Num distrito onde o comboio tarda em voltar a apitar a rede de transportes limita a vida dos utilizadores
Ter, 06/12/2022 - 11:54
Neste momento, o distrito de Bragança é o único do país onde o comboio não apita em absolutamente lado nenhum.
Ter, 06/12/2022 - 11:54
Neste momento, o distrito de Bragança é o único do país onde o comboio não apita em absolutamente lado nenhum.
Ter, 06/12/2022 - 11:51
Pároco da Diocese de Bragança-Miranda, mais concretamente na Unidade Pastoral Senhora da Assunção, no concelho de Vila Flor, desde 1992, disse receber este ministério de “braços abertos”. “Estimados amigos, aqui cresci.
Ter, 06/12/2022 - 11:48
Esta bactéria transmite- -se de árvore em árvore através de insectos causando danos graves nomeadamente em oliveiras, citrinos, videiras, fruteiras. Não há tratamento e, por isso, a solução é mesmo o abate das árvores infectadas.
Ter, 06/12/2022 - 11:47
O município de Freixo de Espada à Cinta quer que seja construída a barragem das Ferrarias, para regadio. A albufeira ficará entre Fornos e Lagoaça, mas ainda não se sabe quantos hectares poderá abranger. Está já a ser feito o estudo de viabilidade, que deverá estar pronto no próximo ano.
Ter, 06/12/2022 - 11:46
O financiamento público para o ensino superior ronda os 0,7% e o IPB é das instituições que menos recebe do Governo. “O financiamento do Estado tem vindo a reduzir-se e está abaixo dos 70%. Nós somos uma das instituições de ensino superior em Portugal mais subfinanciadas”, afirmou.
Bons dias, gente m a d r u g a d o r a ! Que estas palavras vos encontrem de saúde a desfrutar dos ares inspiradores do outono trasmontano. Ares que se desfruem bem pela fresca porque nas horas de calor a inspiração é mais vagarosa, letárgica. Logo desde manhã muito cedinho porque a por manhã é que se começa o dia. Um passeio matutino pelo termo por entre escovas, leitaregas e queirolas. Não há nada melhor, são puros remédios que não se vendem na farmácia. Assim como não se vendem lampaças das quais os pais e avós de outrora faziam curativos chás. Gente que possuía uma sensibilidade e sapiência da ervanária local que merecia ser registada, catalogada. Hoje não venho evocar medicinais saberes, mas sim usos e desusos, trago na maleta palavras que deixaram de andar nas bocas do mundo. Começo por saudar os autores da vizinha Folha Mirandesa e destacar que adiante se farão aproximações ou se revelarão contiguidades com os vocábulos mirandeses, uma vez que as lhonas de hoje têm como ponto de partida a aldeia de Avelanoso que partilha ancestrais termos (tanto no sentido territorial/administrativo como no linguístico) com o mirandês e as suas terras. Aliás, é uma das Três Marras juntamente com Alcañices e São Martinho de Angueira. Marras e marrões que ninguém ousou chimpar. Não quero entrar a partir, mas começo já por aí, chimpar (tombar, derrubar, fazer cair). Os mais velhos diziam aos garotos: “não és capaz de o chimpar” ou “vê se chimpas aquele”. Noutros tempos desafiava-se um jogo da luta, uma espécie de judo trasmontano em que o objetivo era agarrar o outro e fazê-lo cair. Também se usava “chimpar o fito”. E não haveria de faltar vontade de chimpar alguns xodairos, pessoas pouco recomendáveis de levar e trazer, alcoviteiros de meter o nariz em vida alheia. Muito pano para má-língua lhes dariam as rexertas, moças irrequietas, indomáveis, particularmente guichas. Jovens que certamente ouviriam dos seus pares expressões como “estás muito jónica” (referência à elegância da arquitetura clássica) ou “hoje andas muito à balalaica” (vestida com roupas novas). Indumentárias novas ou domingueiras que não se recomendavam para os trabalhos do campo: nem para acarrejar o pão (transportar centeio, trigou ou feno em carro) ou limpar augueiros, muito menos para esgadanhar gatunhas (plantas invasivas) ou para lavrar. Por falar em lavrar, atente-se nas palavras que se perderam sulcadas pelo tempo e pelas charruas dos tractores. Queiram pegar em papel e caneta e apontar o que andava na ponta da língua de quem sabia manusear arados e conhecia as suas peças como a palma da mãozeira, rabela, relheiro, relha, orelheiras, pespeneiro, tesa, teiró, cunho e timão. São dez palavras que foram para as queirolas (urze rasteira predominante em altitude nas serras) e saíram inteirinhas da língua portuguesa como um beldro (porção de lã que se tirava como um manto aquando da tosquia das canhonas). Uma dezena de vocábulos que chimparam de uma assentada com o descostume dos arados de tração animal. Assim são as línguas, com células que morrem e outras que nascem ao sabor da vida e do quotidiano. E no quotidiano de hoje já não se leva o burro à feira de maneira que arriaram os atafais, a albarda, a silha e a cabeçada. Também os carros de bois são agora, quando muito, meios de transporte de valia decorativa ou museológica de modo que descontinuaram: estadulho e estadulheira, aceda, cabesnalha e picanços, espichões e coucelhões, meões, cambos ou cambões, travessanho e angarela, caniças ou caniços, estrado e barbiões, gancha e endireiteira, e, por vezes, lúrias ou engrideiras (cordas). Mais um alqueire de palavras (só aqui estão vinte) que sumiram das bocas do povo, dos falares característicos de algumas comunidades, cambiantes sociolinguísticos próprios de uso circunscrito a pequenas delimitações geográficas. As mesmas dificuldades se colocam à língua mirandesa cujas peculiares palavras se referem a plantas e animais, hábitos ou objetos que maioritariamente já não se utilizam ou vivenciam. O mirandês é expressão de um contexto cultural e socioeconómico que sofreu alterações mais profundas nas recentes décadas do que durante largos séculos anteriores. Por isso, o esforço diário do mirandês é o de se recriar, de se reavivar, de se quotidianizar, respeitando a força resistente da sua identidade, mas sem cair no erro de se tornar um bem museológico ou apenas a romantizada expressão de uma realidade pretérita. Em Avelanoso, carear o gado (evitar que fuja para outros locais que não aqueles onde o pastor quer que ele fica) já não é uma preocupação tão grande dos pastores como era dantes em que se cuidava cada metro quadrado do termo. Pastores que não pernoitam nas terras no Verão e, por isso, não têm as pastoricas (pirilampos) como companhia, nem lobos a uliar. Continuam a abundar lampianas e urretas, bulhacas e bubelos, caneleiros e leitaregas, embora mingue quem saiba ler a literatura que a natureza escreve através delas. Onde haja leitaregas há pouca acidez, são indicações que os terrenos dão a quem as sabe interpretar. Lampiana é a parte menos funda de um lameiro, mais inclinado e mais seco onde a erva cresce menos. São falas doutas, embora não sejam minhas, mas emprestadas por meu pai. Justiça seja escrita. Urretas, marras e praineiras, rocos e pulelas, hedras e granheiras. Palavras que ainda se esforçam para não definhar, mas sobretudo palavras de que os tempos se ocupam de chimpar. É a vida, são as línguas. Um forte abraço!
PAF não é, aqui, o acrónimo da Coligação Política (PSD/ CDS) que em 2015, tendo ganho as eleições legislativas, acabou na oposição por causa do acordo que ficou conhecido como A Geringonça. Não é esse o objetivo deste texto, pese embora o ineditismo do sucedido. PAF, neste caso, refere-se a Pedro Álvares de Freitas, um ilustre transmontano, seiscentista, originário de Vilar de Nantes e abade em Torre de Moncorvo. Ernesto José Rodrigues escreveu no Jornal Nordeste (“Por um diálogo inter-religioso segundo a Formosa Pelicana), advogava a atribuição do nome de D. Luís de Portugal a uma das ruas da vila de Torre de Moncorvo. Subscrevendo a proposta deste velho e fiel amigo, acrescento a adequação de incluir na toponímia moncorvense o ilustre prelado que após um doutoramento em Salamanca veio para a Terra do Ferro, antes de seguir para Tomar, empossado como prelado, tendo sido igualmente Reitor de S. Nicolau, em Lisboa e desembargador do rei, desde 1595. Faleceu em 1599 tendo sido sepultado na cidade dos Templários, no Convento de Cristo, em notável e rico túmulo onde, a par com as suas armas, gravadas numa das faces da pirâmide que encima o seu caixão, tem o seguinte epitáfio: “Sepulcho de Pedro Alvares de Freytas Prelado q foi nesta v.ª de thomar deixou três missas cada semana com responso nesta sepultura para sempre...” As poucas referências encontradas sobre este enigmático personagem, apontam para um homem poderoso, no seu tempo. Em Tomar sucedeu a Pedro Lourenço de Távora, no ano de 1580, pouco depois da morte do Cardeal D. Henrique. Tendo tomado o partido de D. António I, ganhou, obviamente, o desagrado do soberano Filipe, Segundo de Espanha e Primeiro de Portugal. Porém, tal como o pretendente ao trono, filho da moncorvense Violante Gomes (A Fermosa Pelicana), afrontou, sem receio, o todo- -poderoso monarca. Filipe II, agastado com a defesa pública das aspirações do Prior do Crato quis livrar-se do prelado e, no mínimo, afastar a sua afrontosa influência. Incapaz de o depor do lugar que ocupava, nomeou para o seu lugar o Dr. João de Resende, cónego da Sé de Leiria, tendo promovido a elevação a bispo de Cabo Verde ou S. Tomé do rebelde transmontano. Porém, Pedro Álvares de Freitas não aceitou a promoção nem permitiu a substituição decidindo manter- -se no lugar que ocupava. A essa altura já era inquisidor do Santo Ofício tendo, nessa qualidade tomado, juntamente com Manuel Álvares Tavares e Heitor Furtado de Mendonça, a decisão, rara e corajosa, à época, de inocentar Aires Fernandes, o Dinga Dinga, levantando o sequestro que a Inquisição fizera da sua fazenda. Nas suas armas estão incluídos os motivos das dos Camões pois este personagem foi primo de Luís Vaz de Camões por ser filho de Álvaro Anes de Freitas e de Mécia Vaz de Camões, irmã do pai do grande poeta português. É razoável pensar que este influente religioso tenha exercido a influência suficiente para poupar o épico poema à sanha censória do Santo Ofício pois apesar de algumas exclusões, Os Lusíadas foram preservados no essencial, fenómeno tão estranho para quantos estudaram a época que deu origem à teoria, já abandonada, conhecida por “lenda dourada” defendendo que Frei Bartolomeu Ferreira (primeiro censor de Os Lusíadas) seria um censor benévolo, de grande tolerância, erudição e apurado gosto literário o que, analisando, outras atuações do clérigo inquisidor, não corresponde minimamente à verdade.
O ser humano viveu durante longos milénios perfeitamente integrado na Natureza, sem prejudicar os biossistemas em que se movimentava. Até que, sabe-se lá porque espúrios desígnios, o progresso da Humanidade começou a causar danos gravosos na própria Mãe Natureza. Sobretudo a partir do momento em que se passou a utilizar materiais fósseis para obtenção da indispensável energia, o que implicou o desventrar ruinoso da crusta terrestre e a progressiva contaminação das águas e dos ares. Dir-se-á que tudo resultou de um certo determinismo civilizacional mas a verdade é que só muito recentemente a Humanidade ganhou consciência de que não pode continuar por esse caminho. Porque tais substâncias fósseis são finitas e o seu processo de transformação em energia, bem como o funcionamento das diversificadas máquinas que dela dependem, são altamente nocivos do meio ambiente. Donde resulta que a água potável e o próprio ar respirável vão escasseando e as associadas alterações climatéricas se tornaram insustentáveis, para lá de que não há mais espaço para mais aviões no ar ou para mais automóveis em terra. A procura de energias alternativas e o desenvolvimento de máquinas compatíveis tornou-se, assim, instante e inevitável. Fenómeno que, como é óbvio, também se faz sentir no pequeno Portugal, com realce para as regiões em que o território dispõe de maiores recursos nesta matéria, designadamente água, vento e sol. Assim é que, numa primeira fase, as águas dos principais rios transmontanos foram perversamente represadas e os seus leitos monstruosamente deformados. Mais recentemente foi a vez das serranias, até então intocadas, serem desfiguradas com a implantação de gigantescas torres coroadas de ventoinhas e das associadas estruturas de transporte de energia. Ventoinhas que agora pretendem cravar bem no coração de Trás-os-Montes, mais precisamente na indefesa Serra da Santa Comba, que se situa bem no centro da mítica Terra Quente transmontana. Terra Quente que possui uma identidade paisagística singular, composta de suaves colinas onde medram olivais e vinhedos, o que lhe confere uma aprazível imagem bíblica. Serra de Santa Comba que já no quinto milénio a.C. albergou seres humanos, um tanto tardiamente, é certo, porquanto por essa altura, já em Jericó viviam mais de 2000 habitantes e nos deltas do Nilo, do Tigre e do Eufrates eclodiam as primeiras civilizações da era histórica. Serra de Santa Comba que é depositária de um riquíssimo património geológico, paleontológico, arqueológico e religioso, constituindo-se, para lá do mais, num dos mais extensivos e deslumbrantes miradouros portugueses. De salientar que a Federação Internacional das Organizações de Arte Rupestre a notabiliza como uma das maiores concentrações de arte rupestre de toda a Europa. Igualmente notáveis são os vestígios glaciares, as chamadas ranhas, ainda visíveis na encosta sul embora tenham sido, em parte, delapidadas. Serra de Santa Comba que especialistas dizem ter impacto determinante no clima da região envolvente porque as massas de ar marítimas quando a encontram, sobem e arrefecem, originando as chuvas abençoadas sem as quais a Terra Quente seria desértica, por certo, faltando saber se de alguma forma as ventoinhas poderão influenciar este sistema. Acresce que a Serra da Santa Comba está profundamente envolta em lendas e narrativas como é o caso da Lenda de Santa Comba e São Leonardo (1) relativa ao santuário com o mesmo nome, que é sede de uma concorrida romaria secular. Importa, ainda, esclarecer que a Serra de Santa Comba se compõe, na verdade, de duas formosas montanhas, a denominada Serra dos Passos e a Serra da Santa Comba propriamente dita, separadas por um profundo vale transversal, com território e património repartidos pelos concelhos de Mirandela e de Valpaços. Ora, por mais instante e legítima que seja a procura de energias alternativas nada justifica que a mesma se faça levianamente, menosprezando tão diversificado património milenar. De salientar que do lado do município valpacense não são conhecidos projectos para a parte da serra que lhe diz respeito. Já do lado do município mirandelense estará em curso, de forma tão surpreendente quanto precipitada, a construção do denominado Parque Eólico de Mirandela que assentará, para lá do mais, num deficiente Estudo de Impacto Ambiental que voz autorizada denunciou como fraudulento, correndo-se o risco de que este mau projecto se transforme num péssimo negócio para a autarquia. A plena salvaguarda de tão vasto e precioso património, a sua defesa, promoção e abertura a visitantes, devidamente ordenada, devem ser condição Sine qua non. Pela parte que me toca gostaria de continuar a ver da minha janela, a mítica Serra da Santa Comba livre de ventoinhas, convertida num santuário natural e com o seu perfil fascinante bem recortado no horizonte. (1) (https://henriquepedro.blogspot.com/2017/10/ lenda-de-santa-comba-e-sao- -leonardo.html)
O direito de preferência estabelece prioridades entre potenciais compradores na realização de um negócio em circunstâncias de igualdade. Significa isto que, na alienação onerosa de um imóvel, o proprietário poderá ver-se obrigado a dar preferência a certa pessoa ou entidade, para que este tenha a possibilidade de o adquirir pelo mesmo preço e condições que o proprietário aceitou vender a um terceiro. Muito se fala no direito de preferência de prédios rústicos, mas saiba que também em prédios urbanos há, muitas vezes, a obrigatoriedade de dar cumprimento ao direito de preferência. Em novembro de 2021, a Lei de Bases da Habitação introduziu uma medida que visa conceder o direito de preferência na aquisição de imóveis habitacionais situados em zonas de pressão urbanística aos Municípios, Regiões Autónomas e Estado - por esta ordem. Contudo, o direito de preferência das mencionadas entidades públicas não se sobrepõe ao já existente direito de preferência dos arrendatários e das cooperativas de habitação e construção, nos termos legalmente definidos. Mas, afinal, o que são zonas de pressão urbanística e como poderá saber se a casa que vai vender está abrangida pelo novo direito de Preferência? Zonas de pressão urbanística são as áreas das cidades em que se verifica uma dificuldade de acesso à habitação por haver escassez ou desadequação da oferta habitacional face as necessidades existentes. Para saber se a casa que quer vender está em alguma lista de preferência, deve consultar a página da Câmara Municipal respetiva à localização do imóvel. A morada poderá ainda estar na lista de outras entidades, como a Direção-Geral do Património Cultural. Para dar cumprimento ao mencionado direito de preferência dos Municípios, Regiões Autónomas e Estado, os proprietários obrigados devem usar os processos de comunicação já utilizados nas outras situações em que existe esse mesmo direito de preferência, ou seja, pela Plataforma “Casa Pronta” do IRN. Feita a comunicação, o prazo para o exercício do direito pelas referidas entidades públicas é de 10 dias. Se nada disserem nesse prazo, considera-se não terem exercido a preferência, assim como, se for manifestado de forma expressa, intenção de não exercer o direito legal de preferência. Essa decisão não poderá ser posteriormente alterada. Se vai vender uma casa, saiba que o solicitador é um profissional habilitado para o auxiliar e garantir o cumprimento de todas as obrigações legais.
Cristela Freixo
O gigantesco problema que a nação enfrentará nos próximos vinte anos, é o da demografia, despovoamento e esvaziamento do território. Algo avassalador que, a cada ano que passa, será mais visível e sentido por todos de várias formas. A geração nascida na década de setenta, mesmo juntando-se-lhe os seus filhos, não se aproxima sequer da média da grande dimensão familiar dos nossos avós. Um problema que, mesmo com decisões radicais de resolução tomadas hoje, só teria efeitos visíveis e eficazes daqui a mais de duas décadas, pela demora lenta na reposição de novas gerações de compensação. Ou seja, o declínio demográfico nos próximos vinte anos é messiânico. Já em 2030, a população de Portugal atingirá um decréscimo de meio milhão de pessoas e o número de pessoas com 65 anos ou mais será o dobro do número de pessoas com menos de 15 anos e atingir quase o triplo em 2050. Existem muitos outros dados estatísticos, claros e verdadeiros, que a generalidade dos políticos não dá a conhecer. Garantidamente porque para resolver este “problemazinho”, seria necessário cortar nas políticas dos governos que gerem apenas a pequenez do dia-a-dia, desprezando os verdadeiros problemas da nação. Por ser tão drástico, talvez estejamos até hipnotizados a contemplar esse tsunami lento, aparentemente longínquo, mas poderoso e imparável. Tudo isto vai ter efeitos na escassez da força produtiva de Portugal, com consequente o aumento brutal dos custos do trabalho e, por arrasto, a escassez de bens e serviços e o consequente aumento generalizado dos preços. Além do drama dos encargos esmagadores que a geração dos (poucos) jovens assumirá com as gerações anteriores. O próprio imobiliário, cujos preços (talvez artificialmente) não param de aumentar, irá ter um destino ermo e triste, pois o desaparecimento rápido de uma grande faixa da população, implica um esvaziamento de centenas de milhares de habitações em poucos anos. Isto apenas para falar de coisas comuns que todos entendemos. O resto, será assim como a pandemia: quando acontecer nem vamos acreditar.
Telmo Cadavez