Nos Reis os caretos fazem as festas

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Ter, 08/01/2019 - 10:19


Olá familiazinha! Como estão os melhores leitores do mundo?

Já passou uma semana do ano que ainda cheira a novo. Estamos a ambientar-nos a este 2019 e a nossa família continua de vento-em-pôpa, porque no programa do último dia de 2018 batemos novamente o record, com 39 participações, em duas horas. No dia seguinte, no primeiro programa de 2019, conseguimos a proeza de 71 participações, num programa de quatro horas. Nesta primeira semana do ano, já temos cerca de 250 participações efectuadas e nove apresentações à família. Isto significa que a nossa gente está com muita energia positiva para enfrentar o novo ano.

Pessoalmente, na minha vida, os anos terminados em nove têm sido os mais surpreendentes e espero que 2019 continue a sê-lo, até porque este ano festejamos os 30 anos de existência da Família do Tio João e, por isso, as minhas espectativas são grandes. O lema para este ano vai ser “à nossa família ninguém a move, queremos conquistar o seu coração em 2019”.

No passado Domingo, dia de Reis, terminou a quadra natalícia. Os cantares de Reis, porta-a-porta, como antigamente, já são muito pouco usuais, embora haja sempre cantares de reis organizados por instituições e associações, como o que aconteceu em Vinhais, promovido pela Câmara Municipal, em que estiveram a representar os grupos das suas terras muitos dos nossos tios e tias.

Quando pergunto à nossa gente o que se faz nesta altura, dizem-me que a azeitona já está apanhada e que agora é só queimar lenha porque o forro da cozinha está muito bem enfeitado e quando apetece, lá se vai assando qualquer coisa.

A tia Lúcia Parra, de Bemposta (Mogadouro), falou-nos da festa do dia 1 de Janeiro, a Festa do Chocalheiro, que consiste no leilão das “mandas” para ver quem veste o fato de Chocalheiro em pagamento de promessa ao Menino Jesus. As regras são que até à meia noite e cinquenta e nove minutos do dia 1 de Janeiro, estão abertas as “mandas” (licitações em dinheiro), que este ano chegaram aos 300 euros, mas já houve anos em que ultrapassaram os 200 contos. A promessa só fica cumprida quando o Chocalheiro visitar todas as casas da aldeia e da anexa, Lamoso.

Em Baçal (Bragança), também temos a Festa dos Reis, no dia 6, que segundo o nosso tio Eusébio, começa com a alvorada e a ronda para a missa e a meio da tarde tem lugar outra ronda com os caretos e o gaiteiro, que se destina a chamar o povo para os “colóquios”, que são os acontecimentos sociais mais relevantes e dignos de crítica, que aconteceram ao longo do ano, declamados pelos caretos, do alto da fonte de pedra, à entrada da aldeia. À noite tem lugar um jantar convívio e baile.

Na aldeia de Salsas, onde estivemos, pelo quarto ano consecutivo, a fazer o programa em directo no sábado, dia 5, a tradição consta do desfile de vários grupos ibéricos de caretos e mascarados e a queima do ano velho. No dia 6 faz-se o peditório das almas e a arrematação do fumeiro dos caretos.

No primeiro dia do ano festejamos o aniversários dos primeiros a nascer no início do ano. Foram eles os irmãos José António (40) e José Manuel (37), de Cabeça Boa (Bragança); as gémeas Paula e Ana Bela Fernandes (47), da Ribeirinha (Mirandela); o Tiago (20), de Caçarelhos (Vimioso); a tia Maria (68), de Algoso (Vimioso); o António (36), de Alfaião (Bragança) e o nosso ouvinte especial e utente da APADI, José Armando - o Zezinho, (51). Nos restantes dias da semana também festejaram o aniversário o tio Sebastião José Eira Velha (72) e a sua neta Matilde (16), de Cernadela (Macedo de Cavaleiros); o tio António Cavalheiro (65), o nosso poeta, de Vilarandelo (Valpaços), que chegou à gente grande; o tio Américo (60), de Estorãos (Valpaços); o tio António Júlio (86), de Viduedo (Bragança); o tio Álvaro (54), de Bagueixe (Macedo de Cavaleiros); a neta do tio Acácio, a Sofia (14), de Alfaião (Bragança); o tio Aquiles (86), de S. Martinho (Miranda do Douro) e o tio João Santos (76). Os nossos votos são que no início de 2020 os possam festejar outra vez com muita saúde.

Foto: Rota da Terra Fria