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Revolução: precisa-se!

É suposto que a democracia representativa dê expressão a diferentes ideologias e oportunidade a distintas formas de organizar a sociedade e de conduzir a vida comum com elevação, saber e verdade. Nesta ordem de ideias a Assembleia da República deveria ser a casa da ética e das ideologias por excelência.
Lamentavelmente assim não é, muito embora os que lá tomam assento não possam queixar-se de que a Nação não lhes faculta os melhores meios e condições para o exercício do seu mister. Não se compreende, por isso, que a Assembleia da República se tenha convertido num antro de mentira e facciosismo, terreiro de disputas sectárias em que a ideologia, a verdade, a cultura e as boas maneiras são sistematicamente postas de lado. Assembleia em que todos proclamam superioridade moral e política embora estejam mais sujos do que pau de galinheiro.
É por isso que quando o BE ou o PCP se reclamam de esquerda aos portugueses dá vontade de rir. Bastou-lhes cheirarem o perfume do poder para meteram a ideologia no saco. Quando muito preservam um certo instinto sindicalista. O mesmo se dirá do PS cuja ideologia dá para todos os lados e dos partidos à direita que ninguém sabe que ideologia os ilumina. Talvez o brilho do vil metal.
Nada é de espantar, porém. A maioria dos políticos portugueses, sobretudo aqueles a quem o epíteto se aplica mais justamente porque tiveram, têm ou aspiram vir a ter a oportunidade de gozar as delícias do poder contornando o ónus de servir a causa pública com verdade, nunca se importaram verdadeiramente com que o povo os tome por mentirosos ou incompetentes. Entendem tal, até, como elogio, como expressão da sua superioridade, porque sabem servir-se a si próprios, e bem, enquanto aos honrados cidadãos não reconhecem categoria suficiente para se libertarem da vulgaridade.
É este o ambiente ético e emocional que presentemente condiciona o debate político quando em causa estão temas da maior importância para o futuro da Nação como é o caso da CGD, convertida que está no caixão do Regime por força da incompetência, desleixo ou desonestidade de quantos, directa ou indirectamente, a governaram.
Os momentosos escândalos políticos e financeiros sem fim, que deveriam envergonhar políticos e governantes, são bem a expressão da mentalidade amoral dominante, origem e causa, para lá do mais, da monstruosa dívida pública.
E se é grave que um qualquer ministro minta aos deputados mais grave ainda é que os deputados enganem os eleitores e os governos ludibriem os cidadãos.
Indignidade maior é, todavia, a persistente subordinação do poder político ao poder económico, a subserviência de governantes a banqueiros, a promiscuidade entre políticos e capitalistas bem patente nas crises da banca em geral e da CGD em particular.
Tudo isto só tem sido possível porque os machuchos políticos e argentários têm ousado adormecer a Justiça desrespeitando os portugueses a quem tratam como um povo manso e imbecil.
É por tudo isto que uma revolução se precisa. Pacífica e democrática, de preferência. Como novas ideologias e partidos novos porque os actuais estão esgotados.
Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

SE PENSARMOS … QUASE NOS TORNAMOS VEGETARIANOS

Neste período do ano, rodeados de “ Feiras de sabores” e de pratos bem recheados de carne, esta reflexão poderá até ser inoportuna ou ofensiva para muitos, ou talvez não! O que é certo, é que nos dias que correm por todo o lado circulam imagens insuportáveis de animais maltratados aquando do seu transporte para o destino previsto ou para os matadouros; e aqui assiste-se a práticas tão chocantes como por exemplo a matança de fêmeas prenhas cujo útero é aberto à facada e os fetos deitados fora no meio das vísceras. Exagerado? Não. Legal? Sim pelos vistos!
Acredito que há alguma hipocrisia neste espaço, quado nos são apresentados os animais que são abatidos e, de repente, toda a narrativa é acompanhada de imagens chocantes e nos dizem que é terrível. É efetivamente aterrador, não somente quando é filmado clandestinamente nos matadouros. Há um momento em que o animal tem de morrer claro, tendo sido eletrocutado antes. Mas se a corrente não passar, um homem com uma marra mata o animal pois o problema tem de ser resolvido. Diz-se que é uma monstruosidade o animal ser eletrocutado. O que será melhor? Quem não tem presente a matança do porco?! Bonito de se ver também!
Contudo todas estas imagens servem para nos fazer pensar e isso é o mais importante. Se pensarmos no que se passa no nosso prato, uma posta ou umas costeletazinhas de cordeiro bem suculentas, encontrámo-las excelentes, mas de repente, se pensarmos que fazem parte dum animal que foi morto, aquele cordeirinho, etc, etc, quase nos tornamos vegetarianos. Todos vivemos essas contradições seguramente. O consumo de carne, é melhor não pensar. Se comemos carne é porque não pensamos, se começarmos a pensar a montante do nosso prato, efectivamente encontramos que é inaceitável. Num matadouro stressam-se e matam-se animais.
Que é preciso reduzir o consumo da carne, não consumir nenhuma, talvez ou sem dúvida, não pensamos bem nessas coisas certamente. Trata-se dum facto de civilização, cada vez que penso na carne, penso seriamente que a verdade está do lado dos vegetarianos e de certa forma, mesmo do lado dos veganos. Simplesmente se dissermos que a verdade está do lado dos veganos, então não pode haver animais domesticados, nem gaiolas, nem jardins zoológicos, nem hipismo ou tourada, nem cães, nem peixes… Estou certo que os veganos nos seus excessos são pessoas que pelo menos nos convidam a pensar melhor ou a pensar na boa direcção.  
Por conseguinte, creio também que estas imagens que nos são apresentadas muitas vezes como sendo de militantes, não o são. Quando se fala tanto em “biológico” hoje, parece que somos enganados, não há morte biológica, conseguir-se-ia imaginar um matadouro biológico? Não passa também duma etiqueta politicamente correta pensar que o feijão-verde ou as laranjas que comemos são produtos biológicos, esquecemos que são transportados do Brasil por avião e que o traço carbónico dum produto biológico é muito pior para a ecologia do que um produto que teve alguns tratamentos e que foi produzido numa horta de Moredo ou do Vale da Vilariça.    
Podemos sempre dizer aos veganos que devem é preocupar-se com o sofrimento humano, mas qualquer que seja o militantismo também, não é por não se ocupar duma determinada causa que esta é mais importante do que outra. Por exemplo, os desempregados, sim, mas recebem subsídio, ou as misérias e guerras na Síria ou na Palestina, pois, mas são povos muito fundamentalistas. Não é uma boa forma de raciocinar pretendendo que há misérias que são preferíveis a outras.
Sem que haja respostas unívocas podemos, no entanto, colocar-nos algumas questões ou reflexões: muitas espécies animais foram reduzidas ao estatuto de produtos alimentícios, a um stock de consumíveis, sim. Muitos animais crescem e são transportados em condições abomináveis, claro que sim. Há uma diferença ontológica entre o homem e o animal, evidente. Efetivamente a natureza não é uma democracia, mas a questão pertinente poderia ser: os animais têm um sistema nervoso idêntico ao nosso e podem sofrer? A resposta é claramente afirmativa. Proclamar-se mestre e proprietário da natureza não implica nem sadismo, nem a redução dos seres vivos à condição de máquina de carne.

E FORAM FELIZES PARA SEMPRE (OU TALVEZ NÃO)

A felicidade absoluta não existe. Existem sim momentos de prazer que, muitas vezes, nos levam a desejar que se prolonguem indefinidamente. Contudo tal não é possível. A felicidade traduz-se na sensação de bem estar, percebida pelo cérebro, devido ao aumento de produção de serotonina. Esta condição biológica não é exequível. Porque, como disse no início, não é absoluta, pelo contrário é relativa. Traduz-se no aumento temporário de satisfação e, como tal, deverá regressar ao estado normal, mesmo que o estímulo inicial se mantenha. Ninguém consegue manter-se em estados permanentes de felicidade tal como, igualmente, ninguém persiste em estados contínuos de infelicidade.
É certo que, geneticamente, há indivíduos cujo estado de satisfação normal é superior ao de outros mas os limites são sempre transitórios. Numa escala de 0 a 10 podemos adimitir que o estados estáveis se situarão entre 4 e 7 e as flutuações provocadas pelos acontecimentos externos poderão levar, durante algum tempo, a níveis 9 ou 10 ou, por oposição, ao 0 e 1. Inevitavelmente regressar-se-á ao nível estável de partida. As pessoas com tendência para a boa disposição, voltarão aos seu estado de satisfação moderada e as rezingonas tenderão a regressar à sua condição  de angústia contida. Tal como se o estado psicológico de satisfação fosse um compartimento cuja temperatura seja controlada por um sistema de ar-condicionado cujo valor estável é pré-programado. A exposição ao ambiente externo provoca alterações na temperatura, para cima ou para baixo, mas, com o decorrer do tempo o sistema encarrega-se de a estabilizar ao valor fixado. A sensação agradável (ou desagradável) da transição é mais relativa que absoluta pois entrar num compartimento a 10.º graus centígrados pode causar-nos um arrepio ou uma sensação de calor dependendo do ambiente externo ser de grande calor ou glacial.
O grau de felicidade de quem adquiriu, para uso próprio, uma cabana numa floresta longínqua, pode ser, da mesma ordem de grandeza de quem acabou de se instalar numa fabulosa penthouse numa movimentada avenida de Nova Iorque. Para o que conta, o cérebero, não mede nem avalia a sofisticação da decoração ou a facilidade de acesso, bem como a tecnologia de apoio, mas tão somente a quantidade adicional de serotonina libertada.
É certo que a globalização e os meios atuais de comunicação elevam a fasquia que serve de limiar pois coloca em comparação não o que nos rodeia no nosso ambiente habitual, mas tudo o que de melhor existe em todo o mundo.

A revolta que levou à queda de Mubarack foi originada pela insatisfação que os egípcios sentiam... não porque se estivessem a comparar com os seus ancestrais do tempo de Ramsés mas porque o termo de comparação foi a sociedade ocidental, europeia e americana.

Por outro lado a sociedade descrita por Aldous Huxley em O Admirável Mundo Novo  em que um governo ditatorial induzia nos cidadãos, por meios biológicos e psicológicos um estado de felcicidade constante é assustador. Na minha modesta opinião, muito mais que o próprio 1984 de George Orwell.

Há aliás outras razões e argumentos para que esta demanda do Graal não possa ser mais que isso. Uma busca constante e permanente que, se atingida, retirar-lhe-ia a própria essência da própria procura. Em crónica futura e quando houver oportunidade, regressarei ao tema.
 

Os 105 anos da Tia Maria João - Ser mulher ontem, hoje e amanhã!

Ter, 07/03/2017 - 10:23


Olá familiazinha! Já estamos no mês de Março, que principiou com a Quarta-Feira de Cinzas, o início da Quaresma.
A Mulher, o Pai e a Primavera estão em destaque este mês: Dia 8 de Março é o Dia da Mulher; Dia 19 é o dia do Pai e a Primavera começa no dia 20.
Segundo reza o “Seringador” para este mês, deve-se semear milho, trigo de primavera, cevada, luzerna e outras forragens, linho, abóboras, alfaces, beterraba, cenouras, ervilhas, espinafres, feijões, melancias, melões, nabiças, rabanetes, salsa, tomates e pepinos. Plantar ou transplantar: batatas, cebolas, couves e espargos. Colher cebolas brancas e cebolinhos, rabanetes e azedas.
Preparar as terras para o milho e a batata de regadio e nas regiões com menos geada semear trigo, aveia, centeio e cevada. Preparar as estacas para feijões e ervilhas.
Concluir as trasfegas aproveitando para isto o tempo seco e sem grandes variações de temperatura. Prosseguir ou terminar o engarrafamento dos vinhos.
Este é um dos meses com maior actividade no que a sementeiras e plantações diz respeito.
Nesta edição comemoramos os 105 anos da Tia Maria João (Marquinhas) e também a crónica de Elsa Fernandes sobre o ser mulher.

 

Vantagens de um pequeno almoço completo no teu dia

LATICÍNIOS
Opções:
- LEITE
- IOGURTE
- QUEIJO
(Fatia ou fresco ou requeijão)
+
CEREAIS E DERIVADOS
Opções:
- PÃO VARIADO*
(Escolhe o mais escuro ou de mistura)
- CEREAIS POUCO AÇUCARADOS
*Podes incluir no teu pão e de forma alternada ao longo da semana, uma fatia fina de queijo ou fiambre ou até marmelada ou compota em quantidades moderadas.
+
FRUTA
Opções:
- FRUTA FRESCA
(De preferência da época)