Ter, 11/02/2020 - 10:07
Segundo dados avançados por Luís Fernandes, presidente da câmara de Vinhais, o certame teria atraído perto de cem mil pessoas. “O balanço só pode ser muito positivo tendo em atenção as vendas e a afluência de gente”, reiterou o autarca, avançando que tem a “certeza” que “foi dos anos que a feira teve mais gente”. A feira, criada em 1981, materializou a aposta nos enchidos do concelho. É considerada a maior festa vinhaense e contou, nesta edição, com mais de 450 expositores, entre eles cerca de 70 produtores de fumeiro de raça bísara, o ex-libris vinhaense. Regina Fernandes, de Romariz, no concelho de Vinhais, arrecadou o primeiro prémio no concurso para eleger o melhor salpicão, assegurou que se vende “muito”. Deolinda Rodrigues, de Prada, também em Vinhais, participa desde a primeira edição e, como produtora, não tem dúvidas que “é o fumeiro que dá nome ao concelho”, assegurando que “o certame cresceu muito”. De Cabeça de Igreja veio Idalina Afonso, que se lembra da época em que só levavam o fumeiro de dois ou três porcos: para quem “isto cresceu muito” e “há cada vez mais gente”. A autarquia de Vinhais investe mais de 250 mil euros na feira mas o retorno compensa porque “é enorme”, nas palavras de Luís Fernandes, que considera que é nestas alturas que se percebe que faziam falta mais infraestruturas para alojar as pessoas, que, por estes dias, “esgotaram” os espaços hoteleiros vinhaenses e mexeram com vários dos outros concelhos vizinhos.
Incentivo aos pequenos agricultores
O estatuto da agricultura familiar vai ser alterado e vão ser atribuídos benefícios a quem se quiser dedicar à actividade. A informação foi avançada pelo secretário de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Nuno Russo, na sua passagem pela abertura da feira. Neste momento estão a ser repensadas as medidas que fazem parte do estatuto e vão ser alteradas, uma vez que “não tiveram sucesso” e não estão a cativar os pequenos agricultores. “Há um grande universo de agricultores que pode aderir”, disse, acrescentando que a adesão ainda está “aquém” das “expectativas”. O secretário de Estado referiu ainda que certames como a Feira do Fumeiro são “fundamentais” para o sector agrícola, porque é na feira que se encontra a “parte final de todo um ciclo de produção”. “Estamos no solar da matéria-prima do porco bísaro, onde existem os produtores, mas também os transformadores do produto e que chega da melhor forma aos consumidores”.
Inovação aliada à produção do fumeiro
A secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, também marcou presença na abertura do certame. Quando confrontada sobre os métodos de produção de fumeiro, maioritariamente tradicionais, disse acreditar que para aumentar a valorização destes produtos é importante aliar a inovação à produção de alimentos. “Sem dúvida que sempre que se introduz conhecimento em qualquer sector vamos conseguir um valor acrescentado em toda a cadeia”, salientou. Para isso, Isabel Ferreira, considera que é necessário que as empresas trabalhem com instituições de ensino superior. “Temos que ver que os produtos originais, aqueles que têm procura e valor comercial, têm que se manter, com estratégias de comercialização e internacional, e também abrir a produtos mais inovadores”, disse, explicando que garantir a escala destes produtos só é possível com “empenho” e com o “conhecimento e tecnologia que pode ser transferia para os processos de toda a cadeia”.
Catarina Martins falou do IVA da electricidade em Vinhais
A feira atraiu vários políticos. No último dia passou por Vinhais a líder do Bloco de Esquerda. Catarina Martins, questionada sobre o facto de o partido não ter conseguido fazer aprovar a descida do IVA da electricidade, de passagem por uma região que gasta mais para aquecer as casas, disse que “foi uma oportunidade perdida. “O Bloco de Esquerda foi o único partido que foi coerente da primeira à última votação e não é verdade que baixar o IVA da electricidade trouxesse algum problema às contas do país”, reiterou, dizendo que “baixar para a taxa mínima custa, por ano, menos do que o desvio que o ano passado o Novo Banco teve e que Mário Centeno encaixou nas contas públicas sem um soluço”.
Obras de requalificação em quartéis da GNR
O Posto Territorial da GNR de Vinhais vai sofrer obras de requalificação. A garantia foi deixada pelo Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, que, no domingo, esteve em Vinhais, de onde é natural. Será alterado o telhado e há uma série de modificações interiores, para o “adaptar” às “novas exigências”, referiu Antero Luís, que assegurou que também serão feitas obras no de Rebordelo, numa pequena empreitada, em Vimioso, Alfândega da Fé, e no próprio heliporto alfandeguense. As obras em causa inserem-se num levantamento, feito a nível nacional, das necessidades de qualificação dos activos das forças de segurança, que deu origem a um Plano de Investimentos Plurianual, com três milhões de euros para quartéis da GNR do distrito de Bragança.