class="html not-front not-logged-in one-sidebar sidebar-second page-node page-node- page-node-196061 node-type-noticia">

            

Excesso de chuva na primavera dita ano difícil para a amêndoa transmontana

ESTA NOTÍCIA É EXCLUSIVA PARA ASSINANTES

 

Se já é Assinante, faça o seu Login

INFORMAÇÃO EXCLUSIVA, SEMPRE ACESSÍVEL

Ter, 21/10/2025 - 10:27


“Vai ser uma campanha ainda pior do que esperávamos”, admite Bruno Cordeiro, presidente da Cooperativa Agrícola de Produtores de Amêndoa de Trás-os-Montes e Alto Douro. A colheita de 2025 está a confirmar os piores receios, menos produção, menos rendimentos e um futuro cada vez mais dependente da chuva que cai quando não deve

Em Trás-os-Montes, a amendoeira é mais do que uma árvore, é um símbolo que a primavera com a sua floração, cobrindo os vales de concelhos como Torre de Moncorvo, Mogadouro, Mirandela e Freixo de Espada à Cinta com um véu de beleza que, por uns dias, parece prometer fartura. Este ano a promessa ficou por cumprir. A campanha de 2025 está a ser, nas palavras de Bruno Cordeiro, presidente da Cooperativa Agrícola de Produtores de Amêndoa de Trás-os-Montes e Alto Douro, “ainda pior do que se esperava”.

“A campanha ainda está a decorrer, ainda estamos a receber amêndoa dos nossos cooperantes. Mas o que temos vindo a notar é que a produção vai ser menor do que aquilo que nós esperávamos. E nós já esperávamos uma produção muito reduzida”, esclareceu Bruno Cordeiro.

As palavras saem com o peso de quem vê, ano após ano, o esforço travado por fatores que escapam à vontade humana. “Logo no princípio, no tempo da floração, já contávamos que fosse um ano mau. Choveu muito na floração, quando as amendoeiras estavam no auge da floração, e a polinização não se concretizou. Muitas flores não chegaram sequer a dar fruto”, clarificou sobre as causas para esta quebra.

A primavera chuvosa, que para outras culturas significou alívio, trouxe às amendoeiras o revés. As geadas tardias completaram o quadro. A natureza, em 2025, não foi generosa com esta cultura em Trás-os-Montes.

Num ano normal, a cooperativa teria já perto de um milhão de quilos de amêndoa em armazém. Agora, mal chega às 400 toneladas. “A diferença é muito grande”, lamentou Bruno Cordeiro. “Ainda não terminámos, é certo, mas mais de metade dos nossos cooperantes já entregou a produção. Muitos fizeram mesmo a declaração de não produção, porque simplesmente não tinham amêndoa”, esclareceu ainda o presidente da cooperativa.

Se tudo correr conforme o previsto, a cooperativa chegará às 600 toneladas, pouco mais de metade do que seria o mínimo aceitável.

Jornalista: 
Carina Alves