Descentralização e continuidade do sector agrícola são preocupações de Rui Rio para o interior

PUB.

Ter, 01/10/2019 - 12:52


O líder do Partido Social Democrata, Rui Rio, passou por Bragança, no sábado.

Num passeio pelas ruas cumprimentou comerciantes e ouviu as opiniões da população. Concluída a arruada, seguiu para Mirandela onde almoçou com empresários do sector agrícola do distrito de Bragança e aproveitou para expor a sua preocupação em relação à continuidade do sector primário. “Um ponto que me abalou foi quando o Arlindo Cunha me disse que a média de idades dos agricultores portugueses é de 65 anos, fiquei absolutamente estarrecido”, começou por dizer Rui Rio, esclarecendo que isso significa que “a média de idades é de 65 anos e só há 4% abaixo dos 40 anos”. O líder do PSD defende que é necessária uma “estratégia” para “atrair gente jovem para a agricultura” e, desta forma, colmatar o problema. “Portugal tem que ter uma estratégia muito forte porque é o futuro do sector primário que está em causa. Se não há mão-de-obra, se não há pessoas, não é possível e, portanto, com esta média de idades não é possível. Isto tem que ser um objectivo nacional muito, muito relevante”, acrescentou. 

A descentralização ligada ao interior

Rui Rio disse ainda aos agricultores que é necessário haver “uniformidade do território”, uma vez que a concentração populacional no litoral se trata de uma “estratégia de subdesenvolvimento” e que é preciso “inverter”, não só porque as pessoas estão a deixar o interior para viver e trabalhar em Lisboa e Porto, mas também porque “tudo” está “concentrado no mesmo sítio” e, por consequência, é afectada “a qualidade de vida”. As condições de vida da população são outra das preocupações do candidato, que referiu que, se por um lado, a qualidade de vida da população que reside no interior “não é boa” por “falta de oportunidade”, no litoral, a concentração em demasia também contribui para “uma má qualidade de vida”. O líder do PSD afirmou que “uma estratégia consistente para a desconcentração e para a descentralização é absolutamente vital para a qualidade de vida de todos”, acabando também porconfessar, que se trata de um processo “muito difícil de inverter”. “Se aqui (interior) houver investimento e oportunidades de emprego, aqueles que estão nos grandes centros urbanos com uma qualidade de vida fraca, recorrem ao sítio onde se pode viver com mais tranquilidade”, concluiu.

A favor ou contra a regionalização

Quando questionado sobre a sua posição face à regionalização, afirmou que depende do modelo que for sugerido. “Estarei disponível para votar a favor da regionalização desde que o modelo garanta determinados pressupostos, como uma redução da despesa pública e jamais um aumento da despesa pública. Portanto, esse é logo o primeiro parâmetro que tem que se cumprido.”

Jornalista: 
Ângela Pais