Lar da Santa Casa de Bragança retoma visitas

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Qua, 27/05/2020 - 19:19


A emoção marcou o regresso das visitas aos utentes dos lares da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, esta segunda-feira.

Isabel Lopes não via o pai há cerca de 3 meses. “Falava quase semanalmente com ele por videochamada, mas tem alguns problemas de audição e não era muito fácil a comunicação. Por isso, este foi um grande dia”, contou. O reencontro “foi diferente”. “Gostava era de poder abraçá-lo, mas será possível em breve”, frisou. Raul Lopes mostrou-se naturalmente contente por rever a filha presencialmente. “Já se sabe, a gente tem sempre saudades, mais nestes casos, porque já há bastante tempo que não estava com ela assim tão perto. Saudades há sempre, a mim muitas vezes soltam-se-me as lágrimas”, afirmou. O contacto mantido através do telemóvel, “não é a mesma coisa, era um remedeio, mas assim é outra coisa”. Celeste Martins visitou também, esta segunda-feira, a mãe, de 88 anos, várias semanas depois. No reencontro mataram-se saudades de uma maneira diferente. “Falávamos todos os dias, pelo telefone e às vezes fazíamos videochamadas. Agora é diferente, mas custa muito, não nos podemos chegar e não se ouve bem”, afirma. As visitas são realizadas no espaço do bar, onde foram colocadas quatro boxes, separadas e em cada mesa há uma divisória em acrílico, o uso de máscara é obrigatório para visitantes e utentes. São feitas 16 visitas por dia, com marcação, para encurtar as distâncias. “Muitos dos utentes não percebiam porque estavam confinados e não podiam ir para a rua, nem receber os amigos e as famílias. Notávamos que existiam alguns sentimentos que levavam a que os utentes não estivessem felizes”, afirmou o provedor, Eleutério Alves, que garante que as cautelas se vão manter e as exigências vão aumentar com as pessoas externas. 

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro