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O colapso da Humanidade que se anuncia

Muito embora o terceiro milénio já conte 20 anos, só agora se evidenciam condições para uma mais instante reflexão, que não compete apenas a políticos, filósofos ou cientistas porquanto diz respeito a todos os cidadãos do mundo.

Durante milénios a Humanidade cresceu, guerreou e revolveu a terra livremente. Presentemente, porém, está confrontada com factos preocupantes nunca antes experimentados.

Receia-se, por isso, que esteja a caminho do colapso provocado por ela própria, também por causas que a ultrapassam ou por ambas em conjugação, ainda que o planeta que a hospeda não se desvie, um milímetro que seja, da sua órbita.

Até há relativamente pouco tempo temia-se que uma eventual guerra nuclear generalizada que, felizmente, até hoje não aconteceu, pudesse erradicar a vida da face da Terra.

Ainda que esta ameaça não haja sido esconjurada, as atenções voltam-se agora para as já perceptíveis alterações climáticas que poderão redundar numa desgraça planetária, o que explica que estejam a ser tratadas como se de um espectáculo global se tratasse pelos esconsos poderes mundiais que delas se aproveitam, mistificando causas e efeitos.

Os grandes ciclos climáticos que a história do planeta regista e que provocaram alterações radicais, deveram-se a fenómenos terrestres e astronómicos relevantes cujo controle não está ao alcance dos homens.

Em contrapartida, a Humanidade produziu ferramentas e desenvolveu práticas igualmente capazes de alterar drasticamente o habitat planetário, como sejam o crescimento populacional incontrolado, o envenenamento dos ares e das águas e a transfiguração irrecuperável da crusta terrestre, destabilizando equilíbrios estabelecidos durante milénios, para não falar nas angustiantes armas de destruição massiva e nas malignas mutações genéticas laboratoriais.

Acresce que os recursos vitais que a Mãe Terra faculta são finitos, pelo que o seu usufruto desregrado, embora passível de ser minorado, conduzirá, inevitavelmente, ao colapso do sistema.

Mas não é apenas no plano físico que este drama dantesco se desenrola. Acontece igualmente no domínio civilizacional e moral quando se projecta um novo homem, robotizado, sem sentimentos nem ética e passível de ser comandado sabe-se lá por quem e com que fins.

Assustadores são a globalização desumanizante, a mundialização escravizante, as ideologias degradantes da dignidade humana e a idealizada religião mundial única, que exclui a espiritualidade e a bondade originais.

Tudo supervisionado pelo projectado Governo Mundial autoritário, cúpula da denominada Nova Ordem apadrinhada por personalidades suspeitosas, que ameaça aniquilar estados, pátrias e nações e que não se coibirá de chacinar milhões de seres humanos para tornar viável a sua nova Humanidade sem humanismo.

É o totalitarismo dos totalitarismos, ainda pior que o marxismo-leninismo ou o nacional-socialismo de má memória.

Não nos iludamos, portanto: a mera redução das emissões de carbono e de metano, ou mesmo um novo sistema energético, já não nos poderão salvar.

Talvez só mesmo a profetizada nova vinda de Jesus Cristo, em que muitos acreditam piamente.

Isso é outra história, porém

A todos desejo um feliz Novo Ano.

 

Vale de Salgueiro, 31 de Dezembro de 2019

 

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

Nostalgias do Ano Novo a Nordeste

Entramos sem grande entusiasmo no ano de 2020. Uma nova década e o tempo a limitar-nos o tempo da nossa precária existência. Cai uma chuva miudinha e o vento sopra dos lados da Sanábria onde habitam todos os frios e os seculares nevões. Sinto as mãos geladas e nem o ano novo me traz a novidade, o fulgor de puder dizer aos meus vizinhos:

— Bom ano e boas festas!

Mas esperamos sinceramente que 2020 seja um bom ano e as festas felizes. Abro a janela, mais frio, um dia igual a tantos outros, sem nada de novo. Já não se vislumbra o sorriso da rapariga que se vestia de lavado e penteava o cabelo. No ar sentia-se o cheiro a perfume TABÚ de contrabando, comprado nas aldeias raianas. Os rapazes já não vestem a samarra, nem falam em cabeças de gado, nem em alqueires de trigo que se adivinham fartos para o ano novo. Já não há beijos de novidade à beira da fonte, nem as mulheres passam grávidas escondendo o ventre de futuro e esperança, no longo xaile.

A minha vizinha continua agarrada ao cajado, mancando e gemendo:

— Valha-me Deus, valha-me Deus, há mais de uma semana que a galinha poedeira deixou de pôr, não sei o que se passa!

Um homem velho esqueceu-se de recolher a lenha.

— Nem o diabo faz arder esta lenha molhada, nem o diabo!

Treme de frio, de longas ausências, só a mulher que já morreu espreita ao canto da memória, mas o lume continua apagado!

Sofro as ausências dos que estão doentes, foram para o Lar. As casas caem, os xailes não aquecem.

Três crianças jogam à bola na cerca da escola, num dia igual a tantos outros, frios e cinzentos, com o pressentimento que vão chegar os homens do capitalismo e do poder, que não conhecem um arado, uma relha, uma samarra, um xaile velho, uma pita que deixou de pôr, nem a lenha molhada que não arde, dizer do alto da sua proa e astúcia que todos temos que ser solidários e apostar na coesão territorial. Mas na verdade o que eles quase sempre dizem é que todos temos que contribuir para que o ar condicionado não se desligue, os Bancos falidos não fechem as portas e não parem os carros de luxo, as subvenções, as festanças, os almoços, os fados e guitarradas, as visitas ao fim do mundo e continuem as irrevogáveis mordomias.

— Não se aflija vizinha a pita logo, logo põe! Então homem de Deus, como se esqueceu de recolher a lenha!

— Uma pessoa sem a mulher não é ninguém! Quando a minha era viva havia sempre lenha, caldo e uma camisa lavada!

Caem-me no peito as lágrimas mais honradas da longa noite transmontana. Escuto os vizinhos demoradamente. Ninguém fala de política, de desenvolvimento, de discriminação positiva para o nordeste transmontano. Ninguém fala da novíssima Secretária de Estado da Valorização do Interior que se espera que aproxime Lisboa do Portugal profundo do nordeste. Ninguém sabe. Anoitece. Os vizinhos acendem o lume e cismam, na saudade dos filhos ausentes. Fica só o sorriso dos netos no retrato que guardam ao peito.

Eu irei morrer, os meus vizinhos irão morrer. Quem ficará nas terras bravas transmontanas para garantir o futuro, acender o lume, na esperança do Ano Novo?! 

— Bom dia vizinho!

— Bom dia e boas festas!

Tempo frio é bom para as matanças

Ter, 07/01/2020 - 10:27


Olá familiazinha! Como estão desde o ano passado?

Já decorreu uma semana depois da entrada de 2020. Muita gente assinala a entrada do novo ano com um grande jantar, seguido de baile e cada vez são mais as aldeias que organizam festas para entrar no novo ano, mas também há quem se deite no ano velho e só acorde no ano novo.

O triunfo das bestas

Ter, 07/01/2020 - 00:59


Bragança voltou às manchetes por razões estranhas, desta vez com tons de morte, na sequência de um episódio absurdo, em que, aparentemente, a vítima maior foi o mais bem intencionado dos intervenientes numa altercação, quando se respirava instinto, uma característica de que a humanidade não se libertou, nem se libertará nunca, a não ser que ascendamos à condição divina.

A arbitragem no feminino

Seg, 30/12/2019 - 15:55


O quadro de árbitros da Associação de Futebol de Bragança (AFB) conta apenas com duas mulheres, Lília Martins e Eva Carneiro. Mas, em breve, outras cinco podem elevar o número da representação feminina, que já terminaram o estágio, num meio onde os homens ainda estão em grande número.