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Misericórdia de Bragança acaba com Creche Familiar por obrigatoriedade de celebrar contratos com amas

Ter, 09/04/2024 - 12:27


Bragança, concelho envelhecido, onde tanto se reza para que a natalidade aumente, vai perder, dentro de quatro meses, um dos serviços que mais falta faz a quem tem filhos pequenos e tem de trabalhar: a creche familiar da Santa Casa da Misericórdia de Bragança (SCMB). Os pais estão revoltados.

A COLHER DE SANTA MARTA

No Museu Municipal do Crato, há uma imagem de Santa Marta que recebe a atenção de todos os visitantes porque tem na mão direita uma colher de prata, destoando totalmente do resto da imagem e, inclusive, de todo o espólio ali guardado e exposto. Questionado sobre o anacronismo, o técnico superior do município e principal responsável pela instalação e manutenção do espaço museológico, confirmou a “desconformidade” justificando-a com o facto de a estatueta ter sido doada ao Museu, com o referido adereço e não ver razão fundada para lho retirar. “A colher justifica-se pelo facto de Santa Marta ser cozinheira!” Acrescentou ainda que tal facto constitui um motivo de interesse adicional. “É normal, ao saírem, os visitantes perguntarem por que razão há uma imagem medieval com uma colher de prata na mão” o que aumenta a curiosidade do espaço. Surpreendido por qualquer uma das justificações, confesso, resolvi aproveitar tal facto para, com o título, chamar a atenção do leitor, para este texto que, obviamente, não pretende ficar por esta estranha ocorrência, mas ir um pouco mais além, como a seguir, farei. Guiados pelo credenciado especialista em história de arte, Jorge Rodrigues, técnico superior da Fundação Gulbenkian, aposentado e antes de rumar ao extraordinário Mosteiro de Santa Maria da Flor da Rosa (sede do priorado da Ordem do Hospital, e mais tarde de Malta), estendemos a visita à Igreja Matriz da vila alentejana. Entre várias curiosidades e motivos de interesse, a grande novidade aparece no telhado do templo com o remate dos vários pináculos com acrotérios devidamente decorados com figuras de anjos e santos. O mentor de tal “novidade” renascentista terá sido D. Luís de Portugal, Duque de Beja, grande mecenas da vila onde estava sedeada a Ordem de que era prior, por decisão real do seu irmão D. João III. “Em Portugal só existem num outro lugar: Torre de Moncorvo!” A pergunta era óbvia: “Porquê Moncorvo? Terá algo a ver com o facto de o culto e rico irmão do rei ter casado, nesta vila do nordeste, com Violante Gomes, a Formosa Pelicana?”. O historiador não soube responder embora tivesse, de imediato, aceitado a tese como boa e a justificar mais investigação. Em prol desta teoria surgem, nos estremos das goteiras do telhado e igualmente patrocinadas por D. Luís, Prior do Crato, exuberantes e assustadoras gárgulas, em tudo idênticas às que ornamentam os topos do telhado da Basílica de Moncorvo. Tendo em vista o poder económico do Duque, uma das figuras de proa do me- cenato artístico renascen- tista, sobretudo em obras de pendor religioso, tais factos podem contrariar teses sobre a promoção e financiamento da mo- numental Igreja de Nossa Senhora da Assunção, do sul do nordeste trans- montano, atribuída aos ricos cristãos-novos desta localidade, dado que, ao contrário da do Crato, esta foi planeada e começada a erguer durante a vida do ilustre fidalgo. Moncorvo, cuja afirmação contem- porânea passa muito pela exploração da sua histó- ria e cultura, muito teria a ganhar com o aprofundamento desta ligação histórica!

Manchas – são todas iguais?

Vou começar pelas mais conhecidas, as efélides, popularmente chamadas de sardas, são pequenas manchas escuras, muito frequentes em áreas expostas da pele, como o rosto e a região do decote. São mais comuns em pessoas de pele mais clara e ruivas e são devidas ao aumento excessivo de melanina (pigmento que dá cor à pele), causadas pela exposição continuada da pele ao sol e, por isso, tendem a escurecer mais durante o verão e a desvanecer no inverno. São muito comuns em crianças e até mesmo em adultos, mas têm tendência a desaparecer com o passar do tempo. Outras manchas que deve conhecer são os lêntigos solares, também conhecidos como mancha senil ou melanose solar. São manchas planas e de coloração acastanhada ou cinzenta, geralmente redondas ou ovaladas e com tamanho variável. Ao contrário das sardas, não desvanecem com o tempo e, geralmente, desenvolvem-se em adultos com mais de 40 anos, sendo muito frequentes na população mais idosa. Tal como o nome indica, na sua origem está a exposição desprotegida ao sol e o envelhecimento da pele. Por isso, aparecem mais em áreas expostas ao sol: rosto, dorso das mãos e braços. Depois da quarta década de vida, aparecem também outras manchas escuras na pele: são queratoses seborreicas, têm tonalidade castanha variável, são salientes, rugosas ao tato, com aspeto semelhante a uma verruga e podem crescer progressiva mas lentamente. Podem surgir na cabeça, pescoço, peito ou costas. São causadas pela proliferação benigna de queratinócitos, que são as células mais frequentes da epiderme (a camada mais superficial da pele), responsáveis pela síntese da queratina. As queratoses seborreias e os lêntigos solares são conhecidos como manchas da idade, de carácter benigno. Então e aquelas manchas grandes, escuras, que surgem na gravidez? Trata-se de Melasma! O melasma é uma condição adquirida, que tende a ser crónica e recorrente após tratamentos. Caracteriza-se por manchas hiperpigmentadas, castanhas ou castanho-acinzentadas, de contornos irregulares. Ocorre devido a uma produção anormal de melanina numa região específica. Embora a causa não seja totalmente conhecida, consideramse como fatores de risco: fatores genéticos, alterações hormonais como gravidez, alguns contracetivos orais e terapêutica hormonal de substituição na menopausa, doenças da tiroide, exposição à radiação ultravioleta (UV) e alguns medicamentos. Surge tipicamente entre 25 e os 45 anos, e muitas vezes a primeira manifestação surge na gravidez, sendo, nestes casos, conhecido vulgarmente por “pano” ou cloasma. É mais comum em mulheres, de cor de pele mais escura, embora também possa surgir em homens. O local mais comum de aparecimento é no rosto: bochechas, testa, nariz, por cima do lábio superior e queixo. Mais raramente, pode também surgir no pescoço e braços. Por ser uma condição crónica, não tem cura, pelo que exige tratamento inicial e cuidados preventivos ao longo de toda a vida. Para além da radiação ultravioleta, hoje sabe-se que também a luz visível e luz azul dos aparelhos eletrónicos agrava esta patologia, pelo que o uso de protetor solar de largo espetro, diariamente, é essencial, bem como a sua reaplicação ao longo do dia. Preferencialmente, quem tem melasma deve optar por protetores com cor, que conferem proteção adicional. E atenção: não é só a região afetada pelo melasma que deve ser protegida! A radiação UV no corpo agrava as manchas de melasma do rosto. Por isso, deve usar protetor solar em todas as áreas expostas ao sol, durante todo o ano. Esteja atento à sua pele. Esteja atento ao seu corpo. Esteja atento a si.

Marta Fernandes

(Médica especializada em medicina estética)