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Vendavais - Quando Maduro ficou verde

As tradições são uma parte da memória de um povo e nessa memória reside uma grande parte da História da Humanidade. Por isso hoje referimo-nos constantemente às tradições deste ou daquele povo, país, região ou localidade. Elas diferem imenso, mas há umas que se mantêm e são quase que uma marca registada de um povo.
Nesta época onde o ano se esgota e os seus últimos estertores denunciam essas mesmas tradições, apercebemo-nos facilmente da necessidade de as mantermos e muito poucas vezes as esquecermos. No Natal, em Portugal, bacalhau e polvo significa tradição a cumprir e raras são as mesas onde não aparecem estes companheiros gastronómicos. Mas outros países há onde o bacalhau nada significa, até porque bacalhau mesmo, confecionado como o português sabe, só existe em Portugal. Deste modo, como poderia o fiel amigo ser amigo de mais alguém? Não há país no mundo inteiro que saiba cozinhar o bacalhau à moda portuguesa. Isto é uma realidade.
Enfim, à mesa de cada povo aparece nesta época uma especialidade gastronómica tradicional e ainda bem que assim é. Do bacalhau ao peru ou do pudim ao pernil, tudo parece ser pacífico em termos de tradição nacional. Mas claro que há tradições gastronómicas desta época muito diversas e até incríveis para nós, ocidentais, que estamos habituados a coisas diferentes. Evidentemente que cada povo tem o seu próprio costume e paladar e o que para nós é bom, para outros não presta, ou seja, não cabe no seu paladar.
A este propósito, ficámos a saber que na Venezuela o prato tradicional na época natalícia é o pernil de porco. A grande maioria de nós não estaria a par desta tradição se não fosse o recente acontecimento que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enfatizou nos canais de televisão, acusando Portugal de não lhe fazer chegar este produto tradicional para a ceia de Natal e que destinava, segundo ele, a chegar a todas as mesas dos venezuelanos. Maduro ficou verde (de raiva) por não poder cumprir o prometido e ao mesmo tempo a tradição nacional. Sabemos o que aconteceu depois. Afinal o pernil de porco estava na Colômbia e Portugal tinha efetivamente despachado tudo, mas parece que o pagamento da exportação é que não tinha chegado aos cofres de Portugal. A culpa deixou de ser de Portugal e passou a ser dos EUA, segundo Maduro. O que ele se esqueceu de dizer é que a Venezuela deve cerca de 40 milhões a Portugal de importações que recebeu, mas que não liquidou. No entanto, teve o desplante de afirmar que fez a importação e assinou o pagamento dela. Como é fácil mentir!
Não ficaria nada mal a este Maduro, ser mais honesto e não enganar tanto o seu povo que, esse sim, morre de fome e não tem dinheiro para comprar um simples pernil para cumprir a tradição. Um país que tinha todas as condições para ser uma potência económica, encontra-se à beira da falência e do descalabro e o seu presidente mantém-se à frente do leme deste navio desgovernado, sem se aperceber que está prestes a desfazer-se contra a rocha mais próxima. O poder ofusca a visão da realidade e nunca vemos o que se devia ver, mas são tantos os indícios de falta de visão e de receitas para curar tal deficiência, que seria fácil debelar tal doença se ele quisesse. Mas não quer e prefere ganhar votos e apoios à custa da falta de pernil de Portugal. Que pague o que deve. À sua mesa não faltou o pernil, já que ele disse que mandou comprar todo o pernil que havia na Venezuela. Não chegou! Foi pouco!
Não foi nada digno ver a multidão que se enfileirava ao longo das estradas à espera que chegasse o tão afamado pernil ou, na sua falta, algo com que se pudesse celebrar o Natal. As pessoas diziam mal da sorte e do seu presidente e queixavam-se de não ter dinheiro para nada e de passarem fome numa época em que a família deveria ter razões para celebrar e não para morrer de fome. Culpa de quem? Não. De Portugal nunca foi, porque Portugal não deve nada à Venezuela e porque não tem nada a ver com o que se passa na governação daquele país. E se o pernil não chegou a tempo, deveu-se a outros inconvenientes e a culpa de terceiros.
Eu fiquei sentido pelo que aquelas pessoas sentiram face ao incumprimento de uma promessa de uma pessoa que passa a vida a prometer e só dá desgraças. Sentido também porque elas não puderam cumprir uma tradição que lhes era muito cara. O sentimento de fracasso e impotência foi enorme e isso certamente destroçou os corações de quem esperava ter um momento de satisfação no meio de tanta desgraça. A tradição, ainda que simples, ficou por cumprir para muitos milhares de pessoas. Um simples pernil de porco! O suficiente para pôr Maduro completamente verde! E como ninguém quer culpas, lá as endereçou a Portugal. Francamente.
Esperemos que o próximo ano de 2018 lhes traga a eles e a todos nós a possibilidade de cumprirmos as tradições em paz porque será sinal de que estamos à beira de passar para 2019 e o ano da falta de pernil, já passou. Bom Ano Novo.

As festividades e as pessoas

Terminadas as quadras festivas penso que devemos falar sobre elas. O que correu bem, menos bem e mal. Isto já para começar a preparar este ano que agora começa, e não deixar tudo para a última, como sempre. Todos os anos penso comprar as prendas de Natal em Agosto, mas acabaram sempre por serem adquiridas e embrulhadas dia 24. Este é o meu "o que vou melhorar" neste 2018. Outra coisa é a roupa para a passagem de ano. Vi gente com combinações giríssimas mas com um toque de "foi a primeira coisa que me apareceu no armário, este vestido com lantejoulas e franjinhas", e um cabelo e maquilhagem que também não dizem nada "passei o último dia do ano metida em salões de beleza, enquanto contava às restantes clientes o que ia vestir e calçar". Para o ano... desculpem... este ano, vou fazer como toda a gente, e comprar a roupa em Agosto.
Isto do Ano Novo deixa-me pouco à-vontade. Primeiro, até quando podemos desejar "bom ano novo"? Há algum manual nesse sentido? E quando podemos esquecer as resoluções?
Mas, o que me tem deixado mais confusa, passadas as festividades, são os protocolos que regem a forma como gerimos as quadras festivas nas redes sociais, e já lá vamos. Não tenho registo de um postal de papel recebido. Tenho pena. Há uns dez anos, a febre eram as mensagens escritas no telemóvel. O pessoal tentava inovar e mandar textos originais. Com piadas malandras, a desejar "boas festas pelo corpo todo", ou muito sentimentais. Nos saudosos tempos dos Nokia, dava para mandar-mos símbolos com os "-" e os "*" que faziam bonecos alusivos ao momento. Como as mensagens se pagavam, ou se colocava um saldo de parte para mandar para todos os contactos, ou então tínhamos que selecionar os mais importantes. E retribuir todas, por cortesia. Havia aquele drama de não ter o número da pessoa que, pela escrita, parecia pertencer aos nossos amigos mais chegados. Alguns tentarem resolver esse problema, assinando com o primeiro nome. O que também não me ajudou em nada, porque só "Manel" é vago ao fim de 360 dias. Deviam começar a ser mais específicos, como "Manel que trabalha no talho, amigo da Ana que toma café às vezes no mesmo sítio do que tu". Se nos atrasávamos a enviar, a rede "entupia", e só dali a umas horas voltava a normalizar. Pior na passagem de ano, com os telefonemas pós-meia-noite.
Agora tudo se desenrola nas redes socais, onde podemos cear em simultâneo com amigos e conhecidos. Comparar mesas e presentes. Ver e conhecer famílias. E já ninguém deixa as mensagens a desejar boas festas para o dia dos acontecimentos. Foram mandando. E se recebemos dos amigos e familiares, recebemos ainda mais de pessoas que nem conhecemos. E não, não é engano. Não queriam falar, na verdade, com o Manel. Era mesmo para nós, uma lista aleatória onde se quer distribuir amor, paz, saúde, dinheiro e sucesso. Deixa-me confusa, mas feliz e agradecida ao mesmo tempo. Não há letras escritas, vem tudo em vídeo com vozes impessoais. Ali estão os votos.
Aproveito por fazer deles também os meus, para este 2018, não sabendo estar a infringir as leis da etiqueta ou não. Se sim, agora só me posso redimir em 2019.

Dicionário do Nosso Falar

Julgo ter lido no Nordeste um artigo no qual se dizia – falar ao nosso modo – está na moda. Se especialistas de «todas as especificidades» linguísticas continuam a esgaravatar nos códices e nas coifas onde se escondem vocábulos ditos arcaicos, caídos em desuso, importa referir os trabalhos de recuperação encetados por não credenciados universitários que o fazem pura e simplesmente no âmbito dos deveres cívicos na esfera do seu quadro de referências espirituais e materiais.
Ora, Joaquim do Nascimento, natural do Alto Douro, transmontano envergonhado como o nomeio no intuito de o picar ao modo de picada de ouriço de castanheiro, ou de alfinetada das mestras costureiras alcandoradas pelas clientes no grau de modistas, é um Cidadão de corpo inteiro, o qual dedica estudo, tempo e fazenda aos costumes e usanças da sua terra – Pereiros – integrante do concelho de S. João da Pesqueira. Frequenta alfarrabistas e vendedores de livros em segunda, terceira ou demais mãos, ao encontrar um documento do seu termo luzem-lhe os olhos, sendo um homem de máximas, sentenças e provérbios, esquece quem tem livros, não tem libras e adquire o pequeno (grande tesouro) ficando à espera do meu comentário, irónico na maioria das vezes.
No seu entender os vocábulos não podem ser zorros, por isso mesmo acaba de publicar o Dicionário do Nosso Falar, onde reúne centenas deles, instrumentos vitais para apreendermos os interstícios do falar das gentes do reu terrunho duriense que aprendi a apreender a dureza e quase epidémica penúria lendo entre outros, João Araújo Correia, Miguel Torga, Domingos Monteiro, Graça e Lisa Pina de Morais e Alves Redol do ciclo do Port-Wine.
Li o livro de um trago de muitos bagos de A a Z, reli ao modo de saborear um cálice (avantajado) de vinho fino, soberbo, de uma só colheita, sem surpresa encontrei termos comuns a todas as regiões, pinga a pinga dos de trá-los Montes, escondidos nas covas e largas luras, protegidos pelos fraguedos, camuflados nos giestais e arvoredos.
Há dias no decurso de um noticiário televisivo falei sobre a Carta Gastronómica de Bragança, antes recebi indicações acerca da intervenção a fazer, sugeri levar uma raba, disseram-me para me abster de tal desejo. Sem grande dificuldade consegui mencionar a deliciosa raiz e trago-a a terreiro porque o Joaquim Nascimento não a refere, certamente, porque no Douro, no Alto Douro, nunca as mulheres nunca as preparam a sós ou na planturosa companhia de salpicão tirado do fumeiro, costelas de porco ainda no adobo, ou simplesmente guisadas com ovos batidos.
O benquisto autor ainda está a tempo de provar e degustar tão substanciosa pitança, fosse eu dado a localismos e escreveria que a cozinha tradicional da Terra Fria é a «melhor do mundo», assisadamente alguém diria o meu mundo ser minúsculo e cujo centre ficou centrado na patusca Argana, no entanto, dentro do quadro dos sápidos sabores transmontanos é um bornal repleto de vitualhas de untar a barbela, de a língua estalejar como os foguetes estrondam nas festas e a memória trazê-los à lembrança a propósito de tudo e a propósito de nada, Assim acontece neste escrito, do falar dos montes pintados (J.A. Correia) dos socalcos sudosos dos galegos às touças, matas e bosques de Bragança e Vinhais, apenas foi o intervalo das rabas, sem serem rebitesas.
Às vezes mastigo a hipótese de os meus leitores levarem as contínuas referências a livros num arremedo de pedantismo que a ser verdade além de ridículo seria bacoco e abstruso ao jeito do pedinte de encómios tão do agrado dos génios de bagatelas. Repito, volto a repetir: a minha vida tem nos livros a sua maior pulsão espiritual. Os livros são os meus maiores amigos, dão-me bons conselhos, ensinam-me, corrigem-me os erros, não me pedem dinheiro emprestado. Ah, esquecia, posso incomodá-los a qualquer momento e não ficam a murmurar injúrias ou críticas.
Bom Ano Novo.

NÓS, TRASMONTANOS, SEFARDITAS E MARRANOS - Gabriel Ferreira Henriques (n. Porto, 1693)

Todos os 6 filhos de Manuel Henriques Lopes e Mariana de Alvim que chegaram à maioridade foram presos pela inquisição de Lisboa.
O mais velho, Vasco Fernandes Lopes, foi o primeiro a ser conduzido às suas masmorras, ao início do mês de maio de 1725. E depois de reconciliado voltou a ser preso, por não ter feito inteira confissão. No entanto ele vivia afastado dos outros irmãos e do pai, que não lhe perdoaram o facto de se ter juntado com uma “concubina” chamada Francisca Rosa (1) e, enquanto solteiro, desbaratar ao jogo os dinheiros do pai.
O processo de outro filho, António Lopes Henriques, é confrangedor, por se tratar de uma pessoa nitidamente falha de juízo e quase cego. Veja-se a resposta que deu aos inquisidores quando lhe perguntaram se sabia porque estava preso:
- Disse que está preso por ser cristão-novo, para o fazerem cristão-velho. (2)
E agora o retrato que dele nos deixou o escrivão do santo ofício:
- Vinha com gesto mudado e como louco, chorando, e posto que de novo não tenha queixa de doido o parece, por não acertar com respostas nem perceber as perguntas, e ser tartamudo, e algum tanto surdo e vê pouco, e que para fazer o seu nome chega muito o rosto ao papel que quer assinar e está sempre fazendo visagens com os olhos e sobrancelhas trémulas…
Falho de juízo e deficiente físico, António vivia em casa e na dependência do irmão Gabriel Ferreira Henriques, como também as 3 irmãs: Branca Rosa, Francisca Rosa Alvim e Mécia Josefa. Por isso mesmo seriam os 5 presos em simultâneo, dando entrada nos Estaus no mesmo dia: 1.8.1725. (3) Eram todos solteiros, exceto a Mécia Josefa, que era viúva de Francisco Ferreira Isidro, seu primo, natural de Freixo de Espada à Cinta, formado em medicina pela universidade de Coimbra. Aliás, nem chegariam a casar, estando apenas “desposados”. No entanto, tiveram uma filha que, de pouca idade faleceu também.
Seria em 1714, quando o seu pai foi preso e a mãe falecida, que Gabriel Henriques se tornou o “chefe da família” com o irmão deficiente e as irmãs solteiras seu cargo. Moravam em Cascais, tendo ido do Porto dois anos antes. Viviam fundamentalmente da venda de tabaco, tendo ali tomado um estanco. E nesse mesmo ano Gabriel conseguiu arrematar o monopólio da distribuição do mesmo produto no termo de Torres Novas, significando isso uma ascensão à classe dos contratadores. E terá sido também contratador do tabaco na comarca de Portalegre.
O negócio não terá corrido muito bem, já que, dois anos depois o vemos em Lisboa à procura de um emprego na administração do contrato do tabaco. Conseguiu esse emprego de administrador (funcionário da junta do tabaco), primeiro em Leiria e depois em Setúbal. Também aqui as coisas não correriam da melhor forma, pois que o vemos a reclamar 5 mil réis de dívida do ordenado e pagamento de mais de 200 mil réis de “serviços extraordinários” aos contratadores.
De contrário, os contratadores tê-lo-ão executado judicialmente e feito prender por dívidas, recorrendo ele a Gaspar Dias de Almeida, grande mercador, de quem o seu pai (Manuel Henriques Lopes) era amigo e colaborador. Ele lhe emprestou os “duzentos e tantos mil réis” exigidos.
Façamos aqui uma pausa para dizer que Gabriel Ferreira Henriques nasceu pelo ano de 1693, na cidade do Porto. Foram seus pais Manuel Henriques Lopes, de Vila Flor e Mariana de Alvim, da família Isidro, originária de Torre de Moncorvo.
A doutrinação de Gabriel na lei mosaica terá sido feita por Diogo Vaz Faro, homem de negócio do Porto originário de Vila Flor, casado com Isabel Henriques, tia paterna do nosso biografado. Este foi preso pela inquisição de Lisboa, em 1.8.1725, como atrás se disse.
Chamado a fazer o inventário de seus bens, disse que não tinha bens “por estar debaixo do poder pátrio”. Mas há uma nota interessante nesse inventário. É que, quando esteve em Setúbal, emprestou dinheiro a duas freiras do convento de S. João que, em penhor lhe entregaram objetos de ouro, prata, diamantes… (4) E esses mesmos objetos deu-os ele depois a Gaspar Dias de Almeida em penhor do empréstimo acima referido. Acontece que, entretanto, aquele fugiu para Inglaterra, levando as joias penhoradas, pelo que as não poderia devolver. (5)
Contudo, a nota mais importante do seu processo respeita à comunicação entre os prisioneiros e destes com o exterior. Vejam o colorido da cena, acontecida dois meses depois que entrou na prisão, contada pelo próprio:
- Estando no seu cárcere, depois de ter jantado, foi ao dito cárcere buscar a louça um guarda gordo (…) José Moreira e este, vendo a ele declarante aflito, lhe disse que lá estava presa a sua gente. E perguntando-lhe ele declarante que gente, lhe disse que eram suas irmãs, e lhe pôs a mão no nariz ficando este entre dois dedos, a modo de quem põe óculos, do que entendeu que também estava preso seu irmão António Henriques que, por ser falto de vista, usava óculos (…) e passados alguns dias, depois que o dito guarda lhe deu os ditos avisos, lhe deu ele declarante dois quartinhos de ouro que tinha escondidos… (6)
Obviamente que os inquisidores quiseram saber como ele conseguiu entrar na cela com os “quartinhos de ouro” e todos os mais contactos do guarda com os presos… nomeadamente com o prisioneiro João Paz de Almeida, de Freixo de espada à Cinta, a quem, do exterior, chegou uma bolsa com 2 400 réis. E como ele próprio soubera disso. Então ele falou de vários companheiros de prisão seus conhecidos e que falavam entre si muito abertamente, apenas escondendo os nomes. Assim, a ele chamavam o Pombo, o dito Paz de Almeida era o Rouxinol, o companheiro de cela deste, que era estrangeiro, dava pelo nome de Canário, outro era o Pavão… o Papagaio… o Pintarroxo… e “se davam os bons dias e as boas tardes e falavam nas suas causas, de que entendeu que todos eram confessos”. Apenas um deles, um António Dias, não falava e, por isso, entendeu Gabriel que ele “estava negativo e em livramento”.
A bolsa com o dinheiro de que atrás se falou, ter-lhe-á sido enviada por Manuel Álvares da Costa, tecelão de sedas, natural de Bragança, morador em Lisboa (7) o qual, já antes, lhe fizera chegar outras coisas, nomeadamente uma cama, conforme depoimento de Ferreira Henriques:
- Disse que só ouvira dizer ao dito Manuel Álvares da Costa que mandara uma cama de sua casa para o dito paz, e que passado algum tempo se lhe tornou a restituir a dita cama, E ainda que o dito Manuel Álvares lhe não declarou, entende que seria para o dito Paz dormir nela nas Escolas e que lha tornaria a mandar quando o recolheram para os cárceres decretos.
Resta dizer que Gabriel Ferreira Henriques desde o início se mostrou confitente, saindo condenado em confisco de bens e penas espirituais no auto da fé de 13.10.1726, juntamente com seus irmãos.
Notas:
1-o de seu pai
ANTT, inq. Lisboa, pº 10560, de Vasco Fernandes Lopes; pº 10157, de Francisca Rosa. A propósito, veja-se o depoimento de Gabriel, irmão de vasco: - Com ele nunca falou coisa alguma, porque tinha pouco trato, era extravagante, e mal procedido, e por andar amigado com uma mulher desonesta, com quem depois casou.
2-IDEM, pº 9638, de António Henriques.
3-IDEM, pº 9632, de Gabriel Ferreira Henriques; pº 1882, de Branca Rosa; pº 9628, de Francisca Rosa Alvim: pº 9936, de Mécia Josefa.
4-Pº 9632: - A dita religiosa lhe deu em penhor duas flores de prata com diamantes e uns brincos de ouro com umas pérolas verdes e uma caixa de prata sobre o dourado e um ou dois anéis e umas cestinhas de filigranas de ouro, uma Senhora da Conceição, de ouro com algumas lasquinhas de diamantes…
5-IDEM: - Vendo-se ele declarante executado e preso a requerimento dos contratadores de tabaco, recorreu ele a Gaspar dias de Almeida, homem de negócio, morador nesta cidade, que lhe emprestasse duzentos e tantos mil réis, como lhe emprestou, e então se valeu de todos os sobreditos penhores e outras peças de sua casa do uso de suas irmãs, para segurança do dito dinheiro, os quais se achavam todos na mão do dito Gaspar Dias ao tempo que se ausentou do reino, e depois da sua ausência, falando com um seu filho chamado José Dias, sobre a matéria dos ditos penhores, este lhe disse que seu pai tinha levado todas as peças de ouro e prata.
6-IDEM: - Tinha o dito dinheiro escondido nos cós dos calções, onde o meteu depois de estar preso, no tempo em que se dilataram a busca-lo, que seria meia hora.
7-IDEM, pº 4446, de Manuel Álvares da Costa.

 

GDB promove Tony Afonso a técnico principal

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Qua, 03/01/2018 - 15:25


Pode-se dizer que é uma escolha sem surpresas pois Tony Afonso estava no topo das preferências para assumir o cargo de treinador principal do Grupo Desportivo de Bragança, tal como o Nordeste já tinha avançado na última edição do dia 27 de Dezembro.

Alvinegros a cem por cento para atacar a segunda metade do campeonato

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Qua, 03/01/2018 - 15:21


No São Sebastião os índices de confiança estão altos. A paragem de duas semanas foi benéfica segundo Rui Borges. O técnico aborda a segunda fase do Campeonato de Portugal com bastante optimismo mas sem excesso de confiança.