Também há bananas em Bragança

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Ter, 28/08/2018 - 13:49


Querida familiazinha, estamos a queimar os últimos cartuchos do mês por excelência das férias, festas e romarias. Já estão de abalada os nossos emigrantes, que tanta vida deram às nossas povoações. Que o S. Cristóvão e a Senhora da Boa Viagem os guiem para os locais onde ganham o pão de cada dia. Em jeito de balanço das festas da Sr.ª das Graças, constatei que, este ano, havia mais gente na cidade e um maior envolvimento de todo o concelho, o que se notou na procissão, em que participaram 47 andores de várias localidades. Ao ver a passar procissão, apercebime que a minha geração é a que, actualmente, está à frente das lides da nossa cidade, porque fui colega de seminário de D. José Cordeiro, bispo de BragançaMiranda e do presidente da câmara desta cidade, Hernâni Dias. Quero daqui elogiar aqueles que acompanharam toda a procissão, transportando os pesados andores, suportando o calor que se fazia sentir e se notava nos seus rostos, assim como a fé que os movia. Obrigado a todos por fazerem parte da melhor procissão que já vi na minha cidade. No mês que agora termina tivemos a entrada para a família de 28 novos membros, que já estão a trabalhar com muito afinco no voluntariado do amor e da amizade. Venham muitos mais, que a porta está aberta para todos. Quem teve sorte na passada quinta-feira foi o tio Ernesto Vieira, de Seixo de Ansiães (Carrazeda de Ansiães), porque quando se levantou para ir regar, já tinha a jeira ganha! A rega já tinha vindo do céu, acompanhada de trovoada. Será que é agora que o tempo vai mudar, com a aproximação das novenas da Senhora da Serra? No passado fim-de-semana realizou-se mais uma edição da Feira das Cebolas, em S. Pedro dos Sarracenos (Bragança). Recordo com saudade que há 18 anos, na primeira edição, fui eu, na figura do Tio João, que apadrinhei esta feira. Esta semana estiveram de parabéns o tio Guilherme Henrique (83), de Santa Eugénia (Alijó) e a tia Chanqueira (77), de Sendim (Miranda do Douro). Que continuem a festejar a vida connosco. E agora, ao contrário do que muita gente pensaria, por causa do frio, vou falar-vos das bananeiras que também se dão em Bragança e produzem fruto.
Se há pessoa que pode dizer que “dorme à sombra da bananeira”, é a nossa tia Lurdinhas, de Bragança. De seu nome Lurdes Pires, natural de Cobelas (Vinhais), mas a residir há mais de 60 anos em Bragança, é dos membros mais antigos da Família do Tio João e as suas participações são versejadas. Além disso, também é fundadora e foi, durante muitos anos, ensaiadora do Rancho Folclórico da Mãe d’Água. Já editou sete livros de poemas, todos divulgados no nosso programa de rádio. Aos 92 anos continua na “mó de cima” da família e é a sua filha especial, a Tizinha, a sua vitamina para a vida. Além de tudo isto, o motivo porque hoje estou aqui a falar dela, é o facto de ter um quintal muito especial. Todos os anos me brindava com cinco ou seis figos que faziam um quilo, de uma figueira que tinha no seu quintal mas que teve de arrancar devido às suas raízes. Também tem laranjeiras, mas as estrelas da companhia são as suas bananeiras. Quanto trouxe a planta de casa de uma filha, em Lousada (Porto), nunca imaginou que algum dia viesse a dar fruto. O facto é que há já vinte anos que colhe bananas dessa planta inicial e das suas ‘filhas’. Este ano a produção foi excepcionalmente maior devido ao calor que se tem sentido. A sua casa é no Bairro da Mãe de Água, em Bragança, e o seu quintal usufrui de um microclima, resguardado dos quatro lados por casas. Este facto permite-lhe ter bananeiras, que são plantas tropicais, a produzir bananas boas para consumo.