muito medo entre a população. E a gente mais fidalga da terra procurou então os sítios que pareciam mais seguros para abrigar as mulheres e as crianças do terror inimigo, nomeadamente nos conventos das freiras. Foi o que o Dr. Gabriel também fez, conseguindo meter a mulher e a sogra no convento de Santa Clara, facto que mostra igualmente a aceitação e o prestígio de que gozava na cidade. E também isso criaria inimizades e invejas entre os da sua nação, como foi o caso de Francisco Ferreira que “andando então armando um tablado para a comédia dentro do mesmo mosteiro”, ali quis meter também uma irmã mas não o conseguiu dizendo-lhe o abade capelão do convento “que não era coisa sua”.
Desavenças teve-as também o nosso médico com José Henriques Raba e sua família, quando um seu tio, do lugar de Carragosa, em cuja casa ele se criara, conseguiu tirar aos Raba a cobrança das rendas da comenda daquele lugar.
Deixemos o processo inquisitorial do Dr. Gabriel Ledesma que saiu condenado em penas espirituais no auto de fé de 17 de Maio de 1716. Voltemos com ele a Bragança, à sua casa de habitação na Rua dos Oleiros. A penitência não o terá feito menos “judeu”, antes pelo contrário, pois que, anos depois, era em sua casa que alguns “judeus” de Bragança se reuniam em sinagoga, conforme depoimento prestado em 1740 pelo capitão Francisco Lopes perante o comissário da inquisição Roque de Sousa Pimentel:
- Disse que sabe por ver (…) que em casa do médico Gabriel Rodrigues Ledesma, morador na rua dos Oleiros, desta cidade, se recolhem nas noites principalmente  de sextas-feiras os cristãos-novos da mesma cidade chamados os Ledesmas, os Falhos, os de Lafaia, os Marranos, todos moradores na rua Direita, o qual médico se presume ser o seu rabino, em cuja casa se faz sinagoga… (7)
Já atrás se disse que o filho varão mais velho do Dr. Gabriel se chamou Gaspar Rodrigues Ledesma e que, como o pai, se formou em medicina. Falta acrescentar que, pouco tempo depois de sair médico, em 15 de Agosto de 1735, ele faleceu em Bragança, em casa de seus pais. E a agonia deste homem seria atentamente seguida por bisbilhoteiros e esbirros da inquisição, no sentido de se apurar se os cristãos-novos chamavam o padre para ajudar a bem morrer os seus familiares ou se apenas o chamavam quando já estavam mortos e não podiam ministrar-lhe os últimos sacramentos, ou seja: tratava-se de saber se ele morria como cristão ou como judeu. A propósito, vejam o testemunho do mesmo capitão Francisco Lopes:
- Estando para falecer Gaspar Rodrigues Ledesma, médico, filho de Gabriel Rodrigues Ledesma, chegara António da Silva Damas, bacharel e companheiro que tinha sido do enfermo em Coimbra, cristão-velho desta cidade, e o enfermo lhe pedira encarecidamente que lhe assistisse porque queria salvar-se e o não podia fazer entre aquela canalha e que tendo o enfermo consigo uma imagem de S. Francisco Xavier a quem se encomendava naquela enfermidade, o pai e a mais gente da casa lha tiraram e esconderam; e vendo que o filho enfermo só queria a assistência dos cristãos-velhos e dos padres da Companhia, o desampararam os seus. (8)
Também se dizia que os cristãos-novos, sobretudo os das principais famílias, como era o caso dos Ledesma, procuravam enterrar os seus defuntos na igreja de S. Vicente que tinha sido ampliada e onde era fácil encontrar terra virgem, já que os cristãos-velhos sempre usaram enterrar-se na igreja matriz de suas paróquias. Isso foi obviamente alvo de atenções e, na verdade, tanto o jovem médico como depois o seu pai foram ali enterrados. E no registo de óbito do Dr. Gabriel Ledesma o padre escreveria:
- Recebeu o sacramento da penitência e os mais não. Não fez testamento. Sepultado em S. Vicente onde tem própria sepultura. (9)
Voltando atrás, ao óbito do filho, cumpre dizer que também se bisbilhotava sobre se ele seria amortalhado à maneira dos judeus, o que não aconteceu, conforme explicou Francisco Rodrigues Ferreira, seu parente: 
- Disse que fora para a sepultura vestido de estudante, por levar pouco tempo que se havia formado e os mesmos estudantes seus condiscípulos o vestiram e compuseram e levaram a tumba à sepultura, não obstante ser uso o levarem os irmãos da Misericórdia. (10)

NOTAS
1-ANTT, inq. Coimbra, pº 567, de António Ledesma
2-IDEM, pº 5796, de Gaspar Rodrigues Ledesma.
3-IDEM, pº 8073, de Gabriel Rodrigues Ledesma.
4-IDEM, pº 7784, de Angélica da Silva. Também o pai e a mãe (Brites de Sória) de Angélica foram presos pela inquisição de Coimbra.
5- Gaspar seguiria os caminhos do pai, formando-se em medicina na universidade de Coimbra; Brites e Perpétua casariam com dois advogados de Bragança que foram companheiros do irmão na mesma universidade: Dr. António Mendes Borges e Dr. António Novais da Costa, também eles processados pela inquisição.
6-A “gente de nação” de Bragança acabou por financiar a construção e reparação dos quartéis, para se livrar do encargo de aboletar soldados nas suas casas.
7-ANTT, inq. Coimbra, pº 6269, de António Gabriel Pissarro.
9-IDEM, Registos Paroquiais, Bragança, Óbitos 1729-1741.
10-IDEM, pº 558, de Francisco Rodrigues Ferreira.

Por António Júlio Andrade / Maria Fernanda Guimarães

O caminho faz-se…

Manhã cedo. A lua passa o testemunho ao sol antes de se desvanecer. As casas de pedra, o tanque e a amoreira envoltos numa sombra a clarear. Nos pés as botas que não falham. Quando os calos doem, lembram-se sempre das velhas botas. Pois são essas mesmas. Na mochila duas laranjas, uma para cada um, uma garrafa de água, pouco mais. O caminho começa nos paralelos durante alguns metros, não muitos, só enquanto percorremos o centro da aldeia. Nas horas seguintes seguimos pelo alcatrão, pela estrada antiga que passa por Vale de Frades. Aqui havia um caminho, subia aquela ladeira e cortava para a direita lá em cima onde estão aqueles pinhos. Mas agora já não anda ninguém pelos termos e os caminhos perdem-se. Dantes andava tudo limpinho, não se via uma erva. Passo a passo. Do lado esquerdo uma corriça, as vacas madrugadoras aproveitam o fresco para comer. Os cães de gado vêm à parede ver quem passa e detêm-se desconfiados até que nos deixem de ver. A estrada sobe, desce, uma ou outra pequena recta. Aqui nesta estrada andei eu a partir pedra, mais ali à frente já te digo onde quando lá passarmos. Vieram uns homens lá de baixo do Porto para abrir o caminho e eu, meu pai e mais um punhado de homens de cá a partirmos pedra com uma marra de manhã à noite. A mim só me davam meia jorna, puxava pelos costados tanto como os outros mas ainda não tinha idade para ganhar jorna inteira. Eram outros tempos. O alcatrão só veio muito depois já eu tinha feito a tropa. Avançando sempre. Passamos por uma aldeia e um homem no seu andar moroso, regador na mão, responde-nos “então ainda tendes uma boa caminhada pela frente”. Saímos da povoação, isto antes não chegava até aqui, a aldeia ficava toda lá em baixo do outro lado da ribeira, depois começaram-se a fazer as casas novas, estas ruas já não as conheço. Andamos mais um par de quilómetros, viramos à direita e chegamos a um lugar chamado Trapo. No Trapo era onde se apanhava a camioneta para Bragança, onde na altura chegava a estrada. A paragem ainda lá está. Feita de granito e relativamente bem conservada para o estado de abandono em que vive. Tem uma lareira. Às vezes até trazíamos um pouco de lenha connosco para nos aquecermos. Eu nunca tinha visto uma paragem com uma lareira. Acho que pouca gente deve ter visto tal coisa. Achei uma coisa tão diferente e curiosa, meio pré-histórica. Um monumento. [à atenção da CM Vimioso] Paramos mais à frente para dividir uma laranja. Por pouco tempo que ainda vamos a meio. Pela estrada seguimos até Pinelo, perguntamos ‘depois da ponte qual é o caminho’. Pela direita dizem-nos uns. Pela esquerda garantem outros. Vamos andando. Um cruzeiro e depois outro. Os dois assinalam 1952. Deixamos a aldeia e o alcatrão ao cabo das 9 horas pelo anunciar sumido dos sinos da igreja. As subidas começam a puxar pela barriga das pernas, o sol aquece e os casacos guardam-se na mochila. Chegamos a um alto e vemos a ponte romana lá muito em baixo. Parece minúscula. Depois da ponte uma encosta grande, espera-nos uma subida íngreme, inclinadíssima. Mas primeiro é preciso descer até lá ao fundo. Afinal a ponte não é minúscula, pelo contrário, imponente e de uma altura respeitosa. De estilo romano. Como é que se faziam obras daquelas num sítio daqueles não se percebe bem. São coisas que ficarão sempre meio incompreendidas. O Rio Maçãs corre bravio e vigoroso este Verão. Bem haja ele. A partir daqui é sempre a subir, não há volta a dar. Bebemos um gole de água e escolhemos o caminho da direita. O passo mais lento na subida. Encontramos um casal a regar umas árvores recém-plantadas. De onde vindes e de quem sois. Feitas as apresentações e descobertas as afinidades não é por aqui era pela esquerda. Mas podeis atalhar por esta propriedade e apanhá-lo ali ao fundo. Atalhamos, retemperamos forças e subimos. Às tantas quase de gatas de tanta inclinação. Sol, suor e pó. Assim é o caminho e assim é a vida. Estamos já a entrar pela vila, começam os paralelos mas a encosta ainda não acaba. Chegados ao cimo, olhamos para trás. Para quem goste do género a paisagem é simplesmente deslumbrante. Agreste. Natural. A ponte vista de outro lado, o vale em baixo, os montes ali desde o princípio dos tempos. Os olhos ficam rendidos mas as pernas já não podem parar. Atravessamos a vila e regressamos ao alcatrão. Três quilómetros, dizem-nos. Acumula-se o cansaço e a ânsia de que cada curva seja a última, até que o antevemos ao fundo. Uma súbita energia e eis que já cá estamos. Missão cumprida. Valeu a pena, pelas paisagens e pelo resto. Trocamos um abraço. Eu e meu pai chegamos ao São Bartolomeu. Caminhando.

Os novos Pokémons

Há muitos anos não era habitual sofrer-se de stress e ansiedade. Pelo menos nestes termos e na versão diagnosticada de outras problemáticas a que nos fomos habituando como a hiperatividade, a depressão ou o esgotamento. Atualmente, acedemos a mais informação e a grande tarefa é saber separar o “trigo do joio”, o conhecimento fundamentado ou o saber científico devidamente alicerçado.
As fontes de informação fazem parte da nossa vida. Tendo, como julgo, aspetos fortemente positivos, torna-se uma dependência orgânica, difícil de gerir. Os contactos, as relações, a disponibilidade imediata faz parte da vida de milhares. Experimentem deixar um dia o telemóvel em casa. Aposto que, de forma repetida, o vão ouvir tocar, procurar atender, ir às redes sociais ver as novidades…enfim, um cem número de tarefas incluídas no “pacote virtual”. Um pequeno objeto tornou-se mais importante que outros adereços, só ultrapassado por necessidade de leitura, pelos óculos graduados.
Uma revolução tecnológica que veio revolucionar a nossa relação com o Mundo e do Mundo connosco. A relação é recíproca e vem alimentar espaços vazios que se foram construindo.
A nova febre dos Pokémons veio transformar mais ainda esta visão virtual. Tratam-se de ruas reais em espaços virtuais, figuras virtuais em espaços reais. É realmente estranho, mas percebe-se bem quem “anda à caça de Pokémon”. Absortos, sozinhos ou em grupos relativamente reduzidos, vão até onde há pokémons para caçar. Mudam-se rumos e caminhos, não se vá perder um ou outro mais “valioso”. 
A empresa Niantic, startup da Google criou o “Pokémon Go” para a Nintendo. Sem muitas instruções sobre como jogar, são os próprios jogadores que pelas ruas, ensinam outros. Dizia uma amiga que pelo menos agora o filho sai de casa, permitindo que se tornasse mais ativo em vez de passar horas no quarto a jogar. Há sempre o lado positivo de novas situações e inovações tecnológicas. É preciso, como tudo na vida, saber usar com moderação.
O jogo completou 6 meses de vida, provocando nos jogadores alterações comportamentais. Pesquisando sobre esta nova realidade, constatei ser possível caçar mais de 150 monstros coloridos em locais bem diferentes, podendo ser classificadas situações distintas como divertidas ou realmente arriscadas.
"Caminhe, pedale ou ande num comboio para caçar todos!", diz uma empresa no perfil da conta, antes de advertir os fãs para estarem sempre atentos ao que se passa à sua volta. Existem também as Pokétours. Desta vez são motoristas que levam os passageiros a caçar monstros raros e altamente procurados.
Numa visita de alunos da secundária do nosso distrito a diversão também passou por saber e conhecer os Pokémons sedeados na Assembleia da República. Pelos vistos, no exterior, existiam vários, mas o melhor de todos foi no Marquês, em Lisboa. Pena que o autocarro não permitisse dar uma volta diferente para que fosse possível dar caça integral às ambicionadas criaturas.
O stress e a ansiedade, a hiperatividade e todas as formas e sentimentos negativos são fortemente penalizadores nos nossos jovens, mas também em adultos, que vão sendo “testados” a novos perigos e mais e novas “dependências”. Um jogo de monstros coloridos, os espaços virtuais em ruas reais e figuras virtuais em espaços reais…os novos Pokémons.

Que esquerda é a sua, senhor Costa?

Sempre que um qualquer político, o primeiro-ministro que seja, proclama publicamente a superior bondade da esquerda, ou da direita, por uma qualquer subliminar associação vem-me à memória uma anedota em que um sargento pergunta a um recruta qual é a sua mão direita e este responde que é a do lado do coração.
No caso especialíssimo do actual primeiro-ministro fica-se mesmo com a ideia de que António Costa tem o coração do lado direito, no lado contrário da mão esquerda, portanto, que é tripla e marota, e que o leva a fazer coisas que ele não quer.
Só assim se compreende a política do seu governo no imbróglio gravíssimo que é a Caixa Geral de Depósitos (CGD). Avançou com 19 machuchos (que fartura!), para a administração de um banco falido (mais um), que o Banco Central Europeu (BCE), que não é propriamente de esquerda, reduziu para 15 (haja decoro!).
BCE que igualmente chumbou a acumulação dos cargos de presidente do conselho de administração com o de presidente executivo, (um novo “dono disto tudo” estaria a caminho) e, ainda mais, exigiu experiência bancária a todos os administradores, que é como quem diz, parem de pôr “boys” a brincar com o fogo.
Como se vê as opções do primeiro-ministro António Costa para a CGD são claramente de direita, ainda mais que as do BCE, e seguem a linha tradicionalista de colocar o banco público, que foi criado para promover as classes menos abastadas, ao serviço, ou sob a tutela, dos grandes interesses privados. E o mais estranho é que a sua mão esquerda, a tal que é tripla e marota, esfregou a direita de contentamento.
E mais ainda: foi este governo de esquerda de António Costa que com a sua mãozinha direita sancionou privilégios faraónicos para os novos administradores da CGD, que ficam sem limites para ordenados, carros e cartões de crédito. E que, mesmo em caso de fracasso, não serão, por certo, responsabilizados.
E que estranha esquerda é esta do senhor Costa que cala e comunga, em silêncio comprometido, das obscenas subvenções vitalícias com que se auto presenteou a autista elite política que arruinou esta mal-amada nação?
Que estranha esquerda é esta do senhor Costa que hesita em dotar a Força Aérea dos meios necessários para combate dos incêndios florestais que, malgrado o sacrifico de bombeiros e populares, já alastram a aldeias e cidades e que, ao que se diz, representam chorudos negócios privados? Talvez por isso mesmo o seu combate não seja tão eficaz quanto poderia ser.
Será que o senhor António Costa se propõe fazer agora o que não fez em 2005, quando era Ministro da Administração Interna? Será que vai recuperar as mil e tantas casas de guardas que vigiavam eficientemente as nossas florestas no tempo do ditador Salazar?
O pior de tudo, porém, é que o grande incêndio da crise económica e social continua a arder e a consumir famílias e contribuintes, e os incendiários continuam à solta.
E se a direita não tem vergonha, a esquerda também não. Se assim não fosse não se desculpariam uns com os outros, e vice-versa, os seus discursos seriam mais coerentes e consequentes e as suas práticas mais transparentes.
E talvez Portugal fosse um país melhor, e com melhor democracia.
Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

Moinho parado não ganha maquia

Ter, 23/08/2016 - 14:03


Olá, estamos a começar a viver os derradeiros dias de Agosto. Muitos daqueles que encheram as nossas terrras estão quase de partida.No sábado passado tive o prazer de almoçar com os nossos famosos “farruquinhos”, em Coelhoso, na casa da tia Irene, que me apresentou parte da sua familia. Éramos mais de 30 à mesa. Muitos deles escutam-nos diariamente em França. Durante a semana passada, no programa da “maior família do mundo” falámos sobre os moinhos do povo. Por isso, brindo-vos com esse tema.

Primeiro as pessoas

Ter, 23/08/2016 - 14:00


Em tempos propícios a equívocos, vale a pena lembrar que a cidadania é um conceito fundamental que a civilização foi construindo desde os primeiros agregados urbanos, já lá vão mais de sete mil anos.

Congida: um pequeno segredo revelado a cada vez mais pessoas

ESTA NOTÍCIA É EXCLUSIVA PARA ASSINANTES

 

Se já é Assinante, faça o seu Login

INFORMAÇÃO EXCLUSIVA, SEMPRE ACESSÍVEL

Ter, 23/08/2016 - 12:27


Pensar no nordeste transmontano é pensar na paisagem característica da região, nos monumentos, igrejas ou gastronomia mas talvez nem tanto em praias… E se as praias do Azibo têm conseguido uma forte mediatização nos últimos anos, talvez haja outra praia fluvial que ainda é um segredo para muita g