Luís Ferreira

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Vendavais- Pregando no deserto

F oram necessários muitos séculos para que o cristianismo se espalhasse pelo mundo e fosse aceite como uma verdadeira religião. Como em todos os começos, foi difícil ser aceite por ser nova, contrária às existentes religiões politeístas, por ser monoteísta, mas com uma mensagem de amor e paz que mais nenhuma tinha. Num Império Romano absolutamente politeísta e onde até os imperadores eram adorados como deuses, era quase impossível entrar uma nova religião e pior, acreditar nela que só tinha um Deus. Como é que um só Deus tinha mais poder que todos os deuses do império? Não era fácil acreditar, mas alguns acreditaram e tiveram a coragem de espalhar a boa nova. Foram perseguidos, presos e mortos muitos deles, mas de nada valeu. A força e a coragem prevaleceram e o mundo, aos poucos, tomou conhecimento da nova religião. Teve Fé. A mesma Fé que os portugueses levaram mar fora e o mesmo Deus que os guiou e os implantou em paragens tão díspares como os deuses que por lá existiam. Venceu o Deus cristão. Estava demasiado distante o tempo em que um Papa cristão tivesse a coragem para enfrentar outras religiões, outros deuses, outros líderes religiosos. No local onde nasceu uma das mais antigas civilizações da História da Humanidade, a Mesopotâmia, e onde a imensa planície cortada pelos rios Tigre e Eufrates, ao longo dos quais se implantaram cidades importantes como Ur, Uruk, Larsa, Lagash ou Uma, o Papa Francisco reuniu- -se com os líderes muçulmanos, sem temor, e pediu a todos para serem portadores da mesma mensagem de amor, paz e humildade que o cristianismo apregoa. Ali, na terra de Abraão, todos ouviram e interiorizaram a mesma mensagem. Uma mensagem apregoada em pleno deserto. Na verdade, os presentes eram poucos. Resta saber se estavam interessados em ouvir o que Francisco disse. Quando soou a 9ª Sinfonia de Beethoven, Francisco desceu e pisou solo iraquiano. Pela primeira vez um Papa cristão pisava solo do Irão. Ali mandam os Aiatolas. Mandam muitos e todos querem mandar. Muitas vezes não se entendem, mas isso será problema deles. Francisco levava somente uma mensagem e disse-a. “Calem as armas”. Num país onde a guerra é quase constante, é difícil calar as armas e falar de paz. Francisco teve essa coragem. Em Bagdade celebrou a primeira missa na igreja de S. José, onde escasseava a audiência. Foi celebrada em quatro línguas para que todos entendessem a mensagem. Inesperadamente, até o primeiro-ministro apareceu para assistir. Sinais dos tempos? Duvido. Para o Papa Francisco, desta visita, ficará certamente uma sensação de ter pregado no deserto, já que na realidade esteve em pleno deserto em reunião com os líderes muçulmanos, teve pouca audiência na missa de Bagdade e não sabe se a mensagem foi entendida e bem aceite. Fica uma sensação diferente na missa de Erbil, capital do Curdistão, onde esteve perante cerca de dez mil fiéis. Aqui sentiu-se, certamente, em casa. Talvez este ato de Erbil, possa servir de incentivo para uma aceitação dos cristãos em terra de infiéis e onde têm sofrido perseguições e atentados de toda a espécie, como se fossem culpados por acreditar numa religião diferente e muito mais poderosa. Para o mundo, a visita do Papa Francisco foi demasiado arriscada. Um enfrentamento entre religiões opostas e praticamente inimigas, talvez não fosse aconselhável, mas Francisco nada temeu. Seguro das suas decisões e acreditando nas suas razões, enfrentou tudo e todos e nem o olhar desconfiado de alguns líderes muçulmanos, o incomodou. Respondeu sorrindo. Perante a desconfiança ele exibiu segurança e firmeza na crença e na Fé que deve mover os interesses dos homens, independentemente das raças e dos credos. Desafiou-os a calar as armas e a arvorar a bandeira da paz, do amor e da amizade. Ficaremos à espera e veremos se a semente que Francisco levou no bolso não caiu efetivamente em solo desértico e improdutivo. A esperança é que, mesmo pregando no deserto, a semente frutifique no coração dos homens.

Vendavais- A aVentura

Estamos bem. Sim, ao que parece, estamos bem pois os últimos números de casos da pandemia levam a essa conclusão. O vírus está a perder o transporte da transmissão que o levava a passear- -se impunemente por todo o país. O confinamento a que nos sujeitámos teve, até agora, efeitos positivos. Se fosse mais cedo teríamos poupado mais de 3.000 mortos, mas as decisões tomam-se quando se tornam efectivas e isso cabe ao governo e ao Presidente da República. Contrariamente às opiniões de muitos partidos políticos, o governo manteve-se relutante no encerramento das escolas alegando desculpas que já todos conhecemos, mas a verdade é que com as escolas confinadas, o país inteiro viu descer drasticamente o número de contágios, de óbitos e de internamentos. Claro que os custos são imensos. Terríveis e insuportáveis na sua maioria. São tempo de crise. Agora que tudo caminha para uma melhoria acentuada, já se fala em desconfinamento das escolas. Sabemos que os alunos estão a pagar uma fatura elevadíssima na sua formação arriscando o futuro e mesmo a continuidade dos seus estudos. Sabemos que os pais são abrangidos por esta decisão e não queriam que as escolas confinassem, já que os remetem a uma posição mais caseira e de teletrabalho, que não queriam. Deste modo, e se as escolas desconfinarem apressadamente, pode correr-se o risco de se inverter a tendência positiva que estamos a atravessar e entrarmos numa quarta vaga ainda pior. Há que correr riscos, ou manter a cautela? Neste momento e a este respeito, os partidos parecem estar divididos. Contudo, a data de 1 de março, parece ser a escolhida para iniciar o desconfinamento, incluindo o das escolas. Assim sendo, ainda apanhamos o combóio antes da Páscoa! Não parecendo estar muito preocupado com estes assuntos, é o deputado do Chega que no fim de semana se apresentou aos militantes no Porto, em comício, não se sabe se como líder, se como recandidato a líder ou se como demissionário ou simplesmente deputado único do partido. No entanto, numa manifestação de força, ameaçou o PSD e exigiu desde já, que quer seis ministérios do próximo governo com o PSD, caso contrário não haverá governo de direita em Portugal. E se o PS ganhar novamente? Francamente! Ao que chega a petulância de um petulante vaidoso e convencido! Ainda agora acaba de iniciar a sua viagem política e já quer dar ordens aos que por cá andam há tantos anos. A humildade é tão bonita! Mas um partido extremista não tem dessas coisas, claro. Na Assembleia da República, onde se remete a um único lugar, solitário, vai atacando tudo e todos fazendo lembrar o deputado Acácio Barreiros nos bons velhos tempos. Acabou por perder tudo e desaparecer. Mas ele até tinha a sua piada e era pacífico. Sabia conviver, o que Ventura não sabe. As ameaças e exigências que Ventura fez ao PSD e aos outros partidos, são de uma prepotência extraordinária, partindo de um partido com um só deputado. Claro que conta ter nas próximas eleições 15%, segundo diz. Até pode ser que os atinja. Vá-se lá saber! Para ele, o povo é que decide. Sabemos disso, mas também sabemos que o povo não embarca em navios furados e sabe escolher a embarcação onde quer viajar em segurança. Exigir seis ministérios como a Administração Interna e Justiça e agora a Defesa, seria entregar o leme do país a um marinheiro de água doce que nunca experimentou as tempestades e as revoltas do mar alto. Seria uma aventura demasiado arriscada que levaria o país ao abismo profundo onde nem a sua História se salvaria. Para essa aventura, não contem muito com o povo português. Já pagou bem por uma viagem idêntica e não quer outra. As aventuras são para as crianças que ainda acreditam no Pai Natal!

Vendavais Salas virtuais

Vivemos todos uma nova era, não que ela não tivesse sido anunciada já há alguns anos, mas que a realidade a fez realmente ver com os olhos da modernidade. Ao longo de toda a História o homem encarregou-se de fazer avançar a ciência ao ritmo das necessidades e, por isso mesmo, apareceram grandes invenções que fizeram avançar o mundo em quase todas as vertentes, das económicas às sociais. Contudo, a Natureza, sempre à espreita e por vezes adversa aos interesses do homem, prega-nos partidas incomensuráveis que nos obriga a inventar à pressa novas formas de combater a adversidade. Diz o povo e com razão que devagar se vai ao longe, ora o seu contrário pode ser catastrófico. Na realidade o aparecimento do Coronavírus, fosse derivado ao avanço da ciência e ao seu descuido ou a razões desconhecidas como se quer fazer crer, foi uma machadada enorme para a sociedade mundial que se reerguia de uma crise económica e social brutal. O desconhecido inimigo viral levou a ciência a correr muito à pressa para descobrir o meio de o combater, antes que fosse demasiado tarde, perante as inúmeras mortes que se estavam a verificar em todo o mundo. Em menos de um ano, foram descobertas quatro ou cinco vacinas capazes de iniciar um combate feroz ao vírus assassino. Apesar disso, os milhares de mortos não foram evitados, nem se evitam ainda em todos os países. Vemos o que se passa no Brasil, no México, na Alemanha, na Itália, na Espanha e em Portugal, por exemplo. Entretanto, as consequências foram terríveis e as medidas impostas foram extremamente necessárias, mesmo perante a contestação idiota dos apregoadores da liberdade e da democracia que não se lembram que a sua liberdade acaba onde começa a liberdade dos outros. Isto sim é democracia. O confinamento foi a medida mais imposta como indispensável ao avanço do vírus e ao travar da sua expansão. Infelizmente, muitos acharam que era um ultraje. Para o vírus, era a autoestrada para o seu progresso. As casas transformaram- -se em salas virtuais, onde as pessoas passaram a trabalhar e a conviver, sem poder fazer a vida que até então era normal. A prisão que ninguém queria! As escolas esvaziaram-se à pressa logo que o vírus se começou a espalhar, antes que as crianças e os professores fossem atingidos e os novos veiculadores do crescimento da doença. Os alunos tomaram contacto com uma nova realidade e um novo método de aprendizagem, bem diferente do habitual. O regresso à escola foi feito com alguma emoção, mas incompleto. Faltavam os cumprimentos, os abraços, a energia da empatia comum num espaço que todos queriam e querem, de alegria e sã convivência para além da aprendizagem e preparação para o futuro. Quando todos já pensavam que entrávamos numa época nova deste combate desigual, eis que uma nova vaga assola a comunidade mundial e também atinge Portugal, o tal do milagre português que, subitamente vira o pior exemplo da contenção da pandemia, tal o número de mortos e de contaminados diariamente. E apesar da relutância em admitir novas soluções drásticas, o governo vê-se obrigado a decretar novo estado de emergência e de confinamento. O não querer admitir que o fecho das escolas era uma medida necessária depois da abertura extemporânea do Natal e do Fim do Ano, vê- -se coagido a fazê-lo antes que seja demasiado tarde. A teimosia do senhor ministro da Educação e do primeiro-ministro, fez com que tardasse a indispensável tomada de decisão. De novo, as escolas fecharam abruptamente e à pressa, antes que os alunos e as escolas estivessem devidamente apetrechadas para encarar o novo confinamento. De novo em salas virtuais, os alunos vêm-se confrontados com aulas à distância onde impera o distanciamento social forçado, a incapacidade de interagir com os professores em tempo certo, a dificuldade na resolução de dúvidas e no avanço da matéria curricular proposta. Mas também os pais enfrentam o confinamento e o trabalho via internet, juntando-se assim aos filhos na mesma sala virtual a que o confinamento obriga. Seria escusado? Talvez. Que sirva de lição para a nova vaga que já se anuncia. Como costuma dizer a minha mãe, isto só acaba quando o mundo acabar! Talvez tenha razão.

Vendavais- As viragens da História

As coisas que acontecem ao longo da História e que são relatadas com algum empolgamento, são-nos, de algum modo, familiares porque são relatadas frequentemente. Episódios especialmente de cariz político, são os mais ventilados talvez porque mais apetecíveis e sujeitos a críticas. Quase todos referem mudanças abruptas em relação às linhas conceptuais até aí seguidas. Exemplos são vários. Alguns lembrar-se-ão das aulas de História, de uma rainha que começou por governar ainda menina depois de ter sido prometida em casamento, com apenas sete anos, a seu tio para que viabilizasse deste modo a governação do país. Pois ela era Maria da Glória, filha de D. Pedro, à época Imperador do Brasil e, por direito próprio, seria sucessor de seu pai D. João VI, na governação de Portugal. Pois o tio de Maria da Glória era irmão de D. Pedro, de seu nome D. Miguel, exilado pelo próprio pai, que aceitou o pacto proposto pelo irmão que tinha abdicado do trono em nome da filha que, obviamente, não poderia governar com sete anos. No governo, D. Miguel não quis saber do pacto e governou como rei absoluto e ditador, passando por cima da Carta Constitucional que o obrigava a cumprir as ideias liberais. Virou de tal forma o país que levou a que D. Pedro IV viesse do Brasil e invadisse Portugal entrando numa guerra civil em que sairia perdedor D. Miguel. Dª. Maria da Glória, com catorze anos acabou por ocupar o trono em vez do pai, iniciando um reinado atribulado e repleto de manifestações e revoltas. Antes já D. Maria I tinha sido chamada de Viradeira por alterar toda a política económica e não só que o Marquês de Pombal tinha levado a cabo. Como o detestava, era um modo de demonstrar a fraquíssima consideração que tinha por ele. O Marquês acabou na miséria. Do mesmo modo se lembrarão de ao longo da Revolução Francesa terem sucedidos episódios dignos de relevância não só pela crueldade de alguns como pelo inesperado de outros. Pois numa revolução que se sustentou na luta pela igualdade e pela liberdade, matar o rei e a rainha não só foi cruel como ficou a dever muito à liberdade e à igualdade apregoadas. No mesmo contexto, todos se lembram de Napoleão e dos seus feitos. Pois também ele protagonizou um episódio caricato, mas não único na História Universal, ao fazer um golpe revolucionário contra si próprio, o 18 do Brumário. A finalidade foi ter todo o poder nas mãos, nomear-se Imperador e conquistar um império a exemplo dos antigos romanos. A Viragem levou-o a perder e a ser expulso de França juntamente com a sua mulher Josefina, acabando por ser desterrado para a ilha de Stª. Helena onde acabou os seus dias. O destino virou-se contra ele! Mais recentemente temos o caso de Donald Trump. Numa governação repleta de sucessivos erros e falhas políticas, teimava em ser o mais lúcido, o mais apto e inteligente para governar a América e quando o poder lhe fugia debaixo dos pés, equacionou a possibilidade de uma Viragem repentina efectivando esse poder por assalto à casa da democracia americana. Saiu- -se mal. Acabou por sair pela porta das traseiras e, envergonhado, não comparecer na tomada de posse do novo Presidente para não dar o braço a torcer. Triste figura! A Viragem será feita por Biden já que ganhou e bem, onde menos os republicanos esperavam. Que tenha mais sorte. Voltemos a Portugal. No momento em que todos esperavam ultrapassar as vicissitudes ligadas à pandemia, eis que os resultados mostram uma Viragem espectacular, pela negativa, colocando-nos no ranking dos piores países do mundo. A teimosia e o bem-querer de Costa ao facilitar no Natal e no Ano Novo a circulação de pessoas, contando com a responsabilidade dos portugueses, acabou por piorar toda a situação. Agora, uma vez mais e por algumas semanas ou meses, ficaremos confinados compulsivamente na esperança de que o vírus se envergonhe e vá de férias também, como os alunos e professores. Aqui não vai haver Viragem certamente. O decréscimo esperado com esta medida não será nunca suficiente para dormirmos descansados e nem as vacinas que agora chegaram o permitem, tanto pela sua exequibilidade como pela escassez das mesmas. Aqui a viragem é outra que não a esperada. Nem as vacinas nos salvam!

Vendavais- O ano de todos os desejos

Tenho a certeza quase inabalável, de que sempre foi assim. No último dia de um qualquer ano, pedia- -se a Deus e a todos os Santos, fossem quais fossem os deuses e os santos, um rol imenso de desejos que se gostaria de ver cumpridos. E se o novo ano não pudesse ser melhor que o anterior, que não fosse pior. Os desejos solicitados e enviados aos diversos destinatários, levavam a intrínseca vontade de um cumprimento seguro, não se lembrando se no ano anterior, os pedidos formulados tinham sido cumpridos ou não. E isso não interessava. Os desejos deviam ser feitos na passagem de testemunho para um tempo novo. Claro que os tempos foram mudando assim como as mentalidades e até os desejos. Contudo, há alguns desejos que se mantiveram iguais ao longo de séculos e séculos, como se fossem irrevogáveis nos contornos do rol de solicitações formuladas. Os outros, os que poderiam mudar, variavam com a conjuntura, fosse ela climática, fosse política ou até social. No século XVII, por exemplo, um século de crise tremenda em que uma das causas foi precisamente a quantidade de maus anos agrícolas, de má colheita e muita fome que levou a uma elevadíssima taxa de mortalidade, seria justo e desejável que os desejos para um ano novo, fossem de melhores colheitas, menos fome e de paz. Paz, porque as guerras, entretém das sociedades violentas, é um item interminável desde então, como se fosse um jogo moderno em que os participantes se sentam em frente a uma televisão e se agridem uns aos outros com o objetivo primário de aniquilação de um deles. Na prática, o mesmo objetivo de há muitos séculos. Os que perdiam desejavam paz! Por outro lado, os que estavam sujeitos aos desejos de um tirano, desejavam que ele desparecesse para sempre para que a vida se tornasse mais leve e agradável. Estes pediam governantes mais sensíveis e amigos do povo. Assim, ao longo dos tempos, os que passavam fome pediam fartura e os que passavam por guerras pediam paz. Os doentes pediam uma morte santa. Já sem esperança, porque a medicina ainda não tinha evoluído e as simples panaceias não evitavam a morte, restava-lhes morrer quando Deus quisesse reduzindo o sofrimento diário e terminal. Hoje, os desejos são diferentes, mas há os que se mantêm iguais. Tão iguais como há séculos. De pé, com as doze passas na mão à espera das doze badaladas da despedida, como se se tratasse de epitáfio, já todos têm memorizados os desejos e logo os descarregam, num ápice, antes da última badalada e do estourar do Champanhe. Brinda-se ao ano novo, claro, na esperança de mais saúde, mais amor, mais alegria e mais paz entre os homens. Este ano, talvez como há séculos, muito mais saúde, mais paz e muita esperança em que o vírus desapareça de vez da vida dos homens e que a vacina agora chegada, sirva os seus propósitos antes que seja demasiado tarde. Mas os desejos de arredar os governos tiranos e desconcertantes, ainda se mantêm, como é o caso do da América em que parece terem sido ouvidos os desejos do ano passado. Finalmente livraram-se, a custo, do prepotente governante. Outros não tiveram essa sorte! Começado o Ano Novo, todos desejámos uma vida nova, os mesmos desejos de sempre e, com ódio nas gargantas entupidas pelo clamor da revolta da incapacidade e pelos gritos de revolta, pedimos que o Covid19 não se transformasse em Covid21. Desejamos as mesmas coisas e com os mesmos objectivos de séculos, mas com as variações conjunturais que lhes somam, quase sempre, as premissas que menos desejamos ter de enfrentar. Desejamos mais proximidade, mais abraços, mais beijos e mais família. Este ano é assim um ano onde todos os desejos se juntam numa confraternização redobrada para que, essa força, torne possível a sua concretização. E, se Deus e os Santos, os nossos e os dos outros, estiverem atentos e forem amigos, certamente nos darão o conforto da sua bênção para este Ano Novo.

Vendavais- Do Natal ao fim do ano

Já quase nas despedidas ainda há tempo para mais um renascer. Sim, porque o Natal é o nascimento do Salvador da Humanidade. No tempo em que o Natal era vivido com muito medo de perseguições e onde as famílias se refugiavam em grutas e cavernas subterrâneas, longe dos olhares e suspeições alheias, a intensidade não era menos forte, nas fracas condições que tinham ao seu dispor. Mas era a festa da família e não queriam intrusos. Cada uma reunia-se à volta do mesmo sentimento de união e na esperança de melhores dias futuros. Vai longe esse tempo. Mas não nos podemos iludir com a distância que tempo interpõe porque hoje o sentimento que preside à reunião familiar é o mesmo de outrora. A única diferença reside no intruso que teima em se manifestar no seio familiar e obriga ao mesmo medo, ao mesmo confinamento e ao distanciamento de outros que desconhecemos serem ou não, guardiões do intruso. Os desejos que todos proferimos com um sorriso e a alegria que nos identifica, não são os mesmos de todos os dias do ano, porque apesar de dizermos que Natal é quando o homem quiser, a verdade é que nem sempre o homem quer. Daí a diferença do nosso comportamento. Este é mais sincero, talvez, mais pessoal e amigo, mais próximo, mais direto e afável. Precisamos de o transmitir, de o gritar para a outra margem, para o outro lado da estrada, para a outra janela, para o vizinho que passa, para nós mesmos. Precisamos de acordar. Este Natal é diferente. Todos o dizem e não demais repeti-lo. É efetivamente diferente, Diferente pelo distanciamento social, pela separação da família, pela falta de união, pela falta dos abraços dos filhos e dos netos, que sentados à mesa, esperando os presentes da meia-noite, nem sequer adormeciam, acreditando que o Pai Natal haveria de descer pela chaminé com o saco das prendas às costas. Essa azáfama insubstituível, nada a faz esquecer, mas ela quase desapareceu neste Natal. Os pais celebraram sozinhos a noite de consoada, sem filhos e sem netos por perto, acompanhados simplesmente pelo sentimento de uma solidão desmerecida, de um quase abandono que o distanciamento e o intruso impuseram no seio das famílias, impedindo a comunhão habitual e salutar que, pelo menos uma vez no ano, existia para muitas delas. Longe de tudo e de todos, os avós e os pais que nas aldeias do interior ansiavam o Natal para comungar da união a que sempre presidiam na companhia dos que vinham da distância para lhes fazer companhia e dar aconchego, hoje viram-se perdidos nesse mesmo tempo, sem referências que lhes permitam manter a esperança de um novo Natal. Mas a culpa não é do tempo nem da distância. Até ao final do ano, muita água vai correr debaixo das pontes, mas o medo a par de uma esperança inesperada, vão manter-se juntos, tendo de permeio sempre o mesmo intruso. É um combate justo, mas de fim incerto. Oxalá a vitória venha a estar do lado do medo, pois seria sinal que o intruso teria soçobrado. Mas não vai ser fácil. Vamos pois continuar a viagem até ao fim de 2020, sempre com a esperança de que possamos desejar que o próximo ano nos traga mais proximidade, menos distanciamento, menos receio, mais alegria e um Natal mais igual a tantos outros em que as crianças acreditavam mesmo no Pai Natal e os avós abraçavam os netos cheios de saudades que a distância impunha, mas que o Natal e o amor eliminavam. Este ano que agora se prepara para terminar e despir a roupa já velha e mal cheirosa do bafio do confinamento, que não se repita, que não tolde a memória dos que cá ficam e esperam um tempo de alegria, de contentamento, de esperança e onde as tradições voltem a ser o que sempre foram. Que venha o próximo, vestido de novo, colorido e vistoso, ufano da sua glória e envolto no glamour das estrelas sem medos e desconfianças. Vamos esquecer 2020, este Natal atípico e desconforme, vamos verter a última lágrima que não pudermos evitar para chorar os que o intruso nos levou e vamos desejar um Novo Ano cheio de coisas boas, com saúde, paz e alegria. Assim seja.

Famílias desfeitas

Nunca se imaginou tal coisa. Durante séculos, arreigou- -se no mundo inteiro, o hábito de juntar a família para celebrar o nascimento do Menino. Em época em que a taxa de natalidade era muito problemática e fazia pender negativamente o crescimento demográfico, fazer inverter tal tendência era um objectivo primordial para todos e nem se questionava se seria possível criar os filhos perante as adversidades económicas que se viviam em toda a Europa e mesmo no resto do mundo. Épocas houve em que juntar a família era quase impossível, porque as epidemias e as guerras contribuíam para a separação ainda que forçada. Mas não era proibitivo. Tempos difíceis esses, em que as famílias se viam constrangidas a uma observância mais ou menos rigorosa, para evitar o contágio de epidemias como a peste que grassou na Europa no século XIV. E somente as famílias que ficaram desfeitas devido à peste e tiveram de fugir para outras paragens, perderam o lugar e o sentido de celebrar o Natal. Foi triste esse tempo de privações e de mortandade. Mas se não esquecemos esse tempo, porque a História e as gerações se encarregaram de o transmitir, como se de uma aprendizagem se tratasse, a verdade é que não conseguimos debelar tal fenómeno, idêntico como tantos outros, e precaver a necessidade de uma celebração conjunta da família do nascimento de Jesus. Não porque a culpa seja de alguém em especial, mas porque todos em conjunto, nos esquecemos de que para podermos estar juntos, deveríamos estar separados durante algum tempo. Sem atropelos, sem desrespeito pelo próximo, sem falsas sabedorias e sem ultrapassar os limites da própria lei. Se todos querem festa, então saibamos esperar pelo tempo certo. Se todos querem Natal, saibamos preparar o tempo de Natal. E não adianta dizer que o Natal é quando um homem quiser, pois com estes atropelos todos que se têm verificado, não há tempo nem haverá Natal para muitos elementos das famílias que esperavam juntar-se neste Natal. Completamente desfeitas, as famílias já não têm vontade de celebrar seja o que for, muito menos o nascimento, perante a morte que estão a sentir. A verdade é que estamos todos fartos de ouvir os mesmos noticiários e as mesmas notícias todos os dias sempre acompanhadas de mais mortes e de uma expansão da pandemia, que nos assusta cada vez mais. Desconfiamos de todos, mesmo dos amigos. Desconfiamos dos que se atravessam à nossa frente e fugimos dos que, em multidão, enchem os lugares públicos sem respeito pelos que querem usufruir do tal distanciamento social e fazer a sua vida diária, numa simples fugida a supermercado, porque o pão é necessário à mesa de todos nós. Mas não vivemos todos assim tão assustados e com medo de encontrar o vírus ao virar da esquina. Se assim fosse, talvez este não ganhasse o transporte grátis para o próximo porto de abrigo onde é fácil apanhar mais um táxi para a rua do lado. Parece um jogo. Mas não é. Perante os números que nos apresentam e que assolam todos os países, alguns são verdadeiramente arrepiantes, quase inverosímeis. Em vinte e quatro horas, os contágios são aos milhares e os óbitos de igual dimensão. Rezamos todos pela chegada de uma vacina milagrosa que impeça a proliferação contínua deste vírus assassino. Mas e até lá? A esperança é a última a morrer, como se costuma dizer. E ela reside no facto de antes do final do ano chegar também ao nosso país e começar a ser administrada em grupos seleccionados e de risco maior. É bom que assim seja, mas certamente não virá a tempo de celebrar connosco este Natal, onde muitas famílias, já destruídas, embora ansiando pela vacina, já nada mais querem do que ver-se livres de uma mortandade que lhes levou os entes mais queridos com quem esperavam celebrar o nascimento de Jesus. Mas haverá mais Natais, claro, mas os que partiram e já não celebraram este Natal, também não vão celebrar mais nenhum. Deixam, contudo, a falta, o sentimento, o lugar vazio na mesa da família, que não esteve reunida e que chorou, não o nascimento, mas a partida de mais um elemento que não voltarão a ver nos próximos Natais. Que venha rápido a vacina e que nos deixe viver outros natais, já que este o vírus conseguiu desfazê-lo completamente.

Vendavais- A irreverência do perdedor

Proscritos sem culpa formada, somos prisioneiros em cela própria e apenas temos por companhia a família mais próxima, fruto das contingentações que a todos abalam. Enfim. Seja como for, a situação permite-nos ter mais tempo para olharmos o mundo com outros olhos e informarmo-nos sobre o que nos parece mais premente. A verdade é que nem sempre isto acontece pois o que vem sempre em primeiro lugar, em todas as equações, é a pandemia e as eleições americanas. Penso que qualquer um destes assuntos nos assusta sobremaneira, até porque estão ligados e dependentes. Depois das mais renhidas eleições jamais vividas nos Estados Unidos da América, eis que Trump não admitiu a derrota e até ameaçou recorrer às mais altas instâncias dos tribunais americanos para julgar as supostas fraudes que ele nunca viu, mas imaginou e até acreditou, quiçá, terem existido. Dias e dias passaram sem que se dignasse sequer a aparecer em público. A sua irreverência faz lembrar a dos meninos que ao perderem um jogo, não admitem e querem jogar novamente para ver se conseguem ganhar, vingando assim a derrota anterior. Pois é, mas isto não é um jogo e foi preciso alguns resultados mais convincentes entrarem na cabeça de Trump para que, à sua maneira, aparecesse em público para falar do … Covid 19. E para quê? Para lembrar que foi a sua administração que fez a vacina e vai distribui-la. No meio do discurso, lá foi referindo que na sua administração ou outra qualquer a vacina chegará a toda a gente para acabar de vez com a pandemia. Era uma espécie de admissão de derrota bem camuflada. Já é qualquer coisa. Contra factos não há argumentos. Mas enfim! Num país onde o número de óbitos ultrapassa os 200 mil, não há lugar para brincar aos políticos e muito menos às eleições, já que a vida humana está acima de tudo isso. Ora se bem nos lembramos, Trump andou a brincar com o vírus mesmo depois de ser apanhado por ele, se é que foi, pois nestas coisas, há que duvidar vindo de quem vem. Neste momento em que o mundo vive aterrorizado pelo aumento do número de infetados e de óbitos, desespera- -se por uma vacina milagrosa que traga esperança e sossego à população mundial. Trump e a Pfizer acenam com uma que terá, garantem, 90% de eficácia. É o modo mais airoso que o presidente americano tem de sair da sua administração, se for o caso. Mas, como sabemos não foi a Pfizer que descobriu a vacina, mas sim um casal turco sediado na Alemanha e que mantém interesses com a Pfizer que é a grande distribuidora mundial de produtos farmacêuticos. São negócios, claro. Para não ficar para trás nesta corrida, o presidente Putin vem informar que também tem uma vacina e que o seu grau de eficácia é de 92%. E agora? Pode ser que esta concorrência seja saudável, mas como envolve dinheiro, muito dinheiro, a saúde fica sempre para segundo lugar e todos desconfiamos. Entretanto, o vírus vai matando cada vez mais e pouco há a fazer para evitar que isso aconteça, a não ser… ficar em casa. Mas a economia não se compadece com estas soluções caseiras e a crise espalha-se quase tão depressa como o próprio vírus. De estranhar é a atuação de alguns grupos completamente irreverentes e contrário ao que seria normal nestas situações, virem a terreiro manifestar-se contra o uso de máscaras e contra o confinamento. Em Portugal, a exemplo do que se passa no Reino Unido e na Espanha, por exemplo, lá apareceram, de igual modo, já que gostamos de imitar os outros, umas dezenas de iluminados a reclamarem contra o uso das defesas mais normais que são divulgadas para evitar o espalhar do vírus. É estranho, muito estranho, tão mais estranho quando vemos nesse grupo, médicos e enfermeiros a defenderem o contrasenso. Será que alguém lhes pagou para se manifestarem? Não se concebe de outra forma. Conseguem ser mais irreverentes que o próprio Trump e que os meninos que perderam o jogo do “quantos são?”. Ainda que só para Março ou Abril, que venha depressa a vacina antes que não restem irreverentes para lutar contra os irreverentes de agora.

Horário de ponta

Está na hora. Diz-se frequentemente esta frase seja a que propósito for, mas sempre com a ideia de que o tempo marca o momento para se decidir alguma coisa. Pois é tempo de muitas decisões. Há muito que eu disse que seríamos atingidos por uma vaga ainda maior deste exército invisível que nos vai matando aos poucos sem pedir qualquer permissão. A cobardia que serve de manto a este soldado da desgraça, não tem servido de alerta aos que o esperam atentamente na esperança de o apanharem desprevenido. Não. Esqueçam, que ele não se mostra. Os resultados que nos últimos dias têm vindo a lume, são assustadores, mas nem por isso fazem travar a sua investida e o seu avanço. Há uma desorganização tremenda neste exército de combate onde não parece haver nem chefe nem comando. A hora atual é aflitiva. O momento é difícil e aterrador. Mas como bons portugueses, sempre pensamos que tudo vai passar desde que não nos atinja a nós. Só nos preocupamos quando nos batem à porta. E se ao abrir a porta, entra um vendaval, qual tsunami, então ficamos verdadeiramente assustados e rezamos a todos os santos para que tudo acabe em bem. Mas não. Já morreram mais de cinquenta pessoas só num dia e nada nos diz que vai diminuir. Na Europa o caso não é melhor, antes pelo contrário. Vemos uma França de joelhos e sem rumo certo, vemos uma Espanha sem tino e a querer ser mais irresponsável que o próprio vírus e um Reino Unido completamente à deriva, sem saber se há de confinar ou não ou, ainda pior se vai mandar toda a gente para casa durante umas largas semanas. Está na hora de tomar decisões. Até aqui criticávamos Bolsonaro e Trump pelo irrisório das afirmações produzidas a respeito do vírus e da leviandade com que encaravam a situação. Hoje, apesar de continuarmos a criticá-los, também nós somos criticados, não pela leviandade, mas pela falta de rumo, de assertividade no combate sério a este assassino. A culpa é da economia! Claro. Depois do que se passou aquando da primeira vaga, ninguém quer perder mais dinheiro, nem aumentar o desemprego e estagnar a economia. Seria péssimo. Muito mau. Mas há que fazer alguma coisa. Não fazer nada ou muito pouco é ainda pior. A verdade é que estamos na hora de ponta. Estamos no equador desta bola de neve e temos que a derreter o mais depressa possível, doa a quem doer. Não é suficiente lamentar-nos. Temos de agir. O governo, em Portugal, parece querer levar as coisas com paninhos quentes e ver se passa a doença. É certo que não fácil tomar decisões que impliquem grandes prejuízos para a economia nacional e para os portugueses em geral. Mas alguma coisa terá de ser feita. As escolas vivem momentos críticos. Algumas turmas já estão confinadas. Há alunos em casa em isolamento profilático. Perdem as suas aulas e os seus colegas têm medo do seu regresso. Os professores, apanhados neste vendaval, acabam por ser contagiados e vão para casa em confinamento forçado, isolando-se o mais possível, da família e dos amigos. Aos poucos, todos se vão confinando. Todos se vão isolando. Todos têm receio. Ninguém anda na rua desarmado. Todos trazem a sua arma, mas nem ela é suficiente para se defenderem dos ataques alheios. O inimigo é invisível. É desesperante lutar contra o que se não vê. Por tudo isto e muito mais, é tempo de todos assumirmos a responsabilidade neste combate, de todos fazermos parte deste exército que se quer mais organizado e combativo. O pedido do governo e do Presidente da República é só e apenas mais do muito que já sabemos. Aceitar as exigências que nos são impostas, é o mínimo que podemos fazer para ajudar neste combate severo, cujo objectivo é libertar-nos desta prisão terrível que nos mantém aprisionados e longe de quem amamos. Não há visitas. Não há abraços. Não há beijos. Há somente desejos contidos. É hora de ponta. Há demasiado tráfico, mas temos de respeitar os sinais de trânsito. É hora de baixar os números do desespero.

Vendavais- Sem ilusões

Diria um amigo meu que ainda bem que há ilusões, pois se as não houvesse ficaríamos mais depressa desconsolados, seja lá o que isso possa significar. Sim, já que há vários tipos de desconsolos. Não sei se o facto de podermos ter ilusões seja na realidade um facto positivo, já que quando elas se não concretizam ficamos sem o apoio moral que nos sustentava. Por isso ter ilusões será um direito que podemos reclamar e usufruir, pelo menos por algum tempo e sem custos adicionais, a não ser o da desilusão a posteriori. A este respeito, parece que a grande maioria de nós, tem enorme esperança em que se descubra uma vacina rapidamente para combater este vírus mortal que nos está a deixar completamente desatinados. Claro que a nossa pressa é tanta que nos esquecemos que é preciso tempo para descobrir essa tal vacina e tempo para a testar. E não se pense que isto de faz em três penadas, como diz o povo. Não. As vacinas que se usam hoje e que são minimamente eficazes para outras mazelas deste género, levaram muito tempo a descobrir e a serem experimentadas até se ter a certeza de que eram válidas e não causavam sequelas maléficas. Há ainda clínicos de todo o mundo que desaconselham a vacinação de qualquer marca para este vírus, enquanto não passarem alguns anos de testes. A verdade é que as vacinas que já andam a ser faladas como se fossem a panaceia certa para combater o Covid19 e estão a ser aplicadas e das quais já se fabricaram milhões de unidades, não são aconselhadas pelos virologistas mais credenciados do mundo e eles lá saberão porquê. Perante estas notícias, será que algum de nós perdeu a esperança ou deixou de ter ilusões sobre a necessidade de ter uma vacina o mais rapidamente possível? Penso que não. E estou certo que ela chegará. Mas será já esta? Ou estas? Afinal quantas são? Qual delas será a que produz os efeitos desejados? Para onde é que elas são dirigidas no nosso corpo? Esse é a questão principal e que teremos o direito de saber. Onde é que a vacina vai agir? Qual o propósito? Diz um médico norte-americano conceituado, que as chamadas vacinas de mRNA de última geração intervêm diretamente no material genético do paciente e, portanto, alteram o material genético individual, que representa a manipulação genética, algo que já foi proibido e até agora considerado criminoso. Essa intervenção pode ser comparada à de alimentos geneticamente manipulados. Embora a comunicação social e os políticos atualmente banalizem o problema e até mesmo clamem estupidamente por um novo tipo de vacina para voltar à normalidade, essa vacinação é problemática em termos de saúde, moral e ética, e também em termos de danos genéticos que, ao contrário dos danos causados pelas vacinas anteriores, serão irreversíveis e irreparáveis. A verdade é que temos de ter a certeza de que ela funciona e sem máculas adicionais. Segundo o mesmo especialista, após uma vacina de mRNA sem precedentes, não poderemos mais tratar os sintomas da vacina de forma complementar. Teremos que conviver com as consequências, porque não podemos ser curados simplesmente removendo toxinas do corpo humano, assim como não se pode curar uma pessoa com um defeito genético como síndrome de Down, síndrome de Klinefelter, síndrome de Turner, paragem cardíaca genética, hemofilia, fibrose cística, síndrome de Rett, etc.), porque o defeito genético é para sempre! O que pensar? O melhor é mesmo não ter ilusões, pelo menos para já, pois a vacina que se apregoa pode não ser a que todos estamos à espera. A vontade é imensa, a esperança também, mas que não matem as ilusões antes que o vírus nos atinja e nos mate da mesma forma. A ser verdadeiro o que refere este médico americano, a aplicação desta vacina com estes objectivos e desta forma, é um crime contra a humanidade. Não tenhamos ilusões, mas um dia ela chegará. A esperança é a última a morrer.