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Luta acesa pela liderança

Ter, 21/11/2017 - 15:54


Quanto ao CASC Freixo parece decidido a manter-se na liderança e não vacilou nesta quinta jornada, venceu o CSP Vila Flor por 2-7. Hugo Pires foi o homem do jogo ao marcar cinco golos. João Carrasco e Fábio Fileno também contribuíram para o triunfo da equipa com um golo cada.

Vila Flor SC leva futebol às escolas

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Ter, 21/11/2017 - 15:53


De 15 em 15 dias, antes dos jogos em casa, os jogadores do Vila Flor SC visitam os alunos do ensino básico do concelho de Vila Flor.
O clube leva o futebol aos mais novos através do “Projecto Escolas”. Uma boa maneira de aproximar os mais novos do futebol e do clube.

Sandra Cabral vai participar no Ultra Trail Monte Branco 2018

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Ter, 21/11/2017 - 15:50


Sandra Cabral vai participar no Ultra Trail do Monte Branco no próximo ano. A prova realiza-se de 27 de Agosto a 2 de Setembro e atravessa três países, França, Itália e Suíça. Será um autêntico desafio para a atleta do Ginásio Clube de Bragança.

Tânia Fernandes vence trail solidário em Mirandela

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Ter, 21/11/2017 - 15:47


Depois da “Corrida Solidária”, realizada no passado mês de Outubro, o Ginásio Clube Mirandelense promoveu, no domingo, em parceria com a Associação de Atletismo de Bragança, o “Trail Running” desta vez com parte das receitas a reverterem para a casa de acolhimento dos salesianos de Mirandela.

NÓS, TRASMONTANOS, SEFARDITAS E MARRANOS - Diogo Henriques Cardoso (Porto, 1582 – Anvers 1641)

Domingos Henriques, mercador e rendeiro de Torre de Moncorvo, foi casar ao Porto com Isabel Cardoso Baeça (1) e tiveram 3 filhas e 2 filhos, um deles batizado com o nome de Diogo Henriques Cardoso, que nasceu por 1582.
Em Julho de 1604, Diogo embarcou na caravela Nª Sª da Boa Viagem para o Brasil, com o objetivo principal de negociar açúcar, um dos produtos que então animavam a economia europeia. Por 11 anos ali permaneceu, na região de Pernambuco, regressando ao Porto em Julho de 1615, na nau Nª Sª da Ajuda. Com ele, no Brasil, fez “estágio profissional” o seu irmão António Henriques Cardoso.
Chegou ao Porto doente e a doença agravar-se-ia no ano seguinte, a ponto que, durante 4 meses “esteve de cama sem se levantar, sangrando muitas vezes, sacramentado e ungido e já em artigo de morte, desconfiado dos médicos”. Curou-se por milagre – diria ele – milagre feito por uma toalha de Jesus que lhe trouxeram do mosteiro de S. Domingos, a seu pedido, feito com muita “devoção e fé”.
Antes, porém, soube que a irmã Branca Cardoso estava de casamento contratado com um Pero Henriques, de Viana do Castelo. Para acertar os pormenores dirigiu-se àquela cidade do Minho, acompanhado de Gaspar Cardoso de Pena, (2) seu cunhado, marido da irmã Beatriz Henriques. Aí, Pero Henriques apresentou-lhe a irmã Filipa da Costa e propôs que Diogo casasse com ela. Este recusou e Pero Henriques rompeu o acordo de casamento com Branca. Esta viria depois a casar com Álvaro Vaz Nogueira, mercador no Porto, avô materno de sua futura mulher.
E não era apenas o casamento de sua irmã Branca que esperava o regresso de Diogo do Brasil. Também a outra irmã, Catarina Cardoso, estava de casamento contratado com João Luís Gomes, mercador, emigrado em Sevilha. (3) E coube a Diogo levar a irmã para ser “recebida” pelo marido. Demorou-se nesta diligência uns dois meses, regressando em Janeiro de 1618.
Neste mesmo ano, Diogo Henriques viu-se metido em um terceiro contrato nupcial, desta vez em Torre de Moncorvo, onde ele próprio foi casar com Catarina Henriques, filha de Vasco Pires Isidro, um grande mercador com trato e casa comercial repartida entre a Torre de Moncorvo, o Porto e Madrid. (4)
O casal fixou residência no Porto (5) e, em setembro desse mesmo ano, estando casados há 4 meses, Diogo Henriques foi preso pela inquisição de Coimbra. No seu processo não consta o mandato de prisão, mas uma nota dizendo: (6)
- Este réu foi preso por uma lista geral, como consta de uma certidão (…) acostada ao processo de Miguel Pais, de Coimbra.
Imagine-se: o trabalho dos escrivães da inquisição era tanto que nem transcreviam o mandado de prisão para o processo! E nem sequer algumas culpas, conforme o registo seguinte:
- As testemunhas abaixo nomeadas disseram deste réu (…) e não se trasladaram aqui: Filipa da Costa, Pantaleão da Silva, João de Leão e Lourenço Gomes.
Mais ainda, uma terceira prova de que as prisões inquisitoriais se encontravam atulhadas: Diogo foi metido numa cela em companhia de Manuel Rodrigues Isidro, tio de sua mulher, assim contrariando todas as regras do regimento da inquisição.
Um companheiro de cela foi “bufar” aos inquisidores a familiaridade e as conversas deles, pelo que logo os separaram e “despacharam” Diogo Henriques Cardoso para a inquisição de Lisboa onde começou por negar todas as acusações de judaísmo e tentar provar que era muito bom cristão, posição que manteve durante quase 3 anos. Para isso apresentou uma infinidade de contraditas, as quais constituem um colorido retrato da sociedade mercantil do Porto naquela época. Vejamos apenas uma delas, referente ao médico Lopo Dias da Cunha e seus filhos.
Estes tinham arrendado o contrato dos 3%, ou seja o imposto pago pelas mercadorias transportadas nos barcos que atracassem no Porto. Era uma fantástica fonte de receita, pagando eles 9 contos e 600 mil réis cada ano, com um lucro estimado de 6 contos/ano. Preterido no negócio e considerando-se “homem muito poderoso”, Diogo Henriques formou uma companhia com dois sócios e arrendou contrato semelhante no porto de Vila do Conde, para onde fazia desviar muitos barcos que, de outro modo, aportariam em Matosinhos. Obviamente que isso provocou inimizades com Lopo da Cunha, filhos e outros familiares, os quais, vendo-se presos na inquisição, o denunciariam por ódio e não por amor à verdade.
Claro que não era fácil enganar a “justiça divina” e, ao fim de quase 3 anos, Diogo Henriques acabou por confessar que fora judeu e estava arrependido, pedindo misericórdia. Contou que fora catequizado uns 14 anos atrás, no Brasil, por um Pero Henriques, irmão de seu pai. De seguida denunciou umas 50 pessoas que com ele se tinham declarado seguidores da lei de Moisés e feito cerimónias judaicas. Vejamos apenas uma dessas denúncias:
Disse que, haverá 6 anos e meio, em casa de Francisco de Cáceres se juntaram com eles António da Fonseca, Marco de Góis de Morais, Simão Rodrigues Lima, Fernão Gomes Mendes, Gaspar Mendes, Rodrigo Fróis e Rodrigo Fernandes “para fazerem uma companhia para assegurarem mercadorias para o Brasil e assentando-a, disse um deles que se ganhassem se desse no fim do ano 10% para o casamento de uma órfã da nação (…) e que esta fosse mulher que tivesse conhecimento de Deus, querendo dizer que fosse judia (…) pois a Misericórdia não entendia com elas, nem lhe dava nada”.
Impressionante esta iniciativa de mercadores portuenses: criar uma companhia de comércio e destinar 10% dos lucros para financiar o casamento de uma rapariga pobre, órfã, reconhecida pela sua crença judaica! Cruel para a Misericórdia do Porto a justificação! A iniciativa não resultou porque a companhia não deu lucros e se desfez ao cabo de um ano, com a vaga de prisões lançada pela inquisição.
Resta dizer que Diogo Henriques Cardoso foi penitenciado no auto de fé de 8.11.1621, contando 39 anos. Terá regressado ao Porto, certamente menos “poderoso” mas com indómita vontade de viver e trabalhar. E sentindo-se socialmente enxovalhado, obrigado a vestir o malfadado sambenito, pôs-se em fuga para a França. Vamos encontrá-lo a viver na cidade de Ruão em 1633, na lista de 36 mercadores denunciados às autoridades pelo padre Cisneros como judeus e residentes ilegais, juntamente com o seu cunhado, irmão de sua mulher, Francisco Lopes. Veja-se como ele foi apresentado por Cecil Roth:
- Diogo Henriques Cardoso était un marchand de haut rang dont les affaires furent considérables dans le commerce de Rouen à cette époque. (7)
Não vamos falar do processo desencadeado por Cisneros e que subiu às mais altas instâncias de França. Diremos tão só que Diogo Henriques abandonou a cidade e foi para a Flandres, estabelecendo-se em Anvers. Mas não deixaria de negociar açúcares em França, a partir de Ruão, açúcares enviados do Porto por seu tio André Rodrigues Isidro e outros mercadores Portuenses, que os recebiam do Brasil. Prova disso é a denúncia feita por Simão Lopes Manuel, um “traidor” de Ruão, comparsa de Cisneros, que em 26.11.1637 se apresentou na inquisição de Coimbra, dizendo:
- Ora veio a sua notícia que na cidade do Porto se estava carregando um navio para fazer viagem em direitura para a dita cidade de Ruão e que tem por certo ele denunciante que toda a fazenda que for no dito navio é para alguma das ditas pessoas acima nomeadas, que no Porto lhe carregam seus correspondentes, os quais são Manuel Fernandes de Morais, preso que foi nesta inquisição e reconciliado; André Rodrigues Isidro, cristão-novo e poderá também ser…
Era a “rede familiar de negócios” em pleno funcionamento. E certamente haveria de continuar depois da morte de Diogo Henriques Cardoso, acontecia em 1641, segundo informação de Cecil Roth.

Notas e Bibliografia:
1-Ambos foram prisioneiros da inquisição: ANTT, inq. Coimbra, pº 8658 e 4374, de Domingos Henriques; pº 2521, de Isabel Cardosa.
2-ANTT, inq. Coimbra, pº 8461, de Gaspar Cardoso de Pena, rendeiro, natural de Vila Franca, termo de Bragança. Sua mulher, Brites Henriques, faleceu em setembro de 1618, quando a inquisição prendeu o marido.
3-Porventura as funções de “chefe de família” eram assumidas por Diogo Cardoso, em razão de seu pai, ter sido antes processado pela inquisição.
4-Por essa altura Vasco Pires Isidro mudou a sua residência para Madrid, onde “tratava em muitos negócios de especiarias e roupas” e “arrecadava os juros de D. Francisca de Aragão e de seus filhos (…) de que lhe faz pagamento nessa Corte” – ANDRADE e GUIMARÃES, Os Isidros a epopeia de uma família de cristãos-novos de Torre de Moncorvo, ed. Lema d´Origem, Porto, 2012.
5-A casa de morada, sita ao Padrão de Belmonte seria propriedade do sogro, Vasco Isidro, e estava alugada a Álvaro Gomes Bravo, que dela foi então despejado, conforme contradita apresentada por Diogo.
6-ANTT, inq. Lisboa, pº 3080, de Diogo Henriques Cardoso.
7-ROTH, Cecil, Les Marranes à Rouen: un chapitre ignore de l´histoire des Juifs de France; ANDRADE e GUIMARÃES, A Traição de Ruão, in: Jornal Terra Quente, nº 212, de 2002-05-15 e 213, de 2002-06-01.
 

Manteiga de Travanca

Reina grossa tormenta no território gaulês. A falta de manteiga é a causa, o seu preço triplicou, quase desapareceu nas prateleiras dos supermercados, a escassez provoca dores de cabeça e azia nos estômagos dos cozinheiros e pasteleiros, pis a gordura láctea é fundamental nos restaurantes e pastelarias, assim como nos lares dos franceses.
Ao contrário dos países sulistas afeiçoados ao azeite, a cozinha gala atingiu a qualificação de alta cozinha escudada na gordura amarelo-dourada, o mesmo acontece no tocante à sua prestigiada pastelaria. A privação de manteiga já obrigou o governo a discutir as causas e as formas de atenuar o jejum também extensível a outro símbolo do requinte culinário da Nação que conseguiu criar um nacionalismo gastronómico, mantê-lo e irradia-lo para todo o Mundo pelo menos desde a Revolução Francesa. A sublevação que acabou com o Antigo Regime é a causa da afirmação do conceito de Restaurante tal como o conhecemos.
Em face da penúria de manteiga lembrei-me da outrora apreciada pelos burgueses de Bragança da manteiga de Travanca (Vinhais) chegada à mesa dos bragançanos em biquinhas. Eu não sei as vacas criadas na aldeia postada aos pés da serra da Coroa detinham carnes tão qualificadas como as de Kobe, Hida-gyu ou Matsuzaka, as quais atingem preços altíssimos por serem tenras, tanto a tenra carne de porco, desfaz-se n boca e é excelente para a elaboração do sushi e o carpaccio especialidades servidas cruas.
Eu não sei quão grato seria ao palato deliciar-se a comer um troço de vitela mamona de Travanca apenas temperado com uns grãos de sal e poisado por breves momentos em brasas vivas quanto baste, mas sei do bom nome da manteiga proveniente das ditas cujas vacas.
Discutir a razão de ter sido interrompida (digo interrompida) a produção de manteiga naquelas paragens de lameiros verdejantes não adianta, nem atrasa, saber que são necessários 22 quilos de leite para se obter um quilo de manteiga é um pormenor técnico (e económico), interessa-me acicatar a minha amiga Carla Alves, de modo a pensar na possibilidade de reatar-se a produção da cobiçada e macia gordura transformando-a noutra marca marcante do terrunho vinhaense, a pardos enchidos e do presunto.
Reclamo a atenção de Carla Alves na justa medida de desde há longos anos, principiou numa noite friorenta em Montalegre durante a Feira do Fumeiro a que estava ligado, ter acompanhado o seu entusiástico labor na requalificação das carnes fumadas produzidas no concelho de modo a constituírem (já assim acontece) um pomo de concórdia entre as aldeias independentemente da sua diversidade, prevalecendo a unidade nos propósitos de aprimoramento dos chouriços agres e doces, das chouriças, dos palaios, dos salpicões e presuntos provindos dos porcos e porcas criados ao longo dos meses.
Sim, existem rivalidades no tocante a gosto, é natural, sim existem interesses e interesseiros, já diziam os almocreves – onde há lúcaros, não há esccrúpa-los –, embora tenham de ser escrupulosamente salvaguardados, por assim ser o papel determinante das Autarquias, no caso em apreço – manteiga de Travanca – a Câmara de Vinhais.
Há tempos estanciei em Santander, a cidade do Banco da família Botin, no Hotel do temporário alojamento, ao pequeno-almoço aparecia a manteiga em biquinhas de barro vidrado, a memória avivou-me o terrunho onde frui a felicidade, a lembrança acirrou-se no barrar a deleitosa manteiga em torradas de centeio.
Os orçamentistas peritos no cálculo dos prejuízos dos toques e amolgadelas nos automóveis também farão o mesmo se lerem este artigo, só que a revalidação da marca Manteiga de Travanca seria (será) um ousado acto publicitário capaz de ser acarinhado no Comité das Regiões da União Europeia, a exemplo de outros no passado. Lembro, um pão de Feira produzido na Croácia foi considerado património da Humanidade pela UNESCO, a par das pimentas do México e da culinária dos agora carentes de manteiga.
Nós temos sido preguiçosos na competente defesa dos nossos produtos, gostamos de copiar, estudar e inovar dá imenso trabalho, porém se queremos conservar a nossa identidade é imperioso apressar-nos a preservar a Herança cultural ainda incólume às apropriações globais, à voracidade das tecnologias de ponta e registo de inventivas transmutações escoradas nas nossas ancestralidades.
A mundialização está na ordem do dia, o incremento do turismo também tem duas faces, por vezes esquecemo-nos, os desafios tocam todos, os atrasados mais atrasados ficam, repare-se no fenomenal progresso português na área da medicina, pense-se em cientistas do calibre de Maria de Sousa, não esqueçamos o facto de Ronaldo ser quem é no estrelato do futebol devido a exaustivo trabalho de treino. O anexim exalta – querer é poder – dá-se o facto de querermos pouco. Espero nova e mandados de Carla Alves. A antiquíssima Póvoa Rica merece aproveitarmos o ser Rica, pelo menos de nome!