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Pais em Bragança indignados por crianças continuarem sem AEC’s e terem que pagar prolongamento de horário

Ter, 25/10/2022 - 13:24


O ano lectivo já começou há mais de um mês, mas ainda não está a funcionar em pleno nas escolas básicas de Bragança. As crianças do 1º ao 4º ano ainda não têm as Actividades de Enriquecimento Curricular, conhecidas como AEC’s.

NÃO MATARÁS!

São várias as imagens que nos ocorrem, ao falar de Itália. Aparte as pessoais, que não interessam para o assunto, Itália remete para a arte renascentista, o legado imperial, o cinema de autor, as belíssimas actrizes, os fabulosos lagos do norte e, claro, o cálcio. Mas também para a política agitada, fremente e instável, a governação efémera, mas agitada e frequentemente violenta, as jogadas de bastidores, a corrupção, o poder do Vaticano em convívio com a Fé e com a Esperança, a luta pelo progresso do sul e a contínua procura de maior enriquecimento a norte, os seus agentes ativos e passivos, enfim gente muito simples e gente muito poderosa, a procura do bem comum e a prossecução de interesses egoístas e nem sempre legítimos. A bela, piedosa e culta Itália de Florença, dos Lagos e do Vaticano é a mesma da Política, da Máfia, das Brigadas Vermelhas e dos Escândalos Financeiros. É desta última que nos fala Teresa Martins Marques no seu recente livro “Não Matarás – romance de um crime”! Mas não só. O relato minucioso, documentado, criteriosamente detalhado dos cinquenta e cinco dias que abalaram Itália e o Mundo no ano de 1978, vai mais longe mer- gulhando o leitor uma profundidade notável. Revela a Itália escondida, quase invisível, miserável, ao nível económico, mas também cívico e moral, disseca sentimentos nobres e canalhas, expõe verdades e mentiras, aponta pistas e questiona dúvidas. Sendo um romance de um crime não é, tal como vulgarmente se apreende, um romance policial. Aqui não há dúvidas de quem são os autores materiais nem qual a vítima concreta de tão horrenda conspiração. A forma como a autora prende o leitor não passa pela curiosidade do desfecho, amplamente conhecido, mas pelo enredo em si, pelo entretecer das linhas com que foi sendo cerzido o maior crime político da história moderna italiana. Depois de escalpelizar as motivações mesquinhas e altamente egoístas de grande parte dos atores, Teresa Martins Marques brinda o leitor com um final onde traz para o conhecimento público vários personagens, indubitavelmente bons e generosos, decalcados de pessoas reais e contemporâneas. É a forma de, justa e generosamente, os homenagear. Não Matarás, é um livro fundamental e imperdível para tutti quanti se interessarem por conhecer a forma como é possível, quando há boa fé e genuíno espírito generoso de serviço público, unir esforços para melhorar a vida de uma comunidade, mesmo que, ideologicamente haja um mar de diferenças entre os protagonistas. Mas é também um alerta para as enormes ciladas e dificuldades, tantas vezes inul- trapassáveis, para atingir tais fins porque, paradoxalmente, o bem de todos não rima com o bem de alguns, se poderosos, egoístas e de mau carácter. É, para finalizar, um livro para ler devagar. E, principalmente, fazer uma pausa longa e reflexiva, na página 180 onde a Teresa transcreve o melhor dos pensamentos do antigo primeiro-ministro Aldo Moro: “Datemi da una parte milioni di voti e togliete-mi dall’altra parte un attomo di Verita, ed io saro communque perdente” (Dai-me por um lado mi- lhões de votos e tirai-me, por outro lado, um átomo de verdade e eu ficarei per- dendo) e que deveria fazer reflectir todos os eleitos desta nossa terra. Não duvido que a autora partilha deste superlativo valor da verdade.

De mal com Deus e de bem com o diabo.

Nenhum filósofo, cientista, artista, político ou militar se Lhe compara por maiores e mais duradoiros que tenham sido os seus feitos. Jesus Cristo foi, e continua a ser, o maior revolucionário de todos os tempos, sem evocar aqui a Sua dimensão cósmica. Tão grande Ele é que os factos históricos são correntemente arrumados em dois períodos maiores - antes Dele e depois Dele. E tão grandiosa é a revolução por Si protagonizada que ainda hoje continua e, por certo, irá prosseguir por algum tempo mais. A revolução operada por Jesus Cristo, todavia, não é uma revolução qualquer, das muitas de cariz meramente político, social ou científico que a História regista, trate-se da Revolução Francesa, da Revolução Comunista, da invenção da Electricidade e do Computador ou mesmo da Bomba Atómica. A revolução de Jesus Cristo é eminentemente espiritual, pacífica, permanente e persistente. Opera nos espíritos, nas mentes e nos corações, com reflexos profundos em todos os domínios da vida humana. Revolução consumada por uma imensa legião de militantes que são fiéis, mártires e santos e não meros activistas, demagogos ou bombistas. O único gesto exaltado que a Jesus Cristo se conhece é aquele que evangelistas referem como a Expulsão dos Vendilhões do Templo, quando lançou mão de um azorrague para forçar a saída do espaço sagrado daqueles que o haviam profanado. Revolução que se consubstancia, principalmente, na Igreja Católica, a maior e mais conhecida organização terrena das várias que actualmente se devotam a propagar a Sua doutrina. Igreja Católica que, como se sabe, é governada a partir de Roma pela chamada Cúria, com o Papa à cabeça, congregando cerca de 1,2 bilhões de seguidores baptizados, mais de metade de todos os ditos cristãos que se calcula serem cerca de 2,3 bilhões, o equivalente a cerca de 18% da população mundial. Igreja Católica que cumpre, na actualidade, uma missão inigualável nos domínios social, humanitário, da educação, do ensino e da saúde, a que não se iguala nenhuma outra instituição religiosa ou civil, designadamente a gigantesca ONU. Lamentavelmente, pese embora a sua importância planetária, a Igreja Católica global enfrenta, presentemente, uma profunda crise que será, provavelmente, a maior da sua longa história. Crise que acontece quando a Humanidade, ela própria, a ocidente e a oriente, anda de mal com Deus e de bem com o diabo, mais do que em qualquer outro tempo da História. De bem com a mentira e de mal com a verdade. De bem com a opressão e de mal com a solidariedade. De bem com a guerra e de mal com a paz. Tempo em que o crime se multiplica em género e número por todo o planeta, com todos os males, injustiças, vícios, pedofilia e corrupção, bem à vista de toda a gente no convencionado Ocidente, em que a democracia e a liberdade são lei, mas que existem reforçados, embora sem que sejam do conhecimento público, nos países obscuros em que imperam ditaduras que procrastinam os direitos fundamentais. A crise da Igreja, porém, é específica, centra-se sobretudo na relação entre catolicismo e sexualidade, com especial gravidade nos inúmeros actos de abuso sexual de crianças praticados por clérigos: bispos, padres, freiras e membros de ordens religiosas que, para lá de pecaminosos no âmbito doutrinal são, acima de tudo, crimes hediondos nos planos moral e civil. Crise que tem provocado críticas sarcásticas demolidoras por parte dos seus adversários e sentimentos de desgosto, descrença e mesmo de afastamento dos fiéis mais frágeis. Crimes que em muitos casos, tanto quanto se sabe, têm sido lamentavelmente encobertos pela hierarquia eclesiástica devendo aplicar-se aqui o juízo popular: “tão ladrão é o que vai à horta como o que fica à porta”. No que à Igreja portuguesa diz respeito, a Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais de Crianças, criada por iniciativa da própria Conferência Episcopal, acaba de demonstrar que também ela está minada tão profundamente como qualquer outra sua congénere, ainda que Marcelo de Sousa tenha minimizado tamanha monstruosidade, desconsiderando, escandalosamente, a legião de vítimas inocentes. Marcelo de Sousa que, mais uma vez, ao procurar agradar a Deus e ao diabo, se demitiu do cargo de mais alto magistrado da Nação, e se assumiu como o grande campeão do “status quo”. Mais importante que tudo isso, porém, é que a Igreja Católica global seja capaz de operar em si mesma a profunda renovação e purificação que os tempos exigem, a começar pela contaminada Curia Romana. Todas as esperanças recaem, por isso, no actual Papa que já tomou em suas mãos o azorrague com que Jesus Cristo expulsou os vendilhões do templo. É que a revolução planetária desencadeada por Jesus Cristo há 2000 anos, que dá sinais de se aproximar de um momento decisivo, não pode parar.