Domus Municipalis de Bragança e Concatedral de Miranda do Douro geridas por museus

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Ter, 22/10/2019 - 12:22


A Domus Municipalis de Bragança e a Concatedral de Miranda do Douro passaram para a gestão dos museus do Estado, instalados em cada uma das cidades.

O monumento Domus Municipalis passa a ser gerido pelo Museu do Abade de Baçal e a Concatedral pelo Museu da Terra de Miranda. “Entendemos que seria o momento de formalizar esta situação, sendo que a portaria afecta directamente estes monumentos à gestão destes dirigentes, o que lhes legitima a acção no território”, disse o director Regional de Cultura do Norte, António Ponte, que explicou que “de um ponto de vista informal” já era a dirigente do Museu da Terra de Miranda que fazia a coordenação da Concatedral de Miranda e o dirigente do Museu do Abade de Baçal coordenava a Domus Municipalis. A alteração aconteceu com o novo regime jurídico de autonomia de gestão dos museus, monumentos e palácios. Os directores dos museus passam assim a ser os responsáveis pela preservação destes monumentos, que já estavam sob a alçada da Direcção Regional de Cultura do Norte. “O conjunto de monumentos que são do Estado, estão com uso e utilização afecto à igreja, mas a gestão do património, da vigilância, das visitas e da salvaguarda, está afecto ao Estado e é coordenado por estas pessoas”, acrescentou ainda. O novo regime jurídico de museus, monumentos e palácios, veio dar às direcções maior autonomia de gestão, nomeadamente para decidir quanto a actividades e programação dos espaços. A Domus Municipalis é um raro exemplar da arquitectura românica civil e foi classificada como Monumento Nacional em 1910. O edifício teve a dupla função de cisterna e sede das reuniões municipais. A Concatedral de Miranda do Douro foi construída no século XVI. O templo maneirista manteve o estatuto de sé episcopal até 1780 e está desde 1910 classificada como Monumento Nacional.

Retomadas as obras no antigo Paço Episcopal de Miranda

Depois de nova paragem, foram entretanto retomadas, nos últimos dias, as obras de construção do Centro de Acolhimento aos Visitantes do conjunto da antiga Sé e do Paço Episcopal de Miranda do Douro. A empreitada, no valor de 370 mil euros, teve início em Setembro de 2017, mas ainda não foi concluída. O director regional de Cultura do Norte, António Ponte, aponta a complexidade da obra “do ponto de vista estrutural” para justificar a demora de algumas das fases do projecto, visto que se trata de uma “fusão entre o património que existe e uma construção contemporânea”. Assim as soluções técnicas fazem com que “alguns passos subsequentes só possam ser feitos depois de a estrutura estar construída”, explicou, dando o exemplo do que acontece com a caixilharia, que “só podia ser medida e construída depois de estar terminada a obra de betão, devido a uma nova tecnologia de caixilharia que vai ser aplicada”. António Ponte adiantou ainda que esta obra de caixilharia “está encomendada e a ser produzida” e que a empreitada foi entretanto retomada, nomeadamente no que diz respeito a infraestruturas eléctricas e de água. Trata-se de um novo contratempo na construção desta nova estrutura, depois de em 2018 as obras já terem estado paradas, por motivo de insolvência da empresa de construção civil, tendo sido depois retomadas por outra construtora. António Ponte prefere, para já, “não adiantar previsões para a conclusão”, porque esta obra “já derrapou longamente no tempo”. Ainda assim, sempre vai dizendo que “certamente não ficará concluída antes do fim do ano” nem durante o primeiro trimestre o próximo ano. “Para mim o mais importante é que a obra caminhe sem mais paragens”, concluiu. A empreitada desta nova estrutura de acolhimento e exposição da antiga Sé de Miranda contempla a recuperação e remodelação das ruínas do antigo Paço Episcopal.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro