Editorial

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Apesar de múltiplas iniciativas, ao longo dos últimos anos, voltadas para a cooperação transfronteiriça, em nome de uma efectiva integração dos territórios, a caminho da Europa realmente unida, continua a sentir-se que os laços continuam frouxos.

Neste Maio, pardo como diz a tradição, mas demasiado molhado para garantir sorrisos primaveris, vivemos momentos de emoção porque, finalmente, a ligação por auto-estrada entre o litoral norte e a ponte internacional de Quintanilha foi concluída, com a inauguração do Túnel do Marão.

Os municípios da região têm vindo a anunciar que, em resultado de esforços de gestão, os endividamentos das câmaras estão em baixa.

Irmãos, na dolorosa condição transmontana.
Antes de vos falar desta tribuna, curvo-me perante a memória sublime do grande Vieira, António, o padre que tanto prestigiou a nossa língua e a capacidade de discernimento de que também somos capazes.

O Jornal Nordeste, tentando, como lhe compete, contribuir para a compreensão serena mas objectiva do contexto em que vivemos nesta nossa terra, desenvolveu um trabalho de verificação do efectivo pecuário na região, uma das actividades produtivas que tem sido proclamada

Só os burros não mudam de ideias. Esta é uma afirmação, também atribuída a Mário Soares, entre outras figuras da nossa história política, que se adapta ao que vamos presenciando na actualidade da vida deste país.

Vamos na segunda década do século e parece-nos que, afinal, a história se repete, porque no dealbar de cada novo século, a humanidade tem conhecido tragédias impensáveis.

Os europeus, todos, estamos a sujeitar-nos a uma humilhação que muitos sentimos ser inadmissível.

As dificuldades que sentimos levam-nos, muitas vezes, a praguejar contra a sorte e o mundo. Consideramo-nos desprezados até pelo criador, que nos terá, também ele, relegado para o horizonte do olho traseiro de Judas, o que, no comum imaginário cristão, é mesmo dos lugares piores de toda a criação.
 

Quando os homens no tempo não se elevam para além da condição primata, a civilização pode diluir-se, não só na barbárie, mas mesmo no retorno à selva natural.

Quando tentamos apoiar-nos na esperança e nos esforçamos, ainda, na recuperação do direito ao futuro, dias ásperos como rascalhos fazem-nos voltar à dura realidade.