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Cancro da próstata: sinais de alerta, prevenção e diagnóstico

O que é o cancro da próstata?

O cancro da próstata é uma doença que afeta a glândula prostática, na qual ocorre alteração no genoma das suas células, que não morrem quando envelhecem ou se danificam, evoluindo de forma descontrolada.

Em Portugal, o cancro da próstata é um dos mais frequentes no homem, registando-se aproximadamente 4 mil novos casos por ano. Estima-se que 1 em cada 6 homens terá o diagnóstico de cancro da próstata ao longo da sua vida, mas apenas 1 em cada 35 virá a falecer devido a esta doença.

 

Quais são os fatores de risco?

A Feira das Colheitas de Vilar Seco

Ter, 12/11/2019 - 10:16


No Domingo passado, pela primeira vez, estivemos com o Especial Domingão do Bom Dia Tio João, em directo de Vilar Seco (Vimioso), na Feira das Colheitas. Foi um programa muito participado, com a presença da tia Maria da Glória, a nossa pastora poeta e do tio Ismael, com o seu acordeão e cordas vocais, que animaram a manhã.

Não há planeta B

Não, não há. “Não há planeta B” é uma redundância. Se não conhecemos ninguém que more nesse outro planeta, como então mudar para lá? Mas as palavras de ordem, os chavões, têm de oscilar, sempre, entre a evidência e o absurdo, de forma a ferir a lógica ou torná-la tão redundante que chamem a atenção, que se façam notados. E é isso que os ambientalistas desesperadamente fazem, na tentativa de activarem a sensibilidade ecológica que cada um de nós tem. Porque o aquecimento global é um facto. Disso dão conta não só os registos térmicos, depois de estatisticamente trabalhados, mas também outro tipo de medições como a espessura e comprimento dos glaciares e também pelas alterações climáticas que são o seu epifenómeno mais importante. Longos períodos de seca alternando com chuvas diluvianas, a frequência inusitada de tufões e de outros fenómenos climáticos extremos encontram explicação no aquecimento global. E é mesmo global porque tanto se fundem os glaciares dos Pirenéus, dos Alpes ou dos Himalaias mas também os dos Andes que estão noutro Hemisfério. A hipótese do aquecimento ser consequência de uma declinação do eixo da Terra cai pela base. Haveria aquecimento num Hemisfério mas arrefecimento no outro. Esta hipótese foi levantada porque os Pirenéus foi quem, mais cedo e mais, sofreu os efeitos do aquecimento. Só para fazer uma ideia, Lopez-Moreno, investigador do Instituto Pirenaico de Ecologia, fez este apanhado: de 39 glaciares que havia em 1984 passou a 22 em 2008 e a 19 em 2016 o que supõe uma redução de superfície glaciada de 810 ha em 1984 para 306 em 2008 e para só 242 em 2016; Que já não há glaciares em cotas inferiores a 2700 m; que o “Monte Perdido” o maior glaciar dos Pirenéus tem já uma parte de gelo morto, uma placa que não se parte, não se deforma nem avança; que o glaciar La Maladeta perdeu num só ano 40 m da sua língua glaciar e contam que desapareça numa década. É, portanto, o aquecimento global um adquirido que já ninguém hoje contesta. Estimado por uns em 0,9oC e por outros em 1,02oC é este o acréscimo verificado em relação à temperatura verificada nos meados do século XIX, início da revolução industrial e portanto início também das grandes intervenções do Homem na Natureza. Ora, com base no já conhecido e a manter-se o ritmo de crescimento do aquecimento global, os cientistas criaram modelos matemáticos que os levaram a concluir que o aquecimento global em 2100 seria de 4oC e, por degelo, a consequente subida do nível médio das águas do mar de 1,3 m. A partir daí traçaram cenários Dantescos: milhões de pessoas teriam que abandonar as suas casas ribeirinhas; o Saara subiria pelo Alentejo acima e até já teriam definido que parte do novo Aeroporto do Montijo ficaria submerso. (Aqui permito-me um aparte. Face ao número de objecções levantadas quando se fala numa nova localização do futuro Aeroporto sou levado a pensar que Portugal não tem espaço que chegue para um novo Aeroporto. Teremos possivelmente de o fazer fora). Face a este cenário de catástrofe e tomando como certo que o aquecimento global é uma consequência da emissão de gases com efeito de estufa, sobretudo o CO2 e o metano, a comunidade científica envidou todos os esforços no sentido de limitar o aquecimento global a 2oC em 2100. Para conseguir este desiderato sensibilizou os dirigentes políticos mundiais a ponto de estes se comprometerem, primeiro nos Protocolos de Quioto e depois nos Acordos de Paris, a tudo fazerem para alcançarem aquele objectivo.

Mas se o aquecimento global não oferece contestação já as razões da sua progressão dividem a comunidade científica. Desde logo na própria contagem do aumento térmico. Eduardo Martinez de Pison, Catedrático de Geografia diz que: nos últimos 10.000 anos os gelos tiveram, nos Alpes, avanços e recuos pelo menos 10 vezes; que o último pulsar glaciar positivo começou no início do séc. XVII e se prolongou até meados do séc. XIX e ficou conhecido como “A Pequena Idade do Gelo”; que a partir de 1860 os glaciares iniciaram um retrocesso; que a partir de 1990 esse retrocesso se acelerou e que hoje o nível de degelo, na Europa, é semelhante ao que ocorreu há 5000 anos. A serem verdade estas considerações, e algumas estão manifestamente comprovadas, teremos que o ano zero do aquecimento global coincide com o fim da “ Pequena Idade do Gelo”. Assim não será de estranhar que a temperatura começasse a subir pois que a seguir a uma idade do gelo virá, sempre, outra não tão gelada. Além disso comparar o degelo que se verifica hoje com o verificado há 5000 anos quando não havia intervenção humana de monta, dá que pensar. Por outro lado considerar os gases com efeito de estufa, sobretudo o CO2, como responsáveis primeiros pelo aquecimento global deixa alguns cientistas muito renitentes. Se é verdade que a contribuição do CO2 para o ar atmosférico passou de 280 ppm (partes por milhão) no ano zero para 380 a 410 ppm na actualidade, não deixa de ser verdade que 410 ppm corresponde a 0,041% ou dito de outra forma: há uma parte de CO2 em 2440 partes de ar atmosférico. Parece ser uma quantidade irrelevante para as alterações que lhe atribuem.

Não sei quem tem razão. Se aqueles que atribuem o aquecimento global à emissão de gases com efeitos de estufa se os outros que entendem que o aquecimento global é resultado de um pulsar climático que tem causas astronómicas. E talvez nunca o venhamos a saber. De qualquer forma acho que estamos a conduzir mal este processo. Apostamos tudo na descarbonização ou seja a neutralidade carbónica a partir de 2050, pensando que se isso for conseguido o aquecimento global em 2100 não ultrapassará o 1,5oC. Isto é “pôr toda a carne no assador”. E se a razão do aquecimento não for a emissão dos gases com efeito de estufa? Teremos perdido tempo e dinheiro. Teremos um planeta mais limpo, mais despoluído mas não estará preparado para as novas realidades. Mas há já quem pense, tendo presentes essas novas realidades. Assim, cumpre fazer aqui um elogio aos agricultores Trasmontanos e porventura também a todos os outros. É que, sem grande formação, com muito pouca informação e sem alardes mediáticos os agricultores já interiorizaram as alterações climáticas como uma realidade com a qual temos que saber viver. Assim os vemos a plantar oliveiras e amendoeiras onde há bem pouco tempo só se viam castanheiros e a estes plantam-nos a cotas de cada vez mais elevadas. Quer dizer que agem de acordo com as condições que a Natureza lhes oferece. Não há Planeta B mas podemos e devemos ter um Plano B.

Será que tem razão Jean Cocteau quando diz que “a Ciência serve apenas para verificar as descobertas do instinto”?

A PENa e a enxada (a propósito das Leituras Públicas do PEN)

O prestigiado Pen Club Portugal, quase a completar cinquenta anos de atividade em Portugal, renasceu da letargia em que tinha mergulhado nos últimos tempos, com a nova Direção liderada pela Teresa Martins Marques tendo na Presidência da Mesa da Assembleia o transmontano Ernesto José Rodrigues. Das novas actividades, ressaltam, pela importância, pelo simbolismo e pelas consequências, as Leituras Públicas cuja primeira edição foi levada a cabo em maio com o poeta Luis Castro Mendes (ex-ministro da Cultura), Manuel Frias Martins e Teolinda Gersão. A segunda jornada aconteceu em setembro, com Nuno Júdice, Artur Anselmo e Jaime Rocha.

Para além do destaque que estas iniciativas trazem para os participantes e, por consequência, para a sua obra, bem como para a literatura em particular e a cultura, em geral, há algo de novo e singular nestes encontros públicos: o outro lado!

Na primeira sessão, descobri esse lado de lá na forma como a autora da Casa da Cabeça de Cavalo olhava para a memória e no que a motivou a escrever a belíssima ficção sobre a existência para lá da vida real através da recordação de alguém.

Na segunda sessão, a entrada no outro mundo aconteceu com Jaime Rocha cuja produção literária assenta, essencialmente, segundo o próprio, na sua experiência juvenil de nazareno muito ligado ao mar. O autor de “Tonho e as Almas” trouxe para as leituras a visão autoral da escrita. Mostrou o sentimento com que o autor observa a realidade, a compreende e transmite, depois de a enformar, aos seus leitores. Não resisto a partilhar uma história maravilhosa trazida à livraria Ferin pelo poeta, ficcionista e dramaturgo da piscatória Nazaré.

Estava ele, contou, a ler o jornal numa esplanada de Lisboa quando viu passar o Artur, um vizinho seu, com uma enxada ao ombro, seguindo, determinado, debaixo do boné, desafiando com o olhar todos quantos aproveitavam a manhã soalheira, tamborilando com os dedos no cabo do sacho, como se fosse o dono do mundo. Era, pensou o autor, um momento literário que deveria captar e registar para posterior partilha. Surgiu-lhe, contudo, uma dúvida: qual o género em que deveria enquadrar a fugaz realidade de profundas características rurais, no ambiente urbano e citadino? Poesia, teatro ou ficção? Para cada uma delas teria uma abordagem que compartiu com todos os que o ouviam na cave da centenária livraria da Rua Nova do Almada.

Se escolhesse reproduzir o momento através da poesia, teria escrito:

“Um homem caminha para a

[morte.

Vai enterrar-se a si mesmo,

Sozinho, como uma maçã num

[prato,

Abandonado à sorte,

À espera dos pequenos bichos...”

Mas se a opção caísse no teatro, seria:

“— Então Artur? Desta é que é! Quantas batatas já plantaste na vida?

— Mais de mil... Mas, desta vez, é para fazer a tua cova!”

Finalmente, a transcrição para um conto ou romance seria assim:

“Os pombos fugiram à passagem do homem. Não era ele, o seu corpo, o modo como andava a coxear, como se tivesse medo de pisar as primeiras folhas das árvores de outono... era a enxada. Trazia a enxada no ombro esquerdo e ia afagando o cabo com as rugas da mão. Ria-se dos pombos. Sabia que era ele quem mandava naquela rua de ervas daninhas.”

Ficámos todos presos das palavras do autor à espera da prometida revelação da verdadeira atividade do seu vizinho Artur, naquela tarde outonal. Revelou-lha o dono do quiosque, sabedor de todos os mexericos das redondezas e disponível para esclarecer todas as dúvidas dos clientes habituais.

— Não sabe? O Artur, agora, dá-lhe para enterrar os cães e os gatos da vizinhança, ali no descampado!

 

As leituras do PEN, são muito mais do que este episódio, mas este, por si só, seria suficiente para lhe granjearem, em definitivo, a adesão, incondicional, dos amantes da literatura!

Uma saia bem catita, olarila

Joacine Moreira, do Livre e André Ventura, do Chega, foram os deputados que mais deram nas

vistas no arranque da nova Assembleia da República. O simples facto de terem sido eleitos, (o mesmo se dirá de João Cotrim de Figueiredo, da Iniciativa Liberal), representou, por si só, uma pedrada no charco de São Bento.

Acredita-se que com a esperada apresentação de temáticas que não constam das cartilhas dos partidos tradicionais, irão contribuir para uma nova vida da Assembleia até aqui dominada por useiros e vezeiros predadores partidários.

André Ventura faz-se notar por ideias que se convencionou serem de direita mas que, a ajuizar pelas redes sociais, estão a ter eco inusitado, para desgosto de muitos que se afirmam democratas e de esquerda. O povo, sôfrego de mudança, aguarda propostas concretas e credíveis.

Joacine Moreira, ainda que a sua bandeira principal seja o racismo de que levianamente acusa o povo português mas que, ela sim, dá mostra de cultivar, paradoxalmente não deu nas vistas por ser negra, mas por duas particularidades surpreendentes: a gaguez, que nada tem a ver com a cor da pele, e o fazer-se acompanhar, no acto da tomada de posse, por um elegante assessor trajando uma saia… bem catita, olarila.

Gaguez que, quer se queira quer não queira, é uma deficiência desesperante dado que limita drasticamente o exercício pleno do múnus parlamentar que tem na oratória o seu instrumento fundamental.

Deficiências, todavia, há muitas, diversificadas em grau e género, e os seus portadores merecem todo o respeito daqueles que eventualmente se possam orgulhar de não padecer de nenhuma.

Joacine Moreira é a primeira tartamuda a ser eleita deputada da Assembleia da República portuguesa, onde estão em maioria deputados portadores duma outra deficiência eventualmente mais grave: a surdo-mudez, já que nunca ninguém lhes viu abrir a boca para dizer fosse lá o que fosse. Um parlamento de surdos e gagos é inconcebível, por mais democrático que possa ser.

Também não faltarão em São Bento, ao que se diz, deputados portadores dum outro tipo de deficiência, se a homossexualidade for entendida como tal, já que os inibe de procriar, ainda que o sexo não sirva apenas para fazer filhos como em tempos idos ficou provado naquela mesma douta assembleia.

Deficiência essa que de forma alguma deve ser relacionada com uso de saia por homens não machos, porque culturas há no presente e houve no passado, em que as saias ou os culotes, por si só, nunca estabeleceram confusão entre machos e fêmeas.

A entrada triunfal de Joacine Moreira em São Bento acompanhada pelo tal assessor da saia, premeditada por certo, só causou escândalo por ser ridícula tendo em conta o momento e o local. Maior escândalo teria sido, ainda assim, se o dito assessor vestisse minissaia e com os pelos das pernas por barbear. Igual impacto teria, por certo, um deputado escocês que se apresentasse no pátrio parlamento, não de saia mas em cuecas.

Esqueça-se o ridículo e a ironia, porém. Mais importante é saber quantos assessores se acoitam em São Bento, quanto ganham, qual o seu currículo e o que fazem, embora se saiba quem lhes paga.

E já agora quantos deputados usam avental às escondidas.

 

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

Cuidado com os ventos da história

Ter, 12/11/2019 - 02:00


Abascal surgiu do nada para liderar um grupo parlamentar de cinquenta e dois deputados nas cortes do reino vizinho, com arreganho e discurso cortante, a anunciar tempos de guerra política a sério, também nesta península que, num engano de alma ledo e cego, alguns quiseram ver a deslado da tempestade perfeita que avança, arrasadora, capaz de nos deixar de alma encharcada, enregelada, a pingar amarguras, com lágrimas e tudo.