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O REGRESSO

Regressaram, estão todos aí. Nas grandes cidades os autocarros a rebentar, as estradas e ruas impossíveis, os corredores dos hospitais. As salas de espera sofrem o assalto geral, a Segurança Social, as Finanças. Nos Correios e no Centro de Emprego, as filas de espera alongam-se inexoravelmente. Para onde tinham ido todos? Durante os grandes dias de calor do verão, tinham-se espalhado pelas praias dos nossos mares, pelos campos do nosso país, pelos caminhos e montes das nossas terras ou, simplesmente, algures, nos longínquos do exotismo, onde ainda se pensa ir sem receio de encontrar algum terrorista cheio de bombas.   
É como se tivessem nascido durante as férias, esperando o nosso regresso para se instalar nas nossas paragens, para nos sugar o ar. Quando se reencontra a casa ou o apartamento, depois das férias, depois duma longa ausência, somos agarrados pelas coisas que havíamos deixado, à espera de serem resolvidas. Papéis diversos em micas, desafiam-nos desde o primeiro olhar. Alguns livros que tínhamos deixado adormecer tranquilamente, tendo negligenciado extrair as “leituras de férias” estão exatamente no mesmo lugar. E os manuais das editoras dos professores, ainda embalados, o que fazer?  Todas estas obras perderam uma estação na ordem das nossas prioridades. Lê-las-emos um dia? Talvez nunca mais, mas como separar-se delas ? Um livro guarda-se sempre. 
A atualidade, pelo menos, deveria reservar-nos algumas novidades, algumas « notícias ». No entanto, patavina! Sopram-nos aos ouvidos os mesmos nomes, os mesmos dossiês insolúveis, as mesmas e vãs polémicas sobre tudo e nada. Tínhamos sonhado, ao partir, nunca mais ouvir falar dum tal fulano, desembaraçarmo-nos definitivamente das coisas dum tal sicrano, das mentiras da Coisa.
Mas é mais forte do que nós, este regresso de férias, como das anteriores, torna-se no momento de encontro com o que não desejávamos. Não temos nada, por exemplo, contra Durão Barroso, e pronto, acabadinhos de chegar das alegrias do silêncio da aldeia, aí está o ator novamente instalado à nossa frente. Estes especialistas da ambiguidade do mundo da finança, servem-nos novas explicações acerca das mentiras e das dissimulações que nós ignoramos completamente.
A mesma coisa, francamente, em relação aos gritos de outros políticos como a águia marinha, Assunção Cristas, que vê incompetências, dificuldades e becos sem saída por todo o lado. Ou o seu chefe, na sua forma de se enlear incessantemente numa dignidade forçada, como um imperador romano das feiras medievais, suscita uma forma de cómico e de repetição. Acusar incessantemente para destabilizar o governo é exasperante de denegação o que cansa os cidadãos descansados que pensamos estar. Tudo isso é de nível inferior aquele em que se deve situar um desesperado candidato a primeiro-ministro. Algures, a atitude como sentimento não é mais brilhante, o dejá vu, e ouvido. Catarina Martins continua firme nas suas posturas: “ Não deixarei dizer que” isto ou aquilo, “ o BE não tolerará que se faça …” isto ou aquilo. O chefe do governo, com a sua atitude imperturbável, habitado por uma convicção exagerada, é como uma planta lisa e tenaz que se encontra no vaso, algumas semanas de abstinência depois, sem se ter pensado nela em todo o verão. Está sempre presente, quase tanto como o Presidente da República que parece sofrer de claustrofobia.  
O (re)moinho dos atores da atualidade não aproveitou o verão para renovar o seu stock de bobines. Reencontramos as mesmas figuras, os mesmos papéis, em cena como na sala, com jornalistas que, por falta de renovar o interesse dos debates que nos narram, simulam a novidade mudando de tribuna, de estúdio ou horário. O dueto cantante do jornalismo e do político tenta encontrar o caminho das nossas paixões mas verdadeiramente já não consegue. 
Por enquanto, temos ainda a cabecinha atrás, os olhos na retaguarda, à beira dos riachos e dos campos onde estivemos tranquilos, na verdura fresca onde o silêncio nos protegia, nas casas onde dormem as recordações e os rostos daqueles que amávamos. Podem agitar-se como quiserem como se nada tivesse acontecido nas nossas vidas complicadas. Nada poderão fazer que possa captar a nossa atenção além dum vago franzir de sobrancelha ou dum morder de lábios de desgosto. Por todo o mundo, o homem sofre e sangra das actividades do homem; ditadores que se prendem ao poder com armas em punho, migrantes que continuam a arriscar a vida pretendendo atravessar o mar para se juntar ao nosso paraíso terrestre. Paraíso, verdadeiramente? Paraíso das aparências, certamente.
Está um tempo fantástico, e se voltássemos para férias?!

Vendavais - Os caminhos da corrupção

Todos os dias ouvimos falar de corrupção e dos malefícios que ela arrasta consigo e dos protagonistas que tão bem a sabem manobrar como se fossem timoneiros de um imenso barco que apesar de navegar num mar revolto, não se quer afundar nunca.
Por todo o Mundo, os caminhos da corrupção são imenso e têm encruzilhadas terríveis para enganar quem se aventurar sem ter licença para os percorrer. Para conduzir é necessário ter licença, carta de condução e, quem não tiver é apanhado, mais tarde ou mais cedo. Por esses caminhos sinuosos, fluem os que conhecem bem esses meandros e é difícil apanhá-los fora de mão. No entanto, quando são descobertos, esses prevaricadores nem sempre são condenados.
Muito recentemente o Ministério Público concluiu que Sócrates recebeu 21 milhões de euros do GES. Investigações nos caminhos estranhos e um pouco desconhecidos da corrupção ligada à Operação Marquês, uma auto-estrada formidável, levaram à descoberta de imensas encruzilhadas onde encontraram a PT, a Telefónica espanhola e o Grupo Lena, entre outros. Mas, apesar do Ministério Público concluir alguma coisa, nada sai em termos acusatórios contra ninguém. No final todos vão sair ilesos e chegar ao fim da estrada sem culpas formadas, estacionando numa Offshore formidável, bem longe de Portugal.
Mas não se pense que isto se passa só neste belo país à beira-mar plantado. Não. Na Rússia de Putin, prestes a ser escrutinado para nova eleição, ele resolveu fechar o único Instituto de sondagens independente que, por sinal noticiava uma redução nas sondagens e anunciava que havia quem quisesse vender o seu voto pela quantia de 70 dólares. Ao que chega a corrupção! Claro que ele vence do mesmo modo e a Rússia terá de novamente o seu presidente, o mesmo que anexou a Crimeia e se envolveu na guerra da Ucrânia e, possivelmente ainda terá pensado que poderia inverter a História e anexar umas quantas nações vizinhas como antigamente fizeram os seus antecessores comunistas.
Pelas bandas da Alemanha, Merkel anda aflita, não só com os imigrantes, como com as sondagens que mostram o partido anti-imigração como vencedor para a assembleia regional de Berlim. Mais de dois milhões de eleitores pronunciaram-se e a segunda derrota em duas semanas está aí para Merkel pensar como resolver a situação complicada em que está metida. Aqui não há corrupção, mas a ideia de como se poderia inverter estas sondagens, já terá atravessado alguns caminhos sinuosos certamente. E não me espanta nada se ela já não se terá arrependido de ter sido tão tolerante nesta encruzilhada.
Realmente os caminhos da corrupção são imensos, tomam formas variadas e espalham-se por diversas regiões com cruzamentos infinitos. É uma forma de despistar. Todos sabemos os propósitos, os objetivos, até algumas formas de a praticar, mas perdemo-nos pelos caminhos que ela percorre. Enfim!
Como já veio a público, até no Vaticano a corrupção se instalou. O Papa Francisco já tentou fechar todos os caminhos e tirar a licença a quem por eles circulava sem autorização. A criminalidade parece ter diminuído enormemente, mas não terá acabado. A vigília continuada é uma promessa e quem se arriscar está sujeito à pesada mão de Deus. Mas para os que se mantêm na sua mão, sem desvios e sem encruzilhadas, o Papa Francisco agradeceu a sua honestidade. É o caso dos polícias do Vaticano. Disse que muitos os queriam comprar e elogiou-os por não caírem em tentações e demonstrarem uma enorme honestidade e concluiu dizendo que lhe fazia impressão ver como a corrupção se espalhou por todo o mundo. Pois, e a quem não faz impressão? O que a mim faz impressão é não castigar severamente os que a praticam. Os caminhos da corrupção só acabam quando houver coragem para admitir que são caminhos ilegais e que ninguém por lá pode circular. Quem disser o contrário, é corrupto. Condene-se.

O que o Povo tem é sede de Justiça

O Presidente da República continua incansável a distribuir simpatia, e ainda bem, porque os portugueses estão carentes de afectos.
Mas os portugueses estão sobretudo sedentos de Justiça porque os políticos não param de os maltratar e não abrem mão dos privilégios imorais que a si próprios atribuíram.
Por isso o Presidente da República também tem distribuído umas boas lambadas a quem bem as merece. A mais sonora de todas deu-a recentemente a governantes, deputados e líderes partidários, na cerimónia de abertura do ano judicial, em que desafiou os operadores judiciários, leia-se magistrados, advogados e funcionários judiciais a acordarem um pacto para a Justiça.
E não se poderá dizer que o Presidente da República isentou os governantes, os deputados e os partidos das responsabilidades que lhe cabem nesta matéria. Passou-lhes sim um atestado público de ausência, incompetência e desleixo porque palram, prometem, mas tudo deixam na mesma se é que não pioram.
Foi ainda mais longe, o Presidente da República, uma semana depois, quando a todos alertou, numa conferência promovida pela Associação Sindical dos Juízes Portugueses, para aquilo que chamou de “bloco central de interesses” que, segundo ele, tudo faz para que “ nada mude, que fique tudo tão ou mais pantanoso”.
“Bloco central de interesses” que, como é óbvio, tem assento cativo nos governos, na Assembleia da República e nos partidos. É visceral do regime político vigente que, embora se inscreva no sistema dito de democracia liberal, tem duvidosa democraticidade e que por isso urge reformar, antes que o Estado estoure.
Começando, claro está, pela Justiça, já que só com justiça se poderá sanear o pântano promíscuo em que chafurdam os tubarões que sugam o erário público e viciam a democracia.
Não é por acaso, portanto, que aos afectos do Presidente da República os portugueses respondem com afectos redobrados que é uma forma efusiva de reclamar justiça.
De facto só a Justiça pode pôr cobro à corrupção de Estado, aos crimes de colarinho branco, à promiscuidade entre governantes e capitalistas e à canibalização dos serviços públicos. É de salvar o Pais que se trata!
A questão que agora se coloca é saber se haverá suficientes políticos livres, honestos e patriotas, e funcionários públicos e magistrados competentes e dedicados capazes de responder ao apelo do Presidente da República e de meter mãos à obra.
Coincidindo, premeditadamente por certo, com a abertura do ano judicial o juiz, e cidadão, Carlos Alexandre veio a público dar a cara, de forma exemplar, e corajosa. Recebeu o aplauso unânime de quantos respeitam a lei.
É desejável que outros magistrados lhe sigam o exemplo, porque a Justiça deve ser transparente e os portugueses têm o direito conhecer o rosto daqueles que a exercem.
Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

Educação e utopia

Ter, 20/09/2016 - 14:44


Os sistemas educativos das sociedades democráticas constituem uma das mais celebradas conquistas da humanidade. No entanto, são realidades frágeis, muitas vezes ainda sob a ameaça do obscurantismo envolvente.

Financiamento garantido para obras em escolas do distrito de Bragança

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Qui, 15/09/2016 - 18:55


Já foi publicado em Diário da República, no passado dia 2 de Setembro, a lista de escolas que vão ser intervencionadas com fundos comunitários, provenientes do programa Portugal 2020 e que estabelece a celebração de contratos-programa, definindo as condições de transferência para os Municípios e

Clubes e atletas vão ser distinguidos em Bragança na 4ª Gala Prémios Nordeste Desporto

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Qua, 14/09/2016 - 14:32


No palco do Teatro Municipal de Bragança vão ser distinguidos, no sábado, atletas e clubes que alcançaram títulos na última temporada nas várias vertentes desportivas.

“O Desporto é um dos pilares de desenvolvimento da sociedade”

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Qua, 14/09/2016 - 14:29


O Município de Bragança tem-se revelado um exemplo no que diz respeito à aposta na área do desporto.
Hernâni Dias, presidente da autarquia, vê no desporto um factor de desenvolvimento das localidades e de dinamização do território.
A construção e requalificação de equipamentos desportivos fazem parte da estratégia do município no sentido de melhorar as condições para a prática das diversas modalidades, quer de lazer quer de competição. Anualmente, a câmara municipal distribui cerca de 120 mil euros pelos clubes, associações e colectividades do concelho.    

Parque automóvel supera as edições anteriores

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Qua, 14/09/2016 - 14:20


Já circulam em Vimioso as máquinas da edição deste ano do King of Portugal. Em prova vão estar 37 equipas de 16 nacionalidades, sendo metade portuguesas, que vão competir em quatro classes: stock , modified, legend e unlimited.