O tempo traz a agricultura baralhada

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Ter, 21/11/2017 - 10:40


Olá familiazinha!
A nossa família não pára de crescer. Até à data já tivemos mais de 40 apresentações, só este mês. É que uns vão puxando pelos outros e o tio João puxa por todos.
A meteorologia tem a agricultura toda baralhada, mas os homens do tempo já têm uma luzinha ao fundo do túnel para a possibilidade de chover nos próximos dias. Já está findo o desporto da época na região, o “lombo de gato e férias nos picos”, na apanha da castanha, mas os quadris vão funcionar novamente e em força na apanha da azeitona.
Na última semana estiveram de parabéns a tia Aldina, de Lampaça (Valpaços), que chegou aos 83 como nova e o tio Romão, de S. Julião (Bragança), que fez 72 anos, além de muitos filhos e netos dos nossos participantes.
Já uma vez fui convidado a intervir num colóquio sobre rádio-família na Universidade de Talavera La Reina (Toledo), comunidade de Castilla-La Mancha, Espanha. Desta vez voltei a ser convidado pelos estudantes do 3.º ano de Ciências da Comunicação do Instituto Universitário da Maia, na pessoa do neto do tio Pinela, de Sacoias (Bragança), Ricardo Gonçalves, que nos vai apresentar nesta edição a Radioversidade.
Durante os últimos dias o grande motivo de conversa dos nossos tios têm sido os fenómenos que estão a acontecer na agricultura, um pouco por todo o lado, com árvores a florirem, pela segunda vez, nesta altura do ano.

“— Parece que estamos na África! O fruto dá duas vezes no ano!”, disse-nos a nossa tia Margarida, de Cal de Bois (Alijó), que tem um diospireiro que já vai na segunda colheita. A tia Isolina, de Parada (Valpaços), também diz que por lá, terra de muitas nogueiras, estas já estão despidas e agora voltam a “arroupar” novamente, com ramos verdes. Como se pode ver na foto, tirada em Viduedo (Mogadouro) as parreiras e as cepas estão com frutos novos. O mesmo se passa em muitos lugares da nossa região, como nos conta o tio Manuel Paula, de Carção (Vimioso), que tem uma parreira com uvas pela segunda vez este ano. O tio Manuel Drulovic, de Esturãos (Valpaços), conta-nos que, por lá, há figueiras que já deram figos três vezes este ano e que deixou dois regos de feijão-frade por lavrar e já estão com vagem pela segunda vez. São muitas as macieiras, tomateiros e pimenteiros em flor.
O tio Manuel, de Oleirinhos (Bragança), também ligou para nós, a dar-nos conhecimento de que iria segar um lameiro, coisa inusual no mês de Novembro, mas como o dito lameiro ainda tinha frescura, a erva, com o bom tempo que se tem feito sentir, voltou a crescer e permitiu a segunda segada do ano.
Perante tais fenómenos, temos tido reacções dos nossos tios e tias que testemunham nunca na sua vida terem memória de coisa semelhante. Está tudo desregulado e fora do normal. Todos sabemos que a geada vindoura se encarregará de colocar tudo nos seus devidos eixos, se as condições meteorológicas não nos continuarem a surpreender. O Outono atípico deste ano tem sido dos mais secos e quentes de sempre e por isso a agricultura não está a corresponder às expectativas dos agricultores, tendo razão os nossos tios e tias que dizem que esta é a profissão de “empobrecer alegremente”.

 

Tio João convidado a intervir num colóquio na Radioversidade
Nicolau Sernadela é convidado dos alunos do 3.º Ano de Ciências da Comunicação do Instituto Universitário da Maia para ser entrevistado dia 13 de dezembro, no auditório do ISMAI, às 14h:30m, no âmbito do Seminário Ágora.
Com 28 anos de programa, celebrados no passado dia 29 de outubro, o “Bom dia Tio João” mostra partir fronteiras todos os dias, unir um mundo que cada vez parece se tornar mais pequeno à luz da radiodifusão, quebrar solidões, proporcionar amizades, proporcionar sorrisos, proporcionar a vida. Para celebrar este aniversário e, no âmbito de dar o valor que muitas vezes é retirado à rádio, Nicolau Sernadela vai até ao Porto falar um pouco de si, do porquê da criação do programa, dos sentimentos que este lhe dá, do reconhecimento e muito mais. São esperadas muitas histórias, deste Homem que cada vez mais se tem tornado um marco da nossa região e a tem levado, através da voz, até aos sítios mais longínquos.
Este seminário também contará com a presença (confirmada até agora) de Luigi Mesquita e Carvalho Araújo, fundadores da Rádio Portuense, e de Fernando Alvim por via Skype.

Ricardo Gonçalves