Ter, 05/07/2016 - 10:12
Óscar Alberto Martins, ferrador “desde que nasceu”, como faz questão de frisar, ainda exerce no Felgar, em Torre de Moncorvo, dando continuidade ao ofício que o seu pai já tinha e passou aos filhos, no tempo em que esta profissão dava trabalho a muita gente. “Agora, passam-se quinze dias sem ferrar um macho – diz com tristeza - antigamente até as vacas eram ferradas e praticamente todas as aldeias tinham um tronco” (lugar onde se prendiam os animais para serem ferrados).
Paralelamente à profissão de ferrador existe também a de ferreiro. Enquanto este exige o trabalho de forja para fazer as ferraduras, o ferrador aplica-as aos animais. Por isso se chama “arte do ferro”, ao conjunto de conhecimentos que o ferrador deve possuir para colocar a ferradura, seguindo os preceitos necessários, no casco do animal.
Não se sabe ao certo quando surgiu a ferradura por falta de dados históricos, mas sabe-se que ela apareceu para evitar o desgaste nos cascos dos animais já que estes se tornaram indispensáveis ao trabalho do homem.
O ferrador é uma das profissões mais antigas que existe. Muitas vezes tinham oficina própria, onde se encontrava a forja, para fazer os diferentes moldes de cascos, podendo ser para mulas, cavalos, burros, etc.
Escolhido o tipo de ferradura, de acordo com a variedade do terreno a pisar e com as características do animal, este era colocado numa armação de madeira apropriada à tarefa e a que se chamava “tronco”, para ser ferrado.
Por vezes prendiam-se os beiços do animal com um instrumento a que se dava o nome de “aziar”. O ferrador preparava os cascos com os desbastes precisos para ser colocada a ferradura com “cravos” batidos a martelo.