Ter, 29/11/2005 - 15:23
Para além dos animais mortos, entre os quais catorze ovelhas “cheias”, muitos outros foram mordidos por este animal selvagem, encontrando-se em estado grave.
Segundo o proprietário dos animais, Hermínio Gonçalves, das 220 cabeças que faziam parte do rebanho não sabe quantas irão sobreviver. “Eram as melhores crias”, suspira o pastor.
Na óptica de Hermínio Gonçalves, o facto das ovelhas estarem prestes a parir e serem as mais pesadas tornou-as mais débeis às garras do predador.
O prejuízo deste ataque feroz ronda os milhares de euros, uma vez que, segundo o proprietário, “uma ovelha nessas condições vale cerca de 250 euros”.
Após ter encontrado os animais mortos, Hermínio Gonçalves deu conhecimento do caso aos serviços agrícolas e à GNR local. Nesse mesmo dia, os responsáveis do Parque Natural de Montesinho visitaram a exploração onde a tragédia aconteceu e recolheram amostras dos animais vitimados.
Medo regressa
Segundo Hermínio Gonçalves, o PNM é a entidade responsável pelo reaparecimento do lobo nas terras transmontanas. “Reintroduziram este animal selvagem nesta zona, sem prevenirem os criadores de gado. Há mais de vinte anos que não via um lobo, pelo que andava tranquilo”, acrescentou.
Os lobos atacaram as ovelhas numa corriça localizada à entrada da povoação, situada nas traseiras da casa do proprietário do rebanho, a menos de cem metros do centro da povoação.
O facto dos animais terem chegado tão perto da povoação reanima velhas histórias e preocupações na população.
De acordo com a opinião dos técnicos que estiveram no local, o acidente deve ter sido provocado por mais que um animal feroz, dado que uma das ovelhas foi parcialmente comida no local.
Depois do sucedido, o criador foi aconselhado a “recolher as ovelhas mais cedo” e a “não se afastar muito no monte”.