ESTA NOTÍCIA É EXCLUSIVA PARA ASSINANTES
Se já é Assinante, faça o seu Login
INFORMAÇÃO EXCLUSIVA, SEMPRE ACESSÍVEL
Ter, 30/09/2025 - 08:23
À semelhança do que se verifica em várias regiões do país, a área da saúde em Mirandela tem sido motivo de grande preocupação. A falta de médicos e a dificuldade em fixar profissionais no interior levaram ao encerramento de várias especialidades, incluindo a urgência médico-cirúrgica do Hospital de Mirandela, que permanecia fechada há quase dois anos.
O tema foi central no debate promovido pela Rádio Brigantia e pelo Jornal Nordeste entre os candidatos à Câmara Municipal, onde a saúde dominou a discussão e Mirandela foi apontada como reflexo da realidade nacional: escassez de profissionais, serviços encerrados e medidas que tardam em chegar.
Vítor Correia, atual presidente e candidato pelo Partido Socialista, afirmou que o serviço continuava fechado não por falta de insistência, mas por escassez de médicos. “A ULS do Nordeste tem feito trabalho, mas não têm surgido candidatos para colmatar as vagas”, disse.
Paulo Pinto, candidato da Aliança Democrática, referiu que existem medidas publicadas em Diário da República e defendeu que, por o Governo ser do mesmo partido, poderiam ser aplicadas mais facilmente em Mirandela. “O candidato Vítor Correia diz que estão em contacto com a ULS, mas tem de explicar mais. No nosso programa eleitoral, somos claros: retomar as valências médico-cirúrgicas, criar uma via verde para AVC, uma segunda VMER no distrito, um circuito de urgência pediátrica e cuidados continuados de saúde mental”, afirmou.
Ângela Silva, cabeça de lista da Iniciativa Liberal, destacou a importância de atrair jovens médicos oferecendo condições para fixação. “Os médicos têm de fazer o internato, e poderíamos criar facilidades de habitação para que se estabelecessem em Mirandela”, explicou.
Por seu turno, Vera Correia, candidata pela CDU, considerou que a responsabilidade principal é do Governo. “Se já temos dificuldades orçamentais para pequenas obras, como podemos abarcar o Sistema Nacional de Saúde na esfera municipal?”, questionou.
Luísa Torres, candidata independente, elogiou o “carro da saúde municipal”, projeto já consolidado, mas defendeu a sua expansão. “É um projeto de sucesso, bem acolhido pelas freguesias, mas precisa de abranger mais serviços e ter maior frequência”, disse.
Duarte Travanca, também independente, anunciou a criação de gabinetes médicos nas juntas de freguesia e o regresso do médico de proximidade. “Vamos atrair médicos e criar condições, como habitação e gabinetes médicos nas freguesias, retomando práticas que existiam antigamente”, garantiu.
Luís Saraiva, candidato do Chega, considerou que a perda de valências ao longo de vários executivos foi a causa do atual estado da saúde em Mirandela. “Se continuarmos assim, teremos três centros de saúde e não um hospital. É preciso maior pressão e pessoas certas no executivo”, afirmou.
Fixação dos jovens, agricultura e saúde foram os temas em destaque no debate entre os candidatos à Câmara Municipal de Mirandela, que decorreu ontem. Hoje, a partir das 21h, será a vez de Bragança receber o debate com todos os candidatos ao município.