Ter, 14/03/2023 - 11:57
Os trabalhadores podem agora usufruir do serviço que é feito de forma a levar os trabalhadores nos três turnos da fábrica, manhã, tarde e noite. Este serviço já existiu em 2017, mas segundo o município deixou de ser feito porque a adesão não justificava a realização do transporte. Os trabalhadores não perderam a oportunidade de recorrer ao transporte. Uma das utilizadoras é Lidiane Silva. Não tem carta de condução e, por isso, tinha que recorrer à boleia de outros trabalhadores e, nem sempre, era conveniente. Agora é tudo mais fácil. “Para mim é muito bom porque eu não tenho carta de condução. Não conduzo. Às vezes, dependia de boleia e essa boleia faltava e avisava à última da hora. Então, para mim, o autocarro tem muita utilidade”, sublinhou. A trabalhar há oito anos na fábrica, Verónica Ferreira também considera ser uma mais-valia o transporte do município, até porque o marido também trabalha na Faurecia e eram obrigados a usar dois carros e a gastar muito combustível. Dinheiro que agora podem poupar. “São dois carros a andar para trás e para a frente e só este mês pensamos poupar cerca de 100 euros. Temos turnos diferentes, por causa das crianças. Eram dois carros, dois seguros. Assim, só precisamos de um. É muita poupança”, contou. De acordo com o presidente da câmara, Hernâni Dias, a empresa pediu que fosse reactivado o serviço. Tendo em conta o número de pessoas interessadas, o município decidiu aceder, mas está agora numa fase experimental para perceber se a adesão é suficiente para manter o transporte. “Nós avaliámos convenientemente. Eles fizeram também o trabalho interno, no sentido de perceber, dentro da empresa, qual seria o interesse dos vários trabalhadores. Face aos números que nos foram transmitidos, decidimos fornecer o transporte gratuito. Estamos a fazer este trabalho para ver se se justifica pelo número de pessoas que andam nos autocarros. Se for, obviamente que continuaremos”, disse. Os custos do transporte são suportados pela câmara municipal. Por se tratar de um transporte público, qualquer brigantino pode usufruir do serviço. Em 2017, o município também disponibilizou transporte para a zona industrial de Mós, onde estão várias fábricas que empregam dezenas de trabalhadores do concelho de Bragança. No entanto, também foi suspenso devido à pouca adesão. “Não havia justificação nenhuma para o município ter uma despesa com o transporte e não haver ninguém para transportar”, frisou o autarca. A reactivação do transporte público gratuito para a Faurecia foi feita no início deste mês. O PCP já tinha realçado, em comunicado, que esta é “uma conquista importante” para os trabalhadores. Há um ano que a CDU “propôs e fez aprovar na Assembleia Municipal de Bragança, a reposição da ligação”.