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Qui, 25/09/2025 - 11:30
O que começou com febres altas, dores de cabeça e vómitos acabou em angústia e revolta para a família de uma idosa, de 80 anos, de Bragança.
Apesar de várias idas às urgências do Hospital de Bragança, com todos estes sintomas, na companhia do marido e da filha, sem terem existido, segundo a família, exames que pudessem diagnosticar o que verdadeiramente estava a afetar a idosa, o desfecho foi o pior: a morte da mulher. Na última ida ao hospital, a idosa foi colocada em coma, com diagnóstico de encefalite viral e AVC.
O filho da idosa, Cristóvão Macedo, denuncia falta de humanidade e profissionalismo e garante que tudo fará para que o caso seja investigado e que situações como esta não mais se repitam.
Uma semana inteira de “sofrimento ignorado”
Os sintomas que a mãe de Cristóvão Macedo tinha levaram-na ao hospital dia 11 de agosto, uma segunda-feira. Febre, dor de cabeça intensa, vómitos e tonturas com desequilíbrio foram os sinais de alerta. Nessa tarde, o marido acompanhou-a às urgências do Hospital de Bragança, onde, segundo relatou o filho, ao Jornal Nordeste, foi diagnosticada com uma virose, mas, sem qualquer outro exame, foi-lhe apenas receitada medicação e foi mandada para casa.
O filho, Cristóvão Macedo, não entende nem aceita o alegado não acompanhamento adequado e a ausência de exames complementares que pudessem detetar uma possível complicação neurológica. “No dia seguinte os sintomas pioraram e a minha mãe apresentava vómitos constantes, febres altas, entre os 39 e 40 graus, confusão mental e sonolência intensa. Regressou às urgências, cerca das 22h, mas foi mandada, de novo, para casa, já na manhã de 13”, contou, destacando que, segundo o que o pai lhe destacou, foi “desesperante” vê-la a “implorar por ajuda” e “ninguém ouvir".
No dia 14, sendo que tinha entrado nas urgências dia 12 e saído apenas dia 13, a idosa voltou ao hospital, desta vez acompanhada pela filha. Segundo Cristóvão Macedo, a irmã, assim como a própria mãe, relataram ao médico os sinais de alerta, que passavam por “momentos de lucidez alternados com desorientação, fala incoerente e sonolência excessiva”. Ainda assim, segundo Cristóvão Macedo, os exames neurológicos foram completamente deixados de lado. “O médico disse que se a minha mãe tivesse algum problema não falava tanto. Que deviam ir para casa e não andar a chatear as pessoas”, recordou, assumindo que, “além de incompetência médica, houve ausência de empatia”. “A minha mãe estava visivelmente debilitada e ninguém quis investigar a causa real do problema. A febre persistente, rigidez na nuca e desorientação eram sinais claros de alerta neurológico”, rematou.
Nesta ida ao hospital, segundo o filho da idosa, foi relatado, tanto pela doente como pela filha, que esta estaria ainda com dores de ouvidos, provocadas pelos aparelhos auditivos que utilizava e que, frequentemente, lhe provocavam infeções. O médico diagnosticou apenas uma infeção nos ouvidos e prescreveu antibiótico, “ignorando os sinais neurológicos evidentes”.
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