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Empresa Reconco oferece equipamento lúdico para crianças que estão em tratamento no Hospital de Bragança

Qua, 22/02/2023 - 11:18


Na página do Facebook, a Unidade Local de Saúde do Nordeste salientou que se “manifestam agradados com a instalação dos referidos equipamentos, os quais proporcionam momentos de descontracção e de aprendizagem” e que este foi um “gesto tão nobre” do empresário Luís Rio.

Ruas do centro histórico de Bragança foram invadidas por centenas de caretos

Qua, 22/02/2023 - 11:06


O sol de inverno que marcou a tarde do último sábado chamou à rua milhares de visitantes, que consigo traziam a vontade e a folia de verem desfilar centenas dos mais tradicionais e autênticos Mascarados da Península Ibérica e, ainda, de alunos dos Agrupamentos de Escolas do concelho e de utentes

PAFÓS

Todos os anos, o Carnaval leva-me a pensar na poesia “Carnaval Todo o Ano”, nas “Memórias” de Casanova e nos Pafós. Se as restantes referências estão escoradas em autores de enorme relevância no domínio da música e da literatura, os pafós eram simples e pitorescas figuras masculinas enroupadas em saiotes e saias largas, que desfilavam tristemente nas ruas de Bragança no dia de Entrudo (o vocábulo Carnaval era primacialmente para gente fina), acicatados quando recebiam saraivadas e cascas de tremoços ou beliscões de unhas de luto nos esquálidos traseiros, no decorrer dos bailes da Associação, cuja mulheres na sua maioria sabiam colocar o corpo no ritmo certo em função do Bolero, do tango ou da valsa, enquanto no Clube as moças e as mães martelavam da mesma maneira o Carlos Gardel e o Danúbio Azul pois os treinos eram diferentes. O Entrudo levava a atrevimentos na sátira a actos, decisões e omissões do poder salazarista nas suas variadas ramificações, no entanto, não passava tudo, o Botas de Santa Comba servia-se da dependência da maioria da população para dar uma côdea aos in- formadores popularmente conhecidos por bufos. Nas minhas crónicas amiúde lembro esse tempo recheado de biltres, no desejo de os mais novos saberem quão opaco, cinzento e medroso era o dia-a-dia onde ninguém se sentia seguro, nem era inteligente confiar na camisa que se vestia durante a semana, nem nas dos de posses que, mudavam de camisa diariamente. Os pafós seriam arlequins de olheiras fundas, pobres sem atingirem o grau de alegretes da canção da casa portuguesa, comer de untar a barbela apenas por acaso de esmola nos dias de festa, aposta ganha e engano. Comer fora? Ir tomar uma refeição num restaurante só quando «o rei fazia anos», reinava a frugalidade, o naipe de pro- dutos alimentícios era bas- tante, o dinheiro rareava, o funcionalismo auferia reduzidos vencimentos com a excepção dos empregados do Banco de Portugal, as profissões liberais também angariavam escassos proventos, poupar, mandava o famigerado Salazar o qual arrecadava inúmeras alcunhas de índole rústica, ou não fossem os agricultores a matriz das Comunidades do rectângulo à beira-mar plantado nos idos do século XII. Os pafós do Entrudo per- sonificavam o País misera- bilista, sendo a fuga a salto para França e Alemanha, levando debaixo do braço a frágil mala de cartão canta- da por Linda de Susa recen- temente falecida, a solução em demanda de melhor e maior vivência, antes fora o Brasil da árvore das pa- tacas. Agora, rufiões sevandijas, na cidade de Olhão, atacam e agridem indefesos nepaleses. A cognominada «vila poema», dispensa bem indivíduos deste jaez, embora o Presidente da Câmara tenha dito que lapuzes rapazes estão arrependidos. O autarca na caça ao voto, escrevo eu! Os citados pafós, recordados nesta crónica, são desconhecidos mesmo nos dicionários móveis e de papel de largo consumo nas escolas, foram substituídos pelos momos brasileiros de todos os géneros. É o progresso! Armando Fernandes PS. Parabéns a Henrique Pedro colega colunista no Nordeste Informativo. A condecoração outorgada pelo Presidente da Repúbli- ca só peca por tardia. Muito Bem

A Decadência da Classe Política!…

A política, em termos históricos, teve a sua origem na Grécia Antiga e resultou da necessidade de organizar, do ponto de vista do seu funcionamento administrativo e harmónico, as designadas pólis (cidades-Estado). Era tida como uma estrutura de excelência da gestão da “coisa pública”, cuja função principal, passava pela proteção do bem comum dos cidadãos, com o desiderato de garantir o equilíbrio e a coesão social. Infelizmente, pese embora a sua natural evolução conceptual e empírica, podemos asseverar que o conceito original de “política” tem sido recorrentemente atropelado e desvirtuado na sua essência. Temos assistido a uma inquietante e preocupante decadência dos pilares que a sustentam, onde “casos e casinhos” têm estado na ordem do dia, aliás…dos dias, há muitos dias!... Um embrutecimento que cresce incessante, não apenas em termos de dimensão política, mas também na revolca da dimensão ética, moral e humana dos seus atores. Somos um país onde o PARECER é, quase sempre, mais importante que o SER, amarrado a trocas de favorzinhos, em que o oportunismo reina, como se fossem os “donos disto tudo”, os famosos DDT’s…e não é que são mesmo!!!!... Os intervenientes políticos deveriam servir a política e não servirem-se da política, assumindo, de forma responsável, o papel de “missionários” ativos ao serviço das pessoas, comprometidos com os princípios doutrinários do bem-estar coletivo!... Nesse contexto, diria que, da direita à esquerda, os partidos políticos não po- dem continuar a ser geri- dos por interesses pessoais ou mesmo por “mendigos” que se colocam ao serviço da “Corte da Realeza”, numa tentativa desesperada de sobrevivência social e slide profissional. Continuam-se a aceitar nas estruturas partidárias, militantes que não conhecem a história, nem tão pouco os seus valores e princípios ideológicos, fa- zendo valer apenas o ambi- cionado “tacho político”, que no final de contas, é sempre o mais importante. Não pretendo com este ar- tigo “incendiar”, ainda mais, a já frágil conjuntura políti- ca, nem tão pouco enveredar em suspeições específicas ou generalizadas, contra tudo e contra todos! Isso, deixo para os especialistas e comentadores políticos conceituados (já assim o dizem) e para isso lhes pagam. Quero apenas, enquanto cidadão ativo, pensante e interventivo, dizer um NÃO redondo contra a promiscuidade política em toda a sua linha, recusando fazer parte deste país amorfo de “domesticados”! Compete, assim, a cada um de NÓS, combater positivamente e de forma persistente, todos aqueles que se aproveitam, sem juros, do suor de muitos portugueses que diariamente se “esfolam” por uma vida de remediados, onde o mês é quase maior que o salário. É IMPERATIVO não baixar os braços. Falar no backstage ou lamurias de corredor, não bastam! O nosso gran- de desafio é, assim, inverter este repugnante paradigma que nos deveria envergo- nhar a todos, construindo uma nova e credível geração política, alavancada nas métricas do mérito e do reco- nhecimento, como os gran- des alicerces da edificação da confiança num Estado de Direito Democrático.

Bruno Santos 

O julgamento da Igreja

Nos últimos dias ouvimos falar na comunicação social, sobre os crimes que a Igreja terá eventualmente cometido nos últimos anos. Foi elaborado um Relatório, que julgo ser sério, e que veio alertar para situações que não deveriam ter acontecido. Abusos de toda a espécie e feitio levado a cabo por clérigos sem espécie e sem feitio. O que foi dito e referido nesse relatório, deveria envergonhar- -nos como sociedade maioritariamente católica e humanista, mas igualmente exigir uma alteração processual a quem tais atos pratica. É bom notar que a pedofilia não é apanágio somente da igreja católica e não só os padres e as freiras praticam tais aberrações. Criticamos a Igreja pela simples razão de que é ela que deve servir de exemplo ao que apregoa e não o faz. Mas isto não é de agora. Na verdade, ao longo dos séculos de afirmação da Igreja Católica, muitos foram os momentos em que a sua atuação foi severamente criticada. A resposta não foi serena, antes pelo contrário. Exemplo disso foi a criação do Tribunal do Santo Ofício, mais conhecido como Inquisição, que se destinava a julgar e condenar todos os que se desviavam do caminho que ela traçava. Houve, como sempre há, imensos casos que foram condenados sem provas onde a simples desconfiança ou acusação de terceiros serviu perfeitamente os interesses da Igreja. Os que se insurgiram contra a Igreja foram levados a Autos de Fé, ou seja, queimados vivos em plena praça à vista de todos para servir de exemplo. Mas o século XIV já passou há muito tempo e não serviu para a remissão dos pecados da Igreja. As críticas continuaram e foram muitas. As atuações da Igreja eram cada vez mais condenáveis em várias vertentes. A simonia, ou venda cargos eclesiásticos, era outra faceta deveras criticável e só seria abolida da Igreja no século XVI. Quem é que julgava a Igreja? Ninguém. Ela era a toda poderosa e por isso permitia-se a certos luxos proibidos a terceiros. Tornava-se necessária uma Reforma profunda e ela apareceu pela mão do abade Martinho Lutero. Este insurgiu-se contra as Indulgências criadas pelo Papa Leão X para obter dinheiro para a construção da Basílica de S. Pedro em Roma. Escreveu as 95 Teses contra as Indulgências e afixou-as na porta da Catedral de Wittenberg, onde era padre. Valeu-lhe a imediata perseguição e excomunhão. Só não foi queimado na fogueira porque fugiu para os países nórdicos, mais tolerantes na questão religiosa. Isto serviu para a Igreja enfrentar uma onda enorme de contestação que a obrigou a reformar-se depois da Reforma apresentada pelos Luteranos. Foi uma reforma profunda nos costumes, na disciplina interna e na afirmação do celibato, entre outras coisas. De então para cá o que mudou? Quase nada. Os crimes hediondos que a Igreja vem praticando, não permanecem agora tão escondidos e a consciencialização dos que são abusados permitem que se tenha algum conhecimento sobre eles. Contudo o tempo que medeia entre os atos e o seu conhecimento, é enorme e, desfalece o poder de julgar e castigar. Se o Concílio de Trento manteve o celibato, não foi essa resolução conservadora, que trouxe à vista a pedofilia já que, como disse, ela não se verifica só dentro da Igreja. Há pedófilos por todo o lado, infelizmente. Mas a Igreja, como um todo, continuará a ser julgada pelos atos que alguns dos seus elementos praticam. A coragem que agora se verifica em todo o mundo, da Igreja fazer um levantamento e até uma perseguição a todos os clérigos que praticaram ou praticam ainda pedofilia, é de louvar. É necessário desmascarar os abusadores. Estes serviram-se do seu poder de influencia e persuasão sobre os mais jovens, incautos e desconhecedores dos meandros sexuais, para levarem a cabo os seus desejos libidos incontidos e pecaminosos. Hoje, nada mais fazemos do que fizeram os que há séculos julgaram a Igreja Católica. Contudo, não corremos o risco de enfrentarmos uma Inquisição avassaladora e assassina. O que fica depois de tudo é um quase nada ou muito pouco do que seria desejável. A Igreja é uma Estado e tem um poder imenso e só socialmente se pode julgar. Os atos que alguns praticam, poderão por ventura, ser julgados civilmente. O Tribunal Canónico julgará o que lhe aprouver. E os abusados? E os que sofreram na pele as submissões que lhes alteraram as vidas para sempre? Esses não podem julgar ninguém. Mas podem trazer a lume os factos da sua indignação para que outros os julguem. De um modo ou de outro a Igreja está a ser julgada.