Solidão atinge idosos

A iniciativa, segundo a coordenadora do projecto, Augusta Mata, visa “recolher dados da população que irão ser, posteriormente, estudados de forma a agir melhor segundo os problemas diagnosticados”.
Os idosos foram os que mais recorreram aos serviços de enfermagem, Facto que é justificado por uma profissional do Centro de Saúde de Bragança (CSB) pelo desejo de convívio e porque os jovens pensam sempre que as doenças e problemas só acontecem aos outros. “É necessário sensibilizar toda a gente para o diagnóstico precoce, de modo a podermos agir atempadamente” defende a enfermeira. Na óptica da profissional, “é imprescindível incutir a consulta de vigilância, pois os cuidados de saúde primários são indispensáveis e é preciso evitar a lógica do remediar”.
As taxas de colesterol, glicemia, peso, obesidade e tensão arterial, entre outras, foram avaliadas pelos estudantes. Este ano foi introduzida uma nova escala, a da solidão, um problema que se verifica bastante na população mais idosa.

“Centro de Saúde e não de doença”

Estas iniciativas são essenciais para o diagnóstico e tratamento de doenças e problemas oportunamente. Segundo uma outra profissional do CSB, “a população deveria ser estimulada a cultivar a prevenção”. Se assim fosse, poder-se-iam evitar muitas doenças e não se recorreria às instituições hospitalares apenas quando já existem sintomas. “É Centro de Saúde e não centro de doença, por isso, devemos evitar os problemas e não apenas remediá-los”, refere a enfermeira.
Os resultados do trabalho de campo, segundo a responsável de um dos grupos de alunos, “só deverão ser conhecidos em Fevereiro”. Mas, ao fim do dia já era possível ter uma pequena ideia das doenças que mais afectam os mais velhos. A obesidade e hiper tensão, provocadas pelos maus hábitos alimentares e, o estilo sedentário de vida figuram nos lugares cimeiros da lista, mas constatou-se que a solidão é, de facto, o problema que mais atinge os idosos.