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Pedro Fernandes (Macedo): “Temos um grupo super motivado para iniciar o campeonato com uma vitória fora de casa”

Qua, 25/08/2021 - 11:45


A última vez que as duas equipas vizinhas se defrontaram foi na temporada 2011/2012. Desde aí, os alvinegros mantiveram-se nos nacionais e o Macedo extinguiu a equipa sénior, por falta de verbas, e regressou em 2018 ao futebol distrital, conseguindo na temporada passada a tão desejada subida.

Ricardo Vilela (W52/F.C. Porto): “Foi uma volta muito dura fisicamente e psicologicamente”

Ter, 24/08/2021 - 11:36


Uma semana depois de terminada a 82ª Volta a Portugal em bicicleta, Ricardo Vilela, ciclista brigantino da W52-F.C. Porto, fez o balanço da competição. Visivelmente desgastado depois de um trabalho árduo, físico e psicológico, em prol da equipa, Vilela fala de um dever cumprido e do contributo para a vitória do colega, Amaro Antunes. O brigantino prepara agora a participação no Grande Prémio Jornal de Notícias.

 

Vendavais- Uma ópera ao radicalismo

Ei-los que voltam! Sem oposição aparente, nem dos soldados do governo, nem da população, os afegãos atravessaram o país e entraram calmamente em Cabul sem terem pela frente alguma oposição credível. Demasiado fácil. Depois de vinte anos afastados das decisões políticas e confinados a esconderijos nas montanhas ou disfarçados um pouco por todo o lado, eles regressaram sem necessidade de grandes confrontos. Porquê? Os EUA cansaram-se de estar no Afeganistão e manter uma situação que não tinha solução plausível já que não conseguiam calar definitivamente os talibãs. Assim, resolveram anunciar que se retiravam deixando ao governo do Afeganistão e aos afegãos a escolha da sua defesa e do seu destino. Isto foi música para os ouvidos dos talibãs. Sem grande oposição, tudo seria mais fácil. E foi. Cidade após cidade, foram ocupando o território antes governado por eles. Cabul estava perto. Em poucas semanas ficaram às portas de Cabul. Entrar, foi muito fácil. Nenhuma oposição. Os soldados preparados pelos EUA, desertaram. Não quiseram enfrentar os radicais afegãos e eles agradeceram. O Presidente fugiu do país. O caos sobreveio. O medo das perseguições políticas, o terror da tomada das crianças e das raparigas que costumavam submeter às leis da Charia, as penas que poderiam aplicar aos que trabalharam com os EUA, aos colaboradores nos vários setores da administração e governo, tudo levou a que quisessem fugir o mais depressa possível. O aeroporto da capital torna-se o local de encontro e o símbolo da liberdade. Sem grandes preocupações, os talibãs anunciaram à comunicação social que estavam com boas intenções e que não queriam perseguir ninguém. As crianças poderiam ir à escola, incluindo as raparigas e os colaboradores não seriam presos ou perseguidos. Mas as imagens e os relatos chegados às cadeias internacionais não eram bem assim. Grupos de talibãs iam de porta a porta à procura de pessoas que colaboraram com os americanos, com os ingleses ou com outros países. A intenção era bem clara. Quem não der informação é preso e castigado ou morto. Começa uma das mais assustadoras evacuações da História da Humanidade. O único aeroporto transforma-se numa plataforma giratória onde acontece de tudo um pouco. Uma multidão estonteante luta pela sua sobrevivência. O terror é enorme e assustador. Uns são esmagados, outros estropiados, outros simplesmente mortos. Sufocados pela fome, pela sede e pelo medo, lutam por um lugar num avião que os leva rumo à liberdade. É o desespero de quem não tem outra alternativa. Os talibãs não falam verdade e culpam o ocidente de não ter um plano melhor organizado para evacuação. Ficar e submeter-se ao radicalismo dos talibãs, é retroceder vinte anos e encarar uma política demasiado conservadora, radical, baseada numa religião amalgamada, rebuscada, anti- -social onde a Charia é a lei geral a que leva todo e qualquer crime. Para quem viveu alguns anos num regime mais democrático e conheceu outras possibilidades de vida, não quer voltar a uma submissão onde o terror paira em cada momento. De Bush a Biden passando por Obama e por Trump, nenhum conseguiu vencer os talibãs. A Rússia também tentou e desistiu. Todos foram derrotados nos seus propósitos. Vinte anos depois eles voltam para conquistar o seu país, o seu território e pôr em prática as suas leis. Regressaram para governar o país contra tudo e contra todos. O Mundo viu-os conquistar sem grande dificuldade esse mesmo território e avançar para a capital. Só faltou a música de fundo que se ouve nos grandes eventos. Uma ópera ao radicalismo ficou a faltar. Agora, no meio do caos, o aeroporto de Cabul, está a arder. Os EUA tentam manter a calma ainda que aparente e apelam a que não se dirijam para lá, mas o desespero é enorme e se alguma vez a liberdade teve maior sentido e significado, foi neste momento. O que será dos afegãos que ficam e que não se identificam com estes terroristas radicais tribalistas? Não vai ser fácil a sobrevivência. Cabe certamente à comunidade internacional tomar medidas para evitar o pior. O descalabro pode acontecer e se já conhecemos o que estes radicais conseguem fazer, podemos imaginar um país miserável, desgovernado que será o ninho de muitos mais radicais terroristas que amedrontarão o mundo. Não nos deixemos enganar. Eles não são meigos nas suas decisões, nem falam a verdade. O governo que vai sair da última reunião, vai ter de se justificar. Aguardemos as novidades. Se as houver.

Vespeiros

No dia de saída deste jornal, 24 de Agosto, celebram-se festejos em honra do Santo que acorrentou o Diabo fomentador de toda a sorte de vespeiros. O apóstolo Bartolomeu perdeu a paciência ante os desmandos de Lucífer e, para sossego de todos, acorrentou-o, assim o vi em imagens impressivas a impressionarem-me na meninice pois o esgar do Demo é programático a anunciar tumultos vingativos mal conseguisse livrar-se do garrote. Para o efeito criou os vespeiros de várias tonalidades, sons, roncos e catástrofes de múltiplos quilates tal como os diamantes ensanguentados expostos em bustos de pómulos salientes, chatos ou lisos, sem esquecer anéis, diademas da realeza. Se quando menino nas veredas de Lagarelhos vislumbrava um vespeiro escondido num buraco de uma parede o tal Mafarrico tentava-me a enfunar um pauzinho na entrada do covil, enfiava-o até ao meu punhos, remexia e depressa percebi o erro cometido ao receber ferrões enraivecidos que me inchavam o rosto e braços, lançando-me num pranto desalmado (sem ânima) sim animado pela promessa de nunca mais. E, após uma desastrada segunda investida entendi a lição. No entanto, manda a verdade escrever, que passados alguns dias voltei ao vespeiro, tapei o rosto com o lenço de assoar o nariz (coisa rara na aldeia) visto prevalecer o lenço de cinco pontas mesmo quando os candeeiros dos meninos luziam quais faróis de um Bentley (ronaldiano) em incessante monco amarelo entre as narinas e a boca. Blusa fechada no pescoço, lenço na face, enfiei o pau no ninho das vespas para logo a seguir com a ajuda do saudoso Arménio meter na sua toca estopa a arder. Fugimos para longe, passado algum tempo voltámos ao local do incêndio qual Nero a cantar e tocar lira julgando-me um anjo vingativo. Só que algumas vespas vagueavam enfurecidas devido a atribulada saída de cena e, num hara-kiri obsceno, conseguiram ferrar- -me numa mão levando a minha avó a censurar-me causticamente a estultícia enquanto colocava azeite e pingos de vinagre na buba inchada que nem uma grávida cereja bical. Como alguns sabem a História está prenha de vespeiros gerados, mexidos e remexidos pela imprudência, ausência de estudo, vingança e desejo de ficar nos anais, por políticos, militares, charlatães, aventureiros e demais comandita (termo comercial). Para não ir mais longe basta o século XX e o actual para lembrar as duas grandes guerras em geral, o sufoco americano no Vietnam, na fuga fandanga no Afeganistão em geral e a nível local a guerra colonial portuguesa. Os filhos do Tio Sam beneficiaram enormemente a Europa nas duas guerras mundiais, borraram a pintura na Ásia, Vietnam, Iraque e Afeganistão. Um grande amigo meu, felizmente ainda vivo encontrava-se em Saigão nos últimos dias do governo fantoche, contou-me o que viu, ouviu e cheirou nesses dias de chumbo, o vespeiro fervilhava, ele conseguiu cumprir a secreta missão, presenciou o selvagem crepúsculo do orgulho ianque, Saigão passou a ser episódio de estudos de mal sucedida estratégia militar. Ao tempo o sagaz Ho Chi Minh sorria feliz nas catacumbas de Hanói! Nesta altura a única potência mundial chora para dentro a humilhação que está a sofrer o “simpático” Biden tirou a máscara, cai nas sondagens, os republicanos casquilham gargalhadas. Tenho três netos americanos, eles irão ouvir toda a sua vida os pregoeiros da ciência política mencionar a repetida asneira de agora nas universidades e comunicação social, espero bem que a América retire as conclusões capazes de evitar outras semelhantes ou piores. Por fim o vespeiro português. O tacanho Botas de Santa Comba não entendeu a ventania da finitude do ciclo histórico do colonialismo, também fui mobilizado, na altura a publicação clandestina Cadernos Necessários alertou-me para o previsível colapso do nosso esforço. Durante 27 meses na floresta do Maiombe lia o PERINTREP e o SITREP, aqueles documentos não maquilhavam a situação, a Seara Nova ajudava-me a resolver a equação: estávamos metidos numa camisa sem mangas, de forças opostas, poderosas. Era uma questão de tempo. E, foi. O Caco (António de Spínola) deu o pontapé de saída. O Trasgo continua a chocalhar o cortiço vespeiro!