Gorazes dinamizam economia local ao longo de seis dias

A feira ancestral da época das colheitas inclui este ano 120 expositores, mais do que o ano passado, e a maioria não vem pela primeira vez. É o caso de Ana maria Henriques que viajou de Viseu para participar na Feira dos Gorazes. “Tenho artesanato em cortiça e botas. Já há quatro anos que vimos cá, volto porque corre bem”, diz e assegura que já vendeu artigos a pessoas que vêm de fora, “da zona do Porto e também a pessoas de Coimbra”. Assunção Lopes, de Amarante, também já é repetente na participação e afirma que já fez “boas vendas e boas encomendas” dos vários bordados que faz à mão e que as pessoas ainda procuram. “Os mais jovens já não apreciam tanto, mas há pessoas a comprar”, assegura. Já faz a feira há 15 anos e apesar de dizer “que são muitos dias” acredita que compensam. Jacinto Teixeira, de Guimarães, diz que “procura trazer produto de qualidade a um preço acessível, as pessoas que compram nos outros anos ficam satisfeitas e vêm-nos procurar”, afirma. Os produtores do concelho também compõem grande parte do espaço expositivo. Maria Elisa Pinto traz vários produtos agrícolas como “uvas, pão caseiro, bolas de azeite, ameixas secas, casulas” que garante as pessoas “apreciam muito, por serem caseiros e feitos de forma tradicional”. Os enchidos produzidos na cozinha regional por Anabela Branco também já são conhecidos. “Acabo por ter os meus clientes certos, as pessoas já sabem que o produto é bom e vêm sempre”, refere. O presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Mogadouro, Carlos Paulo, mostrou-se satisfeito com a afluência. “Estes dias estão a correr bastante bem, tivemos uma afluência bastante grande da parte do público, acima das nossas expectativas”, sublinhou. “Os expositores têm-me dito que têm feito bastantes contactos, como no caso dos vendedores de máquinas agrícolas, a maior parte quer fazer os contactos para futuros negócios, a parte de restauração também está a correr bastante bem”, adiantou. A feira dos Gorazes promove ao longo de seis dias produtos regionais, artesanato, máquinas agrícolas e outros artigos, num evento que põe também em destaque as raças autóctones do concelho. A componente gastronómica é outro dos fortes atractivos seja para degustar a posta mirandesa ou a tradicional marrã. Este ano, pela primeira vez o programa incluiu uma caminhada, com 50 participantes. Entre as actividades, destaque ainda para o concurso de cão de gado transmontano e a montaria ao javali contou com cerca de 170 participantes.